Como se manifesta a espondilose cervical?
R.: As manifestações mais comuns são a dor cervical e a limitação dos movimentos do pescoço. Acompanham-se, muitas vezes, de uma sensação de ouvir "areia na coluna", aos seus movimentos. A pessoa refere que tem a impressão de que "falta lubrificação na coluna". Estas alterações são extremamente freqüentes com o avanço da idade e não tem maior importância. Em algumas pessoas, no entanto, o estreitamento do canal e dos forâmenes vertebrais leva a compressão nervosa. Nestes casos podem ocorrer três formas de comprometimento e que devem ser avaliados por médico especialista. A radiculopatia é a compressão de uma raiz nervosa. Manifesta-se por dor irradiada do pescoço para a escápula e para um dos membros superiores, seguindo um trajeto bem definido e constante. Acompanha-se de uma sensação de formigamentos ou de dormência neste mesmo trajeto, desde o ombro até determinados dedos da mão. Pode, por exemplo, expressar-se por formigamentos nos dois primeiros dedos, nos dedos indicador e médio, ou ainda nos dois últimos. Muitas vezes há também perda de força de um grupo muscular e que também depende da raiz ou raízes comprometidas. Pode, por exemplo, expressar-se por perda da força de flexão do antebraço, ou então de sua extensão, ou ainda de determinados dedos da mão. A mielopatia é a lesão da medula espinhal, comprimida em conseqüência da espondilose. Manifesta-se por perda progressiva dos movimentos dos quaro membros. Inicia-se, geralmente, por dificuldade progressiva de caminhar, acompanhada de uma sensação de endurecimento dos músculos dos membros inferiores. Há perda da capacidade de comandar as pernas e que progride para o mesmo déficit nos membros superiores. Surge uma sensação de dormência nas pernas e no tronco, que ascende progressivamente. Acompanha-se de uma sensação de urgência para urinar e que evolui para a incapacidade de reter a urina. Nos homens, há também disfunção erétil. A mielorradiculopatia é uma combinação da radiculopatia e da mielopatia, com manifestações de ambas.
Como fazer o diagnóstico da espondilose cervical?
R.: O diagnóstico é essencialmente clínico, confirmado com exames por imagem. Quadros clínicos de radiculopatia e de mielopatia precisam ser adequadamente identificados por médicos habilitados e que, em geral, são neurologistas ou neurocirurgiões. Evidentemente, outros especialistas podem igualmente identifica-los. As radiografias simples da coluna cervical tem valor limitado no diagnóstico, podendo evidenciar a presença e o grau de redução dos espaços discais e dos osteófitos, permitindo uma avaliação grosseira do canal vertebral e dos forâmenes. A tomografia computadorizada permite uma avaliação mais detalhada das alterações ósseas e discais, bem como do canal vertebral e dos forâmenes. A ressonância magnética da coluna cervical é o melhor exame para a avaliação do grau de comprometimento da medula e das raízes. Permite, também, excluir outras causas de mielopatia ou de radiculopatia. É importante lembrar que os exames por imagem são complementares e não tem valor isoladadamente. Em outras palavras, as alterações devem obrigatoriamente ser avaliadas no contexto clínico.
Como se trata a espondilose cervical?
R.: Os casos mais simples, e que também são os mais freqüentes, nos quais não há comprometimento das funções nervosas, são tratados sintomaticamente e com exercícios que visam melhorar a amplitude dos movimentos cervicais, além de corrigir a postura, quando alterada. Nos casos em que há apenas radiculopatia, pode-se tentar tratamento conservador, com anti-inflamatórios, analgésicos e fisioterapia. Quando estas medidas não são seguidas de recuperação funcional, pode estar indicada a descompressão cirúrgica. Nos casos em que há mielopatia progressiva, o tratamento deve ser a descompressão cirúrgica da medula espinhal.
2006-09-12 16:26:27
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answer #1
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answered by Gabi 5
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