O governo de Stalin foi o único que assumiu o risco de lutar ao lado da República espanhola. Entretanto, ao tratar deste perÃodo, em vez de evocar a participação dos soviéticos na luta do povo espanhol contra o fascismo, Ludo Martens, deixando-se levar uma vez mais pelo zelo polêmico contra o trotskismo, consagra o oitavo capÃtulo a uma crÃtica contundente do “papel de Trotski à s vésperas da II Guerra Mundial”. Muito mais importante teria sido analisar o papel traidor da social-democracia na guerra civil da Espanha.
Poucas vezes como naquele momento da história universal, em que se exacerbava a polarização internacional opondo os amigos e os inimigos da União Soviética colocou-se, para cada um e para a opinião pública em seu todo, a impostergável necessidade de tomar partido. Para o movimento operário internacional e para o conjunto das forças antifascistas, a hora era de cerrar fileiras em defesa da República espanhola e da União Soviética. Sem dúvida, esta polarização contribuiu para cristalizar na URSS uma rÃgida ditadura em que se combinavam a superposição do Partido comunista à máquina do Estado e a extrema concentração deste poder burocratizado na pessoa do dirigente supremo.
Toda a perfÃdia da diplomacia francesa e britânica, que se recusavam, recorrendo aos mais torpes artifÃcios, a concluir uma aliança militar com o Estado soviético, única maneira de colocar o nazi-fascismo na defensiva. à que, na verdade, estavam empenhadas em dirigir contra a URSS os ânimos guerreiros do expansionismo nazista. Responde assim com incontestável rigor histórico aos numerosos plumitivos do aparelho ideológico do capital que, com inigualável hipocrisia, afetam indignação a propósito do pacto nazi-soviético de 1939, ocultando que constituiu a réplica, estrategicamente lógica, ao pacto liberal-nazista de 1938, concluÃdo em Munique, entre Daladier, Chamberlain (chefes de governo respectivamente da França e da Inglaterra) e Hitler, ao qual foi entregue a Tchecoslováquia. (O governo soviético, a despeito do tratado de defesa mútua que havia assinado com o governo tcheco, foi mantido fora das negociações anglo-franco-alemãs).
A análise da guerra patriótica do povo soviético contra o nazismo restabelece a verdade histórica grotescamente deformada pelo anti-comunismo militante. Deixemos de lado os admiradores mais simplórios do Tio Sam, que, conhecendo da II Guerra Mundial sobretudo os filmes de Holywood, imaginam que o curso da guerra virou graças ao festejado desembarque anglo-estadunidense na Normandia, em junho de 1944. Os nazistas já haviam então sido destroçados em Stalingrado (1942-1943) e em Kursk (1943) pelo Exército Vermelho. Mas tampouco Isaac Deutscher faz justiça aos fatos ao admitir apenas que “a regeneração do Exército, de sua moral e de seu escalão de comando foi uma das mais notáveis realizações da Rússia, para a qual algum crédito era devido a Stalin” 9. Toda avaliação comporta inevitável influxo subjetivo, mas aqui, o eminente historiador agride até o bom senso. Se Stalin, como ele procura demonstrar com zelo crÃtico comparável ao zelo apologético de Martens, era o ditador temido e terrÃvel da União Soviética, se ele concentrava em suas mãos as decisões de alcance estratégico, seu crédito na direção da guerra de 1941 a 1945, notadamente na condução da gloriosa contra-ofensiva do Exército Vermelho e do povo soviético contra as hordas hitlerianas, não há de ter sido apenas “algum”. Não se lhe pode negar ter conduzido seu povo para uma vitória militar decisiva.
A derrota, após a morte de Stalin, numa surda e violenta luta nos bastidores do poder de Estado soviético, do grupo que lhe estava diretamente ligado e a publicação, por iniciativa de Nikita Khruschev, do célebre relatório apresentado ao XX Congresso do PC soviético em 1956, transformaram a imagem do até então “Guia Genial dos Povos” na de um déspota frio e sanguinário. Diferentemente dos “jacobinos moderados” de 1794, que guilhotinaram Robespierre, Khruschev e seu grupo de “thermidorianos” soviéticos tiveram de fuzilar Beria no lugar de Stalin. Tentavam, destarte, exorcizar as violências e zonas de sombra da construção do socialismo. Mas um exorcismo não é uma explicação. Só os simplórios levaram a sério a tese de que o grande expurgo e o terror vermelho foram decorrências do “culto à personalidade” de Stalin.
A burguesia internacional detesta Stalin sobretudo pela extremamente incômoda lembrança da bandeira vermelha tremulando no Reichstag de Berlim em 1945. Os marxistas, especialmente os comunistas, têm o dever intelectual e polÃtico de não deixar o debate sobre Stalin ser monopolizado pelos reacionários.
2007-05-13 21:14:40
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answer #2
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answered by maria celia mg 5
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Stalin nao tinha a intelectualidade de Lenin ou Trotsky... era um casca grossa que nao teve praticamente nenhuma importancia na revoluçao de 1917.... mas era uma raposa da política (ou uma jararaca) e cresceu no meio burocratico do partido usando de artimanhas, conchavos, toma lá dá cá, promessas de mordomias para os amigos, etc...resultado: com a morte de Lenin, ele já estava tão famoso que concorreu com Trotsky e ganhou a parada para ser líder soviético (em 1928).... Trotsky teve que fugir da URSS para não morrer....
A partir daí, Stalin inaugura o culto à sua personalidade, uma imitação das ditaduras de direita... além disso, passa a perseguir todos os figurões do partido comunista e mata todos eles.... manda espiões procurarem Trotsky pelo mundo... ele acaba sendo assassinado por um deles em 1940 no Mexico....
Stalin censura a imprensa, a liberdade de expressão, promove expurgos de todo o tipo de religiosos... ou seja, seu governo foi um dos mais tirânicos, cruéis e sanguinários da história.
2007-05-13 18:08:59
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answer #3
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answered by DeBarros 7
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Josef Stalin foi o líder máximo da URSS de 1924 até 1953.
Nascido em uma pequena cabana na cidadezinha georgiana de Gori e filho de uma costureira e de um sapateiro, o jovem Stalin teve uma infância difícil e infeliz. Chegou a estudar em um colégio religioso de Tbilisi, capital georgiana, para satisfazer os anseios de sua mãe, que queria vê-lo seminarista. Mas logo acabou enveredando pelas atividades revolucionárias contra o regime czarista. Passou anos na prisão e, quando libertado, aliou-se a Vladimir Lenin e camaradas, que planejavam a Revolução Russa. Stalin chegou ao posto de Secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética entre 1922 e 1953 e, por conseguinte, o chefe de Estado da URSS durante cerca de um quarto de século, transformando o país numa superpotência.
Apesar de perseguir duramente os seus opositores, com expurgos e fuzilamentos em massa, Stalin investiu pesado em habitação, educação, saúde, e esporte. Em apenas 20 anos, a URSS teve o seu índice de analfabetismo,que era durante período czarista de 90%, zerado, não havia mais favelas, detinha 1/3 dos médicos de todo o mundo, e ainda alcançava sempre os primeiros lugares nas olímpiadas de inverno e verão. Moshe Lewin afirma que a maior ascensão feminina da história da humanidade ocorreu sob o regime stalinista, assim como também a quebra do exército nazista e sua consequente derrota. De um lado, o stalinismo tem milhões de adeptos, de outro é conhecido como o "terror vermelho".
2007-05-13 08:39:26
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answer #4
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answered by Mauricio 7
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