Vc está certa não são iguais mesmo...
O Espiritismo fala em “evangelizar”, em “consciência cristã”, em “Espiritismo cristão”. Para sabermos se o Espiritismo é ou não cristão, nada melhor do que fazermos o confronto de suas doutrinas com as do Cristianismo.
Vejamos o que é ser cristão.
(1) “Cristão [do gr. Christhos, messias] – Aquele que vive de conformidade com os ensinamentos de Cristo. Não basta crer em Cristo para ser cristão; é necessário, antes de tudo, executar os mandamentos deixados por Ele. Os melhores cristãos são os que se parecem com Cristo. Foi em Antioquia que os seguidores de Cristo passaram a ser conhecidos como cristãos - At 11.26” (Dicionário Teológico, Claudionor C. de Andrade). (2) “Cristão [Do lat. Chrstianu] – Do, ou relativo ou pertencente ao Cristianismo. Que o professa. Aquele que professa o Cristianismo, que é sectário dele” (Dicionário Aurélio). “Cristão– Seguidor de Cristo - At 11.26” (Dicionário da Bible Online).
Em síntese, ser cristão é crer que Jesus é o Filho de Deus, o Verbo que estava no princípio com Deus e que era Deus, e que se fez homem e habitou entre nós (Jo 1.1,2,14; 3.18); é ser obediente aos Seus mandamentos (Jo 14.21); é ensinar o Evangelho que Ele nos ensinou (Mt 28.19-20); é crer que a Bíblia registra com fidelidade o Seu Evangelho (Jo 14.26); é crer que a Bíblia é a única regra de fé e prática (Jo 17.17; Rm 10.17; 2 Tm 3.16-17).
Escolhemos para análise comparativa os seguintes temas: a divindade de Jesus; Sua ressurreição; Suas aparições; Seu corpo; A Bíblia Sagrada, O Espírito Santo, o Juízo Final, a volta de Cristo e o arrebatamento da Igreja.
A Divindade de Jesus
O que ensina o Cristianismo
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. O Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1.1,14). “Quem me vê a mim, vê o Pai” (Jo 14.9; cf. Jo 8.19). “Eu e o Pai somos um. Sendo homem, te fazes Deus a ti mesmo” (Jo 10.30-33). “Em verdade, em verdade eu vos digo: Antes que Abraão existisse, Eu Sou” (Jo 8.58). “E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16; cf Mt 14.33; Lc 1.35; Jo 1.49). O título `O Filho de Deus´, não recusado por Jesus, designa uma relação eterna entre o Filho e o Pai na Deidade. O Verbo, isto é, o Filho, estava com Deus no princípio e era Deus. “Ele é considerado `Filho´, não porque em certo tempo começou a derivar Seu ser do Pai (em tal caso, Ele não poderia ser coeterno com o Pai), mas porque Ele é e sempre foi a expressão do que o Pai é (cf. Jo 14.9). As palavras em Hebreus 1.3: `O qual [Jesus], sendo o resplendor da sua glória [de Deus], e a expressa imagem da sua pessoa [de Deus], são definições do que significa Filho de Deus” (Notes on Galatians, de Hogg e Vine, pp.99,100, citado pelo Dicionário VINE).
O que ensina o Espiritismo:
“Esta passagem dos Evangelhos [Jo 1.1,14] é a única que, à primeira vista, parece encerrar implicitamente uma idéia de identificação entre Deus e a pessoa de Jesus. Não exprimem senão uma opinião pessoal [de João]. Jesus pode, pois, estar encarregado de transmitir a palavra de Deus sem ser Deus” (Obras Póstumas, Alan Kardec, 1993, 1a edição, p. 145 e 146).
Apresentamos acima apenas algumas passagens em que a divindade de Jesus está explícita ou implícita. Há outras em que Ele perdoa pecados e garante a salvação (Lc 23.43), aceita a adoração que somente a Deus é devida (Mt 4.10; 8.2; 14.33; Jo 9.35-39), não recusa ser chamado de Deus (Jo 20.27-29), e diz que tem direito à mesma honra que é prestada a Deus (Jo 5.23-24). Qual a prova de que o que o apóstolo João escreveu foi apenas opinião pessoal? Todos os quatro evangelistas deram opiniões pessoais, sem valor? Não. A Bíblia é a palavra de Deus, e foi escrita sob inspiração divina (1 Jo 1.1-3). A sinceridade e a verdade de suas palavras decorrem da condição testemunhas oculares. Não emitiram apenas uma opinião pessoal. Eles acompanharam o Mestre em todo o Seu ministério, do início da pregação do Evangelho até Sua ascensão. Pedro é incisivo: “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade” (2 Pe 1.16). Os apóstolos não defenderam teses; falaram de fatos reais por eles presenciados.
A Ressurreição de Jesus
O que ensina o Cristianismo
“Mas, depois de eu ressuscitar, irei adiante de vós para a Galiléia” (Mt 26.32; Mc 14.28 = Jesus). “E o entregarão [o Filho do homem] aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem, e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará” (Mt 20.19 = Jesus). “Derribai este templo, e em três dias o levantarei” (Jo 2.19 = Jesus). “Quando, pois, ressuscitou dos mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isso” (Jo 2.22). “Desde então, começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia” (Mt 16.21). “Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como tinha dito. Vinde e vede o lugar onde o Senhor jazia. Ide, pois, imediatamente, e dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dos mortos” (Mt 28.6-7). “Porque foi para isto que morreu Cristo, e ressurgiu, e tornou a viver, para ser Senhor, tanto dos mortos, como dos vivos” (Rm 14.9). Vejam o que o Apóstolo diz: “E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Co 15.4); “Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos... por Tiago, por todos os apóstolos, por mim” (vv.6,7,8). Em tom de repreensão, prossegue: “Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também vã a nossa fé... mas de fato Cristo ressuscitou entre os mortos e foi feito primícias dos que dormem” (vv.12-20). O significado de ressuscitar: “Fazer voltar à vida. Tornar a viver, após ter morrido” (Mini Dicionário Aurélio).
O que ensina o Espiritismo
“A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição.... Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama de reencarnação. A ressurreição dá idéia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos” (O Evangelho Segundo o Espiritismo (E.S.E.), Allan Kardec, cap. IV, item 4).
Os fatos comprovam que Jesus ressurgiu dos mortos, ou seja, ressuscitou corporalmente, voltou a viver. Se os discípulos tinham alguma dúvida sobre o assunto, após a ressurreição de Jesus tudo ficou esclarecido. A partir daí, passaram anunciar, não o Cristo morto, mas o Cristo vivo: “Aos quais também [aos apóstolos], depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao Reino de Deus” (At 1.3). Esses homens falaram com a inquestionável autoridade de quem viu, ouviu e tocou: “O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida, o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos...” (1 Jo 1.1,3).
As Aparições de Jesus
O que ensina o Cristianismo
“E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. E Jesus lhes disse: Por que estais perturbados e por que sobem tais pensamentos aos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo. Apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. Tendes aqui alguma coisa que comer? Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e um favo de mel. O que Ele tomou, e comeu diante deles” (Lc 24.37-43). “Jesus disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente” (Jo 20.27).
O que ensina o Espiritismo
“As aparições de Jesus depois de sua morte são narradas por todos os evangelistas com detalhes circunstanciados que não permitem duvidar da realidade do fato. Aliás, elas se explicam perfeitamente pelas leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito, e nada apresentam de anômalo... Reconhece-se nelas [nas aparições] todos os caracteres de um ser fluídico. Aparece inopinadamente e desaparece da mesma forma; é visto por uns e por outros sob aparência, que não o fazem reconhecido, nem mesmo por seus discípulos. Sua linguagem não tem a vivacidade de um ser corporal; tem o tom breve e sentencioso... Jesus mostrou-se, pois, com seu corpo perispiritual, o que explica não ter sido visto por aqueles a quem desejava mostrar-se; se estivesse em seu corpo carnal, teria sido visto por todos, como quando era vivo” (A Gênese, Allan Kardec, 14a edição, 1985, cap XV-61, p. 300/301).
“Depois de sua ressurreição, quando ele quis deixar a Terra, não morre; seu corpo se eleva, se desvanece e desaparece sem deixar nenhum sinal, prova evidente de que esse corpo era de outra natureza que não aquele que pereceu sobre a cruz; de onde será forçoso concluir que se Jesus pôde morrer, é que tinha corpo carnal” (Ibidem, p. 303-304).
Não ficou bem clara a posição de Allan Kardec a respeito do corpo carnal de Jesus. Se o corpo ressurreto “era de outra natureza”, isto é, diferente do que foi crucificado, é forçoso perguntarmos onde foi parar o corpo carnal. Ora, o próprio autor da tese espírita declara que Jesus “tinha corpo carnal”. Eis suas explicações:
“O desaparecimento do corpo de Jesus após sua morte foi objeto de numerosos comentários... Uns viram neste desaparecimento um fato milagroso; outros supuseram uma remoção clandestina. Segundo outra opinião, Jesus não teria jamais revestido um corpo carnal, mas somente um corpo fluídico... e dizem que assim se explica que seu corpo, retornado ao estado fluídico, pôde desaparecer do sepulcro, e foi com este mesmo corpo que ele se teria mostrado depois de sua morte. Sem dúvida, um fato destes não é radicalmente impossível... A questão é, pois, de saber se tal hipótese é admissível, se ela é confirmada ou contraditada pelos fatos” (Ibidem, cap XV-64, p.302-303).
Após mostrar-se simpatizante da idéia segunda a qual Jesus nunca teve um corpo carnal – “sem dúvida, um fato destes não é radicalmente impossível” -, o autor de A Gênese conclui que “Jesus teve, pois, como todos, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que é confirmado pelos fenômenos materiais e pelos fenômenos psíquicos que assinalaram sua vida” (Ibidem, cap XV-66, p. 304). Analisemos:
O Espiritismo afirma que Jesus não foi reconhecido e não foi visto em suas aparições por tratar-se de um “ser fluídico”. O que diz o Cristianismo:
“Abriram-se-lhes os olhos [de dois discípulos a caminho de Emaús], e o conheceram...” (Lc 24.31). Jesus, aos onze discípulos: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39). Jesus não se declara como um “ser fluídico”, um perispírito ou um fantasma. Jesus foi reconhecido por Maria Madalena (Jo 20.16); reconhecido por Tomé: “Porque me viste, Tomé, creste” (Jo 20.27-29); reconhecido por alguns discípulos junto ao mar de Tiberíades: “E nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor” (Jo 21.12); e “foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos...” (1 Co 15.6).
O Espiritismo diz que a linguagem de Jesus, nas aparições, “não tem a vivacidade de um ser corporal; tem o tom breve e sentencioso...”. O que diz o Cristianismo:
Jesus conversou demoradamente com os dois discípulos a caminho de Emaús (Lc 24.15-31), com seus discípulos (Lc 24.36-51), com sete discípulos que estavam pescando, ocasião em que deu várias orientações a Pedro (Jo 21.1-23). Em nenhuma hipótese podemos considerar que não houve vivacidade nas palavras de Jesus, ou que seu tom fora breve e sentencioso.
O Espiritismo diz que Jesus mostrou-se com o seu “corpo perispiritual”. O próprio Jesus responde: “Espírito [ou perispírito] não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39).
O Corpo de Jesus
O que teria acontecido com o corpo carnal de Jesus? O Espiritismo afirma que ele tinha um corpo carnal e um corpo fluídico, como todos os homens têm. Entendo que isto seja traduzido como corpo e espírito. O espírito, na Sua morte, foi entregue ao Pai (Lc 23.46). O Seu corpo foi guardado no sepulcro (Lc 23.53).
O Espiritismo não firma uma posição sobre o assunto. Apenas informa que o “desaparecimento do corpo de Jesus após sua morte foi objeto de numerosos comentários”; que os evangelistas declaram que o corpo não foi encontrado no sepulcro; que uns viram nisso um fato milagroso; outros supuseram uma remoção clandestina (A Gênese, cap. XV-64, p. 302).
O Cristianismo afirma que o corpo de Jesus foi muito bem guardado por soldados fortemente armados, e a entrada do sepulcro foi fechada com uma pedra que recebeu o selo imperial romano (Mt 27.64-66). Por se tratar de algo completamente fora de cogitação, não prosperou a mentira dos judeus sobre o furto do corpo (Mt 28.11-15). A resposta para o “desaparecimento” do corpo é simples: (1) “Desde então, começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia” (Mt 16.21); (2) O Filho do homem “ressuscitará ao terceiro dia” (Mt 20.19; Lc 9.22). A ressurreição corporal de Jesus é a essência do Cristianismo. Por fim, ouçamos o apóstolo Paulo:
“Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi; que Cristo foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e que foi visto por Cefas e depois pelos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos... Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos. E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também vã a nossa fé. Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos que dormem” (1 Co 15.3-20).
A Bíblia Sagrada
O que ensina o Cristianismo
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17 = Jesus). “Eles [os irmãos do rico que estava em tormentos] têm Moisés e os profetas; ouçam-nos” (Lc 16.29 = Jesus). Jesus validou o Pentateuco e os Livros Proféticos. “Não penseis que vim destruir a Lei ou os profetas; eu não vim destruir, mas cumprir; nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” (Mt 5.17,18). “Toda a Escritura divinamente é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Tm 3.16-NVI). Paulo está dizendo que a Bíblia é o padrão para nossa vida cristã, nossa bússola, nossa regra de fé. “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29 = Jesus). Para o cristão é fundamental conhecer a Bíblia. O Apóstolo não deixa por menos: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15).
O que ensina o Espiritismo
“Diremos, pois, que a Doutrina Espírita, ou o Espiritismo, tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos, ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas ou, se se quiser, os espiritistas. O Livro dos Espíritos contém especialmente a doutrina ou teoria do Espiritismo que, num sentido geral, pertence à escola espiritualista, da qual apresenta uma das fases” (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, 1997, Introdução, p. 11).
Allan Kardec está ensinando que os adeptos do Espiritismo deverão ser chamados “espíritas” ou “espiritistas”, e que a doutrina espírita está contida em O Livro dos Espíritos, isto é, não está na Bíblia. Continua Kardec:
“Muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros em geral são ininteligíveis, parecendo alguns até disparatados, por falta da chave que faculte se lhes aprenda o verdadeiro sentido. Essa chave está completa no Espiritismo... As instruções que promanam dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho” (E.S.E. introdução, 90a edição, p. 27,28).
A prática do Evangelho via pregação do Espiritismo é inteiramente inviável, como se vê no confronto das duas doutrinas. A “chave” para facilitar o entendimento dos evangelhos teria chegado com um atraso de muitos séculos. As Boas Novas foram trazidas pelo Verbo encarnado, e a Igreja recebeu a missão de dar prosseguimento à obra (Mt 4.23; Mt 11.5; 24.14; 26.13; Mc 16.15). O Apóstolo advertiu os gálatas das investidas dos que “querem transtornar o evangelho de Cristo”. Não usa de meias palavras: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, que seja amaldiçoado. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo” (Gl 1.7,8,12). O esclarecimento do evangelho não teve início nos tempos modernos através dos “espíritos”. Paulo começou a ensiná-lo e a esclarecê-lo há quase dois mil anos. Até hoje as cartas paulinas são orientação segura para cristãos do mundo inteiro. A Bíblia foi escrita por homens tementes a Deus e conscientes de suas responsabilidades:
“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder... falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério... Deus no-las revelou [as coisas ocultas] pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra todas as coisas... falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando coisas espirituais com as espirituais” (1 Co 2.4,7,10,13). E prossegue, respondendo aos incrédulos: “Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus; antes, falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus” (2 Co 2.17).
Jesus comissionou seus apóstolos como mestres, considerados por Ele capazes de dar continuidade ao ensino do evangelho: “Ide... ensinando... e eis que estou convosco” (Mt 28.19-20). Os apóstolos receberiam o auxílio sobrenatural do Espírito Santo. “O Espírito Santo vos ensinará todas as coisas”, vos guiará em toda a verdade” (Jo 14.26, 16.13). Não a verdade científica ou filosófica, mas toda a verdade de Cristo. Não confundamos Espírito Santo com espíritos desencarnados. O ensino do evangelho puro começou a ser ensinado pelos discípulos logo após a ascensão de Jesus (At 2.14). Portanto, não foi uma legião de espíritos que surgiu em socorro aos discípulos para que melhor entendessem o evangelho.
O Espírito Santo
O que ensina o Cristianismo
“E rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16). A palavra “outro”, traduzida do grego “allon”, significa “outro da mesma espécie”; e “consolador”, do grego “parakletos”, tem o sentido de “alguém chamado para ficar ao lado de outro para o ajudar”. Jesus explica quem é o Consolador: “Aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14.26). O Espírito Santo é o que nos convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8).
O Consolador é o Espírito de Juízo (Is 4.4); Espírito de Sabedoria, de Conselho, de Inteligência, de Poder (Is 11.2); Espírito do Senhor (Is 61.1); Espírito de Deus (Mt 3.16); o Espírito da Verdade (Jo 14.17); Espírito de Santidade (Rm 1.4); Espírito de Vida (Rm 8.32); Espírito do Filho (Gl 4.6); Espírito Eterno (Hb 9.14); Espírito de Graça (Zc 12.10). o Espírito da Profecia (Ap 19.10). Seus atributos são os mesmos da Divindade: eternidade (Hb 9.14); onipresença (Sl 139.7-10); onipotência (Lc 1.35); onisciência (1 Co 2.10).
O que ensina o Espiritismo
“Jesus promete outro Consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito... O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei: ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas... O Espiritismo vem trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra... Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança” (E.S.E., cap. VI, itens 3 e 4, p. 134-135).
No particular, a palavra do Espiritismo destoa totalmente do ensino de Jesus. Se fôssemos esperar o ensino espírita para podermos compreender o que Jesus nos revelou, teríamos perdido dezenove séculos, levando em conta que O Livro dos Espíritos foi publicado em 1857.
O Juízo Final
O que ensina o Cristianismo
“Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo” (Hb 9.27). Esta palavra é uma pedra no caminho da reencarnação porque contesta a teoria de muitas mortes e muitos nascimentos e assegura que após a morte segue-se o juízo. (2) “O Senhor sabe livrar os piedosos da provação e manter em castigo os ímpios para o Dia do Juízo” (2 Pe 2.9). (3) “Uma certa expectação horrível de juízo” (Hb 10.27). (4) “Para a ressurreição da condenação” (Jo 5.29). (5) “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo” (Mt 12.36 = Jesus). (6) “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo” (2 Co 5.10) (7) “E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (Ap 20.12). No final dos tempos, os ímpios ressuscitarão e serão condenados ao castigo eterno (Jo 5.29; Ap 20.5). “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida [do Cordeiro] foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.15; 13.8). A salvação ocorre pela graça, mediante a fé na Pessoa do Senhor Jesus Cristo (Ef 2.8-9, cf. Jo 3.18 e Rm 10.9).
O que ensina o Espiritismo
“A doutrina de um julgamento final, único e universal, que coloca fim a toda a humanidade, repugna à razão, no sentido em que ela implicaria a inatividade de Deus durante a eternidade que precedeu a criação da Terra, e a eternidade que se seguirá à sua destruição; Não há, pois, falando corretamente, julgamento final, mas há julgamentos gerais, em todas as épocas de renovação parcial ou total da população dos mundos...” (A Gênese, cap. XVII-64, 67, p. 342-343). “Deus dá ao homem oportunidade nas novas existências, a fim de reparar os erros passados” (O Livro dos Espíritos, quesito 964, p.318). “O fim da reencarnação é o melhoramento progressivo da Humanidade” (Ibidem, quesito 167). “As encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porque o progresso é quase infinito”; “Depois da última encarnação, o Espírito se torna feliz, e é considerado um Espírito puro” (Ibidem, quesitos 169 e 170, p. 94/95).
O Juízo Final não significa extermínio da humanidade. Deus é Deus dos vivos. O Espiritismo não considera a verdade bíblica da ressurreição. Ora, como Jesus disse, os salvos ressuscitarão para viverem eternamente com Deus (Jo 5.29). Como vimos, ao ensinar que todos terão a mesma oportunidade de atingir a perfeição, o Espiritismo nega a realidade bíblica do Juízo Final. Vale lembrar as palavras do Mestre, em oposição a tal ensino: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
A Volta de Cristo e o Arrebatamento da Igreja
O que ensina o Cristianismo
O Cristianismo ensina que o Senhor Jesus voltará para buscar a sua Igreja, a partir do que terão início os demais acontecimentos escatológicos que culminarão com o Juízo Final. Jesus nos garantiu: "E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também" (Jo 14.3). "Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós" (Jo 14.18). "Aquele que testifica estas coisas diz: certamente, cedo venho" (Ap 22.20). Palavras de dois anjos: "Esse Jesus, que dentre vós foi recebido no céu, há de vir, assim como para o céu o vistes ir" (At 1.11). Jesus fala do arrebatamento: "E ele enviará os seus anjos, com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos..."(Mt 24.31; cf. 1 Ts 4.13-18).
O que ensina o Espiritismo
“Jesus anuncia seu segundo advento [a Sua volta], mas não diz que virá sobre a terra com um corpo carnal, nem que o Consolador será personificado nele” (A Gênese, cap. XVII-45, p.334). “Este quadro [Mt 24.15-22; 6-8; 11-14; 29-34; 37-38] do fim dos tempos é evidentemente alegórico como a maior parte dos que Jesus apresenta. As imagens que ele contém são, por sua energia, de molde a impressionar as inteligências ainda subdesenvolvidas. O Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com grande majestade, rodeado de seus anjos e com o ruído das trombetas, lhes parecia muito mais imponente que um ser investido apenas de poder moral” (Ibidem, XVII-54, p. 338).
No entender de Kardec, Jesus foi a “segunda revelação de Deus” (E.S.E., cap I-6, p. 59) e que veio em missão divina nos ensinar a elevada moral evangélica. Levando em conta este conceito, não se pode admitir que Jesus tenha em algum momento faltado com a verdade. Logo, Suas palavras têm uma significativa importância para o Espiritismo. Necessário esclarecer que a vinda do Senhor e o conseqüente “resgate” dos seus são promessas bastante claras: “Eu virei outra vez e vos levarei para mim mesmo”. As vezes em que Jesus falou em parábolas foi para transmitir através delas uma realidade espiritual, e não uma inverdade. O arrebatamento da igreja, incompatível com a teoria da reencarnação, não é uma palavra figurativa. Jesus levaria para Si pessoas que ainda não completaram o ciclo de encarnações? Como ficariam na vinda de Jesus os espíritos ainda sujeitos a novas vidas corpóreas para expungir suas impurezas? A verdade do Cristianismo é que os que morreram em Cristo estão salvos; não dependem de sacrifícios pós-morte (Lc 16.22; cf. 1 Ts 4.16-17).
Jesus possui “apenas poder moral” e por isso teria criado um quadro majestoso, imaginário e irreal de Seu retorno? Vamos ver se o Seu poder é assim limitado: Ele andou sobre as águas; transformou água em vinho; curou leprosos, cegos e paralíticos; perdoou pecados; multiplicou pães e peixes; expulsou demônios; predisse sua própria ressurreição ao terceiro dia, e ainda afirmou que “todo o poder me é dado no céu e na terra” (Mt 28.18).
www.palavradaverdade.com
2006-09-04 08:10:08
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answer #1
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answered by Daniel 2
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A Terceira Revelação
Dalva Silva Souza
INTRODUÃÃO
Jesus de Nazaré esteve na Terra há quase dois mil anos atrás, deixando-nos seu Evangelho como roteiro de iluminação interior. Sua tarefa junto a nós, contudo, não se resume à queles poucos anos de sua pregação; ao contrário, como responsável pela educação dos EspÃritos que habitam este mundo, enviou, em todos os tempos e a todas as culturas, mensageiros com o propósito de esclarecer e orientar os homens.
Dentre esses emissários, destacou-se Moisés, incumbido de dirigir o povo hebreu nos primórdios de sua organização social e polÃtica, preparando o terreno, para que, mais tarde, ele mesmo, Jesus, viesse trazer sua mensagem. Moisés consolidou a crença no Deus único (1ª revelação), base sobre a qual Jesus edificaria seu ensino de que esse Deus é Pai de todas as criaturas, ama-nos a todos igualmente e nos reserva futuro glorioso de plenitude e paz (2ª revelação).
Seria um grande erro, pois, pensarmos que a tarefa do Mestre se limitasse à queles tempos da Palestina. Ele esteve atento aos destinos humanos desde o princÃpio e sabia que não seria fácil para os homens o caminho da evolução espiritual, por isso prometeu que enviaria mais tarde um Consolador (João, cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26), para relembrar o que Ele dissera e nos ensinar todas as coisas que não poderiam ser entendidas naquele tempo. O Consolador prometido por ele seria, pois, a 3ª revelação.
Em sua promessa, Jesus menciona o EspÃrito de Verdade que o mundo não vê e não conhece, mas que viria para estar eternamente entre nós. Analisando o texto da promessa, percebemos que Jesus já antecipava os descaminhos do homem em relação à mensagem que estava deixando. Se alguém seria enviado, para lembrar coisas que Jesus dissera, isso ocorreria, porque os homens teriam esquecido esses ensinos; e se viria para ensinar todas as coisas, é porque Jesus não pode ensinar tudo quando esteve aqui, por faltarem aos homens os pré-requisitos para o entendimento mais profundo da realidade. Se o Consolador viria para estar eternamente conosco, ele não poderia se apresentar como um ser encarnado, porque o corpo fÃsico é perecÃvel. Deduz-se, portanto, que o EspÃrito de Verdade precisaria de outra maneira de estar conosco, sem ser pela encarnação em um corpo material.
A História mostra que as religiões instituÃdas pelo homem com base nos Evangelhos cometeram muitos desvios interpretativos e desenvolveram ações que estão muito distantes da fraternidade pregada por Jesus. Não precisamos lembrar aqui as guerras religiosas e os tribunais da inquisição que derramaram tanto sangue. O fato é que instituições tão afastadas do roteiro traçado pelo Mestre não teriam condições de receber o Consolador, motivo pelo qual ele teria que aparecer nos cenários do mundo fora das igrejas edificadas pelos homens.
Todo esse raciocÃnio é importante para nos possibilitar o reconhecimento de que a promessa de Jesus já foi cumprida e o Consolador está entre nós.
DESENVOLVIMENTO
A Doutrina EspÃrita surgiu em 1857, na França. Apresentou-se como ciência de observação do fenômeno mediúnico e doutrina filosófica de cunho eminentemente moral, que reconhece no Evangelho de Jesus o código mais perfeito de ética, capaz de levar os homens à obtenção das metas de espiritualização e vivência fraternal. Hippolyte Léon Denizard Rivail foi o codificador dessa doutrina, para cuja elaboração concorreram muitos médiuns e uma grande equipe de EspÃritos, sob a supervisão de elevada entidade espiritual que se identificou como EspÃrito de Verdade.
Estão aà os elementos necessários à identificação do Consolador. O EspÃrito de Verdade se manifesta pelos médiuns, que existem em todas as culturas, em todos os tempos. Se um médium se desvia da rota, outros podem substituÃ-lo, porque a mediunidade é potencialidade inerente ao homem, por isso a mensagem que recupera os ensinos de Jesus e amplia o nosso conhecimento da realidade pode estar eternamente conosco.
Seria necessário, todavia, um corpo de doutrina que nos preparasse para exercer a mediunidade com esclarecimento e objetivos nobres, facultando à humanidade os canais de comunicação com a Espiritualidade Superior. Intercâmbio mediúnico sempre ocorreu na história do homem, mas nem sempre com os conhecimentos necessários para desvestir o fenômeno do caráter sobrenatural ou mágico, que sempre interfere na interpretação da realidade e cria núcleos de sombra e poder.
A humildade intelectual do prof. Rivail, eminente pedagogo e humanista francês, com várias obras já publicadas naquela época, levou-o a adotar o pseudônimo Allan Kardec, ao publicar as obras espÃritas, a fim de que o público não se confundisse em relação à verdadeira autoria da Doutrina esclarecedora que chegava ao mundo, para orientar e consolar as criaturas. Em momento algum de sua exaustiva tarefa de codificar e divulgar a Doutrina dos EspÃritos, colocou-se Allan Kardec orgulhosamente como autor de qualquer revelação divina ou religião. Ao contrário posicionou seu trabalho como mais uma pedra no edifÃcio da espiritualização do homem, convidando-nos a buscar pelo estudo e pela reflexão o entendimento das verdades que se encontram na extensa fenomenologia psÃquica de todos os tempos.
O Espiritismo, pois, não se posiciona contrariamente a qualquer religião, mas se apresenta como o maior de seus auxiliares, uma vez que oferece armas racionais à consolidação da fé. A finalidade das religiões é levar o homem à moralidade, e o conhecimento espÃrita contribui para que essa finalidade seja atingida. A Doutrina EspÃrita nos ensina a amar o meigo Rabi da Galiléia, induzindo-nos ao esforço necessário para colocar em prática seus ensinamentos. Mostra-nos Jesus, não como Deus, mas como um EspÃrito da mais alta hierarquia e destaca o sentimento de amor que Ele demonstrou pela Humanidade, pois deixou os páramos luminosos em que vivia, para trazer-nos a orientação quanto ao caminho que precisamos trilhar, para alcançarmos também a plenitude de ser.
Rejeitando o dogma da divindade de Jesus, o Espiritismo nega apenas o que resultou da elaboração de mentes humanas na composição de uma teologia que expressa, nesse particular como em muitos outros, uma posição contrária ao pensamento do próprio Cristo. Em várias passagens dos Evangelhos, encontramos textos em que Jesus afirma categoricamente não ser Deus, colocando-se como um enviado do AltÃssimo, a quem se subordina e de quem se faz o porta-voz. Aos que desejem ir diretamente à fonte, recomendamos a leitura das seguintes passagens: João - VIII,42; João - VII, 33; Lucas - IX, 48; João – XII, 49 e 50; Mateus – XXIV, 35 e 36.
CONCLUSÃO
O Cristianismo não oferece nenhum obstáculo aos ensinos espÃritas, que são, ao contrário, uma retomada dos postulados básicos ensinados pelo Cristo já livres dos dogmas nele enxertados pelas organizações humanas que assumiram a posição de detentoras do legado de Jesus, como se Ele houvesse instituÃdo uma organização religiosa e nomeado seus continuadores. Jesus não fundou nenhuma religião, os homens é que o fizeram e deram a ela a feição a que estavam acostumados.
Identificamos na Doutrina EspÃrita o Consolador prometido, porque ela realiza o que Jesus prometeu: traz o conhecimento que faz o homem saber de onde vem, para onde vai e porque está na Terra; ameniza a dureza das provações, porque acende em cada coração a luz da esperança; desperta em cada um o sentimento de religiosidade natural que prescinde de dogmas, templos e hierarquia sacerdotal para se externar. E, porque nos permite todo esse entendimento, a Doutrina EspÃrita nos aproxima do Criador e de seu maior mensageiro: Jesus. Podemos, pois, os espÃritas que nos esforçamos por praticar a moral cristã nos dizermos espÃritas cristãos.
E se você, amigo, acredita que Deus tem enviado mensageiros à Terra para esclarecer o homem, por que acharia que Ele não pode enviar também os bons EspÃritos, para confundir os orgulhosos e lembrar de maneira mais precisa que somos todos EspÃritos em trânsito para a evolução? Quem ousaria pôr limites ao poder de Deus e determinar o que Ele deve ou não fazer? Se essas reflexões lhe parecem lógicas, não se contente só com isso, leia "O Livro dos EspÃritos" e as demais obras da codificação.
DALVA SILVA SOUZA
A REENCARNAÃÃO ESTÃ NA BÃBLIA
Autor: Carlos César Barro
Jesus Cristo havia subido ao monte Tabor com três de seus discÃpulos para orar: Pedro, Thiago e João. Chegando ao topo, o Mestre se transfigura perante os apóstolos e eis que aparecem junto deles Moisés e Elias, já falecidos há centenas de anos, que conversam com o Senhor. Depois, Ele e seus seguidores desceram da pequena elevação e se envolvem no diálogo que colocamos ao lado.
Nas Escrituras Sagradas, mais precisamente no livro de Malaquias, há uma profecia afirmando que antes da vinda do Messias, o profeta Elias deveria novamente retornar. Sem entendê-la direito, os Escribas e os Fariseus, religiosos da época e inimigos de Jesus, apegavam-se nela para afirmarem que o Mestre não era o Filho de Deus, pois não tinham visto a Elias.
Indagado sobre a vinda do profeta, Jesus responde que ele já havia nascido, e que ninguém o tinha reconhecido. Então, os apóstolos compreenderam que se tratava de João Batista, a quem o Mestre se referia.
Em outra passagem anterior à citada, Jesus também afirma que João era Elias : ...Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça (Mateus 11: 13 a 15).
João Batista era primo de Jesus, filho de Izabel e Zacarias. à importante não confundir este João com o apóstolo do mesmo nome, chamado o Evangelista. O Batista começou a pregar no deserto, onde morava. Vestia-se de pele de animais e comia mel silvestre e gafanhotos. Sua pregação era muito enérgica, conclamando o povo a seguir os ensinamentos morais das Escrituras. Quando alguém se convertia a sua doutrina, prometia que dali em diante sua vida iria mudar. João mergulhava esta criatura nas águas do Jordão, num ato simbólico de batismo, para selar o compromisso. Este ato foi chamado de "batismo pela água". Daà o nome "Batista". Note que na época só se batizavam adultos.
Chegando Jesus à margem do Jordão, foi também batizado por João, "para que se cumprissem as antigas profecias". Este acontecimento marcou o inÃcio da vida pública do Mestre e o declÃnio da pregação do Batista. João foi preso pelo rei Herodes, por causa das crÃticas que ele fazia ao adultério do rei com sua cunhada Herodias, mulher de seu irmão Felipe. No aniversário do rei, Herodias pediu a cabeça de João. A história dos Evangelhos ilustra a vida de trabalho do Batista, à causa do Bem.
O Evangelho de Lucas, capÃtulo I, versÃculos 36 a 45, pode ser analisado. Nele, é contada a história da gravidez de Izabel, mãe do Batista, prima de Maria, a mãe de Jesus. João nasceu de parto normal, como outra criança qualquer. Conclui-se pois, que se Jesus afirmou que João era o Elias da profecia, deu inequÃvoco testemunho de que o EspÃrito ou a Alma pode entrar no ventre da mãe para nascer de novo.
Existem outras passagens que mostram que alguns judeus acreditavam na reencarnação. Muitas vezes perguntavam ao Mestre se ele era um dos antigos profetas que havia voltado (veja Mateus 16: 13 a 16). Se eles assim questionavam, é que entendiam que os EspÃritos tinham possibilidade de viverem outras vidas.
Quanto a Jesus não ter utilizado o termo "reencarnação" naquela época, ele mesmo responde numa conversa com Nicodemos, o fariseu simpático a Jesus:
Em verdade te digo que aquele que não nascer de novo , não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode retornar ao ventre de sua mãe? Jesus respondeu: Na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do EspÃrito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do EspÃrito é espÃrito. Não te maravilhes de te ter dito. Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do EspÃrito. Nicodemos respondeu: Como pode ser isso? Jesus disse: Tu és mestre de Israel e não sabes disso? ... Se vos falei de coisas terrestres e não crestes, como crereis se vos falar das celestiais? (S. João, cap.III - vers. 3 a 12).
Jesus deixa claro que nem todos estavam aptos a entenderem a verdade como ela hoje nos é apresentada pela Doutrina. Afinal, a encarnação do Mestre foi há quase dois mil anos. Não havia condições intelectuais para se entender as abstrações da vida espiritual. Por este motivo, o Mestre sempre dizia os que têm olhos para ver, vejam; os que têm ouvidos para ouvir, ouçam. Não falou claramente da reencarnação, nem da vida após a morte, mas o fez nas entrelinhas. As Escrituras Sagradas nos fornecem subsÃdios importantes para crermos na reencarnação como dádiva de Deus.
BANCO DE DADOS
Jornal "A Voz do EspÃrito"
São José do Rio Preto - SP (extraÃdo do site: http://www.walviana.hpg.ig.com.br/textos...
2006-09-04 09:13:33
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answer #5
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answered by Antonio Vieira Sobrinho 7
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