Você tem razão Junior,
Infelizmente, a questão é complicada mesmo. Mas perceba que a religião aí só tem um papel secundário. O conflito é, em essência, territorial. Claro que a religião é usada para fomentar o ódio por alguns líderes fundamentalistas, mas o ódio do povo palestino é gerado pois eles habitavam a região e, de repente, viram um povo chegar ali, estabelecer um Estado, e o que é pior, ir aumentando suas fronteiras por meio do uso da força por décadas.
Nenhum dos lados está certo, na minha opinião, pois nada justifica o derramamento de sangue inocente que vemos quase que diariamente na imprensa. Mas, se quer saber, eu simpatizo menos com os israelenses, pelo seguinte: os palestinos que matam pertencem a facções terroristas e não representam necessariamente a vontade de todos os palestinos. Já os israelenses, que também matam tantos inocentes são o próprio governo de Israel, eleito pelo próprio povo de Israel! Não se trata de alguns terroristas ou fundamentalistas, mas o governo instituído. Nada justifica um ser humano matar outro, mas se quer minha opinião, acho mais absurdo um governo instituído matar, do que algum fundamentalista que pertença a alguma facção radical.
Abraço.
2006-07-19 04:24:18
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answer #1
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answered by Dave 3
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Baseando-nos na história recente , em l948 , uma resolução da ONU criou o Estado de Israel , uma reivindicaçao do povo Judeu ,inspirada pelo movimento sionista , que pregava o retorno dos judeus a sua terra de origem.
Muitos Judeus já habitavam a região desde o domínio Otomano, até o final da primeira guerra mundial , quando tornou-se protetorado Britânico , vivendo em relativa harmonia com a população Árabe.O holocausto durante a segunda grande guerra
precipitou a necessidade da criação de uma pátria para os judeus , o que se verificou em l.948.
Tão logo a resolução entrou em vigor , uma coalisão de países
Árabes , invadiu o récem criado Estado de Israel , uma vez que eram contrários a criação do Estado judeu.Esta resolução da ONU , também criava um Estado Palestino , que compreendia a faixa de Gaza e a Cisjosdânia.
Derrotados , os estados Árabes jamais reconheceram o Estado de Israel , e ainda se propuseram a destruí-lo , o que fizeram em
novas tentativas , sendo derrotados seguidamente em l.967 e em
l973 . Estas guerras geraram milhares de refugiados palestinos ,
no Líbano, na Jordânia e nos territórios palestinos ocupados por Israel.
Inúmeros acordos de paz foram colocados , sendo que Egito e
Jordânia assinaram tratados de paz com Israel , porém inúmeros grupos de diversas inspirações , políticas e religiosas,
se propuseram a luta armada com Israel , tanto para a reconquista dos territórios ocupados estratégicamente por Israel,
quanto para a destruição do estado judaico.
Há que se ressaltar ser Israel a única democracia constituída do
Oriente Médio , sendo que no parlamento Israelense têm assento
cidadãos árabes,prova inconteste da sua determinação em conviver em harmonia com os demais povos da região.
Particularmente , penso que
a causa da instabilidade na região se deva mais a fragilidade institucional dos países árabes e da própria Autoridade Nacional
Palestina , em estabeler governos democráticos , cuja autoridade se faça prevalecer sobre oreganizações paramilitares
e terroristas.O Estado de Israel jamais se furtou a negociações , porém, como já foi dito , é muito difícil , estabeler condições , que os Estados Àrabes por sua fragilidade , não tem condições de efetivá-las
2006-07-19 12:36:42
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answer #2
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answered by Claret. 6
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Na verdade, o conflito não é só um conflito religioso, ou só político ou só econômico. É uma mistura de diversos fatores, o que tornam sua resolução muito complexa.
A questão religiosa tem influência porque toda religião, por mais "bem" que ela diga pregar, cria, e necessita, de divisões. Toda religião afirma ter a verdade, ou a maior/melhor parcela da verdade, e que seus seguidores estão em um caminho mais "correto" que os não-seguidores. Isso cria o sentimento de que "nós estamos certos, eles errados" que, além de criar guerras, ajuda a extendê-las por períodos que não seriam lógicos em uma guerra com razões puramente econômicas ou políticas. As religiões de origem no oriente médio (judaísmo, cristianismo e islamismo) tem em comum, além da crença em um deus único, a crença na posse da verdade absoluta e. em sua história e tradições, a punição pela morte dos "infiéis". Leia a Bíblia, o Alcorão ou a Torá e você verá diversas passagens onde deus até mesmo auxília seus "fiéis" a matarem infiéis. Este é um fator que ajuda a guerra a se perpetuar.
No aspecto econômico, a região é uma das mais pobres em recursos naturais do globo, e é escasso um dos principais, a água. Toda a água de Israel não nasce em Israel, mas em seus países vizinhos, e Israel ou é inimigo, ou não é reconhecido, ou no mínimo tem relações tensas com todos os seus vizinhos. Isso ajuda o fato de Israel ter respostas duras a toda ameaça, por menor que seja, porque é importante, na avaliação dos fazedores de política israelense, que fique sempre clara a mensagem que, se Israel for atacada onde mais importa, eles tem condições e vão reagir da forma mais dura possível.
A política interna de cada um dos atores envolvidos também influencia muito. Todos usam a guerra e as tensões entre seus países como desculpa para políticas internas normalmente impopulares, além de um fator de união de seus respectivos povos. Nada melhor que uma ameaça externa para unir as partes internamente.
Alie-se a isso o fator histórico. Israel como "pátria dos judeus" nunca existiu realmente, a não ser nas lendas religiosas. Israel era, na história antiga, uma região do oriente médio que nunca teve uma vida autônoma (e tampouco a palestina, que já fez parte de diversos outros países árabes, já foi território do império otomano, de administração inglesa, mas nunca um país independente). Ocorre que, durante a época de dominação romana e durante a idade média, muitos judeus, provenientes do oriente médio, emigraram para a europa, onde sofreram perseguições religiosas. Essa perseguição generalizada acabou por resultar na "unidade" criada entre os seguidores do judaísmo (judeu não é uma etnia, um judeu é um adepto de uma religião, logo não há uma "etnia" específica para os habitantes de israel), que se assemelhou em certo sentido à unidade existente entre populações étnicas (japoneses, franceses, eslavos, etc...). Essa unidade forçada reforçou uma lenda antiga no judaísmo, a da "terra prometida", a terra que deus teria dado aos seus fiéis seguidores, os judeus, quando estes fugiram do egito. Disto surgiu o sionismo, que era um movimento existente entre judeus de diversos países pela criação de uma "pátria judia", ou seja, um território destinado aos judeus (o que se tornaria, e se tornou, uma novidade geopolítica no mundo, como sendo o primeiro país com a população definida por afinidade religiosa, já que o Vaticano não é um país destinado à moradia de todos os católicos, mas um país onde o líder máximo católico viveria e governaria).
Com a vinda da segunda guerra mundial, e sua generalização, a Inglaterra, nos primeiros anos da guerra, ficou em uma posição extremamente vulnerável, isolada do continente e sem forças para fazer oposição a Hitler. Essa posição inglesa fez com que o pais buscasse apoio de onde ela conseguisse. Entre eles, estavam dois que iriam criar as bases para o atual conflito: um dos apoios a inglaterra conseguiu com o movimento sionista e com os judeus que viviam no oriente médio, que em troca do auxílio à Inglaterra, conseguiram a promessa da coroa que, tão logo a guerra acabasse, os judeus teriam seu país no local onde, segundo alguns estudiosos judeus, apoiados pelos sionistas, teria sido a terra para onde os judeus teriam sido levados no êxodo: a região da palestina. Outro foi com os árabes, que conseguiram, em troca do apoio, a promessa, por parte da Inglaterra, da liberdade da palestina (na época, território colonial inglês), e da criação, ali, de um estado árabe. Cabe ressaltar que, na época pré-guerra, o movimento sionista era um movimento com o mesmo "status" da Autoridade Palestina hoje: um movimento de autonomia com braços terroristas. O movimento sionista chegou a explodir hotéis ingleses na atual região de Israel, tentando forçar o governo inglês a criar um estado judeu.
Pois bem, com o final da segunda guerra mundial, a Inglaterra ficou em um aperto, já que prometeu duas coisas diferentes aos dois lados, e não havia como concilar as duas promessas. O movimento sionista, acreditando ter o apoio inglês e desconhecendo os termos do acordo inglês com os árabes, saltou à frente da Inglaterra, que tentava "enrolar" a situação, e declarou a criação e independência do Estado de Israel, destinado a receber todos os judeus "de volta a casa". Isso foi possível porque, antes e durante a guerra, a Inglaterra promoveu a imigração judia para o local, como forma de retirar os "indesejáveis" judeus de seu país e de ter mais "braços" na terra ocupada.
Quando da criação do Estado de Israel, o movimento sionista declarou que tinha o apoio da Inglaterra, o que enfureceu os árabes, porque, além de ter seus inimigos históricos criado um estado em território que os árabes consideravam seu, eles perceberam que tinham entrado no jogo duplo inglês, que tinham sido enganados. Surgiu daí um período de tensões e conflitos entre Israel e seus vizinhos árabes, além dos árabes palestinos que viviam na região onde havia sido criado o Estado de Israel. Para tentar contornar a situação, o Conselho de Segurança da ONU, por uma iniciativa inglesa, aprovou uma resolução que ratificava a criação do Estado de Israel, mas que reservava também um espaço para a criação de outro estado, o Estado Palestino. Nennum dos lados aceitou os termos da resolução, a tensão e os conflitos continuaram a crescer até que resultaram na Guerra dos Seis Dias, que envolveu diretamente Israel, a Siria, o Egito e a Jordânia, além de indiretamente envolver diversos outros estados árabes, os EUA e a Inglaterra. Nesta guerra, que teve início com a resposta israelense ao bloqueio do golfo de Ácaba pelo Egito (golfo por onde saíam os navios israelenses), Israel ocupou a Faixa de Gaza e diversas outras partes do espaço reservado para a criação do Estado Palestino, além das Colinas de Golã, que eram território da Síria, a Península do Sinai, que era território egípcio, e a Cisjordânia, que compreendia parte do território jordaniano e parte do território onde seria criado o Estado Palestino. A ONU chegou a aprovar uma resolução exigindo a devolução dos territórios ocupados por Israel, mas o país rejeitou a resolução, alegando que os territórios ocupados eram "espaços vitais" para a segurança das fronteiras israelenses.
A partir daí, as tensões só se intensificaram, embora uma investida militar por parte dos países árabes contra Israel tenha se tornado uma opção não muito considerada, por causa da superioridade das forças armadas israelenses, construída com recursos e apoio americanos e comprovada durante a Guerra dos Seis Dias, sobre as forças de todos os vizinhos combinados. Os movimentos de resistência interna na Palestina acabaram por resultar em diversos movimentos terroristas, que inclusivem abriram bases em países árabes, como a Síria e o Líbano. Os ataques terroristas acabaram por levar Israel a endurecer ainda mais suas posições e deram argumentos para respostas mais agressivas, como a ocupação do sul do Líbano em 1978 por Israel. Durante as décadas de 80 e 90, alguns sinais de que o conflito poderia ser solucionado apareceram, ainda que de forma esparsa e altercados com momentos de tensão. Em 1982 Israel assinou a paz com o Egito e se retirou da Península do Sinai. Este acordo resultou na expulsão do Egito da Liga Árabe. No ano 2000 Israel retirou suas tropas do sul do Líbano. Várias tentativas de acordos de paz entre Israel e a Autoridade Palestina foram tentados nas décadas de 1990 e 2000, mas todos acabaram por fracassar devido a posições intrasigentes dos dois lados. Os ataques terroristas se intesificaram, a Autoridade Palestina, considerada como "entreguista" por alguns grupos terroristas, perdeu controle sobre os mesmos, e o confito agora ocorre entre Israel, autoridade palestina e diversos grupos terroristas que alegadamente contam com apoio e financiamento de alguns países árabes ou mulçumanos, como a Síria, o Líbano ou o Irã.
Com tudo isso, você vê que, na verdade, não há um mais certo, nem um certo nesta história toda, porque a história e a política internacional não pode ser medida na base de "certo" ou "errado". Todos tem suas razões, todos tem seus argumentos, todos tem posições extremadas, e muitos já morreram e já mataram pelos dois "lados". Não há um que tenha e outro que não tenha razão no caso. Ambos tem seus motivos, ambos tem seus interesses, e até que ambos flexibilizem algumas de suas posições e entendam que a continuação da guerra é mais prejudicial do que a renúncia a certos interesses, a guerra continuará.
2006-07-19 12:18:40
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answer #3
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answered by Lord_of_Dreams 7
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