Sister significa irmã. É uma raiz indoeuropéia muito difundida. A palavra inglesa vem de sweostor (Old English). Em Sânscrito, diz-se svasar, em proto-indoeuropeu era swesor (provavelmente; com certeza ninguém sabe), em persa é hvahar, etc. Note que a troca do S pelo H é muito comum. Por exemplo, SAL (latim) torna-se HALS (grego, daí, halogênios); SUS (latim, daí suíno) torna-se HUS em grego. Observe também que hyper torna-se super. Então não devemos nos admirar que os antigos persas tenham transformado svasar em hvahar. Em alemão, sister é (swester) Schwester; como você vê, a mesma raiz.
Daughter significa filha. A raíz é a mesma que thugatra, do grego. Em alemão, é (tohter) Tochter; em Sânscrito é duhitar; e assim por diante. Em várias línguas, a palavra é usada para formar o patronímico feminino.
Talvez você queira saber da lei de Grim. Estes irmãos linguistas ficaram mais conhecidos por escrever histórias para crianças. Entretanto, descobriram a importante lei da linguística germânica que leva o nome deles. Trata-se de uma fórmula para descrever a transformação das raizes indo-européias em germânico; P, T, e K do indo-europeu tornam-se F, TH, e H nas línguas germânicas; B, D, e G tornam-se P, T, e K; finalmente, BH, DH, e GH tornam-se B, D, e G. Sabendo isto, e sabendo também falar latim e grego clássico, podemos tirar quase todo o vocabulário do inglês. Note também que as vogais do indo-europeu tinham graus: Grau O, grau E e grau zero. Considere POD (a raiz grega de pé); em grego, a raiz está no grau O; em latim, ela torna-se PED (grau E); o genitivo em grego é PODOS e em latim é PEDIS (daí, pedestal); aplicando a lei de Grim, temos que o P torna-se F (primeira regra) e o D torna-se T (segunda regra); então POD torna-se FOOT (grau O); no plural, a palavra transformada toma o grau E (FEET).
Tomemos outro exemplo da lei de Grim; PATER é a mesma palavra em latim e grego; pela primeira regra, o P torna-se F e o T torna-se TH; temos, então, FATHER. Outro exemplo, PISC é a raiz de peixe em latim (genitivo, PISCIS); daí vem piscoso, piscicultura e piscina; pela primeira regra, P torna-se F; temos então FISH em inglês e FISK em outras línguas germânicas.
Como você notou, para quem sabe latim e grego, aprender inglês é muito fácil. De fato, nos Estados Unidos, notou-se que pessoas com conhecimento de latim e grego humilham os outros estudantes no SAT, que é o vestibular dos americanos. Em geral, estudantes que falam latim tiram, em média, 150 pontos a mais do que os que desconhecem a língua de Cícero. Podemos dizer que fluência em latim é indispensável ao apredizado profundo do inglês, e muito útil para quem quer fazer universidade nos Estados Unidos.
Americanos e ingleses também usam muito expressões latinas no dia a dia. O verbo ACEO significa "ser azedo"; o particípio presente usado como advérbio deu a expressão ACENTE, muito utilizada e que significa "azedamente", "com amargura", "com tendência a estragar". Outras expressões adverbiais vindas do latim:
VERBATIM --- palavra por palavra, ao pé da letras.
PRO BONO --- trabalho voluntário.
CUI BONO --- Quem leva vantagem?
AM --- Ante meridiem, antes do meio dia.
I. E. --- Id Est, isto é.
N.B. --- Nota bene, preste atenção.
Caveat Emptor --- Que o comprador tome cuidado.
Para saber mais, aconselho o livro Modern Latin, de Sadler. Com latim, você também saberá quando uma palavra tem consoantes duplas, quando é com y, quando é com PH, quando tem E mudo, etc.
2007-05-19 23:38:02
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answer #4
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answered by Eduardo C 3
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