A hepatite C pode ser transmitida com compartilhamente de giletes, escova de dentes e outros objetos perfuro-cortantes, não sei com exatidão se existe risco no beijo mas creio que existe risco se houver sangue envolvido (ambos com lesão na boca). No caso da escova de dente é uma fonte de transmissão conhecida pois sempre temos um pequeno sangramento gengival e o virus resiste algum tempo fora do organismo humano, diferente do HIV por exemplo.
Algumas pessoas podem conseguir a eliminação completa do virus com o tratamento, ou seja, a cura da hepatite C. Para saber se isso ocorreu é preciso fazer uma serie de exames, dosando a carga viral, etc. Quem poderá explicar tudo isso é o medico que acompanha este caso.
Na duvida use sempre camisinha pois este virus é muito dificil de tratar, os casos de cura são poucos e após 10-20 anos a doença pode evoluir com cirrose e cancer de figado.
2006-08-29 02:47:10
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answer #1
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answered by li_ctba 3
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TRANSMISSÃO
A transmissão da hepatite C ocorre após o contato com sangue contaminado. Apesar de relatos recentes mostrando a presença do vírus em outras secreções ( leite, saliva, urina e esperma ), a quantidade do vírus parece ser pequena demais para causar infecção e não há dados que sugiram transmissão por essas vias. Grupos de maior risco incluem receptores de sangue, usuários de drogas endovenosas, pacientes em hemodiálise ( cerca de 15-45% são infectados nos EUA ) e trabalhadores da área de saúde.
Com o surgimento de exames para detecção da hepatite C, a incidência anual vem caindo. Isso é mais significativo em receptores de transfusões, pois essa era a principal via de transmissão e atualmente o risco de adquirir hepatite C por transfusão sangüínea está entre 0,01 e 0,001%. Atualmente, o maior risco é dos usuários de drogas, que nos EUA tem 72-90% de prevalência de infecção. Estima-se que após 6 a 12 meses de uso de drogas endovenosas, 80% dos indivíduos estão infectados.
Em trabalhadores de saúde que se acidentam com agulhas contaminadas, há o risco de transmissão, mas ele é menor que 4% ( menos que a hepatite B, mais que o HIV ) e isso é responsável por menos de 1% dos casos de infecções.
A transmissão vertical ( mãe para filho ) ocorre em 0 a 35,5% dos partos de mães infectadas, dependendo principalmente da quantidade de vírus circulante no momento do parto e coinfecção com HIV. A taxa de transmissão vertical em geral está entre 4,3 a 5,0%. Há risco maior no parto normal que na cesariana e o aleitamento materno parece ser seguro, mas os estudos em ambos os casos são conflitantes.
A transmissão sexual é muito debatida. É verdadeiro que a hepatite C é muito menos transmitida sexualmente que a hepatite B. Em parceiros fixos de pessoas contaminadas, a prevalência de infecção é de apenas 0,4 a 3%, sendo que nesse muitas vezes encontramos outros fatores de risco que podem ser a causa da infecção. Por outro lado, entre pessoas sem nenhum outro fator de risco, encontramos 2 a 12% de sexualmente promíscuos. Atualmente, não há dados que indiquem a necessidade de uso de preservativo em parceiros estáveis pela hepatite C.
Modos de Transmissão da hepatite C
Comuns
Incomuns
Uso de drogas endovenosas
Cocaína intranasal
Transfusões de sangue antes de '92
Piercing
Acidentes com agulhas
Tatuagens
Transmissão perinatal
Transmissão sexual
Outros fatores de risco menores são o uso de cocaína intranasal, piercing e tatuagens. Mesmo excluídas todos os fatores de risco anteriores, a transmissão esporádica, ou sem modo conhecido, é responsável por pelo menos 12% dos casos.
Naturalmente, como tem os mesmos modos de transmissão, os portadores de hepatite C têm também um risco maior de outras doenças, particularmente a hepatite B a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, devendo realizar exames de sangue para diagnóstico. De particular interesse são a co-infecção hepatite B e C e hepatite C e HIV, com evoluções muito piores e tratamento mais difícil.
Fatores de risco para o contágio da hepatite C
Transfusão de sangue ou derivados
Uso de drogas ilícitas
Hemodiálise
Exposição a sangue por profissionais da área de saúde
Receptores de órgãos ou tecidos transplantados
Recém-nascidos de mães portadoras
Contatos sexuais promíscuos ou com parceiros sabidamente portadores
Exposição a sangue por material cortante ou perfurante de uso coletivo sem esterilização adequada:
procedimentos médico-odontológicos
tatuagem
acupuntura
manicure / pedicure
body piercing
contato social ou familiar com material de uso pessoal ( barbeadores, escovas dentais, etc )
"medicina" folclórica ( inclui "cirurgias espíritas" )
barbeiros e cabelereiros
TRATAMENTO
São consideradas indicações ao tratamento da hepatite C:
VHC RNA detectável, ALT persistentemente elevada e biópsia hepática demonstrando fibrose portal, independente da atividade inflamatória;
portadores de cirrose compensada;
usuários de álcool ou drogas que tenham condições de aderir ao tratamento;
portadores de doença mais leve, transplantados ( exceto fígado ) e aqueles com manifestações extra-hepáticas do VHC têm indicação discutível de tratamento;
no caso de pacientes com transaminases normais, não há consenso, mas o tratamento é recomendável se houver fibrose moderada/severa;
portadores de co-infecção HCV-HIV, se a infecção pelo último estiver controlada;
Interferon alfa e ribavirina
Interferons são glicoproteínas produzidas por células infectadas por vírus. Até agora foram identificados três tipos: o alfa, produzido por linfócitos B e monócitos, o beta, por fibroblastos e o gama, por linfócitos T-helper e NK. O IFN-alfa age diretamente contra o vírus e também aumenta a resposta imune. No entanto, o tratamento apenas com o IFN-alfa apresenta apenas 10-19% de resposta sustentada.
A ribavirina é uma análogo sintético da guanosina que tem ação direta contra vírus RNA e DNA, por provável mecanismo de inibição da DNA polimerase vírus-dependente. A ribavirina sozinha, no entanto, não tem qualquer efeito sobre a hepatite C.
A combinação do interferon-alfa com a ribavirina melhora a resposta virológica sustentada para 38-43%, com correspondente melhora na análise histológica ( biópsia ) e, possivelmente, nas complicações a longo prazo da hepatite ( mas para esse último faltam estudos prospectivos a longo prazo ).
Hoje recomenda-se a terapia combinada na seguinte dosagem:
interferon alfa 3.000.000 unidades por via subcutânea 3 vezes por semana
ribavirina 1.000 mg ao dia por via oral em < 75 kg e 1.200 mg em > 75 kg
Infelizmente, os melhores resultados do tratamento são naqueles pacientes com doença que naturalmente seria mais benigna:
genótipo do vírus que não seja o 1
baixa viremia ( quantidade de vírus no sangue )
ausência de fibrose ou cirrose ao início do tratamento
Mesmo na ausência de fatores benéficos ao tratamento, ele deve ser realizado, mas recomenda-se que dure 48 semanas, ao contrário das normais 24 semanas ( nos pacientes acima, não há melhora significativa da resposta dobrando-se o tempo de tratamento, mas nos casos mais severos sim ).
Efeitos colaterais do tratamento com interferon alfa e ribavirina na hepatite C
Leucopenia
Neutropenia
Trombocitopenia
Anemia hemolítica
Fadiga
Depressão e outros transtornos psiquiátricos
Sintomas "gripais": febre e dores musculares
Sintomas gastrointestinais: náuseas e perda do apetite
Sintomas respiratórios: tosse e falta de ar
Dificuldade no controle de diabetes
Disfunção na tireóide: hiper ou hipotireoidismo
Sintomas dermatológicos: descamações (rash) e perda de cabelos
Risco aumentado de defeitos de nascença em grávidas
As pessoas em tratamento deve ser acompanhadas freqüentemente. Exames laboratoriais são necessários a cada 1-2 semanas durante os primeiros 2 meses e depois a cada 4-8 semanas. Dosagens periódicas de hormônios tireoidianos são necessários. Não é recomendada a dosagem do vírus antes de 24 semanas de tratamento.
São consideradas contra-indicações ao tratamento com interferon e ribavirina:
anemia ( hemoglobina < 12 g/dL em mulheres e < 13 g/dL em homens )
leucopenia ( leucócitos < 1.500 / mm3 )
plaquetopenia ( plaquetas < 100.000 / mm3 )
hepáticas ( transaminases normais; cirrose descompensada )
cardiovascular ( coronariopatia )
endocrinológica ( diabetes descompensado )
doenças autoimunes
neuropsiquiátricas ( vertigens; doença psiquiátrica severa )
obstétrica ( gestação ou incapacidade de anticoncepção )
Interferon peguilado ( ou peginterferon )
Associando a molécula polietilenoglicol ao interferon, conseguiu-se produzir uma nova modalidade de interferon com absorção e eliminação mais lentas. Graças a isso, o interferon peguilado pode ser administrado por via subcutânea apenas uma vez por semana e ainda manter um nível no sangue contínuo, mais adequado que as três administrações semanais do interferon comum - o resultado são melhores resultados e uma discreta menor incidência de efeitos colaterais. Em monoterapia ( apenas o interferon alfa peguilado ), a taxa de resposta virológica sustentada é de 39%, com resultados ainda maiores com a associação peginterferon + ribavirina:
Resposta ao tratamento (%)
Resposta virológica sustentada IFN 3 MU 3x/sem IFN 3 MU 3x/sem + ribavirina 1,0-1,2 g/d PEG IFN 1,5 mcg/kg/sem PEG IFN 1,5 mcg/kg/sem + ribavirina 800 mg/d
Laboratório Manns* Laboratório Manns*
Geral 19
46 47 39 52 54
Genótipo 1 - 33 33 - 41 42
Genótipos 2-3 - 73 79 - 75 82
Genótipos 4-6 - - 38 - - 50
* Manns MP et al and the International Hepatitis Therapy Group: Peginterferon alfa-2b plus ribavirin compared with interferon alfa-2b for initial treatment of chronic hepatitis C: a randomized trial. Lancet 2001; 358:958
Hoje, considera-se como tratamento mais eficaz a associação do peginterferon com a ribavirina. Nos pacientes com vírus genótipos 2 e 3 , que têm resposta muito melhor, recomenda-se o tratamento por 24 semanas ( 6 meses ). Nos pacientes com VHC genótipo 1, recomenda-se por 48 semanas.
Dieta
Apesar de muitos pacientes solicitarem uma dieta, nenhuma provou qualquer benefício em portadores de hepatite C. No entanto, o uso do álcool pode piorar o curso da doença. Como não está claro se existe uma dose segura de álcool nesse caso, sugere-se evitar o seu uso.
PREVENÇÃO
A incidência de hepatite C pôde ser reduzida pelo rastreamento adequado de doadores de sangue nas últimas décadas. Hoje, apenas 5% dos novos casos são adquiridos dessa forma. Hoje, a melhor forma de prevenção reside no combate ao uso de drogas endovenosas. Protocolos de tratamento logo após infecção ( contato com sangue contaminado ) não apresentaram resultados favoráveis e não são recomendados. Ainda não há perspectiva a médio prazo de uma vacina eficiente.
2006-08-29 09:01:22
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answer #2
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answered by Dilma G 3
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