Os jesuítas, Trento e a contra-reforma
A Reforma Protestante iniciada com Lutero em 1517 alastrou-se rapidamente por boa parte da Europa. O papa e o clero ficaram alarmados com isso, estudando e agilizando meios para conter esse avanço. Nesse contexto surgiu a ordem dos jesuítas que, ainda no século XVI, tornaria a igreja romana grandemente missionária, quer “reconvertendo” fiéis, quer ampliando o seu braço evangelizador: “Por volta de 1700 os jesuítas alegavam ter 300.000 seguidores na China.”1 Recordemos um pouco:
A ordem dos jesuítas foi organizada e reconhecida em 27 de setembro de 1540 pelo papa Paulo III (1468-1549, papa desde 1534) através da bula Regimini Militantis Ecclesiae, batizando-a com o nome de “Companhia de Jesus.”2 No entanto, essa sociedade começara em 15 de agosto de 1533 com Inácio de Loiola (1491-1556) e seis amigos: os espanhóis Francisco Xavier, Diogo Lainez, Afonso Salmerón e Nicolau Bobadilha; o italiano Pedro Fabro e o português Simão Rodrigues. Naquela ocasião, “fizeram, além dos votos de pobreza e castidade, um terceiro, pelo qual se comprometiam a ir a Jerusalém lutar contra os infiéis.” 3 Todos eles desejavam preservar a fé católica e buscar a conversão de pagãos, atuando em diferentes lugares, com propósitos específicos, conforme a necessidade.
Os jesuítas, desde a sua origem, personificaram o papado e os seus interesses. Eles surgiram como uma resposta católica à necessidade de deter o avanço da Reforma Protestante e também de reformar a igreja romana.
Os jesuítas foram a força motriz do Concílio de Trento,4 sendo de fato os teólogos do papa. Como os bispos geralmente não dispunham de grande conhecimento teológico, mesmo titulados em direito canônico, eles se valiam de teólogos — em geral pertencentes às ordens religiosas — que os assessoravam, sendo alguns deles enviados diretamente pelo papa. É nessa condição, de modo especial, que destacam-se os jesuítas, entre eles, Diogo Lainez, Cláudio [Afonso?] Salmerón — estes dois sugeridos por Loiola —,5 Claude Le Jay, Pedro Canísio e Oto von Truchsess, que passaram, alguns deles, a desempenhar no concílio um “papel teológico de primeira linha.”6
Depois de vários percalços, Paulo III, pressionado por Carlos V (1500-1558), finalmente redigiu uma bula (19/11/1544) convocando o concílio para o dia 15/03/1545, em Trento, que por falta de quorum só teria o seu início em 13/12/1545, encerrando os seus trabalhos em 1563.
O concílio deliberou a nível de decretos de ordem dogmática e disciplinar. Os primeiros consistiram na rejeição dos postulados protestantes, pois o concílio estava grandemente preocupado com a expansão do protestantismo.7 Os sete sacramentos foram confirmados à maneira medieval. A Escritura e a tradição eram igualmente fontes de verdade. A Vulgata foi elevada à condição de igualdade com os originais hebraicos e gregos. Os segundos (decretos de ordem disciplinar) proibiram a venda de indulgências e criaram o Index Librorum Prohibitorum (Índice dos Livros Proibidos).
Boanerges Ribeiro comenta resumidamente as tarefas gigantescas de Trento:
O Concílio de Trento realizou tarefas colossais: teve de enfrentar a Reforma Protestante; e teve de impedir que, no processo de formação e consolidação nacionalista, a Igreja Romana se fragmentasse, mesmo onde não se desse o cisma. Para o combate ao Protestantismo, além de medidas corretivas na própria Igreja Católica, formulou o Concílio sua oposição doutrinária aos princípios básicos da Reforma Protestante. Para enfrentar a ameaça de fragmentação, formulou teses de supremacia papal.8
Os jesuítas, então, saíram por toda parte levando tais resoluções, enfatizando sempre a supremacia papal, assunto até então muito disputado (se o papa ou o concílio tinha a palavra final). Sobre o serviço dos jesuítas, avalia Philip Hughes: “Sem a participação da Companhia de Jesus, a Contra-Reforma não teria passado talvez de uma solenidade de resoluções religiosas.”9
Trento deu ênfase à Contra-Reforma e, para isso, valeu-se da Inquisição como um de seus meios mais eficazes para deter o avanço protestante e reconquistar antigos territórios dominados pela fé romana. A Espanha e a Itália foram fundamentais nesse processo de “recatolização.”10
Os jesuítas tinham como regra número um a obediência ao papa. Amparados em uma forte coesão interna, prosseguiram em sua jornada, usando como instrumentos de pregação as procissões, as confissões, as exortações à comunhão freqüente, as obras de arte11 e especialmente as escolas que abriam. Adaptaram-se assim às transformações dos tempos modernos, atingindo principalmente as classes ricas e os lugares estratégicos, oferecendo escolas de boa qualidade12 que eram procuradas pelas famílias dos nobres.
Os jesuítas foram peças importantes na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), ocorrida na Europa entre protestantes e católicos. A guerra fazia parte de uma engrenagem considerada fundamental para a “reconquista” espiritual da Europa para o seio da igreja romana.
Após a guerra, selado o acordo com a Paz de Westfália (1648), o Protestantismo alcançou o seu espaço político, geográfico e religioso. É claro que isso custou um alto preço. Com a morte de milhões de pessoas, a Alemanha, por exemplo, teve a sua população reduzida a um terço.13 Outros efeitos foram sentidos com a Paz de Westfália: “Este acordo acabou com a agressão da Contra-Reforma e também com o progresso do protestantismo,” resume Nichols de forma quase melancólica.14
De fato, “o controle da Igreja pelo governo civil nos vários principados não trouxe espiritualidade.”15 A guerra por si só abatera em muito a vida moral e religiosa dos sobreviventes. Além disso, a fé em determinados círculos tornara-se apenas uma questão de assentimento intelectual. A vida espiritual carecia de algo mais sólido do que a simples — ainda que muitas vezes necessária e inevitável — controvérsia teológica. Dentro dessa carência espiritual, surgiu na Alemanha um movimento — conhecido posteriormente como “pietismo” —, que se propunha a preencher o vazio espiritual supostamente deixado pela excessiva preocupação acadêmico-apologética.
2006-08-30 01:36:44
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answered by Betinha 4
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Fundação
Em 15 de Agosto de 1534, Inácio e seis outros estudantes (Pedro Faber, Francisco Xavier, Alfonso Salmeron, Jacob Laines, e Nicolau Bobedilla - Espanhóis, e Simão Rodrigues - um português) encontraram-se na Igreja de Santa Maria, Montmartre e fundaram a Companhia de Jesus - para "desenvolver trabalho de acompanhamento hospitalar e missionário em Jerusalém, ou para ir aonde o papa nos enviar, sem questionar".
Em 1537 eles viajaram até Itália em busca de aprovação papal da sua nova ordem. O Papa Paulo III concedeu-lhes uma recomendação e autorizou que fossem ordenados padres. Foram ordenados em Veneza pelo bispo de Arbe (24 de Junho). Devotaram-se inicialmente a pregar e em obras de caridade em Itália. A guerra reatada entre o imperador, Veneza, o papa e os Turcos (Seljuk), tornava qualquer viagem até Jerusalém pouco aconselhável.
Na companhia de Faber e Lainez, Inácio viajou até Roma em Outubro de 1538, para pedir ao papa a aprovação da nova ordem. A congregação de cardeais deu um parecer positivo à constituição apresentada, e em 27 de Setembro de 1540, Paulo III confirmou a ordem através da Bula "Regimini militantis Ecclesiae", que integra a "Fórmula do Instituto" onde está contida a legislação substancial da nova Ordem. O número dos seus membros foi no entanto limitado a 60. Esta limitação foi porém posteriormente abolida pela bula Injunctum nobis de 14 de Março de 1543. Inácio de Loyola foi escolhido para servir como primeiro superior-geral. Ele enviou os seus companheiros e missionários para vários países europeus, com o fim de criar escolas, liceus e seminários.
Inácio de Loyola escreveu as constituições jesuítas, adoptadas em 1554, que deram origem a uma organização rigidamente disciplinada, enfatizando a absoluta auto-abnegação e a obediência ao Papa e os superiores hierárquicos (perinde ac cadaver, disciplinado como um cadáver, nas palavras de Inácio). O seu grande princípio tornou-se o lema dos jesuítas: "Ad Majorem Dei Gloriam" (tudo por uma maior glória de Deus)
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Obra inicial
Missionário jesuíta ibérico do século XVIIOs jesuítas foram fundados no seguimento da reforma Católica (também chamada Contra-Reforma), um movimento reaccionário à Reforma Protestante, cujas doutrinas se tornavam cada vez mais conhecidas através da Europa, em parte graças à recente invenção da imprensa. Os Jesuítas pregaram a obediência total às escrituras e à doutrina da igreja, tendo Inácio de Loyola declarado:
"Eu acredito que o branco que eu vejo é negro, se a hierarquia da igreja assim o tiver determinado"
Uma das principais ferramentas dos Jesuítas era o retiro espiritual de Inácio. Neste, várias pessoas reúnem-se sob a orientação de um padre durante uma semana ou mais, permanecendo em silêncio enquanto atendendo a palestras e submetendo-se a exercícios para se tornarem pessoas melhores. Por exemplo, houve uma conferência e meditações acerca das nossas mortes iminentes, entre outras.
Também pregaram que as decorações e a ostentação em geral nas cerimónias do catolicismo (desprezadas pelos Luteranos) deviam ser acentuadas e abundantemente financiadas.
Os jesuítas conseguiram obter grande influência na sociedade nos períodos iniciais da idade moderna (séculos XVI e XVII) porque os padres jesuítas foram por muitas vezes os educadores e confessores dos reis dessa altura. (Ver D. Sebastião de Portugal, por exemplo). Os jesuítas foram uma força líder da Contra-Reforma, em parte devido à sua estrutura relativamente livre (sem os requerimentos da vida entre a comunidade nem do ofício sagrado), o que lhes permitiu uma certa flexibilidade operacional. Em cidades alemãs, por exemplo, os jesuítas tiveram um papel batalhador, contribuindo para a repressão de quaisquer revoltas inspiradas pela doutrina de Martinho Lutero. Ver Munique ou Bona por exemplo, cidades que apesar de iniciais simpatias por Lutero, permaneceram um bastião católico, em grande parte pelo empenho de jesuítas.
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Expansão
As missões iniciais ao Japão otiveram como resultado a concessão aos jesuítas do enclave feudal em Nagasaki em 1580. No entanto, devido a receios crescentes da sua crescente influência, este privilégio foi abolido em 1587.
Dois jesuítas missionários, Gruber e D'Orville, chegaram a Lhasa, no Tibete, em 1661.
Em 1549 chegou à América do Sul o primeiro grupo jesuíta, composto por seis missionários liderados por Manoel da Nóbrega, trazidos pelo governador-geral Mem de Sá.
As missões jesuítas na América Latina foram controversas na Europa, especialmente em Espanha e em Portugal, onde eram vistas como uma interferência com a acção dos reinos governantes. Os jesuítas opuseram-se várias vezes à escravatura. Eles fundaram uma liga de cidades-estado, chamada Missões ou Missiones no sul do Brasil, ou ainda reducciones, no Paraguai, que eram povoações organizadas de acordo com o ideal católico mais tarde destruída por espanhóis e principalmente portugueses à cata de escravos .
Na China do século XVIII, os jesuítas estiveram envolvidos na chamada questão dos ritos chineses.
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Períodos agitados
Na sequência de uma série de decretos assinados pelo papa Clemente XIV, incluindo o Breve "Dominus ac Redemptor" assinado em 21 de Julho de 1773, os jesuítas foram suprimidos em todos os países (excepto a Rússia, onde a liderança da igreja ortodoxa recusou reconhecer a autoridade papal). Nessa altura havia 5 assistências, 39 províncias, 669 colégios, 237 casas de formação, 335 residências missionárias, 273 missões e 22589 membros.
Em Portugal, os Jesuítas já tinham sidos expulsos do país pelo Marquês de Pombal, na sequência do caso Távora em 1759.
Em 1814, no entanto, é restaurada a Companhia no mundo inteiro pelo Decreto do Papa Pio VII "Solicitudo omnium Ecclesiarum".
Em várias línguas, a palavra "Jesuíta" adquiriu a conotação de "hipócrita".
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Os Jesuítas de hoje
A companhia de Jesus continua activa no trabalho missonário e na educação, hoje em dia.
Alguns jesuítas latino-americanos adaptaram uma visão esquerdista do catolicismo ao desenvolver a Teologia da Libertação, contrária às orientações do Vaticano. Este tipo de opção política continua a ser um tema controverso dentro da igreja católica.
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Jesuítas famosos
Os jesuítas estão presentes, desde a primeira hora, nos novos mundos que se abrem à actividade missionária da época. São Francisco Xavier percorre a Índia, Indonésia, Japão e chega às portas da China;João Nunes Barreto e Andrés de Oviedo empreendem a fracassada missão da Etiópia; Padre Manoel da Nóbrega e Beato José de Anchieta ajudam a fundar as primeiras cidades do Brasil (Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro).
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Atuação inicial no Brasil
Os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549 e começaram sua catequese erguendo um colégio em Salvador da Bahia, fundando a Província Brasileira da Companhia de Jesus. 50 anos mais tarde já teriam colégios pelo litoral, de Santa Catarina ao Ceará. Quando Pombal os expulsou em 1760, eram 670 por todo o país, distribuídos em aldeias, missões, colégios e conventos.
Os nomes grandiosos do começo são evidentemente os de Manuel da Nóbrega e José de Anchieta. Não se podem esquecer Leonardo Nunes, Vicente Pires ou o padre João de Azpilcueta Navarro. Varnhagen nos diz que este fora logo mandado para Porto Seguro, capitania onde estavam os melhores intérpretes da língua tupi, talvez ainda - em avançada idade? - alguns dos ali deixados por Cabral e depois pela primeira armada exploradora. Vieram ainda os irmãos Diogo Jácome e Vicente Rodrigues. Haviam partido de Portugal a 1 de fevereiro de 1549. Na Bahia, participaram da fundação da cidade de Salvador. Leonardo Nunes e Diogo Jácome foram enviados imediatamente para as aldeias das capitanias de Ilhéus e Porto Seguro, em missão de catequese. Pouco depois, o irmão Vicente Rodrigues foi substituir o padre Leonardo, que seguiu para o Sul, rumo à capitania de São Vicente.
José de Anchieta também esteve em Porto Seguro e, em carta reproduzida por Accioli, diz: «Aqui temos casa em que vivem de ordinário seis dos nossos, três padres e três irmãos; vivem de esmolas, ajudados dos da Bahia, como a casa dos Ilhéus. Têm a seu cargo duas aldeias de índios, uma cinco léguas da vila para o sul, outra quatro para o norte. Não estão os padres muito bem recebidos nesta terra por causa dos Capitães e outros homens que não nos são muito benévolos, mas bem empregados, maxime em atender aos indios, porque com os portugueses não se tira muito fruto.» E, adiante, descreve a terra: «Os homens e mulheres portugueses nesta terra se vestem limpamente de todas as sedas, veludos, damascos, razes e mais panos finos como em Portugal e nisto se tratam com fausto, máxime as mulheresque vestem muitas sedas e jóias e creio que nisto levam vantagem, por não serem tão nobres, às de Portugal, e todos, assim homens como mulheres, como aqui vem, se fazem senhores e reis por terem muitos escravos e fazendas de açúcar, por onde reina o ódio e lascívia e o vício da murmuração geralmente...»
Republicadas, nas Primeiras Cartas do Brasil aparecem as primeiras cartas escritas no Brasil. Foram impressas em Coimbra em duas coletâneas – de 1551 e de 1555 – e ainda impressionam pela força de suas informações e sinceridades do relato. Observadores atentos, os jesuítas descrevem suas aventuras entre índios e colonos, procissões na selva, conversões, fugas, cenas de canibalismo, milagres, construções de igrejas e casas, expedições cercadas de perigos. A objetividade e simplicidade das cartas – que encantaram os leitores quinhentistas - transformaram-nas em sucesso editorial ao serem traduzidas em diversas línguas.
Simão Rodrigues nos conta que em 1555 «se achavam em toda a Província 26 sujeitos da Companhia, quatro na Bahia, dois em Porto Seguro, dois no Espírito Santo, cinco em São Vicente e 13 em Piratininga.» Leonardo do Vale, padre de Bragança que esteve com Mem de Sá na Guanabara, residiu um tempo em Porto Seguro e outro em Piratininga. Era professor no Colégio da Bahia em 1567 e deixou um vocabulário da língua tupi. Também por Porto Seguro esteve em 1568 o padre Inácio de Azevedo, beatificado em 1854 pelo papa Pio IX como um «dos quarenta mártires do Brasil».
Numerosas aldeias jesuíticas foram criadas na região sertaneja, respaldadas pelos Colégios da Bahia e de Pernambuco. As relações entre Colégios e Missões eram tensas, pois os primeiros pensavam privilegiar os «descimentos», enquanto as missões defendiam os «aldeamentos». Eram sistemas distintos. A disputa entre Garcia d´Avila, senhor da Casa da Torre, que em 1669 destruiu residências e aldeias no sertão e o padre Jacob Roland, missionário jesuíta entre os tapuias, ilustra bem a tensão.
As Cartas Ânuas do período (1690-1693), nos Catálogos (1679-1694) e outras encontram-se abundantes referências às aldeias dos tapuias (pagi tapuyarum). Uma carta de 1702 para a Junta das Missões apresenta muito bem a situação. As missões continuariam até a expulsão dos jesuítas em 1759.
Foram os que, dos religiosos, desempenharam o maior papel na colonização. Além do Colégio de Salvador, estabeleceram, imediatamente, residências em Porto Seguro e Ilhéus. A partir destes pontos, criaram várias aldeias em suas vizinhanças. Durante o século XVI, existiram na capitania de Porto Seguro nove missões das quais se conhecem os nomes de pelo menos seis: Casa do Salvador, em Porto Seguro; Aldeia do Espírito Santo de Patatiba (1564), atual Vale Verde; Aldeia de Caravelas (1581); São João Batista (1586), atual arraial de Trancoso; Santo André e São Mateus, situadas, respectivamente, em frente à Vila de Santa Cruz Cabrália e ao sul de Porto Seguro. Devido aos ataques dos índios, estavam reduzidas, em 1643, a quatro.
Na Capitania de Ilhéus, receberam grandes glebas de terras, fundaram ali residências, colégios e aldeias. Em 1563, Mem de Sá doou ao Colégio da Bahia a chamada sesmaria das 12 léguas de Camamu, que havia recebido, em 1537, de Jorge Figueiredo Correia e se estendia do Rio Jequié, em Nilo Peçanha, até duas léguas ao norte do Rio de Contas, em Itacaré. Ali os jesuítas fundaram a Aldeia e Residência de Boipeba) e a Aldeia de N. S. da Assunção do Camamu. No atual Município de Ilhéus, fundaram o Colégio de N. S. da Assunção, além de possuírem o Engenho de Sant’Ana, doado em 1563, pela filha de Mem de Sá, ao Colégio de Santo Antão de Lisboa.
Durante o século XVII, os esforços de colonização portugueses se concentraram na região entre Valença a Itacaré, onde se localizava a sesmaria dos jesuítas. A região passou a ter o papel de produtora de gêneros alimentícios e materiais de construção para Salvador e para o Recôncavo canavieiro. A aldeia de Boipeba, por exemplo, teve grande crescimento, devido à fuga de colonos do continente, temerosos dos ataques dos Aimorés, sendo elevada a vila entre 1608 e 1610. Os jesuítas, por seu turno, criam na aldeia de Nossa Senhora da Assunção (em Camamu) um engenho que se encontrava em construção em 1604 e seria destruído pelos holandeses em 1640. Criaram, também, a Aldeia da Purificação, ou Nossa Senhora das Candeias de Maraú (1654), atual Barcelos do Sul; a Residência de São Francisco Xavier, no Morro do Galeão (1623), e a Igreja de Santo Inácio, ambas em Cairu, além da Aldeia de Santo André e São Miguel de Serinhaém (1683), atual Ituberá.
Fora dos tabuleiros de Valença, os jesuítas fundaram a aldeia de Nossa Senhora da Escada, em Olivença, capitania de Ilhéus, organizada como residência fixa a partir da penúltima década do século XVII.
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Outras considerações
Acima das inevitáveis ambiguidades, as missões dos jesuítas impressionam pelo espírito de inculturação (adaptação à cultura do povo a quem se dirigem). As Reduções do Paraguai e a adoção dos ritos malabares e chineses são os exemplos mais significativos.
A actividade educativa tornou-se logo a principal tarefa dos jesuítas. A gratuidade do ensino da antiga Companhia favoreceu a expansão dos seus Colégios. Em 1556, à morte de Santo Inácio, eram já 46. No final do século XVI, o número de Colégios elevou-se a 372. A experiência pedagógica dos jesuítas sintetizou-se num conjunto de normas e estratégias, chamado a "Ratio Studiorum" (Ordem dos Estudos), que visa à formação integral do homem cristão, de acordo com a fé e a cultura daquele tempo.
Os primeiros jesuítas participaram activamente do esforço de renovação teológica da Igreja Católica, frente à Reforma Protestante. No Concílio de Trento, destacaram-se dois companheiros de Santo Inácio (Laínez e Salmerón). Desejando levar a fé a todos os campos do saber, os jesuítas dedicaram-se às mais diversas ciências e artes: Matemática, Física, Astronomia... Entre os nomes de crateras da Lua há mais de 30 nomes de jesuítas. No campo do Direito, Suarez e seus discípulos desenvolveram a doutrina da origem popular do poder. Na Arquitetura, destacaram-se muitos irmãos jesuítas, combinando o estilo barroco da época com um estilo mais funcional.
Um dos colégios jesuítas que existem hoje no Brasil é o Colégio Santo Inácio , que tbm mais de mil alunos em seu estabelecimento.Este foi feito em homenagem ao Santo Inacio De Loyola.
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Bispos jesuítas
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Brasil
Dom Alessio Saccardo
Dom Aloysio José Leal Penna
Dom Ângelo Maria Rivato
Dom João Evangelista Martins Terra
Dom José Carlos de Lima Vaz
Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida
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Outros nomes
Ferdinand Verbiest, jesuíta e matemático francês
2006-08-30 01:41:00
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answer #9
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answered by Anonymous
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