Bem antes da chegada de Cristóvão Colombo às Américas, os índios guaranis que habitavam a região hoje correspondente ao Paraguai e ao Sul do Brasil já usavam as folhas de uma plantinha local para adoçar os alimentos e as bebidas. É a estévia, um produto 100% natural que se infiltra no mercado dominado pelos edulcorantes artificiais - como sacarina, ciclamato, aspartame, acesulfame k, sucralose - e conquista apreciadores em todo o mundo. Faz sucesso no Japão, na China, na Coréia, na Tailândia e em Israel e está sendo redescoberto também pelo consumidor brasileiro. O açúcar da cana-de-açúcar ainda é insubstituível, pela tradição, versatilidade e pelo sabor. Mas a estévia industrializada, apesar de ainda ter alguns problemas de solubilidade e sabor, mostra-se um sucedâneo importante. Além de possuir propriedades excepcionais, pois não é calórica nem metabolizada pelo organismo humano, impressiona pelo poder edulcorante - em média, é 300 a 400 vezes mais doce que o açúcar de cana. Tem múltiplos usos na culinária. Pode ser utilizada em doces, bolos, sorvetes e em todas as receitas da pâtisserie.
As virtudes desse arbusto pequeno de flores brancas e fruto escuro, que os cientistas chamam de Stevia rebaudiana, concentram-se nas folhas, onde há oito glicosídeos, ou princípios edulcorantes. Entre eles, dois aparecem em quantidades elevadas e são os que interessam: o esteviosídeo e o rebaudiosídeo. No mercado, a estévia é encontrada na forma de adoçante líquido ou em pó, havendo ainda quem a prepare em casa, a partir de um chá feito com as folhas. Duas colheres da erva fresca equivalem a 1 xícara de açúcar de cana. Na forma de extrato em pó, basta apenas 1/4 de colher para alcançar o mesmo efeito. A planta apresenta algumas qualidades medicinais. Estudos recentes indicam que seu consumo não altera os níveis de açúcar no sangue e que ela pode ser consumida por diabéticos. O maior potencial de expansão de seu uso, entretanto, é mesmo como adoçante de alimentos e bebidas.
Apesar de conhecida há séculos, durante muito tempo a estévia andou esquecida. Os conquistadores espanhóis que aportaram na América do Sul observaram, sem dar muita importância, que os índios guaranis utilizavam as folhas da planta para adoçar suas bebidas, especialmente o mate, já muito apreciado por eles. Somente no século XIX o arbusto passou a merecer atenção, quando um famoso naturalista suíço radicado no Paraguai, Moisés Santiago Bertoni, começou a estudar suas características, a partir de referências obtidas com ervateiros e índios, em uma de suas viagens às florestas do leste paraguaio, no ano de 1887. Na linguagem guarani, a estévia é conhecida por diversos nomes, quase todos derivados da expressão ka'a he'ê, que significa genericamente erva doce. Na natureza, o arbusto nasce espontaneamente na região da Serra do Amambaí, entre o Paraguai e o Sul do Brasil.
Em nosso país, de acordo com o pesquisador Oscar Fontão de Lima Filho, da unidade da Embrapa de Dourados, Mato Grosso do Sul, a primeira descrição da estévia saiu em 1926, no primeiro volume do Dicionário das Plantas Úteis do Brasil, feito pelo grande botânico Manuel Pio Correia. Na mesma época, outras nações também se interessaram pelas folhas doces. Os Estados Unidos, a Polônia e a União Soviética pediram ao Paraguai sementes ou mudas para analisar as virtudes da planta. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra, preocupada com a escassez de adoçantes, chegou a cultivar o arbusto nas Ilhas Britânicas, buscando substitutos para os açúcares de cana e beterraba. Na década de 70, finalmente, surgiu o interesse industrial pela estévia. Atualmente, existem extensas plantações em diversos países, especialmente no Sudeste Asiático. Há 15 fábricas que processam as folhas da planta, sendo 13 no Japão, uma na China e uma no Brasil, a Steviafarma Industrial, com sede em Maringá, no Paraná. Produz o adoçante que usa o nome comercial de Stevita, nas versões líquida, sachê, granel, culinária, chocolate e achocolatado. Seu produto tem uma vantagem sobre os demais. É o único a usar exclusivamente estévia. Os outros a misturam com edulcorantes artificiais. No Brasil, as possibilidades de expansão do mercado são grandes, pelo crescimento da demanda de adoçantes não calóricos.
2006-08-06 07:34:34
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answer #1
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answered by RM 2
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Tipos de adoçantes
* Aspartamo ou E 951: É um dos mais recentes, seu poder adoçante se aproxima a sacarina. É proibido o seu consumo aqueles que padecem de fenilcetonúria. Perde o sabor quando submetido a temperaturas superiores a 120ºC ou mais baixa de forma prolongada. Seu poder adoçante é 200 vezes superior ao da sacarose. Uma colher de açúcar tem 200 vezes menos calorias que uma de aspartamo.
* Ciclamato ou E 952: É 50 vezes mais doce que o açúcar. Segundo a Organização Mundial da Saúde pode produzir câncer e mutações. Produz também alergias. Os ciclamatos estão proibidos nos Estados Unidos, Japão, Inglaterra e França. Seu uso é contraindicado para crianças e grávidas.
* Sacarina ou E 954: Proibido na França e Canadá. Nos Estados Unidos é obrigatório constar nos rótulos dos produtos que contenham este aditivo que ele é nocivo a saúde. Acredita-se que doses inferiores a 2,5 gramas ao dia não são tóxicas. Não é aconselhável o seu uso por mulheres grávidas.
* Frutose. É conhecido como o 'açúcar para diabéticos. É utilizado para a fabricação de produtos para diabéticos, porém deve-se cuidar com o seu consumo, já que pode se transformar em glicose. A frutose metaboliza-se mais lentamente.
* Sacarose ou açúcar de mesa: É obtida da beterraba (contendo 15%) ou da cana-de-açúcar (com 25% de sacarose).
* Glicose: Componente da sacarose e, básicamente, o adoçante utilizado nas células para a produção de energia.
* Isomaltose ou E 953
* Sorbitol ou álcool de açúcar: Tem as mesma vantagens e inconveniências que a frutose, porém pode causar diarréias se for consumido em excesso. É o adoçante geralmente utilizado nos chicletes "sem açúcar". No fígado pode se transformar-se em glicose e frutose.
* Manitol ou E 421
* Maltitol ou E 965
* Lactitol ou E 966
* Taumatina ou E 957
* Acesulfamo-k ou E 950: Não é metabolizado pelo organismo e tem poder adoçante 200 vezes maior que o açúcar.
* Neohesperidina dihidrocalcona ou E 959 Elaborado da laranja amarga.
* Xilitol ou E 967: Adoçante parecido ao sorbitol, pouco utilizado devido ao seu custo de produção.
* Lisozima ou E 1105
* Lactiol. Adoçante artificial baixo em calorias. É empregado para a confecção de doces de baixas calorias. É recomendável aos diabéticos. É menos doce que a sacarose porém mais estável que o aspartamo.
* Polidextrose ou E 1200: Adoçante utilizado por suas propriedades gelificadoras e espessantes, ideal para a produção de sobremesas.
2006-08-06 07:36:26
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answer #2
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answered by Anonymous
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Popularmente chamados de adoçantes, os edulcorantes são substâncias naturais ou artificiais de alto ou baixo poder de doçura. Um dos seus usos mais freqüentes é na substituição do açúcar em produtos denominados diet ou light. A stevia é um desses edulcorantes (adoçante) naturais. Não é calórico, sendo extraído das folhas da Stevia rebaudiana, planta silvestre da família do Crisântemo. Ela cresce naturalmente no Brasil e no Paraguai. Apesar de originária da América do Sul, hoje também pode ser encontrada em outros países como Japão, China, México e Estados Unidos. Desde o período pré-descobrimento, esse edulcorante já era utilizado pelos índios guaranis, para adoçar bebidas e remédios. O cientista Antônio Bertoni foi o primeiro a registrar esse costume pelos nativos, em 1887. Em 1970, os japoneses começaram a extrair o pó adoçante das folhas de Stevia e produzi-lo comercialmente, além de utilizá-lo na alimentação. Nos Estados Unidos, o Food and Drugs Administration, FDA, departamento que fiscaliza a produção e comercialização de alimentos e remédios naquele país, decidiu que a Stevia não era um aditivo seguro e impediu oficialmente sua importação e venda, em 1991.
Quatro anos depois, mediante a realização de novas pesquisas, o FDA admitiu a segurança do produto e liberou a importação das folhas e do extrato. No Brasil, é comercializado livremente, podendo ser encontrado em supermercados e lojas de produtos naturais. Seu consumo cresce potencialmente en todo o mundo, e muitos consumidores sul-americanos estão comprando Stevia cultivada na Ásia. Os glicosídios, na verdade esteviosídeos, encontrados nas folhas da Stevia têm poder adoçante 300 vezes superior ao do açúcar comum. Não é cariogênico e apresenta sabor agradável, sem gosto residual. É indicado para dietas com restrição de açúcar, e pode ser usado por diabéticos, obesos, idosos e crianças. É bom lembrar que o açúcar da cana, além do seu alto valor calórico, está associado a diversas doenças degenerativas da atualidade. Antes de comprar o produto, é necessário verificar cuidadosamente sua composição. Alguns adoçantes à base de Stevia podem não conter apenas esse ingrediente. Às vezes estão acrescidos de sacarina e outros aditivos. A Stevia tem várias utilidades na alimentação. Pode ser usada no preparo de sucos, sorvetes, chás, pratos cozidos ou assados, não tendo, porém, a capacidade de caramelizar-se. Durante os últimos vinte anos, esse produto tem sido consumido e testado em todo o mundo. Até o presente não foi considerado tóxico. Uma pessoa que tenha problemas de saúde como obesidade e diabetes, por exemplo, pode usá-lo. No entanto, qualquer alteração em sua dieta deve ser monitorada por um médico e um nutricionista.
De acordo com o presidente da Steviafarma, Fernando Meneguetti, as pesquisas com a stevia levaram a uma experiência bem-sucedida com transferência de tecnologia. Uma patente adquirida da Universidade Estadual de Maringá serviu como base para a produção do carro-chefe da empresa, o adoçante Stevia. Em 1988, foi desenvolvida tecnologia para a produção de adoçante natural à base de stevia, planta nativa do Paraguai.
2006-08-06 07:36:04
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answer #3
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answered by Tsunami 5
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