Originalmente Lúcifer é uma palavra latina de origem greco-romana que
corresponde A Estrela Matutina. Sua importância não pode ser medida
fora de um contexto cultural, portanto há de se levar em conta que
mitologicamente Lúcifer é Filho da Aurora¹ com Júpiter, aquele que
conduz os Astros² e, auxiliado pelas Horas³, atrela e desatrela os
corcéis do carro do Sol.
Já na cultura grega a estrela matutina possui diversas faces como
demonstra Blavatsky no artigo "A História de um Planeta" para a
revista teosófica "Lúcifer":
"Vênus, caracterizada por Pitágoras como álter sol, um segundo Sol,
em virtude de sua magnífica radiância -- não igualada por nenhum
outro planeta -- foi a primeira a chamar a atenção dos antigos
teogonistas. Antes de começar a ser chamada de Vênus, era conhecida
na teogonia pré-hesiodiana como Eósforo (ou Fósforo) e Héspero, a
filha da aurora e do crepúsculo. Em Hesíodo, além disso, o planeta é
decomposto em dois seres divinos, dois irmãos -- Eósforo (Lúcifer dos
latinos) a manhã, e Héspero, a estrela vespertina. São filhos de
Astreu e Eos, o céu estrelado e a aurora, e também de Céfalo e Eos
(Teog: 381, Hyg. Poet. Astron. 11, 42). Preller, citado por Decharme,
mostra Faetonte idêntico a Fósforo ou Lúcifer (Grech. Mythol: I,
365). E, invocando a autoridade de Hesíodo, também transforma
Faetonte em filho das duas últimas divindades -- Céfalo e Eos.
Ora Faetonte ou Fósforo, a "orbe luminosa da manhã", é levado à força
na juventude por Afrodite (Vênus) que faz dele o guardião noturno de
seu santuário (Teog: 987991). Ele é a "brilhante estrela da manhã"
(ver Apocalipse de João, XXII, 16) amado por sua luz radiante pela
Deusa do Amanhecer, Aurora, que, apesar de gradualmente eclipsar a
luz de seu amado, parecendo assim causar sua aniquilação, o faz
reaparecer à noite no horizonte, onde ele toma conta dos portões do
céu. De manhã , Fósforo "surgido das águas do Oceano, eleva no céu
sua sagrada cabeça para anunciar a aproximação da luz divina" (Iliad,
XXIII, 226; Odiss: XIII, 93; Virg: Eneida, VIII, 589; Mythol. de la
Grèce Antique: 247). Ele tem uma tocha na mão e voa pelo espaço, uma
vez que precede o carro de Aurora. Ao entardecer torna-se Héspero "a
mais esplêndida das estrelas que brilham na abóboda celeste" (Ilíad,
XXII. 317). Ele é o pai das Hespérides, as guardiãs das maçãs de
ouro, juntamente com o Dragão; o belo gênio dos cachos dourados,
cantado e glorificado em todo antigo epitalâmio (cantos nupciais dos
primeiros cristãos e dos gregos pagãos); é ele que, ao cair da noite,
conduz o cortège nupcial e entrega a noiva nos braços do noivo.
(Carmen Nuptiale. Ver Mythol. de 1a Grèce Antique, Decharme). ...
Quando chamado Lúcifer, é o "portador da luz", o primeiro raio
radiante que destrói a escuridão letal da noite. Quando chamado
Vênus, o planeta-estrela torna-se símbolo do amanhecer, a casta
Aurora. O professor Max Müller acertadamente conjetura que Afrodite,
nascida no mar, é a personificação do Raiar do Dia, e o mais
encantador signo na Natureza ("Ciência da Linguagem") pois, antes de
sua naturalização pelos gregos, Afrodite era a Natureza
personificada, a vida e a luz do mundo pagão, como prova a bela
invocação à Vênus de Lucrécio, citada por Decharme. Ela é a divina
Natureza em sua inteireza, Aditi-Prakriti antes de tornar-se Lakshmi.
É a Natureza diante de cujo rosto magestoso e belo "os ventos sopram,
o silencioso céu derrama torrentes de luz e as ondas do mar sorriem"
(Lucrécio). Quando referida como a deusa síria Astartéia, a Astarot
de Hieropolis, o radiante planeta foi personificado como uma
magestosa mulher, segurando em uma das mãos uma tocha, em outra, um
instrumento curvo na forma de cruz. (Vide De Dea Syriê, de Lucian e
De Nat. Deorum, de Cicero, 3 c. 23). Finalmente, o planeta é
representado astronomicamente como um globo equilibrado sobre a cruz -
- um símbolo ao qual diabo algum gostaria de ser associado --
enquanto o planeta Terra é um globo com uma cruz sobre ele. "
É necessário lembrar que a palavra original "Lúcifer" era latina de
origem greco-romana e segundo a Mitologia sua função era de Condutor
dos Astros e Conector do Sol, fazendo de Lúcifer um Hierofante
Universal. Lúcifer é o intermediador entre a esfera de Tipheret (o
Sol, a Consciência) que oculta o Eu Superior(Sanctvs Angelvs).
Lúcifer é o Portador de uma Corrente Solar formada pela Cruz Circular
Cósmica dividida em quatro pólos : A Metade Superior é composta de
Hórus e Set em seus modos solares. A Metade Inferior é composta da
egrégora solar (conjunto orgânico da mente grupal) deixada pelo AEon
passado, é sombreada pelas forças do topo, mas ainda tende a
influenciar a radiação da força. Esta dualidade traz à mente a
necessidade imperativa de reavaliar e reinterpretar os ensinamentos
do velho Aeon sob uma nova luz ao invés de rejeitá-los duma só vez.
Esta ação redime as energias do centro inferior de Tipheret e alinha-
as com a nova corrente. No Centro Sol da Criança Coroada que o
mistério da Fênix se inicia. Tipheret, a Criança Solar ou Hórus, que
forma o glifo externo da Fênix é Heru-Ra-Ha é o Senhor do Duplo
Cajado, cuja imagem exotérica é solar em orientação. Entretanto, esta
é apenas uma aparência, a verdadeira naturez a da Fênix é encontrada
dentro dos aspectos mais escuros deste ícone. Por assim dizer, sua
natureza real é Ain ou Set. Vide o Pavão Yezidi*. A Fênix suméria era
simbolizada pelo Pavão, pois cada uma de suas penas contém um "olho".
A numeração de "olho" é setenta ou Ain. A Fênix em todas suas formas,
é o distribuidor central de energia da Árvore da Vida, suas formas
estendendo-se por toda a criação através de Hórus e para o Nada
através de Set. Sua forma, então, cria uma ponte entre os ciclos a
partir da manifestação em direção à dissolução. A Ressurreição da
Fênix Em mitologias antigas, a Fênix lança-se sobre as cinzas de
civilizações caídas para nascer novamente.
¹ A primeira das divindades da luz, a deusa da manhã, a quem cumpria
abrir, ao Sol, as portas do Oriente.Era filha de Titã e da Terra,
esposa de Titon, irmã de Hélios e de Selene, e mãe dos ventos, de
Menon ( rei dos etíopes ) e de Hermation, por cuja morte chorou
tanto, que as suas lágrimas formaram o orvalho matutino. A frescura
da madrugada e o seu aspecto luminoso e sanguíneo fizeram com que a
fértil imaginação do artista emprestasse à Aurora uma admirável
frescura, sedutora beleza, braços e dedos rosados e brilho
encantador. Surge diariamente do abismo do Oceano, com o seu manto
amarelo, e sobe ao céu levada por suas asas brancas e transparentes
ou por um carro dourado tirado por quatro cavalos alados ( Eos,
Acteon, Flegon e Pirois ), distribuindo o orvalho sobre a terra, e
fazendo crescer as flores. Pediu a Júpiter, e obteve, a imortalidade
do seu esposo, mas não se lembrou de pedir-lhe também a eterna
mocidade. Daí resultou apresentar-se ele, com o correr dos anos, em
completa decrepitude, encanecido, com o rosto profundamente sulcado,
a pele enrugada, as mãos trêmulas e o corpo recurvado. Eos,
entristecida por vê-lo neste estado, encerrou-o em um recinto, donde
mal se ouvia o áspero som da sua voz, e, não satisfeita, procurando
extinguir, de vez, os seus sofrimentos, transformou-o em cigarra.
Titon simboliza o dia que, pela manhã, surge fresco, belo e luminoso,
e escurece à tarde. Amou também Orion, Céfalo, Clito e Rhiton; e,
como a estrela Orion desapareça, ao romper do dia, nasceu a lenda que
Orion foi amado e raptado por Eos, e depois morto por Diana. É
representada sob a figura de uma jovem coroada de flores, sobre o seu
carro avermelhado, tendo em uma das mãos um facho, e a espalhar, com
a outra, uma chuva de rosas. Homero pinta-a com um vaporoso véu
atirado para trás, abrindo, com os seus dedos rosados, a barreira do
dia. Colocam também um cântaro sobre os seus braços, para a
distribuição do orvalho com que favorece o crescimento das plantas.
²Titãs, filhos de Astreu e de Heribéa.
³ Filhas de Júpiter e de Temis, presidiam às estações do ano,
cuidavam do coche e dos cavalos do sol; Eram três: Eunómia ( a boa
ordem ), Diké ou Dicéa ( a justiça ) e Eirene ou Irene ( a paz ).
Quando os gregos dividiram o dia em doze partes iguais, os poetas
elevaram o seu número para doze.Reunidas, formam coro com as musas,
as graças, Harmonia, Hebe e Vênus, para, juntas, saudarem o nascer do
dia. Foi-lhes confiada a educação de Juno e a missão de descerem aos
infernos para conduzirem Adonis a Vênus. São representadas como
dançarinas, com asas de borboleta, tendo a cabeça coroada de folhas
de palmeira.
* A região do Curdistão originou três cultos aos anjos, o mais famoso
deles é o dos Yezidis, originais do Iraque, centrado na figura de uma
entidade angélica suprema chamada Melek Taus, o "anjo-pavão". Esse
anjo é frequentemente mostrado na forma de um ícone de um pássaro
estranho conhecido como sanjag.
Os Yezidis são os únicos que consideram o norte como o ponto sagrado.
Eles afirmam que sua crença é uma das mais antiga do mundo, a qual
conseguiu escapar da conversão realizada pelas religiões posteriores.
No Kitab el-Jelwa ou Livro Negro, livro sagrado dos Yezidis, Melek
Tawus (também chamado Azazil, Iblis e Ta'usi-Melek) se revela como um
ser divino que rege sobre todos os outros seres divinos e sobre todas
as criaturas do mundo, inclusive os seres humanos. Na religião
Yezidi, Melek Tawus foi o primeiro dos sete anjos criados por Deus.
Sendo assim, Melek Tawus é um representante de Deus e não um Deus
perverso.
2006-09-13 18:34:18
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answer #3
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answered by Tau Taiguara 1
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