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Eu estava com um sutiã sem alças. Minha mãe teve a impressão de ter visto uma alça branca aparecendo e disse, filha a alça de seu sutiã está aparecendo. Eu retuquei, meu meu sutiã não tem alças. Aí uma amiga que estava ali e também gosta de matemática, disse que, do ponto de vista lógico, era verdade que a alça de meu sutiã era branca, porque, como ela não existia, então, por vacuidade, era de qualquer cor que se quisesse. Basrou o seu argumento no fato de que a afirmação " se meu sutiã não tem alças, então suas alças são brancas", o qual é verdadeiro por vacuidade. Isto porque a contrapositiva "se as alças de meu sutiã não são brancas, então meu sutiã tem alças". Estou na dúvida, o que vocês acham?

2007-07-10 10:56:05 · 12 respostas · perguntado por Tania 1 em Ciências e Matemática Matemática

12 respostas

Sabe que estas afirmações "verdadeiras por vacuidade" até hoje me causam dúvida? Mas, do ponto de vista lógico, a afirmação "Se o seu sutiã não tem alças, então suas alças são brancas" está correta. Dado que estas alças não existem, então o que quer que sobre elas afirmemos é verdadeiro por vacuidade. Podemos assim dizer que, em vez de se prestarem a sustentar a adorável parte do corpo feminino à qual se destinam, elas servem também para sustentar pesadas rochas de 20 toneladas. A afirmação "Se o seu sutiã não tem alças, então suas alças podem sustentar rochas de 20 toneladas" é verdadeira. Da mesma forma que "Todo dragão é profundo conhecedor de integral de Lebesgue" é verdadeira. Ou, ainda, " Se x é real e x^2 < 0, então x = 78" é também verdadeira. Todas por vacuidade, claro.

Assim, acho que sua amiga tem razão. Veja, não é correto dizer que seu sutiã sem alças tem alças, como não é correto dizer que existem reais com quadrado negativo Mas dizer que as alças de um sutiã sem alças suportam rochas de 20 toneladas, ou são brancas, ou amarelas, ou são de ouro, ou o quer que seja, é verdadeiro por vacuidade. As contrapositivas destas afirmações são verdadeiras, conforme disse sua amiga.

Isso me lembra uma música que, na minha longínqua infância, as meninas às vezes cantavam quando queriam encher a paciência dos meninos. Era assim:

Um elefante se balançava numa teia de aranha, mas quando viu que ela resistia foi chamar seu camarada!
Dois elefantes se balançavam numa teia de aranha, mas quando viram que ela resistia foram chamar seu camarada!
,
.
.n elefantes, etc, etc, etc,
.
.

É claro que, com teia de aranha, não era possível, não é? Mas, se você substituir teia de aranha por alça de sutiã sem alças, aí a letra desta terrível música é, sob o ponto de vista lógico, perfeitamente verdadeira !

É claro, se você for numa loja de lingerie comprar um sutiã COM ALÇAS e a atendente quiser lhe empurrar um sem alças alegando que, por vacuidade, as alças do sem alças existem, não compre não, viu? A Lógica não se presta a enganar os outros, risos!

2007-07-11 06:17:37 · answer #1 · answered by Steiner 7 · 0 0

=== Resposta curta ===

Dizer "se seu sutiã não tem alças, então suas alças são brancas" é apenas uma FALÁCIA: algo que não existe não tem cor, obviamente.

Uma frase digna de discussão seria: "se seu sutiã TIVESSE alças, então as alças seriam brancas". Mas isso fica para a resposta longa ...



=== Resposta longa ===

A função lógica "IMPLICA", ou implicação lógica é formalmente definida por sua tabela-verdade:
A B A→B
F F V
F V V
V F F
V V V

onde A e B são sentenças quaisquer, V = Verdadeiro e F = Falso.

É um erro comum pensar que é uma propriedade "especial" da implicação lógica a contradição implicar em qualquer coisa e qualquer coisa implicar em Verdade.

Por exemplo: "Se Tania fosse presidente do Brasil então os físicos já teria uma teoria quântica da gravidade" ou "se eu fosse o Papa, então 2+2 = 5".

A peculiaridade destes exemplos é a falta de relevância entre as duas sentenças. Uma noção formal de relevância é caracterizada pela chamada "lógica relevante" e foi aplicada à noção de implicação lógica no trabalho de Anderson e Belnap (1975).

Na lógica relevante, A→B é Verdade se há necessidade de A implicar B. Se A for falso, A→B é indecidível.

Assim, pela álgebra booleana, a sentença "se seu sutiã TIVESSE alças, então as alças seriam brancas" é verdade, dado que a sentença "seu sutiã TEM alças" é falsa.

Para entender a noção de necessidade da lógica relevante, modifique a frase para "se seu sutiã TIVESSE alças, então as alças seriam da cor do sutiã".

Fazer o quê? Depois que Gödel provou seus teoremas da indecibilidade e incompletitude em 1931, quebrando de vez o sonho de uma matemática completa em si mesma (Hilbert), ela (a matemática) ficou assim, meio capenga ....

Suponha que eu profira a seguinte sentença:
"Eu sou um mentiroso"

Se ela for verdade, então sou um mentiroso, o que é uma contradição, pois falei a verdade ao dizer que sou.
Se ela for falsa, então não sou um mentiroso, o que é também é uma contradição, pois mentí ao dizer que sou.

Portanto a frase é indecidível. Nem uma prova nem uma contraprova pode ser obtida por redução ao absurdo, por exemplo, pois uma contradição é sempre gerada, quer a sentença seja considerada verdadeira quer seja considerada falsa.

Deu nó na cabeça?

Não se preocupe, você está em boa companhia ... pois esta frase foi o ponto de partida de Gödel e deu nó na cabeça dos matemáticos do mundo inteiro (rsrsrs).
 
 

2007-07-11 01:27:18 · answer #2 · answered by Alberto 7 · 2 0

. É por isso que não tenho o "pace"... Para mim, 10 minutos ou 10 anos, são o mesmo pace. Se eu quiser algo e conseguí-lo em 10 minutos, ótimo... Se eu conseguir após 10 anos, vou dizer : "Nossa, parece que foi ontem que eu quis isso !" Não devemos medir o pace... ? Um Abraço ? .

2016-12-10 08:09:54 · answer #3 · answered by ? 4 · 0 0

O Alberto está certo.

Eu não sou muito bom em lógica, pelo menos não neste estágio aí, e agradeceria se alguém sugerisse alguma literatura...

De qualquer forma, eu faço uma pergunta: se, por "vacuidade", a afirmação "se seu sutiã não tem alças, então suas alças são brancas" é verdadeira, então a afirmação "se seu sutiã não tem alças, então suas alças não são brancas" é também verdadeira? Se eu entendi bem, dá para atribuir qualquer coisa a um objeto não existente, então dá também para atribuir características contraditórias e excludentes, como "é branco" e "não é branco". Um objeto não pode ter características contraditórias e excludentes, pode? E um objeto não-existente, pode? Um não-objeto?

Acho que vou ficar com "todos os homens são mortais, Sócrates é mortal, logo todos os homens são Sócrates"...

2007-07-12 02:29:21 · answer #4 · answered by Sr Americo 7 · 0 0

naum sei
me manda uma foto q eu vejo e t falo

2007-07-10 13:23:01 · answer #5 · answered by Gustavo S 3 · 0 0

Eu acho que vc devia ler um livro chamado "Introdução à lógica". É fantástico... tem também "lógica avançada para iniciantes", que é muito bom... todas as suas dúvidas serão esclarecidas...

2007-07-10 12:30:28 · answer #6 · answered by Deza 3 · 0 0

Não se preocupe. Se o seu sutiã não tem alças, você não precisa se preocupar com a cor delas do ponto de vista da lógica. Esse ponto de vista simplesmente não é útil nessa situação, não importa o que digam os matemáticos. Não se maritirize a toa.

2007-07-10 11:34:43 · answer #7 · answered by Regis 4 · 0 0

não lembro, faz muito tempo que tive lógica, mas tinha uma história que as proposições impossíves são sempre verdadeiras...


=======

acho que era assim:

p -> q
se ((p)e(-q)) então
pqp

2007-07-10 11:05:51 · answer #8 · answered by Anonymous · 0 0

só voce vindo aqui pra eu ter certeza, né!!!!!

2007-07-10 11:01:34 · answer #9 · answered by navenaz 7 · 0 1

Para uma afirmativa do tipo p-> q , temos a seguinte tabela verdade

p -- q ---p->q
V- V -- V
V - F -- F
F - V -- V
F - F -- V

Logo na sua frase:

"se as alças de meu sutiã não são brancas, então meu sutiã tem alças"

p = as alças de meu sutiã não são brancas (?)
q = meu sutiã tem alças (V)

Para tornar p-> q verdadeira, com a premissa q sendo V, tanto faz se p é verdade ou não.

Assim tanto faz o absurdo q eu escrever em q, que o argumento p->q continuará verdadeira.



Qto à outra frase:

"se meu sutiã não tem alças, então suas alças são brancas"

temos:

p = meu sutiã não tem alças (V)
q = suas alças são brancas (?)

Para a p->q ser verdadeira, com p = V, q tem que ser obrigatoriamente verdadeiro .

Mas como sabemos , q é falsa, mas ai seria lógica indutiva e não dedutiva, que é a que estamos tratando aqui.

Indutiva pq sabemos q se algo não tem alça então não tem como ter cor de alça.


Acho q o ponto principal dessa questão é separar o q é lógica dedutiva do q é lógica indutiva.

O q dedutivamente é válido, sendo deduzido através dos valores lógicos (V e F) das premissas, nem sempre é indutivamente forte.


Kisses

=**

2007-07-11 08:41:55 · answer #10 · answered by Math Girl 7 · 0 2

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