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O Aqüífero Guarani
Área de Ocorrência
O aqüífero Guarani ocorre nos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do sul; atingindo também os países Argentina, Paraguai e Uruguai. É portanto um sistema transnacional. A área total de ocorrência chega a 1.400.000 quilômetros quadrados, dos quais cerca de 1 milhão está em território brasileiro. Sua dimensão norte-sul no Brasil chega a 2000 quilômetros.
Panorama geológico.
Este aqüífero é constituído de várias rochas sedimentares pertencentes à Bacia Sedimentar do Paraná. Das rochas que compõem o aqüífero, a mais importante é o arenito Botucatu, de idade triássico superior a jurássico inferior (190 milhões de anos atrás). Este arenito foi depositado em ambiente desértico, o que explica as características que faz dele um ótimo reservatório de água: Os grãos sedimentares que o constituem são de uma grande homogeneidade, havendo pouco material fino (matriz) entre os mesmos. Isto confere a este arenito alta porosidade e alta permeabilidade.
Sua espessura média é de cerca de 100 metros, havendo locais onde chega a 130 metros. O arenito Botucatu está exposto à superfície nas regiões marginais da Bacia Sedimentar do Paraná. À medida que caminhamos para as partes centrais desta Bacia, isto é para o interior dos estados do sul, este arenito vai ficando cada vez mais profundo, tendo a lhe recobrir espessas camadas de rochas vulcânicas basálticas, e outros camadas de arenitos mais recentes.
A região onde o arenito Botucatu aflora constitui os locais de recarga do aqüífero. Nas regiões onde o mesmo está recoberto pelas rochas vulcânicas não há recarga e o sistema está confinado, ou seja, é artesiano, chegando a profundidades de até 1500 metros. Apesar desta profundidade,como é um sistema confinado, nos poços que o alcançam nesta profundidade á água sobe chegando a pouco menos de 100 metros da superfície, havendo locais onde a pressão é suficiente para que a água jorre espontaneamente pela boca do poço.
Potencial Hidrogeológico do Aqüífero Guarani
Este aqüífero é responsável por cerca de 80 % do total da água acumulada na Bacia sedimentar do Paraná. Calcula-se que constitua a maior reserva de água doce do mundo. Como é muito permeável os poços ali perfurados apresentam vazão que podem ultrapassar os 500 m³/h, com um rebaixamento de somente 150 metros do nível d'água no poço antes do bombeamento.
Obs: Esta relação entre vazão e rebaixamento do nível estático do poço chamamos de capacidade específica do aqüífero. Para mais informações veja o capítulo:
Em regiões onde o aqüífero está a mais de 1000 metros de profundidade a água pode atingir temperaturas de até 50 graus Celsius, sendo muito útil em alguns processos industriais, hospitais, no combate à geada e para fins de recreação e lazer.
O teor médio de sólidos totais dissolvidos está ao redor de 200 mg/L, sendo uma ótima água para consumo humano. Contudo alguns poços perfurados no Estado do Paraná forneceram água com teor elevado de flúor (12 mg/L) o que a torna inviável para uso humano, mas tudo indica que esta não é a química predominante da água do aqüífero.
Poluição
Estudos têm revelado que as águas do aqüífero Guarani ainda estão livres de contaminação. Contudo, considerando que a área de recarga coincide com importantes áreas agrícolas brasileiras, onde se tem usado intensamente herbicidas, é de se esperar que são necessárias medidas urgentes de controle, monitoramento e redução da carga de agrotóxicos, sob pena de se vir a ter sérios problemas de poluição.
Outros perigos são:
a) Uso descontrolado e excessivo, principalmente nos locais que apresentam artesianismo jorrante, sendo necessário um rígido controle para se evitar o desperdício de água e conseqüente diminuição da pressão interna do sistema, o que viria a prejudicar os outros usuários das redondezas do poço jorrante. Um exemplo deste desperdício se encontra no município de Pereira Barreto, interior de São Paulo, onde se joga no rio Tietê, cerca de 4 milhões de litros de água potável por dia. (Aldo Rebouças, in ABAS INFORMA, 101/2000)
b) Poços abandonados: todo poço, que atinja ou não o aqüífero Guarani, e deixe de ser usado, deve ser convenientemente selado para evitar a entrada direta de águas poluídas,
c)Vedação: todo poço deve ser bem vedado para evitar a entrada de água poluída no espaço anelar existente entre o revestimento do mesmo e as paredes da perfuração.

2006-07-31 09:50:39 · 5 respostas · perguntado por Anonymous em Ecologia e Meio Ambiente

5 respostas

Parabéns pelas informações veiculadas na pergunta.
Quanto á utilização do aquífero, concordo com o Gilberto, pois a exploração maciça do aquífero acabaria por facilitar sua poluição e também levar a desperdícios, pois como sabemos , nem tudo o que é tecnicamente recomendável é executado. Quanto à utilização do aquífero somente em épocas de seca, não sei se isto seria possível em termos de investimentos, uma vez que são necessários altos investimentos para a estruturação de um sistema de abastecimento de um município, então as empresas ou o próprio poder público fazem sua opção de capatação (aguas subterrâneas ou superficiais), conforme a disponibilidade, facilidae de acesso e os custos envolvidos. Não sei se seria possível eeconomicamente viável um sistema misto de abastecimento.

2006-08-01 02:08:34 · answer #1 · answered by REEE_Angel 2 · 0 1

A NÃO utilização é pelo fator que apenas UM poço mal estruturado é suficiente pra detonar TODO o aquífero (contaminá-lo por exemplo); Outro problema é que toda a área acima do poço pode afundar ou desabar caso poços demais sejam feitos (veja bem: A água está 'sustentando' o chão, remove-se a água, aplica-se as leis físicas e pronto, desmoronamentos e desastres naturais...).

2006-08-01 06:33:15 · answer #2 · answered by tsalviatti 4 · 0 0

Pelo simples fato de muita pouca coisa a respeito da sua utilização ser conhecida.

A Sanepar, que é a companhia de saneamento do paraná, fez uma tentativa frustrada de exploração do aquífero Karst, que faz parte do guarani, que culminou em abertura de crateras.

Deve se levar em conta que a utilização do aquifero em quantidade demasiadamente larga pode secar alguns poços naturais, que, mesmo que pequenos, criam um vão de ar no solo que é rapidamente coberto por solo, o que forma aquelas crateras mencionadas acima.

2006-08-01 06:17:33 · answer #3 · answered by bahhh 2 · 0 0

1 - fALTA DE VONTADE POLÍTICA DOS GOVERNOS
2 - MEDO QUE A IRRESPONSABILIDADE DAS PESSOAS DESTRUA ESSE MANANCIAL

2006-07-31 10:05:57 · answer #4 · answered by Zoing 5 · 0 0

Na minha opinião o aquifero guarani precisa ser preservado. Ainda não é hora de nós o explorarmos. Existem outras alternativas. O aqu[ifero guarani é o último reservatório ainda intacto e deveria ser mantido assim, para que fosse explorado com mais consciência.
Mas um grande impecilho para que isso ocorra é a sua profundidade que vai de 800 a 1600 m

2006-07-31 10:01:13 · answer #5 · answered by Gil 5 · 0 0

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