– Tudo trabalha na natureza; os animais trabalham como vós, mas seu trabalho, como sua inteligência, é limitado ao cuidado de sua conservação. Eis por que entre eles o trabalho não gera o progresso, enquanto entre os homens há um duplo objetivo: a conservação do corpo e o desenvolvimento do pensamento, que é também uma necessidade que o eleva acima de si mesmo. Quando digo que o trabalho dos animais é limitado ao cuidado de sua conservação, refiro-me ao objetivo a que se propõem a trabalhar; mas, inconscientemente, ao prover suas necessidades materiais, se constituem em agentes dos desÃgnos do Criador, e seu trabalho não concorre menos para o objetivo final da natureza, se bem que muitas vezes não percebeis o resultado de imediato. (O Livro dos EspÃritos, de Allan Kardec)
Descendo à escala dos vegetais e dos animais, constatamos terem eles só o conhecimento proveniente do seu instinto, o qual não é aprendido por eles, pois já nascem com esse conhecimento. Por exemplo: o heliotropismo das plantas, que consiste em elas crescerem inclinadas para a luz solar. Trata-se de um conhecimento que elas têm de que o Sol é vital para elas, com o qual já nascem, e jamais se perde, pois vai passando de planta que morre, para planta que nasce. Mas, justamente por ser assim tão limitado esse conhecimento das plantas e dos animais, é que eles não têm livre-arbÃtrio. Nós o temos, como vimos, por sermos dotados de inteligência. E podemos até dizer que ele é proporcional ao nosso grau de inteligência e de saber.
O psiquismo animal existe, mas de forma rudimentar; o animal é incapaz de evoluir por si mesmo, nem através da ajuda dos de sua espécie, embora sejam capazes de atos que nos tocam o coração, porém, instintivos. São exemplos disso os casos relatados no prefácio à edição brasileira do livro de BOZZANO (op. cit.) por FRANCISCO KLORS WERNECK, embora não indique a fonte... Diz ele:
"Existem casos surpreendentes com os animais, principalmente com os cães, que parecem ser os mais evoluÃdos na escala animal. um, por exemplo, daquele cão feroz que avançou resolutamente contra um de sua espécie, que quedava tranqüilamente na beira da calçada, e estacou, trêmulo e aterrado, ao aproximar-se do outro, que não percebeu o menor sinal de sua aproximação. Tratava-se de um animal cego. Outro, o do conhecido cirurgião que encontrou na rua um cão com a pata esmagada e tratou dele na sua própria casa. Doze meses se passaram até que estranhos arranhões na porta de sua residência o levaram a ver do que se tratava. Era o mesmo cão que levava um seu semelhante, nas mesmas condições em que se achara, para o médico o tratar.". Finalmente, conta KLORS WERNECK, um caso que teria ocorrido com ratos:
"(...) Um tropeiro passava por uma estrada quando os seus olhos descobriram dois ratos que caminhavam um ao lado do outro, levando ambos uma palhinha, segurando um uma ponta e o outro a outra. Teve a idéia de matá-los com o porrete que levava na mão. O primeiro, atingido pela pancada, fugiu, sem dar antes sinais de desespero, e o outro pára um tanto perplexo de que o outro se tenha posto em fuga. Verifica então ele que a sua imobilidade se devia ao fato de ser cego. O outro lhe servia de guia nas trevas da cegueira." (op. cit., p. 7 – 8).
à indubitável o psiquismo animal, contudo, esclarecia o EspÃrito ERASTO:
"(...) O cão que, pela sua inteligência superior entre os animais, se tornou o amigo e o comensal do homem, será perfectÃvel por si mesmo, por sua iniciativa pessoal? Ninguém ousaria afirmá-lo, porquanto o cão não faz progredir o cão. O que, dentre eles, se mostra mais bem educado, sempre o foi pelo seu dono.". Argumenta, então, ERASTO:
"(...) Desde que o mundo é mundo, a lontra sempre construiu sua choça em cima d 'água, seguindo as mesmas proporções e uma regra invariável; os rouxinóis e as andorinhas jamais construÃram os respectivos ninhos senão do mesmo modo que seus pais o fizeram; um ninho de pardais dos tempos modernos é sempre um ninho de pardais, edificado nas mesmas condições e com o mesmo sistema de entrelaçamento das palhinhas e dos fragmentos apanhados na época dos amores. As abelhas e as formigas, que formam pequeninas repúblicas bem administradas, jamais mudaram seus hábitos de abastecimento, sua maneira de proceder, seus costumes, suas produções. A aranha, finalmente, tece a sua teia sempre do mesmo modo." E arremata:
"(...) Por outro lado, se procurardes as cabanas de folhagens e as tendas das primeiras idades do mundo, encontrareis, em lugar de umas e outras, os palácios e os castelos da civilização moderna. Ãs vestes de pele brutas sucederam os tecidos de ouro e seda. Enfim, a cada passo, achais a prova da marcha incessante da humanidade pela senda do progresso." (O Livro dos Médiuns. ALLAN KARDEC, op. cit., p. 293. Revista EspÃrita – Jornal de estudos psicológicos, op. cit., p. 262-263).
Aà estão palavras sensatas, que o tempo não destruiu...
O que diferencia radicalmente o Homem do animal não é a inteligência, a razão, como se pensava antigamente e sim, o livre-arbÃtrio do Homem daà a sua perfectibilidade . DEUS concedeu-nos a dádiva do livre-arbÃtrio, por isso somos os "reis da criação". Os animais são os nossos fiéis auxiliares, que tantas vezes nos enternecem, a tal ponto que julgamo-los quase humanos.
Como "reis da Criação" é nosso dever usar corretamente o nosso livre-arbÃtrio para que não sejamos como o filho pródigo da parábola de JESUS, precisando voltar para a casa paterna pedindo perdão ao Pai Misericordioso pelo Bem que deixamos de fazer.
Iso Jorge Teixeira
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/jose-chaves/tem-deus-livre-arbitrio.html
2006-08-09 14:52:49
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answer #3
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answered by Antonio Vieira Sobrinho 7
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