Outro dia andei pensando se o mundo e o país pioraram mesmo ou se houve alguma modificação na imprensa. Possivelmente as duas coisas ocorreram. Mas a sensação que se tem é que os jornais todos viraram uma grande página policial. E essas revistas semanais, então, praticam uma espécie de festival de tiro ao pombo,e cada uma tem que vir com um escândalo maior.
Por que boas notícias?!
Porque sim. Para fazer foco no sim, botar pilha na energia construtiva, ativar a solidariedade, faxinar o mofo da acomodação. Porque as pessoas estão cansadas de só ouvir falar em desemprego, violência, corrupção, desonestidade, impunidade e más condições de vida. E querem soluções rápidas para esses problemas, ou seja, boas notícias para a sua vida cotidiana e seu futuro – em especial no que se refere a trabalho, saúde, educação, habitação e alimentação – além de lazer, arte e cultura, é claro!.
Não se trata de negar a importância da denúncia, da vigilância sobre os desmandos dos governos.Boas notícias na imprensa são sinônimo de politicamente incorreto e talvez por isso sejam mais raras que o razoável.
Boas notícias não significam que o mundo se transformou repentinamente num paraíso como se vivêssemos no mundo de Alice e seus coelhos malucos, capazes de se comprimirem para atravessar o buraco da fechadura e, em seguida, expandirem-se para ocupar o volume inteiro de uma sala, em completa contradição com a realidade.
Boas notícias convivem com tragédias e isso faz a diversidade do mundo. Sem elas o mundo perde a simetria e desaba destroçado pela tragédia.
2007-07-14
14:06:02
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14 respostas
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perguntado por
lalinha
2
em
Entretenimento e Música
➔ Pesquisas e Opiniões
Impressiona-me o crescente espaço destinado à violência nos meios de comunicação.
Catástrofes, tragédias e agressões, recorrentes como chuvaradas de verão, compõem uma pauta sombria e perturbadora.
A violência não é uma invenção da mídia. Mas sua espetacularização é um efeito colateral que deve ser evitado.
Não se trata, por óbvio, de sonegar informação. Mas é preciso contextualizá-la. A overdose de violência na mídia pode gerar fatalismo e uma perigosa resignação. Não há o que fazer, imaginam inúmeros leitores, ouvintes, telespectadores e internautas.
Acabamos, todos, paralisados sob o impacto de uma violência que se afirma como algo irrefreável e invencível.
E não é verdade. Podemos, todos, jornalistas, formadores de opinião, estudantes, cidadãos enfim, dar pequenos passos rumo à cidadania e à paz.
Os que estamos do lado de cá, os profissionais da mídia, carregamos nossas idiossincrasias. Sobressai, entre elas, certa tendência ao catastrofismo. O rabo abana o cachorro.
2007-07-14
14:08:09 ·
update #1
O mote, freqüentemente usado para justificar o alarmismo de certas matérias, denota, no fundo, a nossa incapacidade para informar em tempos de normalidade. Mas, mesmo em épocas de crise (e estamos vivendo uma gravíssima crise de segurança pública), é preciso não aumentar desnecessariamente a temperatura. O jornalismo de qualidade reclama um especial cuidado no uso dos adjetivos. Caso contrário, a crise real pode ser amplificada pelos megafones do sensacionalismo. À gravidade da situação, inegável e evidente, acrescenta-se uma dose de espetáculo. O resultado final é a potencialização da crise. Alguns setores da mídia têm feito, de fato, uma opção preferencial pelo negativismo. O problema não está no noticiário da violência, mas na miopia, na obsessão pelos aspectos sombrios da realidade. É cômodo e relativamente fácil provocar emoções. Informar com profundidade é outra conversa. Exige trabalho, competência e talento. O que eu quero dizer é que a complexidade da violência não se combate
2007-07-14
14:10:53 ·
update #2
com espetáculo, atitudes simplórias e reducionistas, mas com ações firmes das autoridades e, sobretudo, com mudanças de comportamento. Como salientou o antropólogo Roberto da Matta, “se a discussão da onda de criminalidade que vivemos se reduzir à burrice de um cabo de guerra entre os bons, que reduzem tudo à educação e ao “social”; e aos maus, que enxergam a partir do mundo real: o mundo da dor e dos menores e maiores assassinos, e sabem que todo ato criminoso é também um caso de polícia, então estaremos fazendo como as aranhas do velho Machado de Assis, querendo acabar com a fraude eleitoral mudando a forma das urnas.” as luzes que brilham no fim do túnel. A boa notícia também é informação. E, além disso, é uma resposta ética e editorial aos que pretendem fazer do jornalismo um refém da cultura da violência.
2007-07-14
14:15:02 ·
update #3
Vc tem razão. O que importa, o que dá ibope, o que vende jornal é noticia ruim. Neste país todos estamnos stressados com tanta noticia desagradável, não é o caso de não informar, porem é preciso que hajam mais ações de incentivo, com conatação positiva e isto as TV`s abertas não fazem, os jornais muito menos e neste caso, para vc noticiar realizações, fatores positivos é necessário se encomendar "caderno especiais" e os documentários estão nas TV´s fechadas e nestes casos, quem pode usufruir desta condição, precisa ter poder aquisitivo, para inclusive não ter que ouvir as mentiras dos políticos e seus abomináveis horários de enganação gratuita. O povo se delicia com desgraça, pois não lhes é dado o direiro a dignidade neste sistema capitalista, ditadura sindical e sem educação, além de tudo sem moral e ética.
2007-07-14 14:28:12
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answer #1
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answered by pensiero 5
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Caramba, o melhor é concorda né
2007-07-14 14:13:42
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answer #2
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answered by Dirce. 6
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Concordo plenamente com que a senhora acha.
2007-07-14 14:10:32
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answer #3
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answered by Erick 3
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Por mais incrível que pareça, o homem não é atraído pelas boas notícias. Elas não vendem, não dão lucro.
Se uma publicação falar apenas de belas ações sociais, atos de heroísmo ela vai nas primeiras semanas ser considerada chata, e depois será desacreditada. A causa disso é um pouco de inveja, um pouco de ciúmes, e uma enorme parcela de orgulho (de ser feito de idiota ao acreditar que o mundo ainda tem jeito). Se a regra é vender, o povo deve começar a levar em conta o que deseja comprar. O único caminho é mudar a si mesmo. Muito boa pergunta. Receba um abraço e meus desejos de uma boa semana.
2007-07-22 09:15:14
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answer #4
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answered by Dominich 4
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Concordo.
2007-07-22 08:04:27
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answer #5
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answered by Yusuke 5
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O mundo melhora sempre!
Quem pensa o contrário esquece-se de que a análise deve ser mais ampla, abarcando períodos mais largos,de um século ou mais!
Confiemos na providência e capacidade do alto em administrar crianças que por hora apenas engatinham...
2007-07-21 02:13:16
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answer #6
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answered by Anonymous
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Tenho que discordar.... de vida boa já bastam pra mim os personagens de novela da globo. Incentivo?!?!?!? incentivo pra mim seria ver explodir uma bomba em brasília pra varrer aquela podridão toda, o povo brasileiro já eh acomodado com tudo que passa de ruim na TV, com toda violência que os telejornais mostram, imagina então se a mídia camuflasse essas coisas....
2007-07-16 03:16:39
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answer #7
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answered by ? 3
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Desculpe discordar, Lalinha, é que eu sou assim mesmo....
penso que vivemos uma ilusão. uma grande ilusão. o povo brasileiro entra numa postura de "platéia", e, enquanto a mente e a boca pedem justiça, o coração pede as coisas mais tenebrosas.
O nosso coração brasileiro tem segredos!
2007-07-14 19:50:01
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answer #8
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answered by Céu Turbulento 5
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Só para complementar:Você notou que ultimamente o Jornal Nacional 80 % é só tragédia?
Abraços do padeiro gaúcho.
2007-07-14 19:44:09
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answer #9
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answered by padeirogaucho 6
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Todos esses aspectos dessa crise e suas conseqüências, senão a própria crise, no final, se resumem ao outro lado da moeda do nosso velho conhecido "capitalismo". Se é só violência e desgraça que chamam a atenção (se bem que, hoje em dia, as coisas já estão tão banais de um jeito que, só mesmo algo chocante como a morte daquele menino que foi arrastado por um carro preso ao cinto de segurança, pra chamar mesmo a atenção, e, mesmo assim, por pouco tempo! Quem é que ainda lembra do nome do menino, hein?), então, é só o que vai aparecer na mídia. Afinal, os jornais querem vender e as TVs querem audiência pra garantir o retorno do investimento de seus patrocinadores que, por fim, é justamente o que acaba banalizando a violência, ou seja, um círculo vicioso infinito e auto-sustentável. O pior de tudo é saber que a violência, as calamidades públicas e desgraças ambientais, na verdade, são apenas meros "sintomas" de uma doença muito maior. Só espero que não seja tarde demais pra que seja encontrada uma cura. Se é que tem uma...
2007-07-14 14:44:18
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answer #10
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answered by eduarthmaul 7
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