1. O QUE Ã O CÃNCER?
O câncer é uma doença que mata milhares de pessoas, todos os anos no mundo. à uma doença fundamentalmente genética, que é caracterizada pelo crescimento desordenado de células, que é provocado por alterações no DNA, que tem como causa predisposição genética, tabagismo,exposição ao sol entre outros. O câncer pode ocorrer em diversos órgãos e tecidos do corpo, em pessoas de ambos os sexos e de todas as idades.
O câncer é fundamentalmente uma doença genética, formado por um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem inÃcio em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma
2. CAUSAS DE CÃNCER
. Quando o processo neoplásico se instala, a célula-mãe transmite à s células filhas a caracterÃstica neoplásica. Isso quer dizer que, no inÃcio de todo o processo está uma alteração no DNA de uma célula.
Esta alteração no DNA pode ser causada por vários fatores, fenômenos quÃmicos, fÃsicos ou biológicos. A esta alteração inicial damos o nome de estágio de iniciação.
Temos que ter em mente que uma só alteração no DNA não causa câncer. São necessárias várias mutações em seqüência, que ao mesmo tempo não sejam mortais para a célula, e causem lesões estruturais suficientes para causarem uma desregulação no mecanismo de crescimento e multiplicação.
O estágio de promoção é o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o efeito dos agentes cancerÃgenos classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para que ocorra essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente cancerÃgeno promotor.
Observamos que o câncer ocorre mais freqüentemente em pessoas idosas. A partir dos 55 anos, a incidência da doença cresce em nÃvel exponencial. Isso quer dizer que quanto mais tempo uma pessoa tem para expor seu material genético a um fator qualquer que possa alterá-lo, maior será a chance disso acontecer.
As células têm um mecanismo de reparo do DNA. Mutações genéticas mÃnimas ocorrem muito freqüentemente, em todas as pessoas. Só que não desenvolvemos câncer rapidamente porque nossos mecanismos de reparo são em geral eficientes. Só que quanto mais tempo se passar, maior será a chance de um "escape". Se vivêssemos até 200 anos, todos provavelmente terÃamos algum tipo de câncer. Isso porque passou tempo suficiente para que se acumulassem mutações genéticas em nossas células.
Se o tempo é um fator importante para permitir ao organismo uma maior exposição a elementos potencialmente lesivos para o DNA celular, a exposição a uma maior quantidade desses elementos lesivos também exerce grande importância no desenvolvimento do câncer.
A esses elementos lesivos que acabam por acarretar um aumento na probabilidade de ocorrência de lesões no DNA, e portanto, aumento da incidência de neoplasias, é dado o nome de carcinógenos.
A ocorrência de mutações, logicamente, ocorre no momento da divisão celular. Isso porque a célula deve estar duplicando o seu DNA, e a possibilidade de erros é maior. Assim, substâncias que levam a um aumento na população de determinadas células são também, indiretamente, agentes capazes de aumentar a ocorrência de mutações genéticas.
A radiação é um tipo de carcinógeno que age lesando diretamente o DNA da célula. A inflamação crônica de algum órgão, como o intestino, por exemplo, causa aumento da divisão celular, e aumenta a chance de alguma mutação. Dessa forma, gorduras animais, que causam um tipo de inflamação na mucosa intestinal, são carcinógenos "indiretos".
à por essa razão que se orienta uma dieta com fibras. Essa dieta aumenta o volume do bolo fecal, diminuindo o tempo de exposiçãode todas as substâncias à mucosa intestinal, além de diminuir a concentração da gordura animal na massa fecal total.
A ação de hormônios é semelhante. Eles aceleram a divisão celular de alguns tipos de células, facilitando a ocorrência de mutações.
O fumo desenvolve uma ação carcinogênica mista. Ele tanto é capaz de lesar o DNA das células do corpo inteiro, diretamente, quanto são irritantes da mucosa, causando também uma inflamação crônica nas mucosas da boca, garganta, brônquios e pulmões. à por isso que o fumo pode causar também câncer de bexiga e pâncreas, por exemplo, não ficando limitado às vias aéreas.
As alterações especÃficas geradas no DNA que esses vÃrus causam ainda não estão bem determinadas. O que se sabe é que há uma completa integração do genoma do vÃrus no genoma (DNA) da célula hospedeira, sendo que esta célula dará origem à oncogênese.
As neoplasias ditas hereditárias estão relacionadas com a perda de genes supressores de tumor. Isso explica a quase totalidade das doenças neoplásicas que existem em crianças, geralmente produzidas por um aumento da predisposição ao desenvolvimento de tumores já ao nascimento.
Outras situações em que pode ocorrer lesão direta do DNA é quando ocorre invasão celular por vÃrus. Como exemplo mais evidente temos o vÃrus das hepatites B e C, que a longo prazo podem causar câncer hepático. Também há a associação do papilomavirus (HPV) com o câncer de colo de útero.
O estágio de progressão é o terceiro e último estágio e se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversÃvel das células alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clÃnicas da doença.
Não podemos encarar o câncer como um processo que tenha uma causa especÃfica. A neoplasia é o produto de um processo genético inicial, invariavelmente seguido de um outro, e assim por diante, desencadeando algo como uma cascata de derrubadas de dominó. Por carcinogênese se entende, portanto, todo o processo que se inicia na primeira mutação e termina nas alterações moleculares que resultam no câncer clinicamente detectado.
3. COMO SURGE O CÃNCER?
As células que constituem os animais são formadas por três partes: a membrana celular, que é a parte mais externa da célula; o citoplasma, que constitui o corpo da célula; e o núcleo, que contem os cromossomas que por sua vez são compostos de genes. Os genes são arquivos que guardam e fornecem instruções para a organização das estruturas, formas e atividades das células no no organismo. Toda a informação genética encontra-se inscrita nos genes, numa "memória quÃmica" - o ácido desoxirribonucleico (DNA). à através do DNA que os cromossomas passam as informações para o funcionamento da célula.
Uma célula normal pode sofrer alterações no DNA dos genes. à o que chamamos mutação genética. As células cujo material genético foi alterado passam a receber instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados protooncogenes, que a princÃpio são inativos em células normais. Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em oncogenes, responsáveis pela malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes são denominadas cancerosas.
4. COMO TRATAR O CANCER?
Atualmente, dispõe-se dos seguintes recursos para o tratamento do câncer: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e imuno-terapia, que podem ser usados de forma isolada ou combinada. A seguir, apresentam-se os princÃpios básicos destes tratamentos
4.1 TRATAMENTO CIRÃRGICO
O câncer, em sua fase inicial, pode ser controlado e/ou curado, através do tratamento cirúrgico, quando este é o tratamento indicado para o caso.
O planejamento cirúrgico deve incluir todos os cuidados referentes aos princÃpios gerais da cirurgia e ao preparo do paciente e seus familiares sobre as alterações fisiológicas e/ou mutilações que poderão advir do tratamento.
Finalidades Do Tratamento Cirúrgico
O tratamento cirúrgico do câncer pode ser aplicado com finalidade curativa ou paliativa. O tratamento cirúrgico é considerado curativo quando indicado nos casos iniciais da maioria dos tumores sólidos. à um tratamento radical, que compreende a remoção do tumor primário com margem de segurança e, se indicada, a retirada dos linfonodos das cadeias de drenagem linfática do órgão-sede do tumor primário.
4.2 RADIOTERAPIA
A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes. Uma dose pré-calculada de radiação é aplicada, em um determinado tempo, a um volume de tecido que engloba o tumor, buscando erradicar todas as células tumorais, com o menor dano possÃvel à s células normais circunvizinhas, à custa das quais se fará a regeneração da área irradiada.
As radiações ionizantes são eletromagnéticas ou corpusculares e carregam energia. Ao interagirem com os tecidos, dão origem a elétrons rápidos que ionizam o meio e criam efeitos quÃmicos como a hidrólise da água e a ruptura das cadeias de ADN. A morte celular pode ocorrer então por variados mecanismos, desde a inativação de sistemas vitais para a célula até sua incapacidade de reprodução.
Como a radioterapia é um método de tratamento local e/ou regional, pode ser indicada de forma exclusiva ou associada aos outros métodos terapêuticos. Em combinação com a cirurgia, poderá ser pré-, per- ou pós-operatória. Também pode ser indicada antes, durante ou logo após a quimioterapia.
4.3 QUIMIOTERAPIA
A quimioterapia é o método que utiliza compostos quÃmicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
O primeiro quimioterápico antineoplásico foi desenvolvido a partir do gás mostarda, usado nas duas Guerras Mundiais como arma quÃmica. Após a exposição de soldados a este agente, observou-se que eles desenvolveram hipoplasia medular e linfóide, o que levou ao seu uso no trata-mento dos linfomas malignos. A partir da publicação, em 1946, dos estudos clÃnicos feitos com o gás mostarda e das observações sobre os efeitos do ácido fólico em crianças com leucemias, verificou-se avanço crescente da quimioterapia antineoplásica. Atualmente, quimioterápicos mais ativos e menos tóxicos encontram-se disponÃveis para uso na prática clÃnica. Os avanços verificados nas últimas décadas, na área da quimioterapia antineoplásica, têm facilitado consideravelmente a aplicação de outros tipos de tratamento de câncer e permitido maior número de curas.
5. MECANISMOS DE AÃÃO E CLASSIFICAÃÃO DAS DROGAS ANTINEOPLÃSICAS
Os agentes utilizados no tratamento do câncer afetam tanto as células normais como as neoplásicas, porém eles acarretam maior dano à s células malignas do que à s dos tecidos normais, devido à s diferenças quantitativas entre os processos metabólicos dessas duas populações celulares. Os citotóxicos não são letais à s células neoplásicas de modo seletivo. As diferenças existentes entre o crescimento das células malignas e os das células normais e as pequenas diferenças bioquÃmicas verificadas entre elas provavelmente se combinam para produzir seus efeitos especÃficos.
O ADN, material genético de todas as células, age como modelador na produção de formas especÃficas de ARN transportador, ARN ribossômico e ARN mensageiro e, deste modo, determina qual enzima irá ser sintetizada pela célula. As enzimas são responsáveis pela maioria das funções celulares, e a interferência nesses processos irá afetar a função e a proliferação tanto das células normais como das neoplásicas. A maioria das drogas utilizadas na quimioterapia antineoplásica interfere de algum modo nesse mecanismo celular, e a melhor compreensão do ciclo celular normal levou à definição clara dos mecanismos de ação da maioria das drogas. Foi a partir dessa definição que Bruce e col.(1969) classificaram os quimioterápicos conforme a sua atuação sobre o ciclo celular em:
· Ciclo-inespecÃficos - Aqueles que atuam nas células que estão ou não no ciclo proliferativo, como, por exemplo, a mostarda nitrogenada.
· Ciclo-especÃficos - Os quimioterápicos que atuam somente nas células que se encontram em proliferação, como é o caso da ciclofosfamida.
· Fase-especÃficos - Aqueles que atuam em determinadas fases do ciclo celular, como, por exemplo, o metotrexato (fase S), o etoposÃdeo (fase G2) e a vincristina (fase M).
6. TIPOS E FINALIDADES DA QUIMIOTERAPIA
A quimioterapia pode ser feita com a aplicação de um ou mais quimioterápicos. O uso de drogas isoladas (monoquimioterapia) mostrou-se ineficaz em induzir respostas completas ou parciais significativas, na maioria dos tumores, sendo atualmente de uso muito restrito.
A poliquimioterapia é de eficácia comprovada e tem como objetivos atingir populações celulares em diferentes fases do ciclo celular, utilizar a ação sinérgica das drogas, diminuir o desenvolvimento de resistência às drogas e promover maior resposta por dose administrada.
A quimioterapia pode ser utilizada em combinação com a cirurgia e a radioterapia. De acordo com as suas finalidades, a quimioterapia é classificada em:
· Curativa - quando é usada com o objetivo de se conseguir o controle completo do tumor, como nos casos de doença de Hodgkin, leucemias agudas, carcinomas de testÃculo, coriocarcinoma gestacional e outros tumores.
· Adjuvante - quando se segue à cirurgia curativa, tendo o objetivo de esterilizar células residuais locais ou circulantes, diminuindo a incidência de metástases à distância. Exemplo: quimioterapia adjuvante aplicada em caso de câncer de mama operado em estádio II.
· Neoadjuvante ou prévia - quando indicada para se obter a redução parcial do tumor, visando a permitir uma complementação terapêutica com a cirurgia e/ou radioterapia. Exemplo: quimioterapia pré-operatória aplicada em caso de sarcomas de partes moles e ósseos.
· Paliativa - não tem finalidade curativa. Usada com a finalidade de melhorar a qualidade da sobrevida do paciente. à o caso da quimioterapia indicada para carcinoma indiferenciado de células pequenas do pulmão.
7. HORMONOTERAPIA
A manipulação do sistema endócrino é um procedimento bem estabelecido para o tratamento de algumas neoplasias malignas hormoniossensÃveis.
Inicialmente utilizada no câncer de mama, a hormonioterapia foi sendo subseqüentemente aplicada a outros tumores que mostravam hormoniossensibilidade incontestável, como os carcinomas de endométrio e de próstata e os tumores tiroidianos iodocaptantes.
A hormonioterapia raramente tem objetivo curativo quando usada isoladamente. à usual sua associação, concomitante ou não, com a quimioterapia (câncer de mama e do sistema hemolinfopoético), com a cirurgia (câncer de endométrio) e com a radioterapia (câncer de próstata). A hormonioterapia pode ser indicada para tratamento paliativo de metástases ósseas de tumores hormoniossensÃveis, por exemplo.
A supressão hormonal pode ser obtida por meio de procedimentos cirúrgicos (ooforectomia, orquiectomia, adrenalectomia, hipofisectomia) e com o emprego de radiações (ooforectomia e hipofisectomia actÃnicas). Os medicamentos utilizados na hormonioterapia têm como ação ou a supressão ou o aumento dos nÃveis de hormônios circulantes.
Os hormônios utilizados na terapêutica do câncer, assim como os quimio-terápicos antineoplásicos, atuam sistemicamente e exercem seus efeitos citotó-xicos tanto sobre as células tumorais como sobre as células normais. Não se deve esquecer que a ação terapêutica se acompanha de efeitos colaterais indesejáveis - relação que deve ser bem avaliada quando do planejamento e da escolha do tratamento.
8. IMUNOTERAPIA
O tratamento do câncer que promove a estimulação do sistema imuno-lógico, por meio do uso de substâncias modificadoras da resposta biológica, é denominado imunoterapia.
As reações imunológicas podem ser resultado da interação antÃgeno-anticorpo ou dos mecanismos envolvidos na imunidade mediada por células.
A produção de anticorpos está relacionada com os linfócitos B, enquanto que a imunidade mediada por células se relaciona com os linfócitos T. Os monócitos e os macrófagos também são células efetoras de imunidade e facilitam a atividade dos linfócitos T e de modificadores da resposta biológica, como a interleucina. Mais de setenta atividades biológicas diferentes são mediadas por produtos de linfócitos, monócitos e macrófagos. Esses mediadores podem ser classificados como fatores auxiliares, supressores, reguladores do crescimento e citotóxicos.
Há muito tempo se reconhece a relação entre competência imunológica e evolução favorável da doença maligna. Especificamente, a redução da atividade das células supressoras tem sido demonstrada em pacientes com câncer de ovário, neuroblastoma e carcinoma hepatocelular. Esta observação está mais relacionada à presença de doença avançada do que ao tipo histológico do tumor e também oferece as bases para a imunoterapia de pacientes com câncer, sob a hipótese de que a restauração da função imunológica pode levar a um melhor prognóstico do caso.
8.1 Tipos De Imunoterapia
A imunoterapia é classificada em ativa e passiva, de acordo com as substâncias utilizadas e os seus mecanismos de ação.
Na imunoterapia ativa, substâncias estimulantes e restauradoras da função imunológica (imunoterapia inespecÃfica) e as vacinas de células tumorais (imunoterapia especÃfica) são administradas com a finalidade de intensificar a resistência ao crescimento tumoral. A imunoterapia especÃfica pode ser autóloga ou heteróloga.
Na imunoterapia passiva ou adotiva, anticorpos antitumorais ou células mononucleares exógenas são administradas, objetivando proporcionar capacidade imunológica de combate a doença.
9. REABILITAÃÃO
As diferentes modalidades de tratamento discutidas nesta seção foram apresentadas em seus aspectos técnicos, como intervenções capazes de controlar o tumor primário e suas complicações. O planejamento terapêutico não se restringe, no entanto, à seleção de condutas clÃnicas e/ou cirúrgicas, devendo incluir todo um conjunto de cuidados que permitam ao paciente situar-se em sua nova condição e adaptar-se fÃsica, psicológica e socialmente a ela
10. PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O CÃNCER
1) O que é câncer?
Câncer é definido como um grupo de doenças que se caracterizam pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas.
2) O que causa o câncer?
O câncer pode ser causado por fatores externos (substâncias quÃmicas, irradiação e vÃrus) e internos (hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas). Os fatores causais podem agir em conjunto ou em seqüência para iniciar ou promover o processo de carcinogênese. Em geral, dez ou mais anos se passam entre exposições ou mutações e a detecção do câncer.
3) O câncer é hereditário ?
Em geral o câncer não é hereditário. Existem apenas alguns raros casos que são herdados, tal como o retinoblastoma, um tipo de câncer de olho que ocorre em crianças. No entanto, existem alguns fatores genéticos que tornam determinadas pessoas mais sensÃveis à ação dos carcinógenos ambientais, o que explica por que algumas delas desenvolvem câncer e outras não, quando expostas a um mesmo carcinógeno.
4) O câncer é contagioso ?
Não. Mesmo os cânceres causados por vÃrus não são contagiosos como um resfriado, ou seja, não passam de uma pessoa para a outra por contágio. No entanto, alguns vÃrus oncogênicos, isto é, capazes de produzir câncer, podem ser transmitidos através do contato sexual, de transfusões de sangue ou de seringas contaminadas utilizadas para injetar drogas. Como exemplos de vÃrus carcinogênicos, tem-se o vÃrus da hepatite B (câncer de fÃgado) e vÃrus HTLV - I / Human T-lymphotropic virus type I (leucemia e linfoma de célula T do adulto).
5) Qual a diferença entre câncer in situ e invasivo?
O carcinoma in situ (câncer não invasivo) é o primeiro estágio em que o câncer não hemapoético pode ser classificado. Nesse estágio, as células cancerosas estão somente na camada da qual elas se desenvolveram e ainda não se espalharam para outras camadas do órgão de origem. A maioria dos cânceres in situ é curável, se for tratada antes que progrida para a fase de câncer invasivo. Nessa fase, o câncer invade outras camadas celulares do órgão e invade e ganha a capacidade de se disseminar para outras partes do corpo.
6) O câncer tem cura?
Desde o inÃcio do século até o momento, a postura da sociedade em geral é de acreditar que o câncer é sempre sinônimo de morte, e que seu tratamento raras vezes leva à cura. Atualmente, muitos tipos de câncer são curados, desde que tratados em estágios iniciais, demonstrando-se a importância do diagnóstico precoce. Mais da metade dos casos de câncer já tem cura.
7) Todo tumor é câncer?
Não. Nem todo tumor é câncer. A palavra tumor corresponde ao aumento de volume observado numa parte qualquer do corpo. Quando o tumor se dá por crescimento do número de células, ele é chamado neoplasia - que pode ser benigna ou maligna. Ao contrário do câncer, que é neoplasia maligna, as neoplasias benignas têm seu crescimento de forma organizada, em geral lento, e o tumor apresenta limites bem nÃtidos. Elas tampouco invadem os tecidos vizinhos ou desenvolvem metástases. Por exemplo, o lipoma e o mioma são tumores benignos.
8) O câncer pode ser prevenido?
Os cânceres causados pelo tabagismo e pelo uso de bebida alcóolica podem ser prevenidos em sua totalidade. A Sociedade Americana de Cancerologia estimou para 1998 cerca de 175.000 mortes por câncer causadas pelo uso do tabaco e um adicional de 19.000 mortes relacionadas ao uso excessivo de álcool, freqüentemente em associação com o uso do tabaco. Muitos cânceres que estão relacionados à dieta também podem ser prevenidos. Evidências cientÃficas sugerem que aproximadamente um terço das mortes por câncer estão relacionadas a neoplasias malignas causadas por fatores dietéticos. Além disso, muitos cânceres de pele podem ser prevenidos pela proteção contra os raios solares. Exames especÃficos, conduzidos regularmente por profissionais da saúde podem detetectar o câncer de mama, cólon, reto, colo de útero, próstata, testÃculo, lÃngua, boca e pele em estádios iniciais, quando o tratamento é mais facilmente bem sucedido. Auto-exames de mama e pele podem também resultar no diagnóstico precoce de tumores nessas localizações.
9) Quais são os progressos na prevenção do câncer?
Recentemente, tem-se observado importantes progressos na prevenção, diagnóstico e terapêutica do câncer. Os efeitos da prevenção primária, como a redução da prevalência do tabagismo, já podem ser observados na população masculina norte-americana, enquanto no Brasil os esforços são contÃnuos para se aumentar a adesão aos programas de controle do tabagismo. As novas estratégias que ajudam os fumantes a abandonar o cigarro, como o uso dos adesivos de reposição de nicotina e as terapias de apoio psicológico, já vêm apontando para resultados favoráveis em diferentes estudos cientÃficos. O redirecionamento dos padrões dietéticos vem também ganhando adesão crescente em nosso paÃs. No que diz respeito à prevenção o exame de Papanicolaou e a mamografia, respectivamente, na detecção do câncer do colo do útero e de mama, diferentes estudos cientÃficos têm mostrado sua utilidade no diagnóstico precoce desses cânceres, embora o impacto da mamografia, sobre a mortalidade por câncer de mama ainda seja objeto de investigações.
10) Como uma pessoa com câncer pode ser tratada?
O tratamento do câncer requer uma estrutura médico-hospitalar e recursos humanos qualificados, integrando equipes multiprofissionais. O tratamento propiamente dito do câncer pode ser feito pela cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, utilizadas de forma isolada ou combinada, dependendo do tipo celular do órgão de origem e do grau de invasão do tumor.
11) Quem está sob risco de desenvolver câncer?
Qualquer pessoa. Como a ocorrência do câncer aumenta com a idade do indivÃduo, a maioria dos casos acontece entre adultos de meia idade ou os mais velhos. O risco relativo mede a relação existente entre os fatores de risco e o câncer. Ele compara o risco de um câncer se desenvolver em pessoas com determinada exposição ou caracterÃstica ao risco observado naquelas pessoas sem essa exposição ou caracterÃstica. Por exemplo, os fumantes têm um risco relativo 10 vezes maior de desenvolver câncer de pulmão quando comparados aos não fumantes. A maioria dos riscos relativos não apresentam essa dimensão. Por exemplo, as mulheres com uma história familiar em primeiro grau de câncer de mama (ocorrência da doença em mãe, irmã ou filha) têm cerca de duas vezes mais risco de desenvolver câncer de mama, quando comparadas à s mulheres que não apresentam essa história familiar.
Bibliografia:
1- Instituto Nacional do Câncer (INCA)
2- Ministério da Saúde
3- Camila S. Barcelos – Universidade do Rio de Janeiro (UERJ)
4- 4- Departamento de genéitca da Universidade de Campinas
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2006-09-14 15:23:01
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answer #4
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