Hepatite é toda e qualquer inflamação do fígado. Existem várias causas de hepatite, sendo as mais conhecidas as causadas por vírus, mas podem ser também por intoxicações por álcool e outras substâncias e medicamentos tóxicos. Em comum, todas as hepatites têm algum grau de destruição das células hepáticas. A grande maioria das hepatites agudas são assintomáticas ou leva a sintomas incaracterísticos como febre, mal estar, desânimo e dores musculares. Hepatites mais severas podem levar a sintomas mais específicos, sendo o sinal mais chamativo a icterícia, conhecida popularmente no Brasil por “trisa” ou "amarelão" e que caracteriza-se pela coloração amarelo-dourada da pele e conjuntivas. Associado pode ocorrer urina cor de coca-cola (colúria) e fezes claras, tipo massa de vidraceiro (acolia fecal). Hepatites mais graves podem cursar com insuficiência hepática e culminar com a encefalopatia hepática e óbito. Hepatites crônicas (com duração superior a 6 meses), geralmente são assintomáticas e podem progredir para cirrose.
Nos exames laboratoriais, todas tem em comum que o TGO e o TGP podem estar aumentados, assim como as bilirrubinas totais, a custa das indiretas. Veja Exames Complementares no final deste artigo.
Hepatite A
É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite A, que pode causar de forma subclínica. Altamente contagiosa, sua transmissão é do tipo fecal oral, ou seja, ocorre contaminação direta de pessoa para pessoa ou através do contato com alimentos e água contaminados, e os sintoma iniciam em média 30 dias após o contágio. É mais comum onde não há ou é precário o saneamento básico. A falta de higiene ajuda na disseminação do vírus. O uso na alimentação de moluscos e ostras de águas contaminadas com esgotos e fezes humanas contribui para a expansão da doença. Uma vez infectada a pessoa desenvolve imunidade permanente. Existe vacina segura para hepatite A. A transmissão através de agulhas ou sangue é rara. Os sintomas são de início súbito, com febre baixa, fadiga, mal estar, perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos. Pode ocorrer diarréia. A icterícia é mais comum no adulto (60%) do que na criança (25%). A icterícia desaparece em torno de duas a quatro semanas. É considerada uma hepatite branda, pois não há relatos de cronificação e a mortalidade é baixa. Não existe tratamento específico. O paciente deve receber sintomáticos e tomar medidas de higiene para prevenir a transmissão para outras pessoas. Pode ser prevenida pela higiene e melhorias das condições sanitárias, bem como pela vacinação. É conhecida como a hepatite do viajante.
Hepatite B
Sua transmissão é através de sangue, agulhas e materiais cortantes contaminados,tambem com as tintas das tatuagens, bem como através da relação sexual. É considerada também uma doença sexualmente transmissível. Pode ser adquirida através de tatuagens, piercings, no dentista e até em sessões de depilação. Os sintomas são semelhantes aos das outras hepatites virais, mas a hepatite B pode cronificar e provocar a cirrose hepática. A prevenção é feita utilizando preservativos nas relações sexuais e não utilizando materiais cortantes ou agulhas que não estejam devidamente esterilizadas. Recomenda-se o uso de descartáveis de uso único. Quanto mais cedo se adquire o vírus, maiores as chances de ter uma cirrose hepática. Existe vacina para hepatite B, que é dada em três doses intramusculares e deve ser repetida a cada 10 anos.
Hepatite C
A mais perigosa e temida das hepatites virais, sua transmissão é através de sangue agulhas e materiais cortantes contaminados, com transmissão muito fácil e rápida. Pode ser adquirida através de transfusão sanguínea, tatuagens, usuários de drogas, piercings, no dentista e em manicura. A grande maioria dos pacientes é assintomática no período agudo da doença, mas podem ser semelhantes aos das outras hepatites virais. Estima-se que 3 % da população mundial esteja contaminada, atingindo níveis dez vezes maiores no continente africano. A hepatite C é perigosa porque pode cronificar e provocar a cirrose hepática e o hepatocarcinoma, neoplasia maligna do fígado. A prevenção é feita não utilizando materiais cortantes ou agulhas que não estejam devidamente esterilizadas. Recomenda-se o uso de descartáveis de uso único, bem como material próprio em manicures. A esterilização destes materiais é possível, porém não há controle e as pessoas que ‘dizem’ que esterilizam não tem o preparo necessário para fazer uma esterilização real. Não existe vacina para a hepatite C e é considerada pela Organização Mundial da Saúde como o maior problema de saúde pública, é a maior causa de transplante hepático e transmite-se pelo sangue mais facilmente do que a AIDS.
O anti-HCV positivo detecta infecção atual ou pregressa. Pode ser necessário biópsia hepática para descartar malignidade e determinar o grau da doença. A detecção do ácido ribonucleico (RNA) do vírus caracteriza a presença do vírus no hospedeiro.
O interferon peguilado é usado no tratamento da fase aguda, sendo associado à ribavirina na fase crônica.
Aproximadamente metade dos pacientes tratados irão se curar. Possuem melhores resposta ao tratamento os pacientes com idade inferior a 40 anos, do sexo feminino, com genótipos 2 ou 3, que não apresentem cirrose e de peso inferior a 85 kilogramas.
Em Portugal o tratamento é gratuito, assim como no Brasil, pelo sistema público.
Hepatite não A não B
Termo antigo muito usado para hepatites que não eram nem A nem B, que hoje se reconhece ser a maioria do tipo C, podendo ser também E.
Hepatite D
Causada pelo agente Delta, só tem importância quando associada à hepatite B, pois a potencializa. Isoladamente parece não causar infecção.
Hepatite E
É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite E, que pode cursar de forma subclínica. Sua transmissão é do tipo fecal oral, através do contato com alimentos e água contaminados, e os sintoma iniciam em média 30 dias após o contágio. É mais comum após enchentes Não existe vacina para hepatite E. Os sintomas são de início súbito, com febre baixa, fadiga, mal estar, perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos. Pode ocorrer diarréia. É considerada uma hepatite branda, apesar de risco aumentado para mulheres grávidas, principalmente no terceiro trimestre gestacional, que podem evoluir com hepatite fulminante. Não existe tratamento específico. O paciente deve receber medicamentos sintomáticos e repousar. Pode ser prevenida através de medidas de higiene, devendo ser evitado comprar alimentos e bebidas de vendedores ambulantes.
Hepatite F
Pouco conhecida, foi relatada em pacientes submetidos a transplante hepático.
Hepatite G
Também pouco conhecida, requer mais estudos.
Outras hepatites virais
Outros vírus podem causar hepatites, porém sem ser causa comum. São potencialmente causadores de hepatite em pacientes submetidos a transfusões sanguíneas e imunodeprimidos o Epstein-Barr, o citomegalovírus e o herpes zoster. Outros agentes de importância são os vírus da dengue e febre amarela.
Hepatites por drogas
Causado por drogas hepatotóxicas, que lesam diretamente o hepatócito. O acetaminofem, substância analgésica muito utilizada por crianças e adultos, quando utilizada em doses muito altas é altamente hepatotóxica.
Hepatite autoimune (HAI)
São hepatites causadas por uma auto agressão do organismo, que fabrica anticorpos que atacam e matam os hepatócitos. Isto pode acontecer porque uma bactéria, vírus ou fungo pode conter uma porção muito parecida com a célula hepática, causando confusão do sistema imunológico. O tratamento é feito com corticóides e drogas imunossupressoras.
Exames complementares
Os testes laboratoriais úteis na avaliação da função hepática são as bilirrubinas, as transaminases (TGO e TGP), fosfatase alcalina, gama-glutamil-transferase (gama-GT ou GGT), proteínas totais, albumina, protrombina, amônia e ácidos biliares, pesquisa de marcadores virais e execução de exames complementares de diagnóstico por imagem, como o ultra-som e a tomografia computadorizada. As vezes pode haver necessidade de biópsia hepática, que pode ser feita por agulha, videolaparoscopia ou a céu aberto
2006-08-10 02:19:00
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answer #1
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answered by Anonymous
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AGENTES CAUSADORES:
A doença é causada por vários agentes:
. bebidas alcoólicas,
. alguns medicamentos ou substâncias químicas,
. por vírus.
Existem ao todo seis tipos de vírus , que são os principais causadores da hepatite. Cada um tem uma forma de contágio, prevenção e tratamento. Eles vão de A a G (pulando F). Eles podem ser mais ou menos nocivos de acordo com o tipo de infecção que desenvolvem. "Chegou-se a acreditar que havia um vírus VHF (vírus da hepatite F) que causasse uma nova forma de infecção, mas os estudos não foram suficientes.
TRANSMISSÃO:
Você pode pegar hepatite pela boca – hepatites A e E: comendo algum alimento contaminado (sem lavar) ou bebendo água sem tratamento. Se você vive num lugar sem saneamento básico (água e esgoto) também pode pegar hepatite através da ingestão de água contaminada.
Você pode pegar hepatite pelo sangue ou pelo sexo – hepatites B, C e D: esses tipos de hepatite mais graves, você pega usando a mesma agulha e seringa que outra pessoa, recebendo sangue não testado em bancos de sangue, transando sem camisinha ou usando o mesmo canudo para cheirar cocaína. A mãe com hepatite também pode passar para o bebê que está na barriga ou está mamando.
Vírus da hepatite A: Pode ser transmitido pela ingestão de alimentos que tenham contato com água contaminada.
Vírus da hepatite B: Ocorre via sangue contaminada, relação sexual e transmissão vertical (de mãe para filho).
Vírus da hepatite C: É a mais grave das hepatites e infecta aproximadamente 3% da população mundial (170 milhões0 de pessoas e 1% da população brasileira. É contraída da mesma forma que a B, porém com menos freqüência na transmissão vertical e contato sexual.
SINTOMAS:
A hepatite pode se manifestar de várias maneiras. Nos casos que apresentam sintomas o corpo fica como se tivesse com uma gripe forte. A pessoa também pode sentir cansaço, tonteira e vontade de vomitar. A febre pode aparecer. Dor na região do fígado é outro sintoma.
Um sinal bem característico é o corpo ficar amarelado (a pele e os olhos) as fezes brancas e a urina escura. Mas nem sempre isso acontece. A hepatite B e a C podem ficar meses no fígado da pessoa e ela não perceber nada. Não apresenta sintomas e só o exame médico pode identificá-la.
MEDIDAS DE CONTROLE E TRATAMENTO:
Para as hepatites A e B existem vacinas. A vacina para hepatite A é indicada em situações especiais, pelo médico. A vacina para hepatite B é indicada para todos os menores de 20 anos, profissionais do sexo, usuários de drogas injetáveis e inaladas, travestis e HSH (homens que fazem sexo com homens). Essas vacinas, quando indicadas, são fornecidas pelos postos de saúde.
A melhor maneira para se evitar as hepatites é a prevenção. Para a hepatite A, higiene e saneamento básico. Para a B e a C, o uso de camisinha nas relações sexuais.
Tratamento – As hepatites agudas não necessitam de tratamento com medicação específica. Dessa forma, como a hepatite A só ocorre na forma aguda, o seu tratamento geralmente não envolve medicação específica. A pessoa deve fazer repouso e manter uma dieta balanceada.
Apenas as hepatites crônicas (B e C) precisam de tratamento. Mesmo assim, não são todas as pessoas que têm hepatite crônica que precisam se tratar. Para saber se você tem hepatite crônica e se precisa de tratamento, é preciso consultar um médico e fazer vários exames.
Medicamentos – Os remédios para tratamento das hepatites crônicas são distribuídos pelo SUS. O tratamento acontece num período de quatro meses a um ano para hepatite B e seis meses ou um ano para a hepatite C. Durante o tratamento, o paciente pode sentir efeitos colaterais, como cansaço e dores.
2006-08-10 02:30:46
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answer #2
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answered by Leoninha 2
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