Quem assistiu "Dama do Lotação", "Gabriela, Cravo e Canela" ou "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (e gosta da fruta), certamente ficou extasiado com aquela mulher linda, voluptuosa, verdadeira unanimidade nacional. Acontece que a musa foi para os States e retornou outra. Não é mais a mesma mulher. Não tem mais o mesmo rosto, nem preserva aquele traço displicente, aquela ingenuidade libidinosa. Mudou a fala. O olhar tem qualquer coisa de estrela distante, opaca, como se um escultor perverso a tivesse desfigurado.
Permito-me essas observações não à mulher Sônia Braga - digna de respeito -, mas à atriz, uma figura pública. Porque a grande artista não deve envelhecer. Jamais. Tem que preservar sempre aquela imagem que nos fez delirar, despertar desejos. Greta Garbo, por exemplo, saiu de cena para continuar Greta Garbo. Grace Kelly morreu Grace Kelly. E se viva ainda estivesse, provavelmente ainda seria Grace Kelly. Envelhecida, mas com os mesmo traços fisionômicos, a mesma luz, e o mistério.
2006-11-25
03:27:37
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Literatura
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Cinema