O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) suspendeu uma liminar que proibia a Igreja Católica de falar de política durante as missas e celebrações religiosas. A coligação "Um Rio para Todos", da qual faz parte a candidata ao Senado Jandira Feghali (PCdoB), havia solicitado o veto. Entretanto, o TRE considerou a decisão como censura prévia e anulou a proibição.
Ao ser notificado sobre o veto, Dom Eusébio Oscar Scheid, arcebispo do Rio, preferiu não se manifestar. "Não gostaria de respondê-lo agora, mas vou dar a resposta oficialmente, a seu tempo", avisou. "Na minha vida de bispo, nunca fui notificado nem citado. Nem no tempo do regime de exceção", completou.
Nas missas celebradas em 249 igrejas, os padres leram uma nota oficial assinada pelo bispo auxiliar dom Dimas Lara Barbosa, na qual são listados quatro itens em que a arquidiocese repudia o mandado de busca e apreensão na sede da igreja.
A Justiça autorizou a operação depois que panfletos apócrifos contra a descriminalização do aborto foram distribuídos a fiéis à saída das igrejas. Jandira é relatora de projeto na Câmara sobre o assunto.
Dom Eusébio lembrou que a arquidiocese apenas redigiu uma cartilha batizada de Voto consciente. Entre os pontos abordados, proíbe a elaboração de listas, indicando em que candidatos votar ou não, mas aconselha a divulgação dos nomes dos candidatos que já tenham opinião "acerca de temas graves, como a favor do aborto".
A representação determinava que a Igreja se abstivesse "de comentário ou referência político-ideológica, sob pena de caracterizar-se desobediência".
2006-09-29
04:16:34
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Anonymous
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Sociedade e Cultura
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