RELIGIÃO
EM BUSCA DA TRANSCENDÃNCIA
O QUE Ã RELIGIÃO? QUAL A DIFERENÃA DE SEITA?
MITOLOGIA Ã RELIGIÃO? O QUE Ã HERESIA?
RELIGIÃO deriva do termo latino "Re-Ligare", que significa "religação" com o divino. Essa definição engloba necessariamente qualquer forma de aspecto mÃstico e religioso, abrangendo seitas, mitologias e quaisquer outras doutrinas ou formas de pensamento que tenham como caracterÃstica fundamental um conteúdo MetafÃsico, ou seja, de além do mundo fÃsico.
Sendo assim o hábito, geralmente por parte de grupos religiosos de taxarem tal ou qual grupo religioso rival de seita, não têm apoio na definição do termo. SEITA, derivado da palavra latina "Secta", nada mais é do que um segmento minoritário que se diferencia das crenças majoritárias, mas como tal também é religião.
HERESIA é outro termo mal compreendido. Significa simplesmente um conteúdo que vai contra a estrutura teórica de uma religião dominante. Sendo assim o Cristianismo foi uma Heresia Judáica assim como o Protestantismo uma Heresia Católica, ou o Budismo uma Heresia HinduÃsta.
A MITOLOGIA é uma coleção de contos e lendas com uma concepção mÃstica em comum, sendo parte integrante da maioria das religiões, mas suas formas variam grandemente dependendo da estrutura fundamental da crença religiosa. Não há religião sem mitos, mas podem existir mitos que não participem de uma religião.
MÃSTICA pode ser entendida como qualquer coisa que diga respeito a um plano sobre material. Um "Mistério".
PRESENÃA DA RELIGIÃO EM TODA A CULTURA HUMANA
Não há registro em qualquer estudo por parte da História, Antropologia, Sociologia ou qualquer outra "ciência" social, de um grupamento humano em qualquer época que não tenha professado algum tipo de crença religiosa. As religiões são então um fenômeno inerente a cultura humana, assim como as artes e técnicas.
Grande parte de todos os movimentos humanos significativos tiveram a religião como impulsor, diversas guerras, geralmente as mais terrÃveis, tiveram legitimação religiosa, estruturas sociais foram definidas com base em religiões e grande parte do conhecimento cientÃfico, "filosófico" e artÃstico tiveram como vetores os grupos religiosos, que durante a maior parte da história da humanidade estiveram vinculados ao poder polÃtico e social.
Hoje em dia, apesar de todo o avanço cientÃfico, o fenômeno religioso sobrevive e cresce, desafiando previsões que anteveram seu fim. A grande maioria da humanidade professa alguma crença religiosa direta ou indiretamente e a Religião continua a promover diversos movimentos humanos, e mantendo estatutos polÃticos e sociais.
Tal como a Ciência, a Arte e a Filosofia, a Religião é parte integrante e inseparável da cultura humana, é muito provavelmente sempre continuará sendo.
TIPOS DE RELIGIÃES
Há várias formas de religião, e são muitos os modos que vários estudiosos utilizam para classificá-las. Porém há caracterÃsticas comuns à s religiões que aparecem com maior ou menor destaque em praticamente todas as divisões.
A primeira destas caracterÃsticas e cronológica, pois as formas religiosas predominantes evoluem através dos tempos nos sucessivos estágios culturais de qualquer sociedade.
Outro modo é classificá-las de acordo com sua solidez de princÃpios e sua profundidade filosófica, o que irá separá-las em religiões com e sem Livros Sagrados.
Pessoalmente como um estudioso do assunto, prefiro uma classificação que leva em conta essas duas caracterÃsticas, e divide as religiões nos seguintes 4 grandes grupos distintos.
PANTEÃSTAS
POLITEÃSTAS
MONOTEÃSTAS
ATEÃSTAS
Nessa divisão há uma ordem cronológica. As Religiões PANTEÃSTAS são as mais antigas, dominando em sociedades menores e mais "primitivas". Tanto nos primórdios da civilização mesopotâmica, européia e asiática, quanto nas culturas das Américas, Ãfrica e Oceania.
As Religiões POLITEÃSTAS por vezes se confundem com as PanteÃstas, mas surgem num estágio posterior do desenvolvimento de uma cultura. Quanto mais a sociedade se torna complexa, mais o PanteÃsmo vai se tornando PoliteÃsmo.
Já as MONOTEÃSTAS são mais recentes, e atualmente as mais disseminadas, o MonoteÃsmo quantitativamente ainda domina mais de metade da humanidade.
E embora possa parecer estranho, existem religiões ATEÃSTAS, que negam a existência de um ser supremo central, embora possam admitir a existência de entidades espirituais diversas. Essas religiões geralmente surgem como um reação a um sistema religioso MonoteÃsta ou pelo menos PoliteÃsta, e em muitos aspectos se confunde com o PanteÃsmo embora possua caracterÃsticas exclusivas.
Essa divisão também traça uma hierarquia de rebuscamento filosófico nas religiões. As PanteÃstas por serem as mais antigas, não têm Livros Sagrados ou qualquer estabelecimento mais sólido do que a tradição oral, embora na atualidade o renascimento panteÃsta esteja mudando isso. Já as politeÃstas muitas vezes possuem registros de suas lendas e mitos em versão escrita, mas Nenhuma possui uma REVELAÃÃO propriamente dita. Isto é um privilégio do MonoteÃsmo. TODAS as grandes religiões monoteÃstas possuem sua Revelação Divina em forma de Livro Sagrado. As AteÃstas também possuem seus livros guias, mas por não acreditarem num Deus pessoal, não tem o peso dogmático de uma revelação divina, sendo vistas em geral como tratados filosóficos.
PANTEÃSMO
As religiões primitivas são PANTEÃSTAS, acredita-se num grande "Deus-Natureza". Todos os elementos naturais são divinizados, se atribuà "inteligências" espirituais ao vento, a água, fogo, populações animais e etc.
Há uma clara noção de equilÃbrio ecossistêmico, onde é comum ritos de agradecimento pelas dádivas naturais e pedidos à s divindades da natureza, em alguns casos requisitando autorização mesmo para o consumo da caça que embora tenha sido obtida pelo esforço humano, seria na verdade permitida, se não ofertada, pelos entes espirituais.
A relação de dependência do ser humano com o ecossistema é clara, assim como a de parentesco e de submissão. As entidades elementais da natureza estão presentes em toda a parte, conferindo a onisciência do espÃrito divino. Embora haja a tendência da predominância de um presença mÃstica feminina, a "mãe-terra", o elemento masculino também é notável a partir do momento que os seres humanos passam a compreender o papel do macho na reprodução. Ocorre então a presença de dois elementos divinos básicos, o Feminino e Masculino universal.
à um domÃnio de pensamento transcendente, mais compatÃvel com a subjetividade e a sÃntese, não sendo então casual que este seja o tipo religioso onde as mulheres mais tenham influência. A presença de sacerdotisas, bruxas e feiticeiras é em muitos casos, muito mais significativa que a de seus equivalentes masculinos.
Todas essas religiões são ágrafas, sem escrita, com exceção é claro dos NeoPanteÃsmos contemporâneos. Portanto são as mais envoltas em obscuridade e mistérios, não tendo deixado nenhum registro além da tradição oral e de vestÃgios arqueológicos.
POLITEÃSMO
Com o tempo e o desenvolvimento as necessidades humanas passam a se tornar mais complexas. A sobrevivência assume contornos mais especÃficos, o crescimento populacional hipertrofiado graças a tecnologia que garante maior sucesso na preservação da prole e da longevidade, gera um série de atividades competitivas e estruturalistas nas sociedades, que se tornam cada vez mais estratificadas.
Nesse meio tempo a influência racional em franca ascensão tenta decifrar as transcendentes essências espirituais da natureza. Surge então o POLITEÃSMO, onde os elementos divinos são então personificados com qualidades cada vez mais humanas. O que era antes apenas a Ãgua, um ser de essência espiritual metafÃsica e sagrada, agora passa a ser representada por uma entidade antropomórfica ou zoomórfica relacionada a água.
No princÃpio as caracterÃsticas dessas divindades não são muito afetadas, mas com o tempo, a imaginação humana ou a tentativa de se adequar as religiões à s estruturas sociais, elas ficam cada vez mais parecidas com os seres humanos comuns, surgindo então entre os deuses relacionamentos similares aos humanos inclusive com conflitos, ciúmes, traições, romances e etc. E cada vez mais os deuses perdem caracterÃsticas transcendentes até que a "degeneração" chegue a ponto destes se relacionarem sexualmente com seres humanos, o que significa a perda da natureza metafÃsica, da caracterÃstica invisÃvel, ou mais, de haver relações fÃsicas e pessoais de violência entre humanos e divindades, sem qualquer caráter transcendente.
Em muitos casos é difÃcil distinguir com clareza se determinadas religiões são Pan ou PoliteÃstas. Mesmo no estágio PanteÃsta por vezes pode-se identificar com muita evidência algumas personificações das entidades divinas, mas algumas caracterÃsticas como as citadas no parágrafo anterior são exclusivas do politeÃsmo. à possÃvel que os elementos que contribuam ou realizem essa transição sejam o Animismo, Fetichismo e Totemismo.
Ocorre também uma relativa equivalência entre deidades femininas e masculinas, embora as masculinas mostrem sinais de predominância a medida que o sistema de crenças se torne mais mundano, caracterÃsticas de uma fase mais racional e técnica onde muitas vezes a religião politeÃsta caminha junto com filosofias da natureza.
à sempre nesse estágio também que as sociedades desenvolvem escrita, ou pelo menos passa a utilizar sÃmbolos abstratos e códigos visuais mais elaborados, no caso do politeÃsmo asiático, egÃpcio e europeu por exemplo, evoluiu para um sistema de escrita complexo.
Muitas destas religiões têm então, narrativas de seus mitos em forma escrita, mas tais não possuem o valor e a significância de uma Revelação propriamente dita.
Num estágio final tende a ocorrer o fenômeno da Monolatria, onde a adoração se concentra numa única divindade, o que pode ser o ponto de partida para o MonoteÃsmo.
MONOTEÃSMO
Chega um momento onde o PoliteÃsmo está tão confuso, que parece forçar o "inconsciente coletivo", ou a "intuição global" a buscar uma nova forma de crença. Alguém precisa pôr ordem na casa, surge então um poderoso Deus que acaba com a confusão e se proclama como o Ãnico soberano. Acabam-se as adorações isoladas e hierarquiza-se rigidamente as deidades, de modo a se submeter toda a autoridade do universo a um ente máximo.
O MONOTEÃSMO não é a crença em uma única divindade, mas sim a soberania absoluta de uma. A própria teologia judáico-cristã-islâmica adota hierarquias angélicas que são inclusive encarregadas de reger elementos especÃficos da natureza.
Um elemento que caracteriza mais claramente o MONOTEÃSMO mais especÃfico, Zoroastrista, Judáico, Cristão, Islâmico e Sikh, é antes de tudo a ausência ou escassez de representações icônicas do Deus supremo, e sua desatribuição parcial de qualidades humanas, nem sempre bem sucedida. Já as entidades secundárias são comumente retratadas artisticamente.
A própria mitologia grega através da Monolatria, já estaria a dar sinais de se dirigir a um monoteÃsmo similar ao que chegou a religião Hindu, ou a egÃpcia com a instituição do deus único Akhenaton, embora ainda impregnadas fortemente de PoliteÃsmo a até de reminiscências PanteÃstas no caso do Bhramanismo. Zeus assomava-se cada vez mais como o regente absoluto do universo. Entretanto um certo obstáculo teológico impedia que tal mitologia atingisse um estágio sequer semi-MonoteÃsta. Zeus é filho de Chronos, neto de Urano, essa descendência evidencia sua natureza subordinada ao tempo, ele não é eterno ou sequer o princÃpio em si próprio, que é uma caracterÃstica obrigatória de um Deus Uno e absoluto como Bhraman ou Jeová.
Um fator complicador é que todas essas religiões apesar de seu princÃpio Uno, são também Dualistas, pois contrapõem um deus do Bem contra um do Mal. Entretanto não se presta "Sob Hipótese Alguma!", qualquer culto ao deus maligno, como ocorre nas PoliteÃstas. Saber se o deus maligno está ou não sujeito afinal ao deus supremo é uma discussão que vem rendendo há mais de 3.000 anos.
Diferente do estado PanteÃsta original não ocorre harmonia entre os opostos, e um deles passa a ser privilegiado em detrimento do outro. Sendo assim onde antes ocorria a divinização dos aspectos Masculinos e Femininos do Universo, e a sacralidade da união, aqui ocorre a associação de um com o maligno, fatalmente do elemento Feminino uma vez que todas as religiões monoteÃstas surgiram na fase patriarcal da humanidade.
O Bhramanismo sendo o mais antigo, ainda conserva qualidades tais como veneração a manifestações femininas da divindade, não condena a relação sexual e ainda detém a crença reencarnacionista que é uma quase constante no PanteÃsmo. Do PoliteÃsmo guarda toda um mirÃade de deuses personificados, com estórias bastante humanas que envolvem conflitos e paixões. Mas a subordinação a um Uno supremo, no caso representado pela trindade Bhrama-Vinshu-Shiva, é clara. O panteão anterior Hindu foi completamente absorvido pelo monoteÃsmo Bhraman, e conservou até mesmo a deusa Aditi, que outrora fora a divindade suprema.
Já os monoteÃsmos posteriores, mais afastados do fenômeno panteÃsta, entram em choque mais evidente com o PoliteÃsmo que geralmente está em estado caótico. Ocorre um abafamento da religião anterior pela nova e seu caráter patriarcal e associado a violência, especialmente a partir do JudaÃsmo, se impõe de forma opressiva. As divindades femininas são erradicadas ou demonizadas, sendo então obrigatoriamente associadas ao elemento maligno do universo. Esse fenômeno acompanha a queda da condição social feminina na sociedade.
Embora as teologias monoteÃstas, especialmente na atualidade, se esforcem para afirmar o contrário, o deus único Hebreu, Cristão e Islâmico, basicamente o mesmo, assim como o do anterior Zoroastrismo e posterior Sikhismo, são nitidamente masculinos, aparentemente renegando o aspecto feminino divino do universo, mas na verdade o absorvendo, uma vez que ao contrário de deuses "supremos" PoliteÃstas como Zeus, OsÃris e Odin, eles são carregados de atribuições de amor e compaixão, embora ainda conservem sua Ira divina e seus atributos violentos, o que resulta em entidades complexas, que possuem aspectos paternos e maternos simultâneamente.
Tal como a própria emocionalidade, esse é o perÃodo mais contraditório da evolução do pensamento Teológico. Apesar de estar sob o domÃnio de uma caracterÃstica de predominância subjetiva, é o momento onde as sociedades se mostraram paradoxalmente mais androcráticas. Os elementos femininos são absorvidos pelo Deus Ãnico dando a ele o poder de atrair e seduzir as massas pela sua bondade, mostrando sua face benevolente, mas por outro lado a espada da masculinidade está sempre pronta a desferir o golpe fatal em quem se opuser a sua soberania.
Tal união, confere aos deuses monoteÃstas um poder supremo inigualável, e tal contradição, tal desarmonia intrÃnseca, resultou não por acaso no perÃodo religiosamente mais violento da história. As religiões monoteÃstas, especialmente o trio JudaÃsmo-Cristianismo-Islamismo, são as mais intolerantes e sanguinárias da história.
ATEÃSMO
As religiões aqui caracterizadas como AteÃstas negam simplesmente a existência de um Ser Supremo central, que tudo tenha criado e a tudo controle, e talvez seja nesse grupo que se sinta mais radicalmente a ruptura entre Ocidente e Oriente, mas basicamente o AteÃsmo religioso tende a funcionar da seguinte forma.
Se o MonoteÃsmo tenta acabar com o "pandemonium" PoliteÃsta e estabelecer uma nova ordem por algum tempo, acaba por também se mundanizar. As autoridades religiosas interferindo fortemente na polÃtica e na estruturação social, enfraquecem como sÃmbolos transcendentes. A inflexibilidade fundamentalista do sistema se revela injustificável ante a problemática social e as conquistas e descobertas filosóficas e cientÃficas e num dado momento o sentimento de descrença é tal que deixa-se de acreditar num deus. Surge o ATEÃSMO.
Esse é o ponto crucial, a razão pela qual de fato não acredito que existam Ateus no sentido mais profundo do termo, no máximo "agnósticos".
Geralmente o ateu não é aquele que desacredita do "invisÃvel", de qualquer forma de Téos, mas sim o que descrê dos deuses personificados e corrompidos. Afinal até o mais materialista e cético dos cientistas trabalha com forças invisÃveis! Fenômenos da natureza ainda inexplicáveis.
Gravitação Universal, Lei de Entropia, Mecânica Quântica e etc. não podem ser vistas! Apenas seus efeitos. Tal como sempre se alegou com relação aos deuses.
No que se refere a uma visão do PrincÃpio, não creio fazer diferença acreditar que um corpo é atraÃdo para o centro da Terra por uma força invisÃvel da natureza ou pela vontade de um deus também invisÃvel. Há apenas uma maior compreensão racional do fenômeno, com maiores resultado práticos, mas de um modo ou de outro, a explicação possui um certo caráter de fé, tão racionalmente satisfatório para o cientista quanto para o religioso, capaz de explicar com clareza o funcionamento do mundo e mesmo quando isso não ocorre, admiti-se como mistérios divinos, ou causas cientÃficas ainda desconhecidas.
No caso do Oriente, o AteÃsmo religioso surge principalmente na Ãndia, sob a forma do Budismo e do JainÃsmo, e na China, sob o TaoÃsmo e o Confucionismo. Todas essas religiões possuem textos base com certo grau de respeitabilidade mÃstica ou filosófica, mas o grau de liberdade com que se pode reinterpretar ou mesmo discordar destes textos é incomparável em relação aos livros sagrados MonoteÃstas.
E nesse nÃvel que muitas posturas passam a ser desconsideradas como religiões, sendo tidas em geral como filosofias. No Ocidente, tal movimento ocorreu também na Grécia Antiga, através de Filósofos da Natureza que estabeleciam como princÃpio primário universal alguma "substância" completamente impessoal. Mais especificamente, Aristóteles colocava o MOTOR IMÃVEL como o princÃpio primário, e PLOTINO, estabelecia o UNO. Porém essa breve ascensão do AteÃsmo filosófico e cientÃfico ocidental foi logo minada pelo sucesso do MonoteÃsmo cristão.
O AteÃsmo no Ocidente só surgiu novamente após a renascença, no Iluminismo, onde outras formas filosóficas se desenvolveram, mas a mistura destas com os Neo PanteÃsmos e o avanço cientÃfico em geral resulta num quadro difÃcil de se diferenciar.
Mas o ponto mais complexo na verdade, e que AteÃsmo e PanteÃsmo se confundem.
Religiões ATEÃSTAS e NEO-PANTEÃSTAS
As religiões AteÃstas não crêem numa entidade suprema central, mas pregam a interdependência harmônica do Universo, da mesma forma que o PanteÃsmo.
Pregam a harmonia dos opostos como Yin e Yang, da mesma forma que a harmonia entre a Deusa e o Deus no PanteÃsmo, e constantemente adotam um posição de neutralidade em relação aos eventos.
Provavelmente não por acaso TAOÃSMO e BUDISMO são as mais avançadas das grandes religiões num sentido metafÃsico, racional e mesmo cientÃfico. São imunes a contestação racional pois seus conceitos trabalham num plano mais abstrato mas ao mesmo tempo capaz de explicar a realidade, e fartos de paradoxos escapistas, sendo extremamente mais flexÃveis que as religiões monoteÃstas por exemplo. Não há casos significativos de atrocidades cometidas em nome destas religiões em larga escala como as monoteÃstas ou nas politeÃstas monolátricas.
Porém, barreiras intransponÃveis impedem que essas religiões sejam nesse esquema de divisão, classificadas como PanteÃstas. TAOÃSMO e CONFUCIONISMO que são chinesas equanto o BUDISMO e o JAINISMO Indianos, são religiões letradas. Possuem seus escritos fundamentais como os Sutras Budistas, o Tao Te-King TaoÃsta e os Anacletos Confucianos e os textos dos Tirthankaras Jainistas. Todas possuem seus mentores, Buda, Lao-Tsé, Confúcio e Mahavira. E todas são muito desenvolvidas filosoficamente, por vezes sendo consideradas não religiões, mas filosofia. Todas essas caracterÃsticas inexistem no PanteÃsmo primitivo.
Portanto isso me leva a classificá-las como RELIGIÃES ATEÃSTAS, por declararem a inexistência de um Ser Supremo. Pelo contrário, o TAO ou o NIRVANA, o centro de todo o Universo segundo o TaoÃsmo e Confucionismo, e o Budismo, são uma espécie de Vazio, um Não-Ser.
Já o Neo-PanteÃsmo possui sim seus textos. à o caso do Espiritismo Kardecista, do BahaÃsmo, do Racionalismo Cristão e etc. Embora muitos insistam em negar-se como PanteÃstas se inclinando para o MonoteÃsmo, porém uma série de fatores a distanciam muito deste grupo. Tais como:
A ênfase atenuada dada ao livro base da doutrina, que embora seja uma revelação, não tem o mesmo peso dogmático e em geral se apresenta de forma predominantemente racional. A postura passiva e não proselitista, e muito menos violenta, do MonoteÃsmo tradicional. A caraterização de seu fundador que mesmo sendo dotado de dons supra-naturais, não reivindica deificação e nem mesmo reverência especial. E o mais importante, diferenciando-as principalmente do MonoteÃsmo "Ocidental", o tratamento totalmente diferenciado dado a questão da existência do "Mal". Esses são alguns exemplos que tendem a afastar essas novas religiões, que prefiro agrupar na categoria Neo-PanteÃsmo, do grupo das MonoteÃstas.
Evidentemente, afirmar que DEUS é TUDO é muito similar a afirmar que é NADA. O ZERO é tão imensurável e incalculável quanto o INFINITO. Eles não podem ser medidos ou divididos, assim como não se divide por eles.
Vale lembrar que não se pode também rotular tal ou qual religião como meramente Pan, Poli ou MonoteÃsta. Muitas passaram pelas várias fases nem sempre de maneira perceptÃvel e consensual. O próprio Budismo tem várias escolas bastante diferentes entre si, e mesmo o Cristianismo tem suas variantes com direito a reencarnação e sexo tântrico, e cujas atribuições de Deus o afastam das caracterÃsticas monoteÃstas. Mas o processo macro, inconsciente, me parece ser esse! O de fases "psicohistóricas" que vão na forma:
?-PANTEÃSMO-POLITEÃSMO-MONOTEÃSMO-ATEÃSMO-?PANTEÃSMO
Outro ponto importante é que jamais uma dessas formas religiosas deixou de existir totalmente, principalmente na atualidade onde a intolerância religiosa não é mais "tolerada" na maior parte do mundo. Esses tipos de religiões se misturam e se confundem, o que explica porque qualquer tentativa de se classificar as religiões é tão complexa.
Até mesmo essa divisão esquemática apresenta problemas, como a notável diferença entre o MonoteÃsmo "Ocidental", JudaÃsmo-Cristianismo-Islamismo, fortemente interligadas, o MonoteÃsmo Oriental, Hindu, Bhramanismo e Sikhismo, e o sempre complexo Zoroastrismo, de caracterÃsticas fortemente Maniqueistas, o que viria por vezes a suscintar a questão de se o ManiqueÃsmo, que tem forte influência sobre o Gnosticismo e o Catolicismo, poderia ser considerado MonoteÃsta.
EstatÃstica sobre o quadro religioso no Brasil e no mundo
NO BRASIL
- Que o Brasil é o quinto maior paÃs do mundo em Extensão territorial?
- Que sua população é de aproximadamente 170 milhões de habitantes?
- Que os cristãos no paÃs formam cerca de 92% da população religiosa?
- Que existem mais de 1 milhão de muçulmanos e 500 mesquitas no Brasil?
- Que a primeira igreja protestante a chegar no Brasil foi a “ Igreja Reformada Holandesa”?
- Que BrasÃlia é considerada a capital mundial do esoterismo?
- Que os evangélicos no Brasil somam o tot al de 15,45% da população, ou seja, 26,1 milhões?
- Que a maior igreja evangélica do paÃs e a que mais cresce é a Assembléia de Deus com cerca de 10 milhões de membros?
- Que o Brasil é considerado o maior paÃs espÃrita do mundo?
- Que o Brasil é considerado o maior paÃs católico do mundo?
- Que os católicos são cerca de 153.0000 milhões?
- Que o Brasil é 2° paÃs no mundo em Testemunhas de Jeová?
- Que os mórmons cresceram cerca de 80% desde sua chegada aqui no Brasil?
- Que o movimento protestante que mais cresce são os carismáticos (neopentecostais) seguidos pelos pentecostais?
- Que a região brasileira que mais comporta evangélicos é a região norte (Rondônia, Amapá, Roraima e Amazonas) com 18,3%?
- Que Rondônia é o Estado que tem maior proporção evangélica do paÃs, cerca de 27,75%?
NO MUNDO
à Que a população mundial é mais de 6 bilhões de habitantes?
à Que existem 10.000 seitas no mundo?
à Que existem mais de 2.000 religiões?
à Que existem 6.000 mil seitas na Ãfrica e 1.200 nos Estados Unidos?
à Que a maior religião do mundo é o cristianismo com mais de 2,1 bilhões de adeptos?
à Mesmo assim, a religião que mais cresce no mundo não é o cristianismo, mas o islamismo?
à Que existem cerca de 1.2 bilhão de islâmicos em todo o mundo?
à Que mais de 80% dos muçulmanos nunca ouviram o evangelho?
à Que destes 6 bilhões, 2/3 não é cristã?
à Que no mundo hoje, há aproximadamente 6 milhões de Testemunhas de Jeová?
à Que há aproximadamente 10 milhões de mórmons espalhados pelo mundo?
à Que há 200 milhões de espÃritas kardecistas?
à Que De cada 100 pessoas...
-19 são muçulmanas
-18 não têm religião ou são atéias
-17 são católicas
-17 são cristãs não-católicas (ortodoxos, anglicanos, protestantes, evangélicos, pentecostais)
-14 são hinduÃstas
-6 são budistas
-Um em cada três cristãos sofre perseguição
-Um em cada dez indivÃduos no mundo é um cristão perseguido.
à Que em 1900 havia 525 milhões de cristãos?
à Que este nº aumentou no ano 2.000 para 2 bilhões?
à Que um pouco mais de 24% de todos os cristãos atualmente são pentecostais ou carismáticos (neopentecostais)?
à Que os pentecostais e carismáticos (neopentecostais) cresceram mais de 100 vezes, dos 3,7 milhões em 1900 para mais de 500 milhões em 2000?
à Que a maior igreja evangélica do mundo está na Coréia do Sul com aproximadamente, 900 milhões de membros?
à Que a religião cristã que mais perde adeptos é o catolicismo?
2006-08-30 09:58:15
·
answer #4
·
answered by Leandro Piazzon 4
·
0⤊
0⤋