Na década de 90, supostos defensores de direitos humanos (agindo como defensores de “anomalias humanas”) deformaram a palavra preconceito, a palavra amor, a palavra cultura e várias outras. Parece que a intenção era confundir o significado destas palavras e abrir caminho para oficializar práticas pagãs na sociedade brasileira. De fato, nos anos seguintes constatamos o aumento do homossexualismo, do feminismo, da infidelidade conjugal, dos rituais satânicos em diversas regiões, da prostituição em diversos níveis e de outros comportamentos degradantes e imorais “justificados” como festivos e culturais.
A partir do final do Século XIX, em decorrência dos processos abolicionista e de proclamação da República, passa a ocorrer entre as elites dominantes em nosso país a necessidade de formulação de uma identidade nacional. O projeto de construção de uma nação, portanto, torna necessária a discussão das questões relativas à cor e à raça dos brasileiros, como já aparecem nos censos de 1872 e de 1890, por exemplo.
Um século depois, no censo de 1970, estes itens foram excluídos pelas autoridades. Época auge do Regime Militar, na década de 1970 manifesta-se a preocupação das instâncias de poder em afirmar a inexistência de racismo em nosso país, como já foi mais do que demonstrado pela vasta bibliografia a respeito do chamado “mito da democracia racial” no Brasil.
Durante o intervalo de tempo que vai da Abolição ao período de ditadura militar pós-1964, os aspectos ligados a cor e raça foram estrategicamente suprimidos ou não, de acordo ou com as políticas governamentais vigentes.
A organização da sociedade brasileira no período colonial estava ligada ao controle do senhor de engenho pela submissão de seus empregados livres e escravos. Estes últimos trazidos de diversos lugares do continente africano foram obrigados a romper bruscamente com suas raízes culturais, pois, eram distribuídos em grupos de diferentes etnias, impedindo assim, a manutenção de seus costumes.
A partir da inviabilidade de suas práticas culturais e do ilogismo na adaptação dos valores e das tradições portuguesas, o africano foi adaptando a sua cultura aos moldes brasileiros.
Outro aspecto que comprova tal fato advém do pós-escravismo, visto que, depois da abolição, os negros foram entregues à condição de mão-de-obra assalariada degradante, sistema não muito diferente da sociedade colonial, até porque neste novo processo a escravidão continuou de maneira implícita, estereotipada e discriminatória.
Essa aculturação inovadora do negro sem perspectiva de educação, profissionalismo e capacitação, produziu estereótipos referentes a sua imagem como: enfermo, perigoso e preguiçoso. É interessante notar a conceituação mulata que se ocorreu no decorrer do tempo, seja pelo embranquecimento dos negros, como pela enegrecimento dos brancos. Criou assim, uma morenização de seus adeptos onde, não desejando a sua inserção no imaginário popular do negro, também se distanciou da dita cultura branca.
A novidade na denominação de cores favoreceu outra visão preconceituosa, dentre elas, a incidida pela classe social. O negro sendo pobre é mais negro e possui menos aceitação social do que o negro rico. Este último, ao mudar seu nível de renda, e conseqüentemente de consideração social permanece enfatizado como modelo de superação.
No transcorrer cronológico do povo brasileiro, não houve uma proposta construtiva a fim de solucionar a problemática do preconceito racial dos negros. A mídia com toda a sua evolução tecnológica, englobou essa temática num conformismo sustentado pela discriminação e segregação.
O racismo existente hoje é ainda seqüela do período da escravidão. Legalmente, a escravidão foi extinta e todos os seres humanos tornaram-se iguais, com iguais direitos e deveres. No entanto, os negros, com séculos de exclusão, foram jogados às ruas sem nenhuma lei que os incorporasse à sociedade. Continuaram no mesmo estado de inferioridade em que se encontravam antes. Na verdade, era difícil para uma sociedade que tinha a inferioridade negra como verdade absoluta, entender, de uma hora para outra, que eles eram seres humanos iguais aos brancos. Dessa forma, o efeito causado pela escravidão que, por muito tempo castigou os negros, deixou vestígios que ainda hoje permanecem.
Independente das adequações que possam sofrer as políticas afirmativas, hoje bastante em moda no país, o mais importante de todo o debate é perceber a inserção da população afro-descendente no noticiário. Até então, a discussão sobre a exclusão e resgate da dívida social com os descendentes dos escravos brasileiros era muito tímida. Os espaços destinados aos negros e seus descendentes estavam bastante definidos: o esporte (futebol e atletismo), a cultura popular (samba, sambistas e afins) e as páginas dedicadas ao cotidiano violento das cidades.
2007-04-04 16:50:32
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answer #1
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answered by Mauricio 7
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