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Uma pessoa que fez o tratamento com exito pode ter uma vida sexual normal ou ainda ha que ter cuidados especiais quanto á relaçao sexual? Pode-se pegar hepatite C no beijo se existir alguma infecçao na gengiva ou algo similar?
As perguntas se referem a convivencia conjugal com uma pessoa de submeteu ao tratamento com interferon e obteve exito.
Quero saber de todos os riscos de um possivel envolvimento com esta pessoa.
atenciosamente, nica

2006-08-28 13:06:27 · 3 respostas · perguntado por nica 1 em Saúde Doenças e Patologias Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST

3 respostas

A hepatite C pode ser transmitida com compartilhamente de giletes, escova de dentes e outros objetos perfuro-cortantes, não sei com exatidão se existe risco no beijo mas creio que existe risco se houver sangue envolvido (ambos com lesão na boca). No caso da escova de dente é uma fonte de transmissão conhecida pois sempre temos um pequeno sangramento gengival e o virus resiste algum tempo fora do organismo humano, diferente do HIV por exemplo.
Algumas pessoas podem conseguir a eliminação completa do virus com o tratamento, ou seja, a cura da hepatite C. Para saber se isso ocorreu é preciso fazer uma serie de exames, dosando a carga viral, etc. Quem poderá explicar tudo isso é o medico que acompanha este caso.
Na duvida use sempre camisinha pois este virus é muito dificil de tratar, os casos de cura são poucos e após 10-20 anos a doença pode evoluir com cirrose e cancer de figado.

2006-08-29 02:47:10 · answer #1 · answered by li_ctba 3 · 0 0

TRANSMISSÃO

A transmissão da hepatite C ocorre após o contato com sangue contaminado. Apesar de relatos recentes mostrando a presença do vírus em outras secreções ( leite, saliva, urina e esperma ), a quantidade do vírus parece ser pequena demais para causar infecção e não há dados que sugiram transmissão por essas vias. Grupos de maior risco incluem receptores de sangue, usuários de drogas endovenosas, pacientes em hemodiálise ( cerca de 15-45% são infectados nos EUA ) e trabalhadores da área de saúde.

Com o surgimento de exames para detecção da hepatite C, a incidência anual vem caindo. Isso é mais significativo em receptores de transfusões, pois essa era a principal via de transmissão e atualmente o risco de adquirir hepatite C por transfusão sangüínea está entre 0,01 e 0,001%. Atualmente, o maior risco é dos usuários de drogas, que nos EUA tem 72-90% de prevalência de infecção. Estima-se que após 6 a 12 meses de uso de drogas endovenosas, 80% dos indivíduos estão infectados.

Em trabalhadores de saúde que se acidentam com agulhas contaminadas, há o risco de transmissão, mas ele é menor que 4% ( menos que a hepatite B, mais que o HIV ) e isso é responsável por menos de 1% dos casos de infecções.

A transmissão vertical ( mãe para filho ) ocorre em 0 a 35,5% dos partos de mães infectadas, dependendo principalmente da quantidade de vírus circulante no momento do parto e coinfecção com HIV. A taxa de transmissão vertical em geral está entre 4,3 a 5,0%. Há risco maior no parto normal que na cesariana e o aleitamento materno parece ser seguro, mas os estudos em ambos os casos são conflitantes.

A transmissão sexual é muito debatida. É verdadeiro que a hepatite C é muito menos transmitida sexualmente que a hepatite B. Em parceiros fixos de pessoas contaminadas, a prevalência de infecção é de apenas 0,4 a 3%, sendo que nesse muitas vezes encontramos outros fatores de risco que podem ser a causa da infecção. Por outro lado, entre pessoas sem nenhum outro fator de risco, encontramos 2 a 12% de sexualmente promíscuos. Atualmente, não há dados que indiquem a necessidade de uso de preservativo em parceiros estáveis pela hepatite C.

Modos de Transmissão da hepatite C

Comuns
Incomuns

Uso de drogas endovenosas
Cocaína intranasal

Transfusões de sangue antes de '92
Piercing

Acidentes com agulhas
Tatuagens

Transmissão perinatal
Transmissão sexual


Outros fatores de risco menores são o uso de cocaína intranasal, piercing e tatuagens. Mesmo excluídas todos os fatores de risco anteriores, a transmissão esporádica, ou sem modo conhecido, é responsável por pelo menos 12% dos casos.

Naturalmente, como tem os mesmos modos de transmissão, os portadores de hepatite C têm também um risco maior de outras doenças, particularmente a hepatite B a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, devendo realizar exames de sangue para diagnóstico. De particular interesse são a co-infecção hepatite B e C e hepatite C e HIV, com evoluções muito piores e tratamento mais difícil.

Fatores de risco para o contágio da hepatite C

Transfusão de sangue ou derivados

Uso de drogas ilícitas

Hemodiálise

Exposição a sangue por profissionais da área de saúde

Receptores de órgãos ou tecidos transplantados

Recém-nascidos de mães portadoras

Contatos sexuais promíscuos ou com parceiros sabidamente portadores

Exposição a sangue por material cortante ou perfurante de uso coletivo sem esterilização adequada:

procedimentos médico-odontológicos

tatuagem

acupuntura

manicure / pedicure

body piercing

contato social ou familiar com material de uso pessoal ( barbeadores, escovas dentais, etc )

"medicina" folclórica ( inclui "cirurgias espíritas" )

barbeiros e cabelereiros


TRATAMENTO

São consideradas indicações ao tratamento da hepatite C:

VHC RNA detectável, ALT persistentemente elevada e biópsia hepática demonstrando fibrose portal, independente da atividade inflamatória;

portadores de cirrose compensada;

usuários de álcool ou drogas que tenham condições de aderir ao tratamento;

portadores de doença mais leve, transplantados ( exceto fígado ) e aqueles com manifestações extra-hepáticas do VHC têm indicação discutível de tratamento;

no caso de pacientes com transaminases normais, não há consenso, mas o tratamento é recomendável se houver fibrose moderada/severa;

portadores de co-infecção HCV-HIV, se a infecção pelo último estiver controlada;

Interferon alfa e ribavirina

Interferons são glicoproteínas produzidas por células infectadas por vírus. Até agora foram identificados três tipos: o alfa, produzido por linfócitos B e monócitos, o beta, por fibroblastos e o gama, por linfócitos T-helper e NK. O IFN-alfa age diretamente contra o vírus e também aumenta a resposta imune. No entanto, o tratamento apenas com o IFN-alfa apresenta apenas 10-19% de resposta sustentada.

A ribavirina é uma análogo sintético da guanosina que tem ação direta contra vírus RNA e DNA, por provável mecanismo de inibição da DNA polimerase vírus-dependente. A ribavirina sozinha, no entanto, não tem qualquer efeito sobre a hepatite C.

A combinação do interferon-alfa com a ribavirina melhora a resposta virológica sustentada para 38-43%, com correspondente melhora na análise histológica ( biópsia ) e, possivelmente, nas complicações a longo prazo da hepatite ( mas para esse último faltam estudos prospectivos a longo prazo ).

Hoje recomenda-se a terapia combinada na seguinte dosagem:

interferon alfa 3.000.000 unidades por via subcutânea 3 vezes por semana

ribavirina 1.000 mg ao dia por via oral em < 75 kg e 1.200 mg em > 75 kg

Infelizmente, os melhores resultados do tratamento são naqueles pacientes com doença que naturalmente seria mais benigna:

genótipo do vírus que não seja o 1

baixa viremia ( quantidade de vírus no sangue )

ausência de fibrose ou cirrose ao início do tratamento

Mesmo na ausência de fatores benéficos ao tratamento, ele deve ser realizado, mas recomenda-se que dure 48 semanas, ao contrário das normais 24 semanas ( nos pacientes acima, não há melhora significativa da resposta dobrando-se o tempo de tratamento, mas nos casos mais severos sim ).

Efeitos colaterais do tratamento com interferon alfa e ribavirina na hepatite C

Leucopenia
Neutropenia
Trombocitopenia
Anemia hemolítica
Fadiga
Depressão e outros transtornos psiquiátricos
Sintomas "gripais": febre e dores musculares
Sintomas gastrointestinais: náuseas e perda do apetite
Sintomas respiratórios: tosse e falta de ar
Dificuldade no controle de diabetes
Disfunção na tireóide: hiper ou hipotireoidismo
Sintomas dermatológicos: descamações (rash) e perda de cabelos
Risco aumentado de defeitos de nascença em grávidas

As pessoas em tratamento deve ser acompanhadas freqüentemente. Exames laboratoriais são necessários a cada 1-2 semanas durante os primeiros 2 meses e depois a cada 4-8 semanas. Dosagens periódicas de hormônios tireoidianos são necessários. Não é recomendada a dosagem do vírus antes de 24 semanas de tratamento.

São consideradas contra-indicações ao tratamento com interferon e ribavirina:

anemia ( hemoglobina < 12 g/dL em mulheres e < 13 g/dL em homens )

leucopenia ( leucócitos < 1.500 / mm3 )

plaquetopenia ( plaquetas < 100.000 / mm3 )

hepáticas ( transaminases normais; cirrose descompensada )

cardiovascular ( coronariopatia )

endocrinológica ( diabetes descompensado )

doenças autoimunes

neuropsiquiátricas ( vertigens; doença psiquiátrica severa )

obstétrica ( gestação ou incapacidade de anticoncepção )

Interferon peguilado ( ou peginterferon )

Associando a molécula polietilenoglicol ao interferon, conseguiu-se produzir uma nova modalidade de interferon com absorção e eliminação mais lentas. Graças a isso, o interferon peguilado pode ser administrado por via subcutânea apenas uma vez por semana e ainda manter um nível no sangue contínuo, mais adequado que as três administrações semanais do interferon comum - o resultado são melhores resultados e uma discreta menor incidência de efeitos colaterais. Em monoterapia ( apenas o interferon alfa peguilado ), a taxa de resposta virológica sustentada é de 39%, com resultados ainda maiores com a associação peginterferon + ribavirina:

Resposta ao tratamento (%)

Resposta virológica sustentada IFN 3 MU 3x/sem IFN 3 MU 3x/sem + ribavirina 1,0-1,2 g/d PEG IFN 1,5 mcg/kg/sem PEG IFN 1,5 mcg/kg/sem + ribavirina 800 mg/d
Laboratório Manns* Laboratório Manns*
Geral 19
46 47 39 52 54
Genótipo 1 - 33 33 - 41 42
Genótipos 2-3 - 73 79 - 75 82
Genótipos 4-6 - - 38 - - 50

* Manns MP et al and the International Hepatitis Therapy Group: Peginterferon alfa-2b plus ribavirin compared with interferon alfa-2b for initial treatment of chronic hepatitis C: a randomized trial. Lancet 2001; 358:958

Hoje, considera-se como tratamento mais eficaz a associação do peginterferon com a ribavirina. Nos pacientes com vírus genótipos 2 e 3 , que têm resposta muito melhor, recomenda-se o tratamento por 24 semanas ( 6 meses ). Nos pacientes com VHC genótipo 1, recomenda-se por 48 semanas.

Dieta

Apesar de muitos pacientes solicitarem uma dieta, nenhuma provou qualquer benefício em portadores de hepatite C. No entanto, o uso do álcool pode piorar o curso da doença. Como não está claro se existe uma dose segura de álcool nesse caso, sugere-se evitar o seu uso.

PREVENÇÃO

A incidência de hepatite C pôde ser reduzida pelo rastreamento adequado de doadores de sangue nas últimas décadas. Hoje, apenas 5% dos novos casos são adquiridos dessa forma. Hoje, a melhor forma de prevenção reside no combate ao uso de drogas endovenosas. Protocolos de tratamento logo após infecção ( contato com sangue contaminado ) não apresentaram resultados favoráveis e não são recomendados. Ainda não há perspectiva a médio prazo de uma vacina eficiente.

2006-08-29 09:01:22 · answer #2 · answered by Dilma G 3 · 0 0

hà, desde q vc cumpra rigorosamente o tratamento q lhe foi imposto pelo médico inclusive não interrompendo o tratamento. O tempo estimado para a cura da doença é de seis meses, e de forma alguma deve ser interrompido pois assim vc vai criar resistencia aos medicamentos tornando assim mais dificil a sua cura.
boa sorte.

2006-08-28 20:17:10 · answer #3 · answered by ISRET55 5 · 0 0

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