NÃO SOU ATEU E NÃO SOU CRISTÃO. Com todo respeito quero dar minha opinião, não quero que quem seja cristão interprete minha forma de pensar como um insulto, desejo apenas “trocar uma idéia” neste espaço com os que pensam diferente de mim. Tanto ao ateu quanto ao cristão, quero dizer que penso que a maturidade de nosso pensamento surge justamente da troca de experiências e aprendizados vividos.
São muitas religiões no mundo, todas se dizem o caminho correto, mas a verdade é que muitas se contradizem, e então como afirmar que esta ou aquela é a “mais verdadeira”? Algumas se justificam com base em seu livro dito sagrado (a Bíblia não é o único e nem o primeiro), outras pelas suas tradições e sua idade, como fica nossa inteligência diante disto? Todo o Universo, criado por Deus, está fundamentado em pura lógica e sensibilidade, tudo é inteligente no Universo, e justamente a Verdade não seria? Penso que a Verdade está na essência, no que é comum e verdadeiro à todos, sem exceção.
Para mim, Jesus foi um grande ser humano, sem artifícios fenomênicos como descreve a bíblia, que provavelmente, pela história que se criou em torno dele, ensinou muitas coisas a seu povo e deixou novos valores que foram transmitidos para a humanidade, mas penso que em cima de sua (provável) verdadeira história se criou uma religião, se criou dogmas e se criou um mito, muito parecido com outros preexistentes a ele, para atender interesses e privilégios mundanos. Penso que ele foi um idealista de uma nova humanidade e que ensinava novos conceitos, como foi Sócrates para os gregos, mas Jesus falava para as massas, falava o idioma do povo, e por isto se tornou querido entre as massas da época. Depois disto, foi questão de tempo para que os homens poderosos, com maus propósitos, oficializassem o mito criado em torno dele para atender a interesses de domínio e controle sobre estas mesmas massas e reforçassem seu poder.
Alguém me escreveu certo dia dizendo que questionar a existência de Jesus é como questionar a existência de Platão, Napoleão ou Santos Dumont. Não é verdade, pois todos os outros personagens históricos estão registrados em documentos históricos, e todos eles deixaram seus escritos de próprio punho. A Bíblia não é um documento histórico, o novo testamento não foi escrito por Jesus, e a própria Igreja Católica reconhece que a maior parte dos evangelhos sequer foi escrita pelos apóstolos, e sim por seguidores dos apóstolos, sendo que datam a partir do ano 60 em diante. Lucas sequer conheceu Jesus pessoalmente, e escreve o seu testamento com citações que não encontram apoio nos outros testamentos, como o milagre da viúva de Naim, que não aparece em nenhum outro testamento, aliás, a Bíblia contém o único testamento que existe que não foi escrito pelo próprio testamentário. Da mesma forma o milagre da transformação da água em vinho consta apenas em João, e ele diz que todos os apóstolos estavam presentes, se fosse verdade, pela grandiosidade deste fato todos não deveriam ter deixado registrado este acontecido? Os outros acharam irrelevante e não escreveram a respeito? Alguns dizem que isto se explica pela “inspiração divina” dos escritores bíblicos. Existe inspiração divina nas cartas de Paulo que recomendam à mulher ser submissa ao homem e calar-se diante dele? Você mulher aceita isto como orientação inspirada por Deus?
Deus, para mim, é a Suprema Inteligência do Universo, Magna Ciência na qual o homem se inspira, ainda que inconscientemente, para criar sua ciência. É o Pensamento Criador que plasmou o universo e estabeleceu um princípio e Leis que regem esta Criação. Penso que nosso dever é evoluirmos como seres humanos conscientes e auxiliarmos Deus fazendo nossa parte, em manter em harmonia e paz este maravilhoso planeta, humanidade e universo, começando por nossa própria vida, que deve ser conscientemente vivida e fundamentada em princípios éticos e espiritualizados, sem fechar-se na estreiteza da incompreensão de dogmas.
Não penso que Deus seja o juiz que muitos acreditam ser, que fica registrando o que fazemos de bom ou de ruim para depois nos julgar se merecemos o “paraíso” ou o “inferno”. Penso que esta é uma visão ainda medieval de Deus. O Supremo Criador do Universo não poderia ser, penso assim, um ser antropomorfizado ou encapsulado numa religião, ocupado das atitudes mesquinhas dos seres humanos que não O compreendem, mas sim, uma Inteligência Universal que demonstra seu amor pela sua Criação através do cumprimento de Seus desígnios, dos princípios lógicos que demonstram que há uma inteligência por trás do Universo, e que nos dotou de um espírito, uma partícula divina, que nos permite compreende-Lo, ama-Lo e respeita-Lo, vivendo uma vida consciente e fundamentada no bem, aonde temos a oportunidade de evoluir e nos aproximar da compreensão deste Deus através das sucessivas etapas evolutivas de nossa existência humana.
2006-08-17 02:47:01
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answer #1
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answered by Fabiano SJ/SC 2
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