8 maneiras de estimular o aprendizado
Júlio Clebsch
O norte-americano Institute for Research on Learning (Instituto para Pesquisas sobre Aprendizagem – sigla em inglês, IRL) é um grupo respeitado mundialmente por suas pesquisas e desenvolvimento de ferramentas para educação.
Recentemente, seus pesquisadores e consultores desenvolveram uma lista de oito grandes fatores que estimulam o aprendizado. Acompanhe:
1. Aprender é uma ato social
Por que a mesma classe apresenta um grande desempenho com um professor e resultados pífios com outro? Segundo o pessoal da IRL, um dos principais fatores é o ambiente da sala de aula. Professores extremamente rígidos, que não permitem um pio dos alunos durante suas aulas podem estar desperdiçando um grande aliado em seu trabalho. Muitas vezes, só se absorve um conceito ao discuti-lo, ao trocar idéias com outros alunos. Abra espaço em suas aulas para a interação entre os alunos.
2. O sentido de “turma” é importante
Esse fator é derivado do primeiro. Muitas vezes, ao se juntar em grupos, seus alunos começam a discutir outras coisas além da matéria em questão. O ponto é: quanto mais unidos seus alunos forem, mais se ajudarão no aprendizado. Então, seja sutil. Peça para apresentarem sua conclusão sobre o assunto. Sugira que eles voltem ao tema da aula. Mas nunca imponha nada: Ó, as duas fofoqueiras aí, dá pra voltar ao assunto em questão?”. Seja sutil e não prejudique o ambiente de aprendizagem.
3. Atenção ao ambiente
Existem instituições de ensino que pensam somente em custo por metro quadrado. Assim, quanto mais alunos conseguirem colocar numa sala de aula , melhor. Superlotação, iluminação deficiente, má conservação, tudo isso atrapalha. O professor não pode resolver esse problemas sozinho, mas pode fazer diversas pequenas coisas que tornam uma sala mais propícia ao aprendizado. Por exemplo, coloque duas cestas de lixo em cantos opostos da sala. Quanto menos seus alunos tiverem de andar para jogar algo fora, melhor. Apague o quadro-negro antes de sair da aula; trate livros, cadeiras e mesas com respeito. Dê o exemplo.
4. Aprendizagem não rima com hierarquia
Ao levar um convidado para conversar com sua turma (principalmente as mais novas), os professores freqüentemente ficam espantados com as perguntas feitas pelos pupilos. Isso mostra que eles têm um interesse inato em aprender, em saber. Não há tempo a perder com os protocolos normais. Isso mostra a importância do professor ser acessível. Construir a autoridade em sala de aula por meio do merecimento e de ações dá muito mais trabalho do que ficar em um pedestal distante, mas seus alunos aprenderão muito mais.
5. Como eu quero aprender
Ninguém sabe melhor quais são os problemas de uma sala de aula do que quem está sentado nas carteiras. Não deixe passar essa oportunidade de melhorar suas aulas. Peça sempre a opinião de seus discípulos.
6. É mais fácil aprender fazendo do que memorizar
Abuse dos exemplos, exercícios práticos e experiências.
7. Falhas do aluno, falhas do sistema
Quando um aluno tem dificuldade em aprender, provavelmente o problema é dele. Quando vários alunos se encontram em dificuldade, o problema deve ser com a maneira como o conhecimento é apresentado. Esteja sempre atento a esses sinais, sempre questione se sua maneira de lecionar é tão quanto poderia ser.
8. Algumas vezes, é preciso desaprender
Por muito tempo as pessoas foram adestradas (desculpe, mas o termo é esse mesmo) a ficarem de boca fechada e fazer o que o professor mandasse, pensar o que o professor pensasse. Mesmo que ninguém em sua escola tenha falado isso com todas as letras, é assim que os pais de seus discípulos apreenderam e é isso que eles passam ao filhos. É preciso, antes de mais nada, que o professor quebre essas idéias e construa um correto ambiente de aprendizagem.
nova Educação Física entra em campo. Em vez de apenas bater uma bolinha na quadra, os alunos fazem pesquisas sobre a história dos esportes, avaliam as partidas dos colegas com relatórios ou desenhos, participam de debates e recriam os regulamentos dos jogos. Vale até fazer gol com a mão, se a classe concordar. As aulas ficam mais animadas: as meninas jogam futebol e os meninos têm aulas de dança.
Com uma abordagem mais ampla da atividade física, uma geração de professores procura ensinar não só a arte de competir e ganhar, mas acima de tudo a chamada cultura corporal, que trata, na teoria e na prática, da história e dos significados dos movimentos humanos.
A nova forma de ensinar Educação Física dá um pontapé no passado. Exige diálogo e planejamento com os alunos, em busca de objetivos comuns. "As tradicionais aulas sob comando, com exercícios de repetição e ênfase no treinamento físico, aplicam-se a soldados, não a estudantes em fase de desenvolvimento físico, afetivo e intelectual", observa Ana Cristina Arantes, professora da Universidade de São Paulo (USP). "Por causa desse enfoque, se o aluno busca a perfeição e não a atinge, fica aborrecido e procura fugir das aulas."
O professor Gabriel Palafox, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, comprovou a falta de fôlego da velha abordagem. "Os alunos não estão mais interessados nas aulas tradicionais, que causam conflitos e indisciplina", conclui.
AS DUAS FACES DA MESMA DISCIPLINA
Especialistas das universidades do Espírito Santo, de São Paulo e de Uberlândia resumem as diferenças entre as duas formas de ensinar Educação Física.
Objetivos
Abordagem tradicional — estimula a busca de resultados e o desenvolvimento de capacidades físicas como força, agilidade e velocidade. Dá bastante atenção à saúde física e à higiene. O corpo é tratado do ponto de vista essencialmente biológico.
Nova abordagem — coloca em primeiro plano a variedade e a história dos movimentos humanos. Procura adequar as atividades físicas aos gostos, às necessidades e aos interesses individuais. O foco não é somente o corpo: os cuidados com a saúde e com a higiene são tão importantes quanto o prazer pelo movimento corporal em geral.
Atividades
Abordagem tradicional — limita-se às práticas esportivas: vôlei, futebol, handebol, basquetebol e atletismo. As atividades restringem-se à quadra.
Nova abordagem — além dos jogos, inclui aulas de ginástica, dança, lutas, artes circenses, brincadeiras e jogos populares. Os exercícios em quadra são complementados com atividades em sala de aula, pesquisas, debates, entrevistas e estudos de campo.
Metodologia
Abordagem tradicional — consiste em aulas sob comando, com alunos organizados em fileiras e colunas. Meninos e meninas têm aulas separadas. Os alunos fortes ou com bom desempenho físico são mais valorizados que os outros. O professor controla a classe com disciplina rígida, concentra o poder de decisão e assegura o cumprimento das regras, sem questionamentos ou modificações.
Nova abordagem — as aulas enfatizam outros tipos de movimentos e exercícios além dos competitivos, como os cooperativos, os expressivos e os criativos. As turmas são mistas. Todos os alunos têm oportunidade de participar das atividades.
O professor conduz a aula de modo flexível e divide o poder de decisão com a classe. As regras são construídas em conjunto.
Resultados
Abordagem tradicional — acentua o espírito competitivo. O aluno é levado a repetir gestos esportivos, sem desenvolver a autonomia e a criatividade nos movimentos.
Nova abordagem — realça o senso de cooperação e a solidariedade. O aluno adquire autonomia para lidar com as regras segundo seus interesses e conquista formas próprias de lazer, sem se prender a modelos de desempenho físico.
CONHEÇA MELHOR A NOVA PEDAGOGIA
Cursos e leituras podem ajudar a entender em detalhes a nova Educação Física. Programas de atualização de professores são oferecidos, por exemplo, pela Universidade Federal do Espírito Santo, pelo Centro de Estudos Político-Pedagógicos, com especialistas da Universidade Federal do Maranhão, e pela Universidade Federal de Pernambuco.
A nova abordagem da Educação Física também é tratada em alguns livros, a exemplo do Metodologia do Ensino de Educação Física, Coletivo de Autores, Editora Cortez, tel. (011) 864-0111, 12,50 reais, e do Visão Didática da Educação Física: Análise Crítica e Exemplos de Aulas, Grupo de Trabalho UFPE-UFSM, Editora Ao Livro Técnico, tel. (011) 250-0009, 7,70 reais.
2006-08-23 15:20:18
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answer #4
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answered by Mauricio 7
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