A Origem do Sorriso: Cultural ou Genética?
Por: Dra. Silvia Helena Cardoso
O sorriso é um dos sinais de comunicação com um sentido universal: ele expressa alegria, felicidade, afeição, gentileza, flerte, zombaria. O sorrir é um automatismo dos músculos da face que ocorre em resposta a determinados estados mentais, mas ele pode e é usado para transmitir informação. Em suas varias formas, o sorriso aparece em todas as culturas humanas, em todas as épocas. Prof. Irenaus Eibl-Eibesfeldt (1), fundador da etologia humana, estudou as expressões faciais de mais de 200 culturas, dos índios xavantes aos esquimós, e descobriu que o sorriso sempre aparece da mesma forma e tem as mesmas funções, como uma expressão facial de fundo emocional, e com claras funções sociais.
No entanto, ao contrario do que se pensa, o sorriso parece ser determinado geneticamente e não culturalmente. Especula-se que suas origens evolucionárias possam estar nos animais inferiores.
John. J. Ohala, professor de lingüistica da Universidade da Califórnia em Berkeley, sustenta que nosso sorriso descende diretamente de outros animais, especificamente os primatas não humanos.
Algumas teorias foram propostas para explicar a origem do riso (3). Ohala, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, sustenta que nosso sorriso descende diretamente do reino animal. Para ele, os animais usam o sorriso não por sua aparência, mas pelo seu som. Com o sorriso, o animal pode modificar o som do seu grito. Ou seja, ao puxar para trás os cantos da boca e exibir os dentes, alguns animais são capazes de emitir um ganido ou um uivo de diapasão mais alto do que o som que normalmente produzem. Essa manobra pretend efazer o animal menor do que ele realmente é - e a mensagem que transmite a um inimigo em potencial é: "sou pequeno e indefeso e não represento nenhuma ameaça a você. Deixe-me em paz.
Assim, de acordo com esta teoria, o grito que acompanha o sorriso indica apaziguamento, submissão e não hostilidade. Em algumas espécies, como acontece com a nossa, tal sinal evoluiu até ganhar uma expressão apenas visual. O som desapareceu e o próprio sorriso já constitui em si um símbolo de não agressividade. Ohala também especula a respeito da careta, que, segundo ele, representa exatamente o oposto do sorriso. Quando o animal franze os cantos da boca para produzir uma rosnadura
Gorilas, chimpanzés e orangotangos "sorriem" bastante, se interpretarmos suas expressões faciais por analogia com o sorriso humano. Ele argumenta que esses animais usam o sorriso não por sua aparência, e sim pelo seu som (afinal, mostrar os dentes e' quase que universalmente um padrão facial de ameaça: "afaste-se de mim pois eu tenho dentes e posso morder"). Com o sorriso, o animal pode modificar o som de suas vocalizações, ou seja, ao puxar para trás os cantos da boca e entreabrir os dentes, os primatas são capazes de emitir um ganido ou um uivo de diapasão mais alto do que som que normalmente produzem. Essa manobra parece ter a função de fazer o animal parecer menor do que realmente é - e a mensagem que transmite a um inimigo em potencial é: "sou pequeno e indefeso e não represento nenhuma ameaça para você. Deixe-me em paz". Assim, o grito que acompanha o sorriso indica apaziguamento, submissão e não hostilidade, o que pode ser observado constantemente nos relacionamentos sociais dos chimpanzés, por exemplo.
No ser humano, tal sinal evoluiu até ganhar uma expressão apenas visual. O som desapareceu e o próprio sorriso constitui um símbolo de não-agressividade. A risada, entretanto, é acompanhada de uma vocalização rítmica característica, que pode reforçar ainda mais a
expressão de uma emoção positiva, alegria. Os chimpanzés e outros primatas também tem
sons equivalentes as gargalhadas.
Outras evidencias que indicam que esta expressão emocional tem fundo instintivo, são os bebes de poucos dias, que já' exibem o sorriso em determinadas situações. Também foram realizados estudos comportamentais com crianças que ficaram cegas, e crianças cegas de nascimento, desenvolvidos por Thompson (2). Ele investigou as expressões destas crianças e as comparou com crianças normais. Em crianças cegas congênitas, podia-se observar também o riso e o sorriso, embora elas não tivessem nenhuma maneira de aprende-los por imitação social. Mas com o tempo, notou-se que as crianças com cegueira congênita sorriam menos que as crianças com cegueira adquirida.
O Prof. Eibl-Eibesfeldt também estudou crianças cegas, surdas e mudas de nascença, com incapacidade comunicativa total, e observou os mesmos fenômenos.
Referências:
1. Eibl-Eibesfeldt, I. - Grundriss der Vergleichenden Verhaltensforschung. Piper Verlag, 1974.
2. Thompson, J. - Development of Facial Expression of Emotion in Blind and Seeing Children. Arch Psychol. N.Y., 264, 1-47, 1941.
3. Berkeley/Stanford African Studies Newsletter, Spring 1995
2006-06-23 06:30:52
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answer #1
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answered by Anonymous
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Eu lí em um livro , que eu não lembro direito o nome , que quando uma pessoa sorrí , mesmo a contragosto , o cérebro produz uma substância que dá uma sensação de relaxamento e felicidade , que produz mais dessa substância , que produz mais relaxamento , e por aí vai
2006-06-27 08:36:27
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answer #7
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answered by Jimmy 2
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