A INTELIGENCIA SUPREMA
Juvanir Borges de Souza
Qualquer que seja a forma que se adote para definir Deus, o Ser Supremo, o Criador, será sempre uma definição incompleta.
A inteligência do homem, limitada, finita, não pode abranger o ilimitado, o infinito.
Jesus, o Cristo, compreendendo essa verdade, preferiu expressar uma idéia comparativa sobre o Criador, em vez de defini-Lo. Referiu-se a Ele como o Pai, "meu Pai", o Pai de toda a Humanidade.
A figura do Pai dá ao homem, no estágio evolutivo dos habitantes da Terra, a idéia do Deus Criador, sem o objetivo de defini-Lo.
Os Espíritos Superiores, por sua vez, revelaram que "Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom. Criou o Universo, que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais".
Respondendo à primeira pergunta de "O Livro dos Espíritos", disseram:
"Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas."
Na pobreza da linguagem humana, "insuficiente para definir o que está acima da linguagem dos homens", os Espíritos Reveladores preferiram mostrar os atributos de Deus, sem defini-Lo ou pretender penetrar-Lhe a natureza íntima.
Na questão 13 de "O Livro dos Espíritos" está expresso que, além dos atributos da Divindade, antes enumerados, e que são aqueles que a inteligência limitada dos homens pode perceber, outros devem existir, mas estão acima da percepção humana.
É lógico o ensino dos Espíritos.
A inteligência e a razão humanas são próprias de criaturas imperfeitas, atrasadas intelectual e moralmente. O conhecimento do transcendente, do superior, depende não somente do progresso intelectual mas também do desenvolvimento do senso moral.
A eterna renovação de todos os seres, inclusive o ser humano, está sujeita à lei divina do progresso, manifestação da vontade do Criador em todo o Universo.
Mesmo no nosso Mundo, encarado isoladamente do Todo Universal, pode-se perceber o lento trabalho da Natureza, que só se explica pela permanente existência de um princípio divino penetrando tudo que existe. Essa energia eterna, imponderável, aciona a evolução de tudo.
A morte dos seres, as transformações sucessivas, as renovações das paisagens, tudo está no contexto da evolução.
Lavoisier, o químico francês, percebeu parte da lei de transformismo da matéria, ao formular a célebre lei: Na Natureza nada se perde, tudo se transforma.
As transformações não se dão apenas no campo material. A evolução dos seres acontece permanentemente, mesmo que de forma lenta, no terreno moral, na marcha para o bem, para o melhor, para a perfeição.
Na concepção espírita de Deus, estamos muito distanciados da multiplicidade dos deuses do paganismo, que prevaleceu por longo tempo em civilizações antigas.
Também não penetra o crivo espírita o antropomorfismo de Deus do Judaísmo, do Catolicismo e das Igrejas Reformadas.
O Panteísmo, que ensina que todos os mundos, todos os seres, todos os corpos da Natureza são partes da Divindade, foi rechaçado pelo ensino dos Espíritos Reveladores, ao mostrarem que, se assim fosse, Deus não existiria porquanto seria efeito e não causa, seria matéria mutável e não essência imutável.
Aconselham, então, que os espíritas deixem de lado todos esses sistemas, incompatíveis com a natureza do Criador, que é único, perfeito, não se revestindo de nenhuma das imperfeições próprias dos homens, não se confundindo com o Universo, que é obra sua, com a qual não se confunde.No nosso estágio evolutivo atual, basta que tenhamos a certeza da existência de Deus, que podemos perceber não diretamente, mas através de seu poder e de suas manifestações, que estão por toda parte.
E esse Ser Supremo, absoluto e eterno, à Grande Alma do Universo infinito, sabe de nossas limitações, de nossas necessidades e de nossas aspirações. Ele nos ama, ouve nossos apelos e nossas preces e é nEle que vamos buscar o socorro para todas as nossas carências e aspirações.
Ele é o Senhor da Vida que se estende infinitamente pelos mundos e universos, Vida que se manifesta em múltiplas formas na Natureza, das quais os homens conhecem uma parcela nos reinos vegetal, animal e hominal.
Até chegar à concepção atual de Deus, trazida pela Terceira Revelação, a história do homem mostra que tem ele passado por múltiplas fases: umas, que feneceram na poeira dos milênios, outras que ainda subsistem nos sistemas religiosos e filosóficos que chegaram aos nossos dias.
Em todos os tempos está presente uma idéia, um pensamento inato na natureza humana: a existência de um ser superior, misterioso, protetor do indivíduo, da tribo, da nação.
O totem é bem o símbolo de concepções primitivas de proteção e objeto de tabus e deveres especiais.
A evolução desse pensamento inato, que acompanha o homem desde idades imemoriais, passou por diversos períodos.
Deu origem à fé ingênua dos indivíduos simples e ignorantes e é o móvel da fé raciocinada da última Revelação, passando por etapas sucessivas da crença nos múltiplos deuses das civilizações desaparecidas, até chegar ao monoteísmo das religiões atuais.
É a idéia de Deus revestida de muitas formas, cada qual refletindo a evolução dos indivíduos que formaram as sucessivas gerações, as multidões nacionais e as civilizações desaparecidas.
Subsiste em todas as épocas o pensamento da existência de um Ser Superior, de um Pai celeste, de um Grande Arquiteto, de uma Razão Superior a reger os destinos da criação, às vezes confundindo-se com ela, o qual toma denominações diversas dadas pelo homem.
De outro lado, a idéia materialista, tão antiga quanto o pensamento espiritualista, está também presente no mundo, em todas as épocas.
O materialismo é uma visão parcial da obra divina. Considera a matéria a origem e a finalidade de tudo.
Em virtude dessa visão deformada, todo o Universo, todas as forças invisíveis, tudo o que escapa aos sentidos físicos do homem, a própria Vida são atributos e resultantes da matéria.
Em conseqüência dessa concepção do Universo, o materialismo não admite a existência de Deus, nem do outro elemento universal - o espírito.
O materialista é necessariamente niilista, no tocante ao mundo espiritual; é ateu, por não conceber a existência de Deus. O mundo do materialista tem na matéria o móvel e o poder supremo em tudo o que existe.
Como modernamente se comprovou que a matéria é energia concentrada e que energia é força, o materialismo perdeu sua base, seu fundamento filosófico, diante de uma realidade palpável, inaceitável para ele.
É a ciência materialista destruindo seus próprios pressupostos, que parecia ignorar as transformações da matéria em formas quintessenciadas.
A grande realidade na criação divina é que a matéria, um dos elementos do Universo, apresenta-se sob múltiplas formas e se transforma continuamente, e que o espírito, o outro elemento, também se transforma no sentido evolutivo, conservando a essência espiritual.
Embora não possa o homem compreender a essência de Deus, tudo na Natureza revela sua vontade e sua presença.
Jesus ensinou, em sua mensagem à Humanidade, que o primeiro e maior dos mandamentos da lei divina é o de amar a Deus. É evidente que sendo Deus o Criador do Universo e conseqüentemente dos mundos, dos seres e das coisas, o primeiro relacionamento da criatura, inclusive o homem, há que ser com Ele, seu Criador.
Ensina a Bíblia e a Doutrina Espírita que Deus é amor. O primeiro dever da criatura há que ser também o de amar o Criador, por mais imperfeitamente que seja Ele compreendido.
Há no homem uma espécie de sentimento inato, independentemente de sua evolução intelectual, que o induz a buscar a origem da vida e das coisas belas que o cercam. Sente então a necessidade de expressar esse sentimento, o do amor soberano, encerrado no imo do ser.
Leon Denis, em página de grande beleza, diz-nos que tudo revela e manifesta a presença de Deus. Na Natureza e no seio da Humanidade, tudo canta e celebra o amor, a beleza, a perfeição, tudo que vive e respira é mensagem de Deus. ("O Grande Enigma", l0ª ed. FEB, pág. 29.)
Realmente, a presença de Deus está manifesta na harmonia do Universo, nos bilhões de galáxias, com seus sóis e planetas que se movem obedecendo a leis matemáticas de difícil percepção humana. É a Inteligência Suprema que se conserva invisível para nós, criaturas em evolução, mas que já podemos vislumbrar Sua presença e atuação através de nossa consciência, onde a divina centelha também está presente.
Nossa maior felicidade é a de sentir essa presença, sob diferentes formas e imagens de amor, de justiça, de verdade refletindo-se em nosso íntimo.
Então desaparece todo receio, todo sentimento inferior, para dar lugar à luz de uma nova compreensão da vida.
2006-09-07 14:28:11
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answer #5
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answered by Anonymous
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A Bíblia responde.
Provérbios 3
1 Filho meu, não te esqueças da minha instrução, e o teu coração guarde os meus mandamentos;
2 porque eles te darão longura de dias, e anos de vida e paz.
3 Não se afastem de ti a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço, escreve-as na tábua do teu coração;
4 assim acharás favor e bom entendimento à vista de Deus e dos homens.
5 Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento.
6 Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas
veredas.
7 Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.
8 Isso será saúde para a tua carne; e refrigério para os teus ossos.
9 Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda;
10 assim se encherão de fartura os teus celeiros, e trasbordarão de mosto os teus lagares.
11 Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enojes da sua repreensão;
12 porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.
13 Feliz é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire entendimento;
14 pois melhor é o lucro que ela dá do que o lucro da prata, e a sua renda do que o ouro.
15 Mais preciosa é do que as jóias, e nada do que possas desejar é comparável a ela.
16 Longura de dias há na sua mão direita; na sua esquerda riquezas e honra.
17 Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas
veredas são paz.
18 É árvore da vida para os que dela lançam mão, e bem-aventurado é todo aquele que a retém.
19 O Senhor pela sabedoria fundou a terra; pelo entendimento estabeleceu o céu.
20 Pelo seu conhecimento se fendem os abismos, e as nuvens destilam o orvalho.
21 Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos: guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso;
22 assim serão elas vida para a tua alma, e adorno para o teu pescoço.
23 Então andarás seguro pelo teu caminho, e não tropeçará o teu pé.
24 Quando te deitares, não temerás; sim, tu te deitarás e o teu sono será suave.
25 Não temas o pavor repentino, nem a assolação dos ímpios quando vier.
26 Porque o Senhor será a tua confiança, e guardará os teus pés de serem presos.
27 Não negues o bem a quem de direito, estando no teu poder fazê-lo.
28 Não digas ao teu próximo: Vai, e volta, amanhã to darei; tendo-o tu contigo.
29 Não maquines o mal contra o teu próximo, que habita contigo confiadamente.
30 Não contendas com um homem, sem motivo, não te havendo ele feito o mal.
31 Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum de seus caminhos.
32 Porque o perverso é abominação para o Senhor, mas com os retos está o seu segredo.
33 A maldição do Senhor habita na casa do ímpio, mas ele abençoa a habitação dos justos.
34 Ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes.
35 Os sábios herdarão honra, mas a exaltação dos loucos se converte em ignomínia
2006-09-03 14:28:33
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answer #9
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answered by Anonymous
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