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Sabemos que em um projeto de uma pesquisa científica deve conter : Introdução, Objetivos (gerais e específicos), Justificativa, Problematização, Hipóteses, Discussão e Conclusão, além das Referências. E em um projeto para empresas?? O que deve constar??

2006-09-12 22:59:26 · 2 respostas · perguntado por Anonymous em Negócios e Finanças Carreiras e Empregos

2 respostas

Olha,
Acho que posso lhe ajudar relatando-lhe um caso verdade vivido por mim há tempos atrás, inclusive fiz publicar essa matéria em meu jornal (www.folhabrasileira.com) aqui nos EUA, que circula junto à comunidade brasileira do Estado da Flórida, a visando orientar futuros empresários futuros. Veja o assunto:
FALANDO SÉRIO

Duras lições que a vida nos ensina...

O Plano Real e a subseqüente queda nas taxas de inflação foram, sem sombra de dúvida, os mais significativos eventos da economia brasileira nos anos 90, e por conta disso, a adoção de um novo conjunto de políticas macroeconômicas e a realização de reformas favoráveis ao mercado, foram pontos estratégicos para uma nova visão até consumista em nosso País, o Brasil.

Também a década de 90 representou para a mídia brasileira, uma período de intensa transformação e globalização. Na ocasião as TVs a cabo passaram a transmitir noticiários de todo o mundo, enquanto, as antenas parabólicas se multiplicavam aos milhões nas periferias das grandes cidades, igualmente na própria zona rural.

De olho no mercado promissor de antenas parabólicas, reuni-me com outros dois amigos e decidimos ingressar nesse segmento, optando por abrir e desenvolver uma empresa com o nome de Versat Indústria, Comércio e Representações Ltda.

O perfil dos três sócios demonstrava sucesso absoluto no novo empreendimento industrial/comercial. Orlando Pereira, experiente comerciante há muitos anos estabelecido em São Paulo, com especialização em técnicas de vendas, Propaganda e Marketing. Isnard Rolim, um técnico em eletrônica, também administrador de empresas com vasto conhecimento na área industrial, mormente em Administração da Produção, com o respectivo Controle e Planejamento, e, eu, Alcir Florentino dos Santos, Consultor de Empresas, com sólida experiência em Auditoria, Custos e Finanças.

Tudo era perfeito! Vamos “arrebentar” dizíamos nós; ninguém segura este “trio virato”. Saímos a campo e em pouco tempo conseguimos adquirir todo o equipamento necessário para montar uma pequena industrial, para começar o nosso novo negócio, por um custo aproximado de $ 30.000.00 (em dólares). O planejamento inicial compreendia um crescimento sustentável em fases, sendo a primeira para produção de 1.500 antenas/mês.

Na segunda fase 3.000, subindo para 5.000 e, no espaço de mais ou menos um ano prevíamos estar produzindo 10.000 antenas/mês, quando faríamos uma avaliação criteriosa para os próximos avanços, pois em todos esses passos dados, estaríamos usando uma equipe não superior a 10 pessoas, entre produção, administração, venda e instalação, estes últimos empregados ganhando um fixo + comissão por antena instalada.

Traduzindo em miúdos, o nosso planejamento financeiro apontava a seguinte situação: nas vendas à vista, ingressaríamos ao caixa da empresa de antemão um lucro por antena da ordem de 30%, enquanto à prazo de no máximo 3 (três) vezes, nossa tabela era 40% de entrada e duas parcelas de 30% do preço de preço de mercado que era a época R$ 180.00. A parcela referente ao lucro somente viria ao final do pagamento, não obstante havermos definido 3% de inadimplência, índice este aceito na ocasião para o setor.

Resumindo, teríamos o retorno de nosso investimento no prazo de 12 meses, sem deixar de computar uma retirada mensal para cada sócio da ordem de três salários mínimos e no encerramento do exercício, feita a apuração final dos números, teríamos ainda a distribuição de dividendos, caso houvesse lucro.

Tudo transcorria-se maravilhosamente bem até o dia em que, tive um estalo e perguntei ao colega Isnard, onde se concentrava o maior polo industrial de antenas parabólicas de São Paulo? Sua resposta foi boa pergunta! Após algumas pesquisas constatamos que ficava na Cidade de São José dos Campos, uns 100 kilometros de São Paulo – Capital. Dois ou três dias depois fomos visitar duas das maiores industrias e lá chegando verificamos que uma produzia 300.000 antenas/mês e a maior 500.000.

Agora vem o tiro de misericórdia. O Departamento de vendas de todas as duas indústrias, considerando que a nossa empresa Versat também podia realizar representação, ofereceram-nos qualquer quantidade acima de 5.000 antenas mês, com um ganho médio de 30%, podendo ainda no caso de apresentar uma carta de fiança, fazer os pagamentos em 30 e 45 dias, fora o mês.

Precisa dizer que foi um balde de água fria! Descobrimos que erramos feio e no frigir dos ovos, estávamos bancando desnecessariamente o custo de um parque industrial que, por menor que fosse, havia um custo fixo instalado que corroía o nosso resultado final, repercutindo no ganho.

E isso aí! . Às vezes pecamos por não usar os métodos científicos antes de efetivar as nossas pretensões. A dura lição que aprendemos e queremos passar para vocês leitores é que antes de estabelecer o seu negócio, tome em síntese as seguintes providências:

● Escolha de um nome/marca forte: Definir um nome que possa ser facilmente absolvido pelo mercado, relacionado com o produto que pretende industrializar/comercializar;
● Definição do perfil socioeconômico dos futuros consumidores: qual o segmento do mercado que se pretende atingir, tentando checar o grau de aceitação e rejeição;
● Quantificação do potencial do mercado com respectivo preço sugerido: verificar o quanto o mercado pode absorver do seu produto e o preço ideal para comercialização;
● Avaliação da concorrência: quanto representa o percentual da concorrência no mercado e os preços praticados;
● Propaganda/Marketing: qual o veículo ideal para lançar o produto e continuar divulgando;
● Distribuição: fontes de distribuição. Como chegar ao consumidor final pelo menor custo possível.
● Registro/Licenças: Examinar todas possibilidades quanto a registro, licenças e demais requisitos, para não ter surpresas.
● etc. (particularidades de cada produto em função da expansão do próprio mercado).

Finalmente, ao listar acima os possíveis quesitos que precisamos nos ater antes de concretizar 100% de nosso investimento, creio que os leitores puderam avaliar que no caso verdade que apresentei, erramos basicamente pela não avaliação da concorrência. Isto pode ser uma advertência, um aviso aos futuros empreendedores! Faça a coisa certa, para não ter surpresas...

Alcir Florentino dos Santos
É Advogado, Contabilista, Administrador de Empresas, Filósofo e Teólogo.
Especialista em Planejamento Estratégico pela FGV e Pós-graduado em Política e Estratégia pela USP. Atuou por muitos anos como Consultor e Diretor de Empresas em São Paulo.

2006-09-19 14:10:02 · answer #1 · answered by alcirflorentino 7 · 0 0

Quem vai fazer ,sera vc mesmo

2006-09-17 10:20:37 · answer #2 · answered by Anonymous · 0 0

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