A dificuldade de lançar um “olhar” sobre o “nosso” período colonial encerra-se, portanto, entre estas duas barreiras fundamentais. Porém, pode ser que estas barreiras tornem-se, ao contrário do que poderíamos acreditar a priori, em instrumentos ou “lentes” para que lancemos este olhar. Ou seja, a múltiplicidade histórica pode nos fornecer uma gama infindável de elementos ou indícios para que investiguemos um tempo que já perdemos, podendo assim começar por desconstruír a própria idéia de “sociedade” colonial, visto que ambos os termos (“sociedade” e “colonial”) sequer são usados durante quase todo o período do qual ora nos ocupamos. Quanto à multiplicidade historiográfica, esta pode se converter em uma ferramenta na medida em que nos permite observar de vários ângulos diferentes a multiplicidade à qual nos referíamos anteriormente. Isto é, o confronto de opiniões – que é apenas uma das faces da multiplicidade historiográfica – proporciona solidez epistemológica ao exercício do historiador, na medida em que a historiografia vai se definindo enquanto campo científico. As multiplicidades de recortes e escalas podem nos ajudar também na construção de uma visão de conjunto.
Quanto a este último ponto, a visão de conjunto, cabe dizer que a América portuguesa tende à obliteração. Ou seja, uma concepção holística acerca da “realidade” colonial resulta quase impossível devido a dificuldades de ordem geo-históricas, isto é, a amplitude espaço-temporal do domínio colonial português na América é demasiadamente grande para uma simplificação historiográfica. No entanto, podemos, neste pequeno ensaio, apontar algumas tentativas de interpretação desta sociedade.
2007-03-31 12:52:19
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answer #1
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answered by Marko 6
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Com limão é bom, mais eu prefiro a Sapupara.
2007-04-02 05:07:24
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answer #4
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answered by GERARDO F 4
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