A literatura, cara mochileira, é bem mais objetiva do que pensamos. Então, sabemos qual o melhor livro de ficção que existe. Trata-se da Odysséia, de Homero. Todos os grandes escritores concordam com isto. Disse o inglês Shelley:
MUCH have I travell'd in the realms of gold,
And many goodly states and kingdoms seen;
Round many western islands have I been
Which bards in fealty to Apollo hold.
Oft of one wide expanse had I been told
That deep-brow'd Homer ruled as his demesne:
Viajei muito nos domínios do ouro, e vi muitas terras e reinos; estive em muitas ilhas do ocidente, onde poetas são vassalos de Apolo. E muitas vezes, em um desabafo, já me disseram que Homero, de olhar profundo, era o senhor daquele território.
Mas não só os grandes escritores da língua inglesa se curvaram diante do gênio de Micenas. Os gregos não colocavam ninguém acima de Homero, nem os russos, nem os fraceses, nem os alemães. Homero conta uma história linda, cheia de profundas verdades filosóficas; uma história cheia de aventuras, que encanta os adolescentes; uma história cheia de amor, que emociona o coração feminino; mas a Odysséia é também profundamente filosófica, fazendo o sábio pensar.
Vou lhe narrar algumas passagens da Odysséia. O livro conta a história de um marinheiro que, recrutado aos vinte anos, partiu para a guerra, deixando para trás sua esposa de 13 anos, e o filho recém-nascido. A guerra durou 10 anos. E vangando pelos pares, Odisseus ficou perdido mais dez anos. Mas nunca esqueceu-se de sua querida esposa Penélope, de seu lar, de sua pátria. Deusas e feiticeiras se apaixonaram por ele, prometeram-lhe a imortalidade, mas ele insistia em voltar para Penélope.
Enquanto isto, todos na pátria de Odysseus o julgavam morto, em combate ou no mar. Sua esposa Penélope era constantemente assediada por homens que queriam casar-se com ela para apoderar-se dos bens de Odysseus e de sua esposa linda. Mas Penélope insistia em esperar pelo marido. Os pretendentes, então, instalam-se na casa de Odysseus, com intenção de matá-lo se ele voltasse. E se ele já estivesse morto, apoderar-se dos bens da família.
Agora vou contar-lhe um dos trechos do livro que mais me emocionaram. Odysseus, depois de vinte anos e inúmeras aventuras, chega à ilha de Ithaca, sua pátria. Vem disfarçado de mendigo, por conselho da deusa Atena, sua protetora, pois os pretendentes à mão de Penélope o matariam, se o reconhecessem. Já haviam passado vinte anos! Ele estava velho. Claro que ninguém o reconheceu. Sua esposa, embora loucamente apaixonada por ele e que o esperara durante vinte anos, também não o reconheceu. Nem seu filho, e com razão, pois era recém nascido quando o pai partira. Sua mãe adotiva, embora o tenha amamentado e educado, não soube quem era aquele mendigo. Nem seu velho pai reconheceu o filho, tantos estragos a guerra e o tempo haviam feitos no rosto de Odysseus.
Odysseus resolveu dormir na casa de um porqueiro, um de seus servos, que também não o reconheceu. Quando estavam chegando à casa do porqueiro, Odysseus notou um cão muito velho deitado em um monte de estrumes, com as moscas circulando em volta. O cão era tão velho que não mais conseguia mover-se, e havia sido jogado sobre o monte de estrumes para morrer. Mas ao ver Odysseus, o cão fez um esforço imenso para se levantar, abanou o rabo, levantou as orelhas, e tentou aproximar-se do guerreiro. Mas o pobre animal estava velho demais e seu coração não resistiu à emoção, e ao esforço de levantar-se e correr até o dono. O cão morreu ali, aos pés de Odysseus.
--- Que cachorro é este? Perguntou Odysseus ao porqueiro.
--- Este é Argos, o cachorro de nosso rei, Odysseus. Quando o bom rei Odysses vivia aqui, antes de partir para a guerra, este cachorro era jovem e brincalhão. Depois que o rei partiu, ele ia todos os dias ao porto, esperar por Odysseus. Até que ficou velho demais, e não pode mais se locomover. Pobre animal. Finalmente ele morreu; descansou da longa espera. Só lamento que ele tenha morrido sem ver seu senhor voltar.
Diz Homero que aquele guerreiro duro, que havia presenciado a morte de todos os seus companheiros sem uma lágrima, que havia deixado a esposa adorada e o filho sem uma lágrima, que havia enfrentado o oceano, deuses, guerra e morte sem uma lágrima, aquele guerreiro virou o rosto de lado para que o porqueiro não visse que estava chorando.
Esta é apenas uma das passagens da Odysséia, o livro de ficção mais lindo que já foi escrito. Foi escrito em uma língua que não é falada há dois mil anos, mas que todos os grandes escritores fazem questão de aprender para ler a Odysséia e a Ilíada, do mesmo autor. A autora do Harry Potter não só fez questão de aprender a língua de Homero, mas fez questão de que Harry Potter fosse traduzido para resta língua antiga, que ninguém mais fala. A editora, para que ela aceitasse publicar Harry Potter em inglês, teve de prometer que também publicaria na língua de Homero. Paulo Coelho, nas primeiras páginas do Zahir, publica um poema de Cafavis, com tradução do próprio Paulo Coelho, em homenagem à Odysséia.
Não há dúvida, todos concordam, esta é a história mais linda que já foi escrita.
2007-04-04 22:50:36
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answer #2
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answered by Eduardo C 3
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Operação Cavalo de Tróia J.J. BENITEZ
Cavalo de Tróia é o nome de uma operação secreta da Força Aérea dos E.U.A que em 1973 transportou 2 astronautas aos anos 30 e 25 de nossa era. Uma viagem ao passado, à Palestina de Jesus de Nazaré, cujo objetivo era conhecer em primeira mão a vida, a obra e o pensamento do Filho do Homem. Os protagonistas desta viagem são Eliseu, o piloto e Jasão, o major, que se torna a testemunha ocular da vida, Paixão, Morte, Ressurreiçao e "Ascensão" do Galileu. O diário das memórias do major acabaram nas mãos do autor, J.J. Benítez, que traça o perfil mais humano, completo e rigoroso do rabi em 6 volumes, que podem ser lidos separadamente.
Une accolade
2007-04-02 12:33:08
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answer #3
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answered by Anonymous
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