Passe: Objetivos, Mecanismos de Ação e Resultados
Manoel Philomeno de Miranda (espírito)
Os princípios fundamentais para a transmissão de energias através dos passes baseiam-se no fenômeno magnético que governa a atração dos elementos fluídicos entre as criaturas, suporte da lei de sintonia.
No Universo tudo é atração. Em síntese, é a manifestação do amor universal sustentando a vida através de trocas incessantes.
Quando duas mentes entram em sintonia, uma ativa e outra em estado de passividade, formam-se entre ambas correntes de força que lembram a ação eletromagnética, estabelecendo-se as condições para que o agente doador transmita ao beneficiário, via centros de força ou chakras, benefícios vibratórios de vária ordem, seja para dispersar energias congestionadas, seja para doar-lhe um novo suprimento, a fim de sustentar o seu inventário em déficit.
O ato de dispersar tanto pode significar uma movimentação de energias congestionadas (paradas, à semelhança de ingurgitamentos) como um processo de assepsia para extrair componentes adulterados e, portanto, prejudiciais à economia da vida.
É um tanto mais difícil desbloquear fluidos oriundos das grandes mazelas da alma, dos grandes conflitos que ficam entranhados nas camadas profundas do inconsciente. Todavia, mesmo aí o passe faz-se auxiliar vigoroso quando em associação com a terapia da palavra e do Evangelho, que são solventes poderosos a diluir, juntamente com o sofrimento, esses quistos impeditivos à passagem da luz divina.
Essas energias dispersáveis tanto podem originar-se de contágios com o meio ambiente (por negligência do indivíduo). como serem provenientes das próprias construções mentais, quando a pessoa se envolve nas preocupações e nos fluidos do desânimo e do desespero, por não se sentirem suficientemente fortes para vencerem as provas da vida, em condições de maior sucesso.
Poderíamos sintetizar o objetivo do passe na frase de André Luiz, quando afirma: "O passe não é unicamente transfusão de energias anímicas. É o equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos(...)" E mais adiante: "Se usamos o antibiótico por substância destinada a frustrar o desenvolvimento de microorganismos no campo físico, por que não adotar o passe por agente capaz de impedir as alucinações depressivas, no campo da alma? (...) Se atendemos à assepsia, no que se refere ao corpo, por que descurar dessa mesma assepsia no que tange ao espírito?"(l).
Destacamos as expressões-conceito utilizadas pelo venerável Benfeitor: "transfusão de energias anímicas", "equilibrante da mente", "apoio de tratamentos", "bloqueador de alucinações depressivas , assepsia". São, em suma, esses os objetivos do passe, que transparecem de tudo o que já dissemos nos capítulos anteriores, e aos quais poderemos acrescentar outras finalidades especiais, tais como: desvinculação obsessiva, desbloqueio de conflitos íntimos, elemento das cirurgias espirituais, facilitador de processos mediúnicos em desenvolvimento e tanto outros.
Para o objetivo maior da Casa Espírita, a implantação da atividade de passes representa a oportunidade de concretizar o ensino evangélico do "amai-vos uns aos outros" e aquela outra recomendação quanto à tarefa básica dos cristãos: "curai...", "ressuscitai...", "purificai...", conforme apontamentos de Mateus, no seu Evangelho, capitulo 10, versículo 8. É por esse compromisso que os "Espíritos do Senhor" serão atraídos aos Centros Espíritas para, juntamente com os homens, levarem adiante o plano de libertação da Terra das sombras do mal, pela ação da caridade.
Uns dizem que a terapia pelos passes é um recurso de superfície enquanto outros afirmam, peremptórios, se constituir ela um recurso de profundidade, a serviço da libertação da criatura. E ambos têm razão. É superficial, se entendido que sem a transformação íntima os benefícios se diluem rapidamente sem cumprir o seu papel. E é de profundidade pela complexidade de recursos que são acionados e providências espirituais especializadas que são movimentadas, muitas vezes, muito além de nossa compreensão limitada, embora posta a nosso benéfico.
Que energias, basicamente, são transmitidas e recebidas durante o passe?
Quando se trata da ação pura e simples do magnetizador, veicula-se fluido vital, bioenergia, que poderá estar saturada de fluidos espirituais representativos das qualidades morais do doador. Quando se trata da ação desenvolvida pelos Espíritos, a transmissão é de fluidos sutis por eles gerados, correspondentes aos seus sentimentos. Classificam-se, didaticamente, esses fluidos produzidos pelos Espíritos, como espirituais. Muitas vezes, os seres desencarnados associam os seus a outros recursos extraídos da Natureza ou mesmo da esfera dos homens, em doações inconscientes e involuntárias. Um terceiro tipo de ação é o do magnetismo misto ou humano-espiritual, quando o doador encarnado funciona como médium, canalizando, juntamente com as suas, as energias que os Bons Espíritos irradiam por seu intermédio. Essa é a proposta básica do passe espírita, aquele em que um doador, orando, atende alguém que espera em estado de súplica respeitosa e afervorada.
Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é, amiúde, espontâneo; porém as mais das vezes provocado por um apelo de quem aplica o passe, quando dispõe de recursos morais para atraí-los e canalizar-lhes as virtudes terapêuticas a benefício dos outros.
A ação curadora dos passes somente ocorre quando existe densidade fluídica suficiente através de um agente doador treinado, consciente e amoroso, capaz de agir sob forte indução dos Benfeitores Espirituais.
O suprimento fluídico de energias que chega ao ser carente, mediante os centros de força, vai naturalmente até o sistema nervoso, imediatamente revigorando-o, mas daí sendo conduzido ao universo celular através das interações existentes entre o mesmo e os sistemas sangüíneos e de glândulas de secreção interna. É o mesmo que se afirmar que as "substâncias sutis" que são movimentadas nas operações do passe, viajam pelo corpo inteiro deixando em cada célula carente o seu princípio regenerativo, que assegura reproduções celulares em condições melhoradas e, portanto, o surgimento de novas, saudáveis e harmonizadas. É o que asseverou Kardec com a expressão verbal de sua época: "a substituição de uma molécula malsã por outra sã.(2).
Se imaginarmos que aproximadamente um litro de sangue passa pelo cérebro a cada minuto,(3) recebendo, portanto, a influência dos chakras coronário e frontal, podemos deduzir que o sangue funciona como um verdadeiro banho magnético, assegurando o ritmo e o equilíbrio vibratório de todo o corpo, dada a capacidade que possui de segregar tanto os agentes magnéticos de cura quanto os degenerativos.
Vejamos como se expressa Manoel P. de Miranda: "O ,,médium Joel, profundamente concentrado afastou-se do corpo somático. Todo ele estava transformado numa usina de forças magnéticas de variado teor. Da região onde se situava a pineal ou epífise na sua forma física, vibrava um poderoso dínamo luminoso que irrigava todas as glândulas do sistema endócrinos, ativando as supra-renais com energia fosforescente, que assumia fulgurações inimagináveis.
"O cérebro transformara-se num fulcro iridescente de fortes tonalidades, enquanto o coração estimulado vitalizava todo o sistema circulatório, invadido por fluidos luminosos que eram ativados pelo centro cardíaco, em formosa coloração ouro-alaranjada(.. ) "(4)
Essa narração refere-se às transformações maravilhosas por que passou um médium, que dedicou sua vida a Jesus, no exato momento em que se dispunha à psicofonia socorrista sob o toque benéfico dos seus Guias, para o ministério da enfermagem espiritual. Mas, poderia ser a mesma coisa se preparado estivesse para o passe, sob a proteção de técnicos do Mundo Espiritual no assunto.
Como quem primeiro se beneficia é quem se doa ao trabalho do amor, eis Joel - o médium referido - sublimado no seu banho de luz a lhe percorrer os circuitos principais da atividade superior da mente e do coração. Naturalmente, dele passariam os elementos curativos para o beneficiário do passe, se esse fosse o seu ministério, como passou para o inditoso obsessor a energia socorrista através do choque anímico.
Leiamos André Luiz em Mecanismos da Mediunidade: "SANGUE E FLUIDOTERAPIA - Salientando-se que o sistema hemático no corpo físico representa o conjunto das energias no corpo espiritual ou psicossoma, energias essas tomadas em principio pela mente, através da respiração, (grifo nosso) ao reservatório incomensurável do fluido cósmico, é para ele que nos compete voltar a atenção no estudo de qualquer processo fluidoterápico"(5).
E mais adiante o Benfeitor Espiritual se refere aos corpúsculos vivos das hemácias, leucócitos, trombócitos e outros movimentando-se em trabalho constante, sob o comando do pensamento, no sentido de garantir-lhes a migração, a eficiência, e a mobilidade na preservação da saúde através do desenvolvimento de fatores imunológicos. E essa eficiência não é de outra forma conseguida senão pela magnetização dessas entidades corpusculares, para o cumprimento de suas finalidades, magnetização conseguida pelo próprio inquilino do corpo físico - o espírito encarnado - ou pela ação auxiliar emergencial de outro ser que lhe empresta os princípios energizadores através dos passes.
Por fim, chegamos aos resultados. De que fatores dependem? Das qualidades radiantes do agente doador, da receptividade do beneficiário e do Carma, passando de leve por fatores de menor relevância como os de natureza mesológica. Com relação ao primeiro fator, veremos mais adiante, no
capítulo seguinte, os requisitos básicos mínimos que deve possuir o aplicador de passes para se colocar à altura da cooperação dos Bons Espíritos. E isso é perfeitamente compreensível, pois a luz do Divino Amor não pode ser coada com transparência através de um filtro excessivamente impuro, sob pena de desfigurar-se os princípios da lei que regem a vida.
Ao nos referirmos à condição de receptividade do paciente, óbvia sob qualquer aspecto, lembraríamos o impositivo dele manter atitudes respeitosas durante e depois do passe. Todo tratamento exige dieta e essa dieta, no passe, é o momento seguinte de como vai ficar o nosso comportamento. Atitudes e ações levianas destroem as pontes de fixação que ajudam a reter as energias vitalizadoras e construtivas em nós, fazendo com que essas energias se evolem, ficando o lugar das mesmas ocupado por outras de baixo teor.
E o Carma? Há um momento em que o ser amadurece para a vida. O sofrimento cumpriu o seu papel retificador, podendo ser colocados à disposição do indivíduo, a partir de então, os bens da saúde e da harmonia. Quando esse momento chega, a lei do Carma, que é favorecedora de bênçãos, igualmente reúne, ante o indivíduo a ser libertado, os elementos que serão objeto dessa ação, no caso o agente doador em condições, a assistência espiritual adequada e os fatores mesológicos favoráveis. E a cura se dá.
Muitas vezes, o retardamento da saúde ainda é o remédio para o Espírito calceta e ignorante. Rompida essa casca de sombra, sob o camartelo do sofrimento e da provação, eis a luz que surge para um novo recomeço.
Fonte(s):
BIBLIOGRAFIA:
1. Opinião Espírita, André Luiz/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira cap. 55, O Passe - Citação no livro O Passe, de Jacob Meio
2. A Gênese, Allan Kardec, cap. XIV, item 31
3. Citação do Livro O Passe, de Jacob Meio
4. Grilhões Partidos, Manoel P. de Miranda / Divaldo P. Franco, cap. 17
5. Mecanismos da Mediunidade, André Luiz, Francisco Cândido Xavier e Waido Vieira, cap. XXII, Sangue e fluidoterapia.
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/passe/objetivos.html
2006-09-24 17:56:05
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answer #4
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answered by Antonio Vieira Sobrinho 7
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O passe espÃrita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus, como se vê nos Evangelhos. Origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo. Sua fonte humana e divina são as mãos de Jesus. Mas há um passado histórico que não podemos esquecer. Desde as origens da vida humana na Terra encontramos os ritos de aplicação dos passes, não raro acompanhados de rituais, como o sopro, a fricção das mãos, a aplicação de saliva e até mesmo a mistura de saliva e terra para aplicação no doente. No próprio Evangelho vemos a descrição da cura de um cego por Jesus usando essa mistura. Mas Jesus agiu sempre, em seus atos e em suas práticas, de maneira anti-ritual, de maneira que essas descrições, feitas entre quarenta e oitenta anos após a sua morte, podem ser apenas influências de costumes religiosos da época. Todo o seu ensino visava a afastar os homens das superstições vigentes no tempo. Essas incoerências históricas, como advertiu Kardec, não podem provir dele, mas dos evangelistas. Caso contrário Jesus teria procedido de maneira incoerente no tocante aos seus ensinos e aos seus exemplos, o que seria absurdo.
O passe espÃrita não comporta as encenações em que hoje o envolveram alguns teóricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista. Todo o poder e toda a eficácia do passe espÃrita dependem do espÃrito e não da matéria., da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo. Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas de um passado já há muito superado. Os EspÃritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas apenas à prece e a imposição das mãos. Toda a s encenações preparatórias: mãos erguidas ao alto e abertas, para suposta captação de fluÃdos pelo passista, mãos abertas sobre os joelhos, pelo paciente, para melhor assimilação fluÃdica, braços e pernas descruzados para não impedir a livre passagem dos fluidos, e assim por diante, só servem para ridicularizar o passe, o passista e o paciente. A formação das chamadas pilhas mediúnicas, com o ajuntamento de médiuns em torno do paciente, as correntes de mãos dadas ou de dedos se tocando sobre a mesa – condenadas por Kardec – nada mais são do que resÃduos do mesmerismo do século passado, inúteis, supersticiosos e ridicularizantes.
Todas essas tolices decorrem essencialmente do apego humano à s formas de atividades materiais. Julgamo-nos capazes de fazer o que não nos cabe fazer. Queremos dirigir, orientar os fluÃdos espirituais como se fossem correntes elétricas e manipula-los como se a sua aplicação dependesse de nós. O passista espÃrita consciente, conhecedor da doutrina e suficientemente humilde para compreender que ele pouco sabe a respeito dos fluÃdos espirituais – e o que pensa saber é simples pretensão orgulhosa – limita-se à função mediúnica de intermediário. Se pede a assistência dos EspÃritos, com que direito se coloca depois no lugar deles? Muitas vezes os EspÃritos recomendam que não se faça movimentos com as mãos e os braços para não atrapalhar os passes. Ou confiamos na ação dos EspÃritos ou não confiamos e neste caso é melhor não os incomodarmos com os nossos pedidos.
O passe espÃrita é prece, concentração e doação. Quem reconhece que não pode dar de si mesmo, suplica a doação dos EspÃritos. São eles que socorrem aqueles por quem pedimos, não nós, que em tudo dependemos da assistência espiritual.
A técnica do passe não pertence a nós, mas exclusivamente aos EspÃritos Superiores. Só eles conhecem a situação real do paciente, as possibilidades de ajuda-lo em face de seus compromissos nas provas, a natureza dos fluÃdos de que o paciente necessita e assim por diante. Os médiuns vivem a vida terrena e estão condicionados na encarnação que merecem e de que necessitam. Nada sabem da natureza dos fluÃdos, da maneira apropriada e eficaz de aplica-los, dos efeitos diversos que eles podem causar. Na verdade, o médium só tem uma percepção vaga, geralmente epidérmica, dos fluÃdos. à simples atrevimento – e portanto charlatanismo – querer manipula-los e distribuÃ-los a seu modo e a seu critério. As pessoas que acham que os passes ginásticos ou dados em grupos formados ao redor do paciente são passes fortes, assemelham-se à s que acreditam mais na força da feitiçaria, com seus apetrechos selvagens, do que no poder espiritual. As experiências espÃritas sensatas e lógicas, em todo o mundo, desde os dias de Kardec até hoje, mostraram que mais vale uma prece silenciosa, à s vezes na ausência e sem o conhecimento do paciente, do que todas as encenações e alardes de força dos ingênuos que ignoram os princÃpios doutrinários.
Não há distância para a ação dos passes. Os EspÃritos Superiores não conhecem as dificuldades das distâncias terrenas. Podem agir e curar através das maiores lonjuras. Não obstante, não se deve desprezar a importância do efeito psicológico da presença do paciente num ambiente mediúnico ou da presença do passista junto a ele, pelo calor humano e da doação fluÃdica direta, seja do médium ou também das pessoas que o acompanham. Assim, o passe à distância só deve ser empregado quando for de todo impossÃvel o passe de contacto pessoal.
à muito comum chegarem pessoas ao Centro, ou mesmo dirigindo-se à casa de um médium, pedindo passe com urgência. O passe não pode ser dado a qualquer momento e de qualquer maneira. Deve ser sempre precedido de preparação do passista e do ambiente, bem como do paciente. O médium precisa de preparação para bem se dispor ao ato mediúnico do passe. Atender a esses casos imediatamente é dar prova de ignorância das leis do passe. Tudo depende de sintonias que precisam ser estabelecidas. Sintonia do médium com seu estado Ãntimo; sintonia do passista com o EspÃrito que vai atende-lo; sintonia das pessoas presentes com o ambiente que se deve formar no recinto. Tudo isso se consegue através da prece e do interesse de todos pela ajuda ao necessitado.
O passe é uma transfusão de plasma extrafÃsico certamente composto de partÃculas livres de anti-matéria. As mãos humanas funcionam, no passe espÃrita, como antenas que captam e transmitem as energias do plasma vital de anti-matéria. Hoje conhecemos, portanto, toda a dinâmica do passe espÃrita como transmissão de fluidos no processo aparentemente simplÃssimo e eficaz do passe. Não há milagre nem sobrenatural na eficácia do passe, modestamente aplicado e divulgado por Jesus há dois mil anos.
2006-09-24 17:50:29
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answer #7
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answered by ALFREDO D 5
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