É difícil de determinar datas precisas na história dos faraós, já que os testemunhos desta época são escassos, além de virem de uma época em que a própria história estava nos seus primórdios (isto é, a escrita ainda estava nos seus inícios). A tradição egípcia apresenta Menes (ou Narmer, em grego) como sendo o primeiro faraó ao unificar o Egipto (até então dividido em dois reinos). Segundo esta tradição, este seria o primeiro governante humano do Egipto, a seguir ao reinado mítico do deus Hórus. Documentos históricos, como a Paleta de Narmer, parecem testemunhar essa reunificação sob o faraó Menés, cerca de 3100 AEC, ainda que os egiptólogos pensem que a instituição faraónica seja anterior. Por isso, se fala também de uma dinastia 0.
2007-05-16 10:51:06
·
answer #2
·
answered by Anonymous
·
0⤊
0⤋
Tribos, Deuses e Migrações: O PerÃodo Formativo
3 – O PerÃodo Pré-Dinástico:
Religião sempre foi a mais forte presença na vida dos EgÃpcios antigos, sendo assim, não é de se estranhar que essa tradição seja proveniente do perÃodo formativo. Pois bem, junte-se num caldeirão a falta de animais aliada à s técnicas rudimentares de domÃnio das cheias e vazantes do Nilo, o que ocasiona falta constante de alimentos, e um mundo povoado por diversos deuses, por vezes inimigos; e se tem um campo perfeito para a eclosão de diversas guerras, na verdade, se tem um campo perfeito para guerras quase constantes.
Era assim o Egito em seu perÃodo formativo. Agora vejamos, de acordo com as teorias mais aceitas sobre a origem das Monarquias, normalmente considera-se que estas estejam ligadas à guerra, mas por quê?
Bem, como já havia sido mencionado, decisões polêmicas e/ou difÃceis deveriam ser legitimadas pelos Zazat, no entanto, este não poderia se reunir constantemente para tomar decisões, uma vez que era composto pelo grosso da população e que esta precisava trabalhar para que a própria existência do Spat fosse possÃvel, por isso, não é de se espantar que frente a uma situação de guerras quase constantes, o próprio corpo dos indivÃduos que guerreavam (predominante ou exclusivamente homens) escolhesse entre suas fileiras uma espécie de chefe militar supremo, responsável tanto pela organização dos exércitos, quanto pelas táticas de guerra.
Este, por sua vez, obtendo vitórias proveitosas para a comunidade, poderia se converter numa espécie de herói e adquirir uma posição de respeito diferenciada da dos demais. Com o tempo, esse indivÃduo poderia não ver mais necessidade na antiga estruturação do Spat, ou ainda, o próprio Spat poderia abdicar (a princÃpio temporariamente, mas depois indefinidamente) de sua antiga organização em prol da vontade e da capacidade desse indivÃduo. à assim que surgem os Reis.
Esta transformação, cuja enumeração dos fatos exposta acima é apenas a mais provável, mas não a única, teria ocorrido nas sociedades do Vale do Nilo por volta do ano 3100, quando se inicia o perÃodo conhecido como Pré-Dinástico.
3.1 – Das Guerras à Formação dos Dois Egitos:
Entre 3100 e 2920, o Egito vive perÃodos de guerras quase ininterruptas. à nesse perÃodo que começam a se formar os Estados EgÃpcios e é nesse perÃodo também que a Cosmologia EgÃpcia tradicional começa a tomar forma, pois, na medida em que um Spat vai anexando outro, um deus vai se sobrepondo na hierarquia a outro e, dessa forma, surge uma espécie de hierarquia divina. à óbvio que cada Spat tinha sua divindade principal, mas, além dela, diversas outras que também eram cultuadas. Possivelmente havia divindades cultuadas em vários Spat, o que também pode ter ocasionado alianças entre eles sem que conquistas militares fossem necessárias.
Por volta de 3400, uma infiltração cada vez maior de Mesopotâmicos, em especial Acadianos, no Delta do Nilo denota ou um conquista da região, ou uma leva migratória de comerciantes e artesãos, seja como for, esse movimento pode ter sido importante não apenas para a introdução de novas tecnologias e idéias (como a própria idéia da escrita, todavia, a escrita cuneiforme não foi copiada, mas pode ter influenciado o povo do Egito na criação de sua própria forma de relatar aos fatos) no Egito, mas também para a aceleração do processo de unificação daquela região. Existem teorias que associam o culto ao deus Hórus a esses imigrantes, sendo assim, aquele que viria a ser um dos (senão o) principais deuses do Panteão EgÃpcio não seria EgÃpcio realmente, mas Acadiano. Seja como for, falaremos sobre a Religião em ocasiões um pouco mais adiante.
Por volta do ano 2980, a configuração polÃtica do Vale do Nilo havia se transformado profundamente. Os Spat do sul haviam se unido (por tratados e conquistas) sob um Rei em Hierakonpolis, formando o Alto Egito, o povo de Set.
Já os Spat do Delta, muito possivelmente devido à influência centralizadora externa, se haviam unido (talvez como fruto de uma associação, talvez de conquistas, talvez de uma mistura) sob um Rei residente em Buto e temente a Hórus.
Estava configurado o panorama que daria origem ao Estado que unificaria o Vale do Nilo: o Egito.
3.2 – O Escorpião-Rei e os SÃmbolos Monárquicos:
Certamente a unificação dos diversos Spat era tarefa que requeria algo mais do que a força militar, na realidade, pode-se praticamente afirmar que ela seria impossÃvel se não fosse a escrita.
A Escrita se fazia necessária para organizar o controle de tributos, de tropas, de população. Se fazia necessária para contar a terra possuÃda e mesmo para registrar os feitos dos grandes conquistadores.
Um desses grandes conquistadores foi justamente imortalizado pela escrita rudimentar dos últimos anos do perÃodo Pré-Dinástico. Esse governante era o famoso Escorpião-Rei.
O "Escorpião-Rei"
do cinema
Antes de falarmos mais profundamente sobre este personagem, devemos ressaltar que o filme feito a seu respeito em nada tem de verossÃmil. Primeiramente, é pouco provável que o Escorpião-Rei fosse um estrangeiro (o filme o intitula Acadiano), uma vez que se tratava de um Rei do Alto Egito e a penetração Acadiana se deu no Baixo Egito. Em segundo lugar, sua aliança com a Núbia é impensada numa época tão remota; a Núbia e o Egito ainda não tinham estabelecido qualquer contato formal. Em terceiro lugar, o filme utiliza cavalos e camelos que, como já foi explicado, não existiam no Egito nessa época.
Em quarto lugar, as armas utilizadas são de aço e ferro, enquanto que nem sequer as armas de cobre ou de bronze haviam sido introduzidas no Egito, possivelmente os guerreiros daquela época lutavam com lanças com pontas de sÃlex, pedras arremessadas, maças de madeira e manguais (até arcos e flechas são improváveis numa época tão recuada). Em quinto lugar, a capital do Egito (já unificado, o que é um erro, visto que o Escorpião-Rei é um Rei anterior à unificação) é Sodoma, cidade bÃblica que, caso tenha existido, certamente não se situava no Egito. Por fim, as cidades EgÃpcias não eram muradas (como no filme é sugerido), o Escorpião-Rei não unificou o Egito e, não havia nenhum tipo de inventor-alquimista com possibilidades de inventar a pólvora, também não havia contatos do Egito com a China.
Agora que o filme “O Escorpião-Rei” já foi desmistificado, podemos tratar do personagem histórico Escorpião-Rei. Este governante parece ter Reinado na cidade de Hierakonpolis, a capital do Alto Egito. A cidade contava à época de seu governo com uma população aproximada de 10000 habitantes, ou seja, era a maior cidade do Egito. à partir dessa capital, o Escorpião-Rei, que utilizava a coroa branca do Alto Egito na cabeça, invadiu e derrotou o Baixo Egito, mas, apesar de tê-lo pilhado e de ter matado muitas pessoas (talvez milhares), não foi capaz de eliminar a Realeza de Buto e de capturar a coroa vermelha do Baixo Egito.
2007-05-16 11:51:21
·
answer #3
·
answered by Ricardão 7
·
0⤊
1⤋