Jesus respondeu aos murmuradores que o censuravam por conviver com gente de má fama, sobressai, em toda a sua crueza, a culpa dos pecadores, e, com esse pormenor, mais ainda se realça a infinita bondade divina.
Após receber todos os haveres que lhe couberam em partilha, o moço afasta-se de seu pai para uma terra distante, esquece-o, e, entregue a uma vida de desregramentos, afunda-se na miséria.
E' o que acontece também a nós outros, em relação a Deus: apartamo-nos d'Ele, não pela distância, porque Deus está em toda à parte, mais pelo coração, e, olvidando-lhe as leis, entregamos nossa alma a toda a sorte de desatinos, perdendo a retidão do juízo, a candura do sentimento, a sensibilidade da consciência e o discernimento justo do bem e do mal.
Vendo-se arruinado, o pródigo coloca-se, então, sob a dependência de um dos moradores da tal terra e é mandado a guardar o gado imundo. Ali, quer saciar-se com aquilo que dado como alimento aos animais de seu amo, mas o que lhe dão deixa-o a desfalecer de fome.
O que a parábola aqui nos ensina é que as vaidades mundanas, as sensualidades grosseiras e suínas, com as quais muitos se comprazem, tal qual as cascas sem substâncias (repasto dos porcos), que só enchem e pesam, mas não alimentam, ao cabo de algum tempo conduzem fatalmente à fome de espírito e de coração, como a sentiu afinal o nosso estróina.
Nessa situação aflitiva, cai em si, recorda-se do pai e resolve voltar a pensares, certo de que ele lhe há de perdoar.
Isto nos faz compreender a missão providencial da dor. Quando na terra tudo nos corre às mil maravilhas, nem sequer cogitamos se Deus existe ou deixa de existir. Visite-nos a desgraça, porém, e nossa alma, quebrantada, logo se volta para o céu, porque só de lá nos podem vir às consolações e o refrigério de que necessitamos.
Põe-se então a caminho - continua a historieta - e "quando ainda vinha longe, viu-o seu pai". Não se contém, não espera que o filho se aproxime, que lhe fale e se humilhe. Corre-lhe ao encontro, abraça-o e beija-o enternecidamente.
- "Pai - exclama o pródigo -, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho".
O pai não lhe dá tempo de acrescentar as palavras que pensara dizer: "Trata-me como um de teus jornaleiros".
Tal é o arrebatamento de seu amor paterno, que, antes mesmo que o filho lhe fizesse uma só confissão do seu passado de prevaricações, vergonhas e dores, já ele o havia acolhido com sua clemência.
E exclama aos seus servos: "Tirai-lhe, esses andrajos e vesti-lhe o seu antigo traje" pois assim me apraz ver restituído o meu filho, em sua primitiva dignidade. "E enfiai-lhe um anel no dedo", símbolo de autoridade senhorial, pois fica reintegrado em seu lugar de filho e herdeiro dos bens paternos; "calçai-o", para que seus pés não se firam pelo chão; "matai um vitelo gordo, e comamos, e regozijemo-nos, porque este meu filho que me morrera, aqui o tenho de novo em meu regaço".
E' exatamente assim que' Deus procede conosco.
A carga de nossos erros impede-nos que nos cheguemos à Sua presença, mas Ele desce até nós, acerca-se de nossas almas penitentes, toma-nos em Seus braços, dá-nos o ósculo de perdão, e, todo ternura, acolhe-nos em Seus domínios. Pai amantíssimo que é, "não quer a morte do filho mau e ingrato, mas sim que ele se converta, que abandone o mau caminho, e viva".
Lição mais consoladora e suave do que esta, não há em todo o Evangelho.
Ninguém se perde, pois não há culpas irreparáveis!
Em nosso relativo livre arbítrio, podemos dilapidar, na satisfação de bastardos apetites, as riquezas que nos foram concedidas pelo doador da Vida.
Virão depois, entretanto, os efeitos dolorosos, e com eles o arrependimento e a resolução de emendar-nos.
E' quando Deus, que lê os nossos mais recônditos pensamentos, vem ao encontro de nosso esforço individual, e, harmonizando os ditames de Sua justiça com a superabundância de Sua misericórdia, enseja-nos, através das reencarnações, os meios de reabilitar-nos, de redimir-nos e de retornarmos, infalivelmente, à glória inefável de Sua companhia.
2006-07-16 13:03:46
·
answer #1
·
answered by ALFREDO D 5
·
1⤊
0⤋
A Parábola do Filho Pródigo fica na passagem da Bíblia - Lucas, capítulo 15 versículos de 11 a 32. Conta a história de um pai rico que tinha dois filhos. Um deles pediu sua parte na herança e saiu de casa pra ganhar o mundo. O outro, continuou com o pai ajudando-o nos afazeres. O que saiu de casa gastou tudo o que tinha com bobagens, mulheres e perdeu todo o dinheiro. Cansado e morimbundo conseguiu o ofício de guardar os porcos no campo e sua comida era a mesma deles. Refletindo, resolveu voltar pra casa de seu pai e pedir que ele o recebesse mesmo que fosse como um empregado (pois ele sabia que os empregados de seu pai eram melhor tratados do que ele estava sendo). E assim o fez. Seu pai ficou muito feliz com o seu retorno e mandou que matassem novilhas para celebrar sua volta. Seu irmão, que havia ficado, ficou chateado com o pai. E este explicou: "Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu, é teu. Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; estava perdido, e foi achado"
Isso serve para nós também, pois se conseguirmos nos arrepender profundamente dos nossos erros e pecados, não os cometendo novamente, Deus há de nos perdoar e nos levar para a festa no Seu Reino...
Espero que tenha sido a resposta que vc esperava. Um abraço,
2006-07-16 12:38:39
·
answer #2
·
answered by Sonatta 4
·
0⤊
0⤋
Com prazer. Aí está. Se quizer a interpretação, contate-me, pois a parábola já está ocupando muito espaço:
Um homem tinha dois filhos.
O mais jovem disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, ajuntando todos os seus haveres, o filho mais jovem partiu para uma região longínqua e ali dissipou sua herança numa vida devassa. E gastou tudo. Sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar privações.
Foi, então, empregar-se com um dos homens daquela região, que o mandou para seus campos cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com as bolotas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
E caindo em si, disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome! Vou-me embora, procurar o meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados’.
Partiu, então, e foi ao encontro de seu pai. Ele estava ainda ao longe, quando seu pai viu-o, encheu-se de compaixão, correu e lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. O filho, então, disse-lhe: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho’.
Mas o pai disse aos seus servos: ‘Ide depressa, trazei a melhor túnica e revesti-o com ela, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o novilho cevado e matai-o; comamos e festejemos, pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi reencontrado!’ E começaram a festejar.
Seu filho mais velho estava no campo. Quando voltava, já perto de casa ouviu músicas e danças. Chamando um servo, perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe disse: ‘É teu irmão que voltou e teu pai matou o novilho cevado, porque o recuperou com saúde’. Então ele ficou com muita raiva e não queria entrar. Seu pai saiu para suplicar-lhe.
Ele, porém, respondeu a seu pai: ‘Há tantos anos que te sirvo, e jamais transgredi um só dos teus mandamentos, e nunca me deste um cabrito para festejar com meus amigos. Contudo, veio esse teu filho que devorou teus bens com prostitutas, e para ele matas o novilho cevado!’
Mas o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois esse teu irmão estava morto e tornou a viver; ele estava perdido e foi reencontrado!’»
Lucas 15, 11-32
2006-07-16 12:30:59
·
answer #3
·
answered by Rastejador 7
·
0⤊
0⤋