Uma enorme caixa, cheia de pedidos, chegou ao Vaticano solicitando que o Papa João Paulo II exerça seu absoluto poder para proclamar um novo e controvertido dogma: que a virgem Maria é co-redentora com Jesus e coopera plenamente com seu filho na redenção da humanidade. O líder desse movimento é o Sr. Miravalle, 41 anos, professor de Mariologia (o estudo de Maria) numa das mais conservadoras universidades católicas da Itália. Desde então, o papa já recebeu mais de seis milhões de assinaturas de 148 países solicitando que ele conceda a Maria a mais alta promoção.
Além disso, o Sr. Miravalle recebeu o apoio de 550 bispos e 42 cardeais, incluindo o Cardeal John O’Connor e a Madre Teresa de Calcutá antes de suas mortes. Essa idéia, porém, não é novidade. Desde o século 14 vem sendo cogitada a promulgação desse dogma. Também existem precedentes históricos para campanhas como a do Sr. Míravaíle. Dois outros dogmas marianos o dogma da Assunção de Maria, promulgado em1950, que declarava que Maria foi levada para o céu, corpo e alma, depois da morte, e o dogma da Imaculada Conceição de 1854, que estabelecia que Maria foi preservada do pecado original - foram ambos precedidos por uma enxurrada de petições. O dogma que Miravalle advoga, porém, toca em duas outras frentes de batalha: coloca a autoridade máxima do papa em xeque diante da sociedade pós-moderna e atravanca o avanço do ecumenismo, coisa que o Vaticano tanto cobiça.
O papa João Paulo II, todavia, não esconde sua devoção a Maria. Seu motto é ‘~Totus tuus” (que em latim significa “totalmente teu”), através do qual ele dedica seu papado a ela. Enquanto isso, na prática, milhões de católicos crêem e fazem o que o episcopado católico ainda discute. E não há papa que se oponha.
2006-12-28
21:03:51
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perguntado por
Anonymous
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Religião e Espiritualidade