Torna-se muito interessante, escutar certas enquetes televisivas a respeito de comportamento da juventude. Todas as entrevistas escondem como pano de fundo, a enorme ansiedade que o jovem tem de encontrar uma parceria afetiva. Como cenário principal são colocados os modismos, as gírias e os padrões tão comuns entre os jovens da maioria das cidades brasileiras, e mesmo com tanta liberdade, o jovem acaba não sendo feliz!De uma década para cá, ficou estabelecido o FICAR entre os jovens. O que era um comportamento cultural masculino, nesta época de profunda globalização passou a ser adotada pelo feminino como sua bandeira de liberdade. As meninas ficam. A maioria das meninas fica. Quem não fica é careta, ultrapassada, desatualizada, está por fora...! Os meninos, mais pela falta de educação e condicionamento cultural, já tinham que ficar; precisavam provar que eram machos, através de várias conquistas que confirmariam suas virilidades, e o ficar, de maneira geral era um comportamento tradicional do masculino.
O jovem não tem vivido sua paixão como os jovens das décadas anteriores as de 70. Eles são muito mais livres hoje, muito mais informados, mas estão presos num padrão doloroso da mudança de comportamento do feminino. A mulher diz e faz o que quer e isso assustou o homem que não acompanhou este processo de mudança.
A mulher jovem que não tinha o modelo da liberdade, incorporou o modelo masculino que inibe muito o homem jovem que não sabe em muitas ocasiões lidar com esta nova postura feminina. A mulher jovem que tenta expressar toda a competência da nova liberdade, do prazer de escolher e decidir o que fazer com sua vida, corpo e sexualidade, não tem sabido como se utilizar desta liberdade. De maneira geral a menina caiu na mesma fórmula medíocre que o menino já mantinha de há muito tempo e não sobra espaço para se praticar o encontro, a troca, o olho no olho, o afeto, o compromisso de estar com alguém, o sabor do gostoso beijo roubado ou ter alguém parase voltar ou procurar.
Creio que os jovens não têm aprendido a amar, pois não praticam o desenvolvimento para o ato de amar, que é o namoro. Ficar pode até ser uma evolução e uma nova maneira de se praticar nossa liberdade e expressão de nossa sexualidade, mas até agora o que tenho aprendido com quem pratica esse ficar, é que ele não tem trazido a esperada felicidade, pois a felicidade depende da continuação de um processo, da segurança que uma relação promove, até atingir o tão esperado amor.
Amor... será que o jovem de hoje sabe o que isso significa? Será que o excesso de liberdade que nossa geração deu ao jovem é de fato um ato de amor, ou o jovem está preso nas teias do desamor? O ficar, será um processo do amor ou do desamor? Creio que seja necessária nossa reflexão, para aprendermos a conviver com este caminho e até criar um atalho novo para que ele complete o que todos nós buscamos: SER FELIZ!
2007-04-15 02:38:15
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answer #1
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answered by Mauricio 7
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