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O que vocês acham dessas palavras de Cristo: “Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada. Porque vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe e a nora da sua sogra" (Mt 10,34). Como conciliar essa frase de cristo aos conceitos espíritas?

2006-08-14 01:55:17 · 11 respostas · perguntado por La Gioco 5 em Sociedade e Cultura Religião e Espiritualidade

11 respostas

Bom, embora eu não seja Kardecista, se me permite quero entrar no debate.

Quando Cristo fala isso ele se refere ao desapego exacerbado do povo hebreu, ele em momento algum falou em guerra física, e sim em conflito pessoal. O abandono de tudo em busca de algo maior que tudo o que se tem, o amor divino puro e incondicional.
Ele disse: _"Não penseis que vim trazer a paz à terra"_ Ou seja, não darei fim aos conflitos humanos.
_"...Não vim trazer a paz, mas a espada..."_ que não veio apaziguar o homem e dar paz material, mas separá-lo de tudo aquilo que prende o homem no entendimento e busca de algo além do humano. _"Porque vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe e a nora da sua sogra" _Todos estes entes simbolizam aqueles que desviam sua busca.

A bíblia é muito simbólica e metafísica, algumas coisas são para serem analisadas e não podem ser levadas na integra.

2006-08-14 02:10:44 · answer #1 · answered by Anonymous · 3 2

Não sei. Vai ver ele quis dizer que por seguirem suas idéias, as pessoas talvez acabassem mudando sua forma de ser e ver o mundo de tal forma que provavelmente já não combinariam mais com as outras pessoas ao redor, que essa mudanca traria atrito. Sei lá.

2006-08-14 10:48:09 · answer #2 · answered by Hypatia 6 · 2 1

Com certeza este trecho deve fazer parte de um contexto maior,o que facilitaria melhor o entendimento.Para mim,não significa que Cristo estaria querendo a discórdia,mas sim que as pessoas pensassem em como gostariam de ser tratadas e que se colocasse no lugar do próximo antes de tomar atitudes precipitadas.

2006-08-14 09:53:00 · answer #3 · answered by tata_medusa 3 · 2 2

Há alguns tropeços no percurso desse raciocínio. Primeiro tropeço é quanto à missão de Jesus, que não veio só para ensinar uma elevada moral. Vejam o que Ele diz no começo do Seu ministério: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração; a pregar liberdade aos cativos; e restauração da vista aos cegos; pôr em liberdade os oprimidos; e anunciar o ano aceitável do Senhor... hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos” (Lucas 4.18,19, 21; Isaías 61.1).

O segundo tropeço é que as Boas Novas trazidas pelo Senhor Jesus não se resumiram a questões de ordem moral, como foi soprado pelos desencarnados. O Senhor Jesus operou milagres sem conta; ressuscitou mortos, curou leprosos, cegos, surdos e paralíticos; perdoou pecados; expulsou demônios; acalmou tempestade; andou sobre o mar; multiplicou pães e peixes para alimentar milhares de pessoas. Nenhum desses milagres pôde ou pode ser explicado pela Ciência. “E, onde quer que entrava, ou em cidade, ou em aldeias, ou no campo, apresentavam os enfermos nas praças e rogavam-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua veste, e todos os que lhe tocavam saravam” (Marcos 6.56). “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e, se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem” (João 21.25).

Os ensinos de Jesus

Ao dizer “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida, e ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6), o Senhor Jesus coloca por terra a intenção do Espiritismo de ser a “Terceira Revelação de Deus, não tendo a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu” (E.S.E. cap. I-6). O Cristianismo rejeita os ensinos dos “Espíritos” e reconhece que “toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16-17).

Jesus ensinou que há dois tipos de homens: os salvos (Mateus 25.31-34) e os perdidos (Mateus 7.13-14; 25.46). Este ensino nocauteia a afirmação kardecista de que “todos os Espíritos tornar-se-ão perfeitos” (Quesito 116 do Livro dos Espíritos).

Jesus ensinou que o perdão de Deus é necessário à salvação do homem (Mateus 6.12; Lucas 23.34). Os “mensageiros do Céu”, todavia, ensinam que basta ao Espírito aceitar as provas de múltiplas encarnações, porque somente “submetendo-se à prova de uma nova existência” a alma pode depurar-se (Livro dos Espíritos, questão 166). E as vozes do além arrematam: “Em cada nova existência o Espírito dá um passo na via do progresso. E quando se houver despojado de todas as impurezas, não mais necessitará das provas da vida corpórea” (L.E. questão 168). E dizem ainda que somente depois da última encarnação o Espírito se torna feliz e puro (L.E. questão 170). Com essas afirmações, Kardec anulou a natureza do perdão de Cristo, e desprezou, também, a eficácia do Seu sacrifício. Segundo esse raciocínio, o ladrão da cruz, perdoado por Jesus, teria ido para o paraíso levando impureza e infelicidade (Lucas 23.43).

Jesus ensinou que retornará não mais para trazer Boas Novas, mas para JULGAR. Como resultado desse julgamento muitos irão para o “fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mateus 25.31,32, 41,46). Estas declarações são um xeque-mate em algumas teses kardecistas. Ele afirma que voltará. O que virá aqui fazer a “Segunda Revelação” já devidamente substituída pela “Terceira”? Jesus diz que virá para julgar, e que esse julgamento dar-se-á em determinado momento, esclarecendo que haverá um Juízo Final. Ora, tal ensino não faz parte da literatura kardecista, onde se lê que “todos os Espíritos tendem à perfeição e Deus lhes fornece os meios pelas provas da vida corpórea, mas na sua justiça reserva-lhes, em novas existências, a tarefa de realizar aquilo que não puderam fazer ou acabar numa primeira prova” (L.E., quesito 171). Se admitida a tese defendida pelos “espíritos”, o Senhor Jesus adiaria o Juízo para uma data indefinida, e ficaria aguardando o momento em que todos alcançassem a perfeição – o que os espíritas chamam de “uma nova chance”. Se fosse assim, não haveria necessidade de Juízo Final, porque com Jesus ou sem Jesus todos caminhariam para um mundo ditoso.

O Senhor Jesus também falou em “fogo eterno”, ou seja, em castigo eterno num lugar previamente preparado. Ora, o kardecismo, como se sabe, não admite a existência de castigos eternos, pois a justiça da reencarnação estaria no fato de que todos terão oportunidades iguais de limpar suas imperfeições. Seguindo o raciocínio kardecista, quando o Senhor Jesus retornar para julgamento muitos espíritos estarão no meio do caminho rumo à perfeição, fazendo parte da classe dos “levianos”, “perturbadores” e “impuros” (L.E. quesitos 102-106). Como ficarão estes? Seriam salvos assim mesmo? Não mais precisariam reencarnar para serem puros? Seria uma exceção à regra da reencarnação? Ou admitem que o Senhor Jesus mentiu ao dizer que retornaria (João 14.3)? Pode mentir Aquele que veio “ensinar aos homens uma elevada moral”, como afirmou Kardec? Além do mais o Senhor Jesus falou que o “fogo eterno está preparado para o diabo e seus anjos”. Seriam estes os Espíritos imperfeitos, impuros e levianos que ainda não se aperfeiçoaram, conforme declarou Kardec? O Senhor Jesus arremata: “Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não crê no unigênito Filho de Deus” (João 3.18). Disse mais: “Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno” (Mateus 23.33). Como se vê, a Palavra fala em CONDENAÇÃO, sinônimo de castigo eterno, inferno e Juízo Final. Vejam o que diz o Espiritismo: “Os Espíritos não ficam perpetuamente nas camadas inferiores; todos eles tornar-se-ão perfeitos. Mudam de classe embora devagar” (L.E., questão 116). Pelo visto o Senhor Jesus, quando vier, vai ter que ficar esperando muito tempo. Quem está mentindo: Jesus ou os “desencarnados”?

O Perdão dos Pecados

O Senhor Jesus declarou que tem poder sobre o pecado. “Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados”. E pensaram os escribas: “Quem pode perdoar pecados, senão Deus?” Então disse Jesus: “Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados [disse ao paralítico]: A ti te digo, levanta-te toma o teu leito, e vai para tua casa” (Marcos 2.5-12). Ficou claro que o Senhor Jesus pode perdoar e, desculpem-me pelo óbvio, quem recebe o Seu perdão fica realmente perdoado. Mas em qual etapa da tese reencarnacionista entraria a necessidade de perdão? Para que serviria o perdão se a perfeição será alcançada de qualquer modo via novas encarnações, mediante as provas de novas vidas aqui na terra? Com seus pecados perdoados ou não aquele paralítico não iria ser aperfeiçoado? A expressão “Espiritismo Cristão” não estaria, portanto, mal colocada?

O Sofrimento de Jesus

Outra dificuldade de conciliar Cristianismo e Espiritismo diz respeito ao sofrimento de Jesus. Como vimos, a “natureza excepcional do seu Espírito” e a sua divina missão de ensinar uma elevada moral à humanidade, como definiu Kardec, garantir-lhe-iam, pelo menos, uma vida terrena livre de qualquer sofrimento. Não foi o que aconteceu. Ainda criança, Herodes tentou matá-lo (Mateus 2.13); viveu uma vida sem descanso e sem bens materiais (Mateus 8.20); seus irmãos não criam nEle (João 7.5); foi duramente criticado e perseguido pelos fariseus, que desejavam tirar Sua vida (João 11.53); foi traído por um de seus apóstolos (Mateus 26.16); angustiou-se no Getsêmani, “e o seu suor tornou-se grandes gotas de sangue que corriam até ao chão” (Lucas 22.44); sem justa causa, foi preso e condenado à morte (Lucas 22.54; 23.25); não recebeu o apoio de seus discípulos quando foi preso (Mateus 26.56, 70, 72, 74); foi escarnecido, humilhado, açoitado, cuspido, e recebeu na cabeça uma coroa de espinhos (Mateus 27.26-30); finalmente, foi crucificado. Seu sofrimento na cruz é indescritível (Mateus 27.32-56).

Ora, levando em conta a crença espírita, Jesus teria passado por todos os estágios da escala espiritual até chegar à plena perfeição. Inicialmente “alma simples e sem ciência”, Ele teria experimentado muitas lutas e vicissitudes em muitas vidas corpóreas, havendo subido de degrau em degrau na hierarquia espiritual. Já no topo da escada, recebe não mais uma prova, mas uma MISSÃO. Tal dissertação da vida espiritual de Jesus está acorde com a afirmação de um espírita cristão. Quando lhe perguntei se, no entender do kardecismo, Jesus teria sido um homem como outro qualquer, que mediante muitas vidas corpóreas atingiu o mais alto grau de perfeição, ele me respondeu afirmativamente.

Os “espíritos” disseram a Kardec que “para chegar a essa perfeição devem eles passar por todas as vicissitudes da existência corpórea”; que “todos são criados simples e ignorantes...”; que “os sofrimentos da vida são, por vezes, conseqüência da imperfeição do Espírito” porque “QUANTO MENOS IMPERFEIÇÕES, TANTO MENOS TORMENTOS” (realce meu – L.E. quesitos 132 e 133). Disseram também que os Espíritos Puros, da primeira classe, já “percorreram todos os degraus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo atingido a soma de perfeição de que é suscetível a criatura, NÃO TÊM MAIS QUE PASSAR POR PROVAS OU EXPIAÇÕES” (realce é meu – L.E., quesito 113).

Se correta essa tese, Jesus não mais precisaria passar por provas. Aliás, certo “Espírito”, a quem Jesus chamou de Satanás, tentou interromper Seus sofrimentos e até ofereceu-Lhe riquezas (Mateus 4.8-11).

Algumas indagações são necessárias: (a) O carma de Jesus não estaria completamente limpo, o que exigiu mais sofrimento? Tal hipótese não se harmoniza com a “natureza excepcional de seu Espírito”, nem com a missão divina a Ele confiada (E.S.E., cap. I-4). (b) Jesus era realmente um “Espírito Puro”, mas por sua livre vontade aceitou e buscou o sofrimento para purificar-se mais ainda? Tal hipótese colide com a declaração kardecista de que os puros estão no último degrau da escala e não mais necessitam de provas.

A Verdade

A verdade é que Jesus não sofreu e não morreu crucificado para “expungir” suas próprias imperfeições. Perfeito como era, não precisou de sacrifícios para limpar Seu carma ou para elevar-se na escala espiritual. “Verdadeiramente, Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades” (Isaías 53.4-5). Ele veio para “salvar o seu povo dos seus pecados” (Mateus 1.21). Ele é “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1.29), “para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Ele “morreu por nossos pecados”; não morreu na cruz para seu próprio progresso (1 Coríntios 15.3). Ele “se deu a si mesmo por nossos pecados...” (Gálatas 1.4). “Porque para isto sois chamados, pois também Cristo padeceu por nós... o qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano... levando ele mesmo seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro...” (1 Pedro 2.21-24).

A encarnação do Verbo, seu sofrimento e morte, fizeram parte do plano divino para a salvação dos homens. Esse plano começou a ser revelado a partir da queda de Adão, conforme predito em Gênesis 3.15, onde a “semente da mulher” ferirá a cabeça da serpente. Na revelação progressiva, o Messias se apresenta como homem de dores, servo sofredor, traspassado por nossas transgressões, até chegar à Pessoa de Jesus, o Filho, que se entregou à morte expiatória da cruz, “para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Jesus não precisava, nem precisa, de infindas reencarnações para atingir plena perfeição, visto que “no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus, e se fez carne, e habitou entre nós” (João 1.1,14). Quanto à glorificação de Cristo, escreveu o apóstolo Paulo em sua carta aos Filipenses:

“... pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz. Pelo que Deus também o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2.6-11).

Estabelecido está mais um conflito entre o Cristianismo e o Espiritismo. E não citei a ressurreição corporal do Senhor Jesus, cujo corpo físico, se encontrado, seria um troféu nas mãos dos incrédulos que negam a Sua divindade. São dificuldades que colocaram em seu caminho ao tentar estabelecer uma estreita vinculação entre cristãos e espíritas.
www.palavradaverdade.com

2006-08-14 09:35:07 · answer #4 · answered by Anonymous · 2 2

9. Não penseis que eu tenha vindo trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas
a espada; - porquanto vim separar de seu pai o filho, de sua mãe a filha, de sua sogra a
nora; - e o homem terá por inimigos os de sua própria casa. (S. MATEUS, cap. X, vv. 34
a 36.)
10. Vim para lançar fogo à Terra; e que é o que desejo senão que ele se acenda? -
Tenho de ser batizado com um batismo e quanto me sinto desejoso de que ele se
cumpra!
Julgais que eu tenha vindo trazer paz à Terra? Não, eu vos afirmo; ao contrário,
vim trazer a divisão; - pois, doravante, se se acharem numa casa cinco pessoas, estarão
elas divididas umas contra as outras: três contra duas e duas contra três. - O pai estará
em divisão com o filho e o filho com o pai, a mãe com a filha e a filha com a mãe, a sogra
com a nora e a nora com a sogra. (S. LUCAS, cap. XII, vv. 49 a 53.)
11. Será mesmo possível que Jesus, a personificação da doçura e da bondade, Jesus,
que não cessou de pregar o amor do próximo, haja dito: "Não vim trazer a paz, mas a espada;
vim separar do pai o filho, do esposo a esposa; vim lançar fogo à Terra e tenho pressa de que
ele se acenda"? Não estarão essas palavras em contradição flagrante com os seus ensinos?
Não haverá blasfêmia em lhe atribuírem a linguagem de um conquistador sanguinário e
devastador? Não, não há blasfêmia, nem contradição nessas palavras, pois foi mesmo ele quem as pronunciou, e elas dão testemunho da sua alta
sabedoria. Apenas, um pouco equivoca, a forma não lhe exprime com exatidão o pensamento,
o que deu lugar a que se enganassem relativamente ao verdadeiro sentido delas. Tomadas à
letra, tenderiam a transformar a sua missão, toda de paz, noutra de perturbação e discórdia,
conseqüência absurda, que o bom-senso repele, porquanto Jesus não podia desmentir-se.
(Cap. XIV, nº 6.)
12. Toda idéia nova forçosamente encontra oposição e nenhuma há que se implante
sem lutas. Ora, nesses casos, a resistência é sempre proporcional à importância dos resultados
previstos, porque, quanto maior ela é, tanto mais numerosos são os interesses que fere. Se for
notoriamente falsa, se a julgam isenta de conseqüências, ninguém se alarma; deixam-na todos
passar, certos de que lhe falta vitalidade. Se, porém, é verdadeira, se assenta em sólida base,
se lhe prevêem futuro, um secreto pressentimento adverte os seus antagonistas de que
constitui uni perigo para eles e para a ordem de coisas em cuja manutenção se empenham.
Atiram-se, então, contra ela e contra os seus adeptos.
Assim, pois, a medida da importância e dos resultados de uma idéia nova se encontra
na emoção que o seu aparecimento causa, na violência da oposição que provoca, bem como
no grau e na persistência da ira de seus adversários.
13. Jesus vinha proclamar uma doutrina que solaparia pela base os abusos de que
viviam os fariseus, os escribas e os sacerdotes do seu tempo. Imolaram-no, portanto, certos de
que, matando o homem, matariam a idéia. Esta, porém, sobreviveu, porque era verdadeira;
engrandeceu-se, porque correspondia aos desígnios de Deus e, nascida num pequeno e
obscuro burgo da Judéia, foi plantar o seu estandarte na capital mesma do mundo pagão, à
face dos seus mais encarniçados inimigos, daqueles que mais porfiavam em combatê-la,
porque subvertia crenças seculares a que eles se apegavam muito mais por interesse do que por convicção. Lutas das mais
terríveis esperavam aí pelos seus apóstolos; foram inumeráveis as vítimas; a idéia, no entanto,
avolumou-se sempre e triunfou, porque, como verdade, sobrelevava as que a precederam.
14. É de notar-se que o Cristianismo surgiu quando o Paganismo já entrara em
declínio e se debatia contra as luzes da razão. Ainda era praticado pro forma; a crença,
porém, desaparecera; apenas o interesse pessoal o sustentava. Ora, é tenaz o interesse; jamais
cede à evidência; irrita-se tanto mais quanto mais peremptórios e demonstrativos de seu erro
são os argumentos que se lhe opõem. Sabe ele muito bem que está errado, mas isso não o
abala, porquanto a verdadeira fé não lhe está na alma. O que mais teme é a luz, que dá vista
aos cegos. É-lhe proveitoso o erro; ele se lhe agarra e o defende.
Sócrates, também, não ensinara uma doutrina até certo ponto análoga à do Cristo? Por
que não prevaleceu naquela época a sua doutrina, no seio de um dos povos mais inteligentes
da Terra? É que ainda não chegara o tempo. Ele semeou numa terra não lavrada; o Paganismo
ainda se não achava gasto. O Cristo recebeu em propício tempo a sua missão. Muito faltava, é
certo, para que todos os homens da sua época estivessem à altura das idéias cristãs, mas havia
entre eles uma aptidão mais geral para as assimilar, pois que já se começava a sentir o vazio
que as crenças vulgares deixavam na alma. Sócrates e Platão haviam aberto o caminho e
predisposto os espíritos. (Veja-se, na "Introdução", o § IV: Sócrates e Platão, precursores da
idéia cristã e do Espiritismo.)
15. Infelizmente, os adeptos da nova doutrina não se entenderam quanto à
interpretação das palavras do Mestre, veladas, as mais das vezes, pela alegoria e pelas figuras
da linguagem. Daí o nascerem, sem demora, numerosas seitas, pretendendo todas possuir,
exclusivamente, a verdade e o não bastarem dezoito séculos para pô-las de acordo. Olvidando o mais importante dos preceitos divinos, o que Jesus colocou por pedra
angular do seu edifício e como condição expressa da salvação: a caridade, a fraternidade e o
amor do próximo, aquelas seitas lançaram anátema umas sobre as outras, e umas contra as
outras se atiraram, as mais fortes esmagando as mais fracas, afogando-as em sangue,
aniquilando-as nas torturas e nas chamas das fogueiras. Vencedores do Paganismo, os
cristãos, de perseguidos que eram, fizeram-se perseguidores. A ferro e fogo foi que se
puseram a plantar a cruz do Cordeiro sem mácula nos dois mundos. E fato constante que as
guerras de religião foram as mais cruéis, mais vítimas causaram do que as guerras políticas;
em nenhumas outras se praticaram tantos atos de atrocidade e de barbárie.
Cabe a culpa à doutrina do Cristo? Não, decerto, que ela formalmente condena toda
violência. Disse ele alguma vez a seus discípulos: Ide, matai, massacrai, queimai os que não
crerem como vós? Não; o que, ao contrário, lhes disse, foi: Todos os homens são irmãos e
Deus é soberanamente misericordioso; amai o vosso próximo; amai os vossos inimigos; fazei
o bem aos que vos persigam. Disse-lhes, outrossim: Quem matar com a espada pela espada
perecerá. A responsabilidade, portanto, não pertence à doutrina de Jesus, mas aos que a
interpretaram falsamente e a transformaram em instrumento próprio a lhes satisfazer às
paixões; pertence aos que desprezaram estas palavras: "Meu reino não é deste mundo."
Em sua profunda sabedoria, ele tinha a previdência do que aconteceria. Mas, essas
coisas eram inevitáveis, porque inerentes à inferioridade da natureza humana, que não podia
transformar-se repentinamente. Cumpria que o Cristianismo passasse por essa longa e cruel
prova de dezoito séculos, para mostrar toda a sua força, visto que, mau grado a todo o mal
cometido em seu nome, ele saiu dela puro. Jamais esteve em causa. As invectivas sempre
recaíram sobre os que dele abusaram. A cada ato de intolerância, sempre se disse: Se o
Cristianismo fosse mais bem compreendido e mais bem praticado, isso não se daria.
16. Quando Jesus declara: "Não creais que eu tenha vindo trazer a paz, mas, sim, a
divisão", seu pensamento era este:
"Não creais que a minha doutrina se estabeleça pacificamente; ela trará lutas
sangrentas, tendo por pretexto o meu nome, porque os homens não me terão compreendido,
ou não me terão querido compreender. Os irmãos, separados pelas suas respectivas crenças,
desembainharão a espada um contra o outro e a divisão reinará no seio de uma mesma
família, cujos membros não partilhem da mesma crença. Vim lançar fogo à Terra para
expungi-la dos erros e dos preconceitos, do mesmo modo que se põe fogo a um campo para
destruir nele as ervas más, e tenho pressa de que o fogo se acenda para que a depuração seja
mais rápida, visto que do conflito sairá triunfante a verdade. A guerra sucederá a paz; ao ódio
dos partidos, a fraternidade universal; às trevas do fanatismo, a luz da fé esclarecida. Então,
quando o campo estiver preparado, eu vos enviarei o Consolador, o Espírito de Verdade, que
virá restabelecer todas as coisas, isto é, que, dando a conhecer o sentido verdadeiro das
minhas palavras, que os homens mais esclarecidos poderão enfim compreender, porá termo â
luta fratricida que desune os filhos do mesmo Deus. Cansados, afinal, de um combate sem
resultado, que consigo traz unicamente a desolação e a perturbação até ao seio das famílias,
reconhecerão os homens onde estão seus verdadeiros interesses, com relação a este mundo e
ao outro. Verão de que lado estão os amigos e os inimigos da tranqüilidade deles. Todos
então se porão sob a mesma bandeira: a da caridade, e as coisas serão restabelecidas na Terra,
de acordo com a verdade e os princípios que vos tenho ensinado."
17. O Espiritismo vem realizar, na época prevista, as promessas do Cristo. Entretanto,
não o pode fazer sem destruir os abusos. Como Jesus, ele topa com o orgulho, o egoísmo, a
ambição, a cupidez, o fanatismo cego, os quais, levados às suas últimas trincheiras, tentam
barrar-lhe o caminho e lhe suscitam entraves e perseguições.


Com relação ao ultimo trecho faço uma observação, que o espiritismo tendo sido iniciado na França nos idos de 1800, a igreja católica muito debateu e oprimiu o espiritismo, queimando materias e etc.

2006-08-14 09:14:33 · answer #5 · answered by Eu Cristão 2 · 2 2

FORCA DE EXPRESSAO!!
Tudo na BIBLIA tem varios entendimentos.

2006-08-14 09:00:31 · answer #6 · answered by tevez 5 · 2 2

Jesus diz que não veio trazer a paz, mas a espada. Parece outro contra-senso, mas é realmente o que acontece quando resolvemos absorver e praticar ao menos um pouco do que ele nos ensinou.
Passamos a "lutar" contra o homem velho que existe dentro de nós, e que não é fácil de ser vencido.
Esse homem velho é a nossa personalidade, forjada por encarnações onde muitas vezes apenas pensamos em nós mesmos. Vencer o egoísmo e o orgulho, os excessos próprios de nosso atraso espiritual, requer muito esforço.
Porém, a recompensa é reconfortadora. E essa recompensa não vem só no mundo espiritual, mas começa agora, no mundo material.
Pois é a Lei de Ação e Reação. Se agirmos bem com a vida, ela agirá também conosco da mesma forma. E conseguiremos a paz de espírito, a tranquilidade de consciência que procuramos. Consequentemente, todo o restante será melhorado, seja emocional, seja mental, seja profissionalmente, seja com a família.

2006-08-15 07:52:26 · answer #7 · answered by el_kbum 5 · 0 1

É por tudo isso que Jesus diz que não veio trazer a paz, mas a espada. Parece outro contra-senso, mas é realmente o que acontece quando resolvemos absorver e praticar ao menos um pouco do que ele nos ensinou.
Passamos a "lutar" contra o homem velho que existe dentro de nós, e que não é fácil de ser vencido.
Esse homem velho é a nossa personalidade, forjada por encarnações onde muitas vezes apenas pensamos em nós mesmos. Vencer o egoísmo e o orgulho, os excessos próprios de nosso atraso espiritual, requer muito esforço.
Mostre aos presentes, porém, que a recompensa é reconfortadora. E que essa recompensa não vem só no mundo espiritual, mas começa agora, no mundo material.
Pois é a Lei de Ação e Reação. Se agirmos bem com a vida, ela agirá também conosco da mesma forma. E conseguiremos a paz de espírito, a tranquilidade de consciência que procuramos. Consequentemente, todo o restante será melhorado, seja emocional, seja mental, seja profissionalmente, seja com a família.

2006-08-14 23:03:20 · answer #8 · answered by ALFREDO D 5 · 0 1

Melhor resposta com certeza é da Martin, possui bases sólidas e indiscutíveis. Mas respeito a todos os espíritas pois o dia em que morrermos saberemos quem realmente está falando a VERDADE. Fiquem tranqüilos todos nós morreremos e diante do altíssimo responderemos por crer ou não nELE. Quem já existia antes de tudo? Quem conhece presente passado e futuro? Quem ira nos julgar? Então porque insistimos em não procura-lo? Porque temos que estar na "m" para fazer isso? Porque pensamos que somos bons? Porque se achamos superiores? O que esta por vir? Para onde verdadeiramente iremos? Tem certeza de todas as suas respostas? Tem mesmo? Se não tem, continue a sua busca pois estou certo que a encontrará, e o vazio que você sente realmente será preenchido e você nunca mais o sentirá.
Que DEUS verdadeiramente o abençoe em sua busca pelo verdadeiro caminho que conduz a ELE!!!

2006-08-14 10:23:56 · answer #9 · answered by Marza 3 · 1 2

O Adren Rhya deu uma ótima explicação.
Isso é um exemplo de interpretação de metáforas.
O Eu Cristão, nos brindou com o trecho do ESE que se refere ao mesmo.

No mais, ou não devem ser entendidas de forma literal, ou não são de Jesus, ou são uma má interpretação de quem as escreveu.

2006-08-14 09:28:48 · answer #10 · answered by Hokus Phokus 7 · 1 2

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