Cara, não caia nessa! O gelo só vai aumentar a infecção pois destrói células de defesa, além de lesar a mucosa, o que vai abrir porta para novas infecções.
Virose transmitida predominantemente pelo contato sexual (inclusive oro-genital), com período de incubação de 3 a 14 dias, no caso de primo-infecção sintomática; a transmissão pode-se dar, também, pelo contato direto com lesões ou objetos contaminados. Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões vesiculosas que, em poucos dias, transformam-se em pequenas úlceras.
AGENTE ETIOLÓGICO
Herpes simplex virus (HSV), tipos 1 e 2. Pertencem à família Herpesviridae, da qual fazem parte o Citomegalovírus (CMV), o Varicela zoster vírus (VZV), o Epstein-Barr vírus (EBV), o Herpesvírus humano 6 (HHV-6), que causa o exantema súbito, e o Herpesvírus humano 8 (HHV 8).
São DNA vírus e têm diferentes propriedades biológicas, variando quanto à composição química; podem ser diferenciados por técnicas imunológicas. Embora os HSV 1 e 2 possam provocar lesões em qualquer parte do corpo, há predomínio do tipo 2 nas lesões genitais, e do tipo 1 nas lesões periorais.
QUADRO CLÍNICO
Herpes Genital Primário
O vírus é transmitido mais freqüentemente por contato direto com lesões ou objetos contaminados; é necessário que haja solução de continuidade, pois não há penetração do vírus em pele ou mucosas íntegras. Pode não produzir sintomatologia. Pródromos: aumento de sensibilidade, formigamento, mialgias, ardência ou prurido antecedendo o aparecimento das lesões. Localização: no homem, mais freqüente na glande e prepúcio; na mulher, nos pequenos lábios, clitóris, grandes lábios, fúrcula e colo do útero. Características da lesão: inicialmente pápulas eritematosas de 2 a 3 mm, seguindo-se de vesículas agrupadas com conteúdo citrino, que se rompem dando origem a ulcerações, posteriormente recobertas por crostas serohemáticas. Adenopatia inguinal dolorosa bilateral pode estar presente em 50% dos casos. As lesões cervicais uterinas, freqüentemente subclínicas, podem estar associadas a corrimento genital aquoso. No homem, não raramente, pode haver secreção uretral hialina, acompanhada de ardência miccional. Podem ocorrer sintomas gerais, como febre e mal-estar.
Provocando ou não sintomatologia, após a infecção primária, o HSV ascende pelos nervos periféricos sensoriais, penetra nos núcleos das células ganglionares e entra em estado de latência.
Herpes genital recorrente
Após a infecção genital primária por HSV 2 ou HSV 1, respectivamente, 90% e 60% dos pacientes desenvolvem novos episódios nos primeiros 12 meses, por reativação dos vírus. A recorrência das lesões pode estar associada a episódios de febre, exposição à radiação ultravioleta, traumatismos, menstruação, estresse físico ou emocional, antibioticoterapia prolongada e imunodeficiência. O quadro clínico das recorrências é menos intenso que o da primo-infecção, e é precedido de pródromos característicos, como por exemplo: aumento de sensibilidade no local, prurido, "queimação", mialgias, e "fisgadas" nas pernas, quadris e região anogenital.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Deve ser feito com o cancro mole, a sífilis, o linfogranuloma venéreo, a donovanose e as ulcerações traumáticas.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Citodiagnóstico
O citodiagnóstico de Tzanck pode ser útil como método auxiliar. Sua positividade é refletida pela multinucleação e balonização celulares. A utilização da coloração pelo Papanicolaou permite a observação de inclusões virais.
Biópsia
Embora o procedimento não seja indicado rotineiramente, permite fazer, com alguma segurança, o diagnóstico por meio da identificação dos corpúsculos de inclusão.
Cultura
O isolamento do vírus em cultura de tecido é a técnica mais específica para detecção da infecção herpética. A sensibilidade da cultura varia de acordo com o estágio da lesão. É progressivamente menor em lesões vesiculosas, pustulosas, ulceradas e crostosas. A sua obtenção, na prática diária, é difícil.
TRATAMENTO
Tratamento sintomático
A dor pode ser aliviada com analgésicos e anti-inflamatórios. O tratamento local consiste em: solução fisiológica ou água boricada a 3%, para limpeza das lesões; antibiótico tópico (Neomicina) pode ser útil na prevenção de infecções secundárias.
Tratamento específico
Vários medicamentos foram utilizados para o tratamento das infecções herpéticas, mas nenhum deles provou ser completamente eficaz na erradicação do vírus. Não existe tratamento que proporcione a cura definitiva do herpes genital. Deve ser evitada conduta intempestiva, como o uso de substâncias irritantes e/ou corticosteróides.
Primeiro episódio:
* Aciclovir 400 mg, VO, 8/8 horas, por 7 a 10 dias.
* Famciclovir 250 mg, VO, 8/8 horas, por 7 a 10 dias; ou
* Valaciclovir 1g, VO, 12/12 horas, por 7 a 10 dias; ou
Nas recorrências de herpes genital o tratamento deve ser iniciado, de preferência, com o aparecimento dos primeiros pródromos (dores articulares, aumento de sensibilidade, pruridos):
* Aciclovir 400 mg, VO, 8/8 horas, por 5 dias.
* Famciclovir 125 mg, VO, 12/12 horas, por 5 dias; ou
* Valaciclovir 500 mg, VO, 12/12 horas, por 5 dias; ou
No caso de manifestações severas com lesões mais extensas, o tratamento deve ser sistêmico, com: Aciclovir 5 a 10 mg por Kg de peso, EV, de 8/8 horas, por 5 a 7 dias ou até a regressão das lesões.
Seguimento pós-tratamento
Retorno após duas semanas, para avaliação.
Gestante
Nas gestantes portadoras de herpes simples, deve ser considerado o risco de complicações obstétricas, particularmente se a primo-infecção ocorrer durante a gravidez.
A infecção primária materna, no final da gestação, oferece maior risco de infecção neonatal do que o herpes genital recorrente.
As complicações do herpes na gestação são numerosas, sendo, contudo, pequeno o risco de contaminação fetal durante a gestação. A transmissão fetal transplacentária foi observada por Vontver em uma a cada 3500 gestações. A infecção do concepto intra-útero, nos primeiros meses da gestação, poderá culminar em abortamento espontâneo.
O maior risco de transmissão do vírus ao feto, se dará no momento da passagem deste pelo canal do parto, resultando em aproximadamente 50% de contaminação. Mesmo na forma assintomática, poderá haver a transmissão do vírus por meio do canal de parto. Recomenda-se, portanto, a realização de cesariana, toda vez que houver lesões herpéticas ativas. Esta conduta não traz nenhum benefício quando a bolsa amniótica está rota há mais de 4 horas.
O tratamento das lesões herpéticas, no decorrer da gestação, poderá ser feito, com alguma vantagem, nos casos de primo-infecção, com: Aciclovir 400 mg, VO, 8/8 horas, por 7 a 10 dias.
A infecção herpética neonatal consiste em quadro grave, que exige cuidados hospitalares especializados. Tratamento neonatal: Aciclovir 5 mg/dia, via intravenosa, de 8/8 horas, durante 7 dias.
Portador do HIV
É prudente a referência de pacientes HIV-positivos, imunodeprimidos, visto que podem apresentar episódios da infecção mais prolongados, e mais graves. A dosagem de drogas anti-virais recomendada para esses pacientes é controversa, mas algumas experiências clínicas sugerem benefício com doses maiores nestes pacientes. Os esquemas referidos acima devem ser mantidos até que haja resolução clínica do quadro.
2006-07-11 01:50:11
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answer #1
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answered by vagnervieitas 4
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