É um círculo vicioso. A democracia faz que os dirigentes sejam eleitos pelos ignorantes. Assim são eleitos demagogos e corruptos. Esses por outro lado não se preocupam em melhorar o status quo. Como quebrar esse círculo vicioso?
O Brasil tem jeito? Vejam o artigo da Veja dessa semana
O Brasil tem quatro mecanismos federais de avaliação do ensino: o Saeb, o Enade, o Enem e a Prova Brasil, todos de padrão internacional. A cada vez que se divulga um de seus resultados, uma torrente de más notícias sobre a educação é despejada pelos jornais. Mas nenhum desses testes jamais captou um dado tão alarmante quanto o que surge da pesquisa Pulso Brasil, do instituto Ipsos, que acaba de sair do forno. Os pesquisadores abriram um mapa-múndi na frente dos entrevistados (1 000 pessoas, em setenta municípios das nove regiões metropolitanas) e lhes pediram que indicassem onde ficava o Brasil. Somente metade acertou. É isso mesmo: o levantamento mostra que 50% dos brasileiros não sabem localizar o país no mapa. Houve os que chutaram as respostas. Vieram desse grupo disparates de corar de vergonha. Para 2%, o Brasil fica na Argentina. Um porcentual pouco maior acha que o país se localiza na África – a dúvida é se no Chade ou na República Democrática do Congo. Outros 29% nem tentaram responder.
A pesquisa do Ipsos tem a força de um soco na boca do estômago nacional. Quase 10% dos entrevistados que passaram por uma faculdade (tendo completado ou não o curso) não sabem que o Brasil se localiza na América do Sul. Esse porcentual sobe para 30% entre os que fizeram o ensino médio (estágio em que um aluno deveria ter estudado geografia durante pelo menos seis anos) e aumenta para 50% entre os que iniciaram o ensino fundamental. Ignorar uma informação tão simples é o equivalente, em matemática, a não saber adicionar 2 mais 2.
Previsivelmente, o desconhecimento em relação aos outros países é ainda maior. Só 18% dos brasileiros conseguem identificar os Estados Unidos e apenas 3% localizam corretamente a França. Quanto à Argentina, tão citada em piadas futebolísticas, 84% nem sequer desconfiam de que faz fronteira com o Brasil. Esse tipo de informação está longe de ser uma "cultura inútil". A ignorância do mapa-múndi impede que se entendam as relações de poder entre os países e compromete o aprendizado de história, entre outras disciplinas. "O estudante que não decifra o mapa-múndi não reconhece o mundo concreto que o cerca. É simples assim", resume a secretária de Educação de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro. O dado irônico é que os brasileiros atribuem aos americanos uma grande ignorância em matéria de geografia. Gostam de dizer, em tom gaiato, que os gringos não têm a mínima idéia de como se divide o planeta. Não é bem assim. A mais recente pesquisa sobre o assunto mostrou que 86% dos americanos sabem exatamente onde fica seu país, 81% reconhecem o México, 54% a França e 47% a Argentina. Eles dão um banho, convenhamos.
A péssima qualidade dos professores está na base dessa vergonha, agravada pela falta de mapas nas escolas. Acrescente-se a falta de instrução familiar e pronto: está formado o ambiente propício para criar gerações de brasileiros que exibem uma ignorância que não está no mapa. Nunca antes neste país: e não se trata do Chade ou da República Democrática do Congo.
2007-11-06
23:01:19
·
30 respostas
·
perguntado por
Luiz Sabra
7
em
Governo e Política
➔ Outras - Governo e Política
Cara Lilia, você ficou irritada e com razão. As mensagens todas são de brasileiros irritados com essa situação. Só não entendo a sua irritação com a revista VEJA. Ela é só a mensageira e a mensagem é verdadeira feita por um órgão de renome internacional. Outras medições semelhantes foram feitas com resultados semelhantes. Você talvez preferisse que esses dados não fossesm divulgados? Pela Veja? Por mim? Não culpe o mensageiro pela mensagem ruim. Culpe os governos anteriores e pricipalmente o atual que só faz demagogia e nada faz. O assistencialismo não resolve o problema da miséria, só perpertua. Não resolve o problema da ignorância. Deturparam o Bolsa Escola do Cristovam Buarque. Esse sim era uma luz no fim do tunel. Um abraço.
2007-11-07
03:33:37 ·
update #1
Marco Aurélio,
Meus pais são imigrantes e chegaram aqui sem falar uma palavra de português e com instrução primária e com uma mão na frente e uma atrás. Saíram do ZERO. Criaram 4 filhos que estão todos formados e casadose bem de vida.
Eu estudei em escolas do governo e me formei em Engenharia. Trabalhei com carteira assinada por mais de 30 anos. Sou aposentado mas ainda trabalho administrado meus bens e de meus parentes. Sempre paguei meus impostos (atualmente 40% ). Nunca fiz nada ilegal. Eu e minha família fizemos a nossa parte com honestidade. É isto que você queria saber? E o que você fez pelo país alem de votar no Lulla?
2007-11-07
05:55:40 ·
update #2