A descoberta de cirurgias menos traumáticas, com a recuperação mais rápida do paciente, é uma das tendências mais fortes da medicina nos últimos tempos. Nessa busca, vale até reciclar métodos antigos. É o que está acontecendo para tratar mulheres que necessitam remover o útero. Uma técnica conhecida desde a década de 30, a histerectomia vaginal, que consiste na retirada do órgão pela vagina, se adequava apenas aos casos em que o útero estivesse localizado abaixo da posição normal. Mas ela ganhou novas indicações. No Brasil, a versão moderna da operação está beneficiando um público mais amplo. “O método pode ser usado pela maioria das mulheres que precisam ter o útero retirado”, explica o ginecologista e cirurgião Armindo Dias Teixeira, da Santa Casa de São Paulo.
Em geral, a histerectomia vaginal é indicada para mulheres com mioma, um tumor benigno, a depender de seu tamanho, da localização e quantidade. Os médicos avaliam também se o tumor provoca alterações menstruais, sangramentos, desconforto e pressão sobre outros órgãos. Há pelo menos uma contra-indicação para a nova cirurgia: a técnica é vetada para extirpar tumores malignos. “Nos casos de câncer, o cirurgião precisa fazer uma investigação ampla da cavidade abdominal como condição para tirar o tumor com uma boa margem de segurança”, assegura o cirurgião oncológico Roberto Marcos da Silva, do Hospital Oswaldo Cruz, de São Paulo.
Com mais de 40 anos e sofrendo de sérias alterações menstruais, a comerciante paranaense Maria Aparecida Coito passou pela cirurgia. “Não senti dores após a operação. Quatro dias depois, fui pagar contas no banco. Em 15 dias, voltei a trabalhar”, conta Aparecida.
A rápida recuperação de Aparecida se deve ao fato de a técnica ser menos agressiva do que a cirurgia tradicional, com corte no abdome. O médico introduz instrumentos especiais pela vagina para proteger as estruturas vizinhas ao útero. Com outro instrumento, desprende o órgão das paredes do abdome para depois retirá-lo em partes. A cirurgia requer anestesia que bloqueia a sensibilidade da cintura para baixo.
As características do procedimento permitem que a paciente se recupere em cerca de uma semana. Numa intervenção tradicional, o pós-operatório pode levar entre 15 e 30 dias. O método também é indicado para pacientes acima do peso normal para sua idade. “Ele reduz as chances de complicações, como infecções no corte, mais comuns em mulheres obesas”, afirma Octacílio Figueirêdo Netto, introdutor da técnica no Brasil. Nem sempre, no entanto, é preciso tirar o útero. Vários ginecologistas defendem a aplicação de tratamentos que preservem o órgão sempre que houver condições para isso. Essa conduta é priorizada nos casos em que a mulher tem menos de 40 anos e ainda não teve filhos.
2006-09-10 02:35:10
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answer #1
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answered by Thaisa 2
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Oi Catarina. Procure diretamente no Yahoo, ou no Google. Um abraço.
2006-09-10 08:21:40
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answer #2
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answered by Claret. 6
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