Há uns 20 anos, houve um aumento misterioso no número de casos de artrite na cidadezinha de Lyme, em Connecticut, e arredores, no nordeste dos Estados Unidos.
Na maioria, as vítimas eram crianças.
A artrite começava com manchas vermelhas, dor de cabeça e dores nas juntas.
Uma moradora da cidade comentou que em pouco tempo seu “marido e dois de seus filhos estavam usando muletas”.
Não muito depois, mais de 50 pessoas daquela região estavam infectadas, e, dentro de alguns anos, milhares sofriam dos mesmos sintomas dolorosos.
Percebendo que esse mal era diferente de outras doenças, os pesquisadores o chamaram de doença de Lyme.
O que a causava?
A Borrelia burgdorferi — bactéria em forma de espiral que vive nos carrapatos.
Como se pega a doença?
Ao passear num bosque, a pessoa é picada por um carrapato que injeta no desafortunado a bactéria que causa a doença.
Como os carrapatos infectados geralmente viajam, alimentam-se e reproduzem-se nos veados, e com mais pessoas se mudando para zonas rurais em que há muitos veados, não é para menos que a incidência da doença de Lyme esteja aumentando.
Sintomas e problemas
O primeiro sintoma da doença de Lyme geralmente é uma erupção, ou mancha (conhecida como eritema migratório, ou EM), que começa com um sinalzinho vermelho.
Com o passar dos dias ou das semanas, esse sinal revelador cresce e vira uma mancha arredondada, triangular ou oval que pode ter o tamanho de uma moeda pequena ou pode se alastrar cobrindo as costas da pessoa.
A erupção costuma ser acompanhada de febre, dor de cabeça, rigidez de nuca, dores no corpo e fadiga.
Se o mal não for tratado a tempo, mais da metade das vítimas sofre crises de dores e inchaço nas juntas que podem durar meses.
Até 20% dos pacientes não tratados acabam sofrendo de artrite crônica.
Embora menos comum, a doença também pode afetar o sistema nervoso e causar problemas cardíacos.
Muitos especialistas acham difícil diagnosticar a doença de Lyme porque os sintomas iniciais, típicos da gripe, são muito comuns em outras infecções.
Para piorar, 1 dentre 4 pessoas infectadas não apresenta a erupção — o único sinal característico da doença de Lyme — e muitos pacientes não se lembram de ter sido picados por um carrapato, porque geralmente a picada é indolor.
Outra coisa que dificulta o diagnóstico da doença é que os testes de anticorpos do sangue que existem atualmente não são confiáveis.
Os anticorpos no sangue do paciente comprovam que o sistema imunológico de seu corpo detectou invasores, mas alguns testes não conseguem dizer se os invasores são as bactérias da doença de Lyme.
De modo que o teste da doença de Lyme pode dar positivo, quando os sintomas são, na verdade, de outras infecções bacterianas.
O Instituto Nacional de Saúde (NIH), dos Estados Unidos, aconselha os médicos a basear o diagnóstico na história da picada de um carrapato, nos sintomas do paciente e após excluírem todas as outras doenças que possam provocar esses sintomas.
Tratamento e prevenção
Se a doença for diagnosticada a tempo, a maioria dos pacientes pode ser curada com antibióticos.
Quanto mais cedo o tratamento começar, mais depressa e mais plenamente a pessoa se recuperará.
A fadiga e as dores podem persistir por vários meses depois do tratamento, mas esses sintomas diminuem sem que se precise de mais antibióticos. O NIH alerta, porém, que “um acesso da doença de Lyme não garante que a pessoa não pegará a doença de novo no futuro”.
Será que algum dia essa perspectiva inquietante mudará?
Um informe da Faculdade de Medicina da Universidade de Yale, dos Estados Unidos, declarou que os pesquisadores desenvolveram uma vacina experimental contra a doença de Lyme.
Essa vacina de “dupla ação” estimula o sistema imunológico humano a produzir anticorpos que atacam e matam a bactéria invasora.
Ao mesmo tempo, também destrói as bactérias que se hospedam nos carrapatos que picam pessoas vacinadas.
“Testar a vacina”, diz o Dr. Stephen E. Malawista, um dos pesquisadores que descobriram a doença de Lyme em 1975, “é um dos principais progressos em nossos esforços de proteger as pessoas das conseqüências potencialmente graves da doença de Lyme”.
Os cientistas têm esperança de que, conforme diz The New York Times, nas regiões em que o medo da doença tem impedido as pessoas de sair de casa, “com a vacina, as pessoas possam voltar a andar tranqüilas pelos bosques”.
Enquanto isso não acontece, você pode tomar suas próprias precauções.
O NIH recomenda: Se você for andar em áreas em que há muitos carrapatos, caminhe pelo meio das trilhas. Use calças compridas, camisas de manga comprida e chapéu. Enfie as pernas das calças dentro das meias e use calçados que não deixem nenhuma parte do pé exposta. As roupas claras tornam mais fácil detectar carrapatos. Passar repelente de insetos na roupa e na pele funciona, mas pode causar efeitos colaterais sérios, especialmente em crianças.
“Especialmente as mulheres grávidas devem tomar cuidado com os carrapatos, em regiões onde a doença de Lyme é comum”, acautela o NIH, “porque a infecção pode ser transmitida para o bebê por nascer” e aumentar a probabilidade de um parto prematuro ou de um natimorto.
Dentro de casa, verifique se algum carrapato grudou em você ou nas crianças, especialmente nas partes do corpo que têm mais pêlo ou no cabelo.
Procure com cuidado, porque os carrapatos em fase imatura são tão pequenos como o ponto no final desta sentença e é fácil confundi-los com uma partícula de sujeira.
Se você tiver animais de estimação, examine-os bem antes de deixá-los entrar em casa — eles também podem pegar a doença de Lyme.
Como tirar um carrapato do corpo?
Não use os dedos, mas uma pinça sem fio. Puxe com cuidado e firmeza perto da cabeça do carrapato até ele desgrudar da pele, mas não aperte seu corpo.
Daí, limpe bem a área da picada com um antisséptico. Retirar o carrapato em até 24 horas pode evitar que você contraia a doença de Lyme, diz o Dr. Gary Wormser, especialista americano em doenças infecciosas.
É verdade que, mesmo em áreas muito infestadas, o risco de pegar a doença de Lyme, que pode levar à invalidez, é pequeno.
Ainda assim, tomar essas precauções simples tornarão esse risco pequeno ainda menor.
Valem a pena essas precauções?
Pergunte a quem sofre da doença de Lyme.
Você pode pegar a doença de Lyme num passeio no bosque
Sinais da doença de Lyme
Infecção inicial:
Manchas vermelhas
Dores musculares e nas juntas
Dor de cabeça
Rigidez de nuca
Prostração
Febre
Paralisia facial
Meningite
Episódios breves de dores e inchaço das juntas
Menos comuns:
Inflamação ocular
Tontura
Falta de ar
Infecção em estado avançado:
Artrite, intermitente ou crônica
Menos comuns:
Perda de memória
Dificuldade de se concentrar
Mudança de humor e nos hábitos de sono
Pode-se ter um ou mais destes sintomas em ocasiões diferentes durante a infecção. — Lyme Disease—The Facts, the Challenge [Doença de Lyme: Os Fatos, o Desafio], publicado pelo Instituto Nacional de Saúde.
2006-08-05 11:02:56
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answer #1
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answered by LLian 3
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A doenca de lyme é transmitida por uma bacteria chamada Borrelia burgdorferi, ela pode contaminar humanos, caes equinos e ovinos, sim ela é realmente transmitida por carrapatos, no estagio de ninfa (larval) que ao se alimentar de alguns animais silvestres adquirem a Borrelia, e transmitem aos animais e homem qnd se alimentam deles
o tratamento consiste de oxitetraciclina e amoxicilina, já no caso crõnico, deve haver prolongamento e reperticoes da dose
2006-08-06 07:53:48
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answer #2
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answered by curiosayh 5
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