Bandido aos 16 anos
A vida de crime de Leonardo Pareja começou na adolescência. Ganhou notoriedade aos 21 anos, depois de driblar policiais de três estados durante uma fuga em 1995
Leonardo Rodrigues Pareja foi um menino delinqüente, um jovem bandido. Nunca matou. Mas fez de tudo no mundo da criminalidade, onde entrou oficialmente aos 16 anos, quando foi preso pela primeira vez, acusado de assalto a mão armada. Roubava motos possantes anunciadas em classificados.
Dali para a frente, seguiu o roteiro habitual da bandidagem — entradas e saídas na cadeia, torturas, corrupção policial, roubos cada vez mais ousados, vida errante. Apareceu no noticiário nacional em outubro de 1995 quando, em Feira de Santana (BA), depois de um assalto, manteve como refém por 61 horas uma jovem de 16 anos. Conseguiu escapar do cerco policial e por 45 dias driblou polícias de três estados — Bahia, Minas e Goiás, onde se entregou na presença de um juiz e da imprensa. Já tinha aprendido o valor do ‘‘marketing’’.
O seu era o do bandido articulado, justiceiro, protetor dos amigos, bonitão, cheio de namoradas, com discurso atrevido com muitas críticas ao sistema. ‘‘Fui os olhos da sociedade cega’’, disse ao voltar para a prisão depois de uma rebelião do Centro Penitenciário e Agrícola de Goiás (Cepaigo).
Foram feitos reféns o então secretário de Segurança, Antônio Lourenço, e alguns desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ), que vistoriavam o local. Na rebelião, que começou no dia 28 de março de 1996 e durou sete dias, Pareja atuou como líder e porta-voz dos presos amotinados.
Filho de classe média quase rica, Pareja morou no aristocrático bairro Marista de Goiânia, estudou até a 4ªsérie no tradicional Colégio Ateneu Dom Bosco, freqüentou cursos de piano, inglês, computação e judô.
Pareja gostava de dar entrevistas e de mostrar dezenas de cartas de garotas que o idolatravam. Eram, em média, 100 por mês. Respondia a 17 processos e cumpria pena de 9 anos e seis meses por assalto a mão armada — numa única madrugada roubou 11 postos de combustível. Estava jurado de morte por policiais e presidiários rivais.
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A morte aos 22
A morte de Leonardo Pareja era anunciada, esperada, prevista. Todo mundo sabia que ia acontecer. E aconteceu: morreu numa segunda-feira, 9 de dezembro de 1996, às 7h30, no Cepaigo. Pareja foi executado com sete tiros à queima-roupa. Dois outros presos ligados a ele também foram mortos. Cinco detentos confessaram os crimes e a polícia diz que o que houve foi uma briga interna pelo poder no presídio.
Na época, os advogados de Pareja diziam que ele foi morto a mando da direção do Cepaigo, depois do vexame provocado pela rebelião no presídio. O poder de Pareja passou a ser problema para a polícia dentro da penitenciária quando ele começou a usar prestígio de comandante dos detentos para acumular dinheiro.
O destino colaborou para o marketing de Pareja até no dia do seu sepultamento. O corpo do bandido foi enterrado na terça-feira 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. A coincidência fez com que o representante do movimento Tortura Nunca Mais de Goiânia, Valdomiro Batista, a colocar no caixão uma bandeira do Brasil. A iniciativa provocou uma forte reação do comandante da PM, Nilton Neri Castilho. ‘‘Isso é um desrespeito’’, disse depois de mandar tirar a bandeira.
2006-09-28 02:16:46
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answer #1
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answered by Anonymous
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Conheço. Foi o maior ladrão que existiu em Goiânia. Pagava de bacana roubando carros importados e andava com roupas de grife. Com isso, impressionava filhas de gente boa, pois é oriundo de família de classe média que quebrou. Morreu morto dentro da cadeia em Goiânia e sua vida foi um fracasso só. Pena, o cara tinha tudo para se dar bem mas a vida quis assim e ele não se esforçou também para sair dessa ilusão de roubar para manter o padrão de vida anterior.
2006-09-28 02:28:04
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answer #2
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answered by MARCOS H 2
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