Poucos se lembram da "Operação Vampiro", promovida pela Polícia Federal em maio de 2004, que estourou uma quadrilha que fraudava licitações em órgãos federais e prendeu dezessete suspeitos. Passados três anos, não tem ninguém na cadeia e nem condenado.
Depois veio a "Operação Sanguessuga", em maio do ano passado, que descobriu a existência de um propinoduto na compra de ambulâncias com recursos públicos. No dia que foi deflagrada, a operação prendeu 48 pessoas, um ano depois, o número de presos é zero, e o de condenados também. Dos 72 parlamentares suspeitos, nenhum foi cassado.
Ou seja, Vampiros e Sanguessugas são dois exemplos de uma mesma regra: operações da PF sempre prendem muita gente, que logo é libertada e nunca é condenada
2007-05-29
08:46:25
·
5 respostas
·
perguntado por
Anonymous
em
Governo e Política
➔ Política
O pior é que as operações policiais, que no início soam como um sopro de alento para nossa sociedade exausta de tanta impunidade (dando a impressão de que as prisões de tubarões da corrupção podem ser o começo de um combate efetivo à corrupção) segue-se com a sensação de que tudo não passa de pirotecnia. Afinal, qual o efeito concreto de fazer uma saraivada de prisões e, logo em seguida, uma saraivada de solturas?
A Operação Sanguessuga flagrou um sistema de propina em torno de emendas ao Orçamento – no caso, para trambicar com ambulâncias. Agora, a Operação Navalha descobriu um esquema semelhante – no caso, para roubar em obras públicas. Ou seja: quando os sanguessugas estavam sendo presos (e soltos), os navalhentos encontravam-se em plena roubalheira. O prende-e-solta pode fazer a festa da polícia, mas parece que não intimida ninguém. Será que querem nos iludir, simulando que se disparam mísseis contra a corrupção, quando na verdade são apenas fogos de artifício?
2007-05-29
08:46:41 ·
update #1