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Quais os costumes, crenças e alimentação dos índios da Amazônia

2007-03-25 02:02:39 · 3 respostas · perguntado por Teresa C 1 em Sociedade e Cultura Outras - Sociedade e Cultura

3 respostas

Os índios passaram por tempos de matança, escravismo, catequização forçada ou mera indiferença das autoridades. Em 1500, quando os portugueses chegaram ao Brasil, estima-se que haviam por aqui cerca de 6 milhões de índios. Nos anos 50, segundo os antropólogos, a população indígena brasileira estava entre 68.000 e 100.000 habitantes. Atualmente, há cerca de 280.000 índios no Brasil, contando os que vivem em centros urbanos ultrapassam os 300.000.

A maior parte da terras indígenas (98%) está na Amazônia Legal, onde moram 170.000 índios. O maior desafio da atualidade é manter viva a riqueza cultural. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, havia em torno de 1.300 línguas indígenas, e hoje existe cerca de 170. O pior é que cerca de 35% dos 210 povos com culturas diferentes tem menos de 200 pessoas.

O encontro dos índios com garimpeiros é sempre crítico, há invasão de terras, proliferação de doenças, estímulo à violência e ao alcoolismo e desequilíbrio da estabilidade dos povos.

Na realidade os índios ainda vivem como antigamente, em comunidade. Partilham o que ganham e produzem coletivamente ajudando tribos vizinhas na caça e na pesca. Entre eles não existe propriedade privada, porque acreditam existir outras coisas com que se preocupar.

Os índios descobriram como conviver com o branco: ora unindo-se a ele, ora mantendo-se isolado e preservando sua forma de vida. Segue abaixo alguns exemplos de aspectos culturais de determinados povos indígenas da Amazônia:



Arara

As mulheres dessa tribo usam como roupa apenas uma espécie de cinto chamado uluri, feito de entrecasca de árvore. A presença dele significa que a mulher não está disponível sexualmente, a aproximação só acontece quando ela o retira. Se, por acaso, esse cinto se romper a mulher se sente nua e desprotegida. No ritual de passagem que marca a transição entre a infância e a vida adulta, os meninos ficam reclusos na casa dos homens e têm que passar por sofrimentos físicos e dar novas provas de força. Embora não haja um espaço físico determinado, as meninas também têm que cumprir alguns rituais de passagem.


Bororó

De todos os rituais dos índios Bororó, o funeral é o que mais chama atenção pela beleza e complexidade. É uma cerimônia que pode durar até dois meses. A tribo obedece a uma organização social rígida, mas a morte de alguém pode provocar mudanças ou reforçar as alianças. A aldeia é dividida em duas partes - exare e tugaregue - que, por sua vez, se subdividem em clãs com prerrogativas e deveres muito bem definidos. Os Bororó reconhecem a liderança de dois chefes hereditários que sempre pertencem à metade exare, conforme determinam seus mitos.


Gavião

Os índios Gavião tem uma relação forte com os nomes pelos quais são chamados. Cada indivíduo recebe dois nomes e um deles não pode ser divulgado. Dar ao outro a chance de conhecer este segredo significa transferir poder. Quando alguém recebe o nome de um parente que já morreu carrega a responsabilidade de manter as características do antepassado e quem o escolhe assume o papel de padrinho com a função de transmitir a cultura.

As relações entre genro e sogra, nora e sogro também tem regras. Depois do casamento, por um período determinado, ficam proibidos de chamar o outro pelo nome.

Uma das mais fortes tradições desses índios é a corrida de toras. As equipes de revezamento, formadas somente por homens, carregam troncos de buriti nos ombros. O mais importante não é quem chega primeiro porque a corrida vale mais pelo divertimento. A comemoração é maior quando as equipes chegam praticamente juntas.


Guajá

Os Guajá são uma das últimas sociedades de caçadores e coletores do mundo. Foram contactados recentemente, há apenas 25 anos, e entre eles existe um grupo com apenas 6 anos de contato.

As mulheres dessa tribo, em alguns casos, têm um papel decisivo, fato pouco comum nas sociedades indígenas. A opinião das idosas é levada em conta e ela pode tanto resolver conflitos domésticos como dividir as tarefas de roçar, caçar e coletar. Elas também cuidam dos animais de estimação, muito numerosos na tribo, e eles, muitas vezes, são até amamentados pelas mulheres mais jovens.

Pode acontecer que um homem se case ao mesmo tempo com duas mulheres, uma sexagenária e outra bem jovem, mas a primeira, além de receber todo o carinho e respeito do marido, tem ainda poder para tomar as decisões principais da casa.


Katukina

Mesmo pertencendo a mesma tribo os Katukina se dividem em "Povo da Onça", "Povo da Ariranha", " Povo do Sol", "Povo do Céu" e "Povo da Pupunha" e entre esses clãs existe uma relação de hierarquia social. Embora, monogâmicas, as relações conjugais são muito instáveis. A troca de cônjuges é bastante comum, mas os filhos sempre ficam com a mãe.

Os Katukina já foram descritos por muitos viajantes como índios barbados por causa do costume de pintar a boca de preto.


Kulina

Quando se casa o homem vive na casa da família da esposa e tem que trabalhar para retribuir pela mulher que recebeu. Cada casal Kulina tem a obrigação de gerar pelo menos três filhos, só depois disso ganha o direito de construir uma casa separada e só continua junto se desejar.

Os Kulina acreditam que a concepção acontece apenas com o acúmulo do sêmen no útero, sem qualquer contribuição feminina. Para engravidar, a mulher tanto pode relacionar-se apenas com o marido ou ter vários parceiros. Em qualquer dos casos, ela é a única responsável pelos cuidados com a criança.


Marubo

Uma das práticas sociais dessa tribo é a poligamia. O homem pode se casar com várias mulheres, e cada uma delas ocupa um espaço bem definido na maloca.

A cremação fazia parte dos antigos costumes desses índios. Eles comiam as cinzas com mingau para que o morto pudesse continuar entre eles. Por influência dos missionários, hoje, os mortos são sepultados em cemitérios. A única exceção ocorre com as crianças de colo, que são enterradas geralmente entre as árvores.


Parakanã

Entre esses índios a amizade formal, que pressupõe deveres, troca de presentes e outras obrigações sociais, se dá apenas entre os indivíduos do mesmo sexo.

Antes dos 10 ou 12 anos, é o adulto que escolhe o companheiro da criança. Depois dessa idade, a amizade é ritualizada durante a festa do cigarro.

Na casa cerimonial, eles dançam, um par de cada vez, e fumam até entrar em transe para conversar com os espíritos. As mulheres também realizam esse ritual mas nas próprias casas, e não podem fumar.

Cabe aos homens derrubar e limpar o terreno para o roçado, mas o plantio e a colheita são tarefas exclusivamente femininas, com exceção da roça de fumo, onde as mulheres não podem nem entrar.


Saterê Mauê

A formiga tem um significado especial e é muito respeitada por esses índios. Uma das espécies, a tocandira, é considerada como divindade e usada nos rituais de passagem. A picada é extremamente dolorosa, mas os meninos para demonstrar coragem tem que colocar a mão dentro de uma espécie de luva cheia de tocandiras e resistir impassíveis à dor. Só depois disso são considerados adultos.

Os saterê-mauê têm uma forte tradição agrícola e comemoram o fim da colheita com o tarubá, uma bebida fermentada tão forte que pode causar embriaguez por até um mês.

Uma de suas plantações tradicionais é o guaraná. Foram esses índios que domesticaram o arbusto silvestre e aprenderam a usar as sementes para fabricar uma bebida, que hoje é um refrigerante fabricado industrialmente no Brasil.


Suruí

Em determinadas épocas do ano esta tribo se divide. Um grupo fica fora da aldeia, enquanto a outra metade cuida do plantio, da colheita e do preparo da mandioca. No final tudo é compartilhado.

Quem saiu retribui os alimentos da roça com os produtos da caça, pesca e os artefatos que foram produzidos. Na estação seguinte há um revezamento, o que serve para fortalecer a coesão do grupo.


Tapiragem

Os índios da Amazônia, Mato Grosso e Venezuela mudam a cor das penas das araras e papagaios para fazer adereços.

Para conseguir isto, na época da muda, eles tiram as penas das asas e da cauda, friccionam a pele com ungüentos e dão alimentos especiais às aves como ovos de tartaruga, secreções leitosas da pele e sangue de sapos e rãs, peixes, como pirarucu, e sementes de açafrão e urucum.

O resultado deste processo, conhecido como tapiragem, é que as penas perdem o azul ou verde original que possuíam. Nascem amarelas pinceladas com vermelho ou amarelo-ouro, este tom, mais raro, é o preferido para compor os adereços.


Tenharim

Esses índios costumam enterrar os mortos debaixo dos pisos das casas. Acreditam que o espírito permanece morando no local e usando os utensílios que possuía quando era vivo.

Para pescar os Tenharim têm um hábito curioso. Eles colocam dentro d’água um pedaço de madeira com o desenho dos peixes que querem capturar. Fazem isso sempre debaixo de árvores frutíferas mas acreditam que a fartura da pescaria é explicada unicamente pelos desenhos. Eles só não pescam o boto e do peixe-boi por serem considerados alimentos tabu.


Tikuna

As meninas da tribo Tikuna são submetidas a um ritual de iniciação quando ficam menstruadas. A festa sempre acontece na lua cheia, que representa beleza, bondade e sabedoria. Para esta comemoração os índios, além de enfeites para as virgens, fabricam máscaras de monstros e macacos.

Um dos índios usa uma máscara com cara de serpente e incorpora o espírito do principal personagem do ritual, um monstro que vivia na água. Durante os festejos o monstro faz gestos obscenos que divertem a tribo. Ele também ronda o cubículo onde a menina fica reclusa batendo com um bastão no chão. Durante três dias e três noites essa garota é protegida por duas tias que aproveitam o tempo dando conselhos: para ser uma boa mulher Tikuna, ela deve ser ativa, trabalhadeira e respeitar o marido.


Tukano

Esses índios são extremamente vaidosos. Gastam dias e dias num grande esforço para capturar aves de plumagens belas, coloridas e variadas para fazer adornos. Eles também gostam de modificar as cores originais dando comidas especiais para as aves ou aquecendo as penas. Esse processo é conhecido como tapiragem. Usam até duas dezenas de aves para um único adorno. Estes enfeites são usados em rituais e aqueles que usam as peças mais bonitas são muito prestigiados pela tribo.


Wai Wai

Fazia parte da cultura deles a troca de mulheres capturadas de outras aldeias, consideradas como troféus de guerra. Com a chegada dos holandeses que colonizaram o Suriname, antiga colônia nas Guianas, os índios estabeleceram este mesmo tipo de relação, trocando mulheres por artigos europeus. Os holandeses se utilizaram desta prática para conseguir com que os índios ao invés de trazer mulheres capturassem os escravos negros fugidos.




Waiãpi

Este povo, falante de uma língua Tupi, vive em ambos os lados da fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa. Ali, cerca de 750 Waiãpi ocupam o curso alto do rio Oiapoque. No Amapá, são cerca de 530, distribuídos em 12 aldeias. Algumas famílias Waiãpi procedentes do rio Cuc vivem hoje no Alto Peru do Leste.

No panorama da devastação social e ambiental que atinge a maioria das áreas indígenas no país, a atual situação dos Waiãpi no Amapá representa um caso privilegiado. Eles expulsaram todos os invasores de sua terra, que eles mesmos demarcaram, numa extensão de 603.000 hectares e que foi homologada em maio de 1996. Hoje, buscam alternativas de desenvolvimento que garantam sua autonomia cultural e seus direitos à exploração exclusiva dos recursos de sua terra. Neste processo, criaram um conselho de aldeias, o APINA. A experiência de gestão das atividades de produção e comercialização empreendidas pelas diferentes aldeias por parte do APINA vem tendo crescimento significativo ultimamente.

Nas festas de caxiri, as famílias de várias aldeias se reencontram para compartilhar de um acervo cultural que os Waiãpi têm preservado e fortalecido ao longo desses últimos vinte anos de "contato".

A dança entre os Waiãpi geralmente está dissociada da alegria, acontece mais em momentos de crise para aplacar a ira de Ianejar - o grande pai - que sempre ameaça destruir a humanidade.

O pajé, como lida com forças sobrenaturais, podendo atrair bons e maus espíritos, nesses períodos é sempre "vigiado". A tribo teme que ele provoque problemas desnecessários.


Yanomami

Os Yanomami abrem várias trilhas para ligar as diferentes aldeias com as áreas de caça, os acampamentos de verão e as roças recentes e antigas. Eles fazem um constante rodízio entre esses lugares e com isso a floresta se recupera com rapidez.

Todos da tribo moram numa imensa casa coletiva e as crianças ocupam um lugar de destaque, suas necessidades são prontamente atendidas e seus pedidos sempre levados em conta. Embora, haja um intercâmbio freqüente de mulheres e produtos, cada uma das aldeias tem completa autonomia política e administrativa.

Esses índios queimam os seus mortos e comem as cinzas e acreditam que os espíritos, que podem ser bons ou maus, habitam as plantas e animais.

A reserva dos Yanomami fica próxima ao Pico da Neblina, na fronteira do Brasil com a Venezuela. Essa área tem sido invadida por garimpeiros atraídos pelas grandes reservas de diamante, ouro, cassiterita e urânio.

Zorós

Os zorós pertencem ao grupo lingüístico tupi e são herdeiros da tradição ceramista desse povo. Usam técnicas refinadas na fabricação de peças ricamente adornadas. Essa tribo foi descoberta em 1971 mas o primeiro contato só aconteceu sete anos depois e ainda hoje os Zorós vivem relativamente isolados. Por seus traços delicados, são considerados, segundo descrição dos sertanistas, como os índios mais bonitos da Amazônia Ocidental.

2007-03-25 02:08:15 · answer #1 · answered by rafaboy32 1 · 4 0

Os índios passaram por tempos de matança, escravismo, catequização forçada ou mera indiferença das autoridades. Em 1500, quando os portugueses chegaram ao Brasil, estima-se que haviam por aqui cerca de 6 milhões de índios. Nos anos 50, segundo os antropólogos, a população indígena brasileira estava entre 68.000 e 100.000 habitantes. Atualmente, há cerca de 280.000 índios no Brasil, contando os que vivem em centros urbanos ultrapassam os 300.000.

A maior parte da terras indígenas (98%) está na Amazônia Legal, onde moram 170.000 índios. O maior desafio da atualidade é manter viva a riqueza cultural. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, havia em torno de 1.300 línguas indígenas, e hoje existe cerca de 170. O pior é que cerca de 35% dos 210 povos com culturas diferentes tem menos de 200 pessoas.

O encontro dos índios com garimpeiros é sempre crítico, há invasão de terras, proliferação de doenças, estímulo à violência e ao alcoolismo e desequilíbrio da estabilidade dos povos.

Na realidade os índios ainda vivem como antigamente, em comunidade. Partilham o que ganham e produzem coletivamente ajudando tribos vizinhas na caça e na pesca. Entre eles não existe propriedade privada, porque acreditam existir outras coisas com que se preocupar.

Os índios descobriram como conviver com o branco: ora unindo-se a ele, ora mantendo-se isolado e preservando sua forma de vida. Segue abaixo alguns exemplos de aspectos culturais de determinados povos indígenas da Amazônia:



Arara

As mulheres dessa tribo usam como roupa apenas uma espécie de cinto chamado uluri, feito de entrecasca de árvore. A presença dele significa que a mulher não está disponível sexualmente, a aproximação só acontece quando ela o retira. Se, por acaso, esse cinto se romper a mulher se sente nua e desprotegida. No ritual de passagem que marca a transição entre a infância e a vida adulta, os meninos ficam reclusos na casa dos homens e têm que passar por sofrimentos físicos e dar novas provas de força. Embora não haja um espaço físico determinado, as meninas também têm que cumprir alguns rituais de passagem.


Bororó

De todos os rituais dos índios Bororó, o funeral é o que mais chama atenção pela beleza e complexidade. É uma cerimônia que pode durar até dois meses. A tribo obedece a uma organização social rígida, mas a morte de alguém pode provocar mudanças ou reforçar as alianças. A aldeia é dividida em duas partes - exare e tugaregue - que, por sua vez, se subdividem em clãs com prerrogativas e deveres muito bem definidos. Os Bororó reconhecem a liderança de dois chefes hereditários que sempre pertencem à metade exare, conforme determinam seus mitos.


Gavião

Os índios Gavião tem uma relação forte com os nomes pelos quais são chamados. Cada indivíduo recebe dois nomes e um deles não pode ser divulgado. Dar ao outro a chance de conhecer este segredo significa transferir poder. Quando alguém recebe o nome de um parente que já morreu carrega a responsabilidade de manter as características do antepassado e quem o escolhe assume o papel de padrinho com a função de transmitir a cultura.

As relações entre genro e sogra, nora e sogro também tem regras. Depois do casamento, por um período determinado, ficam proibidos de chamar o outro pelo nome.

Uma das mais fortes tradições desses índios é a corrida de toras. As equipes de revezamento, formadas somente por homens, carregam troncos de buriti nos ombros. O mais importante não é quem chega primeiro porque a corrida vale mais pelo divertimento. A comemoração é maior quando as equipes chegam praticamente juntas.


Guajá

Os Guajá são uma das últimas sociedades de caçadores e coletores do mundo. Foram contactados recentemente, há apenas 25 anos, e entre eles existe um grupo com apenas 6 anos de contato.

As mulheres dessa tribo, em alguns casos, têm um papel decisivo, fato pouco comum nas sociedades indígenas. A opinião das idosas é levada em conta e ela pode tanto resolver conflitos domésticos como dividir as tarefas de roçar, caçar e coletar. Elas também cuidam dos animais de estimação, muito numerosos na tribo, e eles, muitas vezes, são até amamentados pelas mulheres mais jovens.

Pode acontecer que um homem se case ao mesmo tempo com duas mulheres, uma sexagenária e outra bem jovem, mas a primeira, além de receber todo o carinho e respeito do marido, tem ainda poder para tomar as decisões principais da casa.


Katukina

Mesmo pertencendo a mesma tribo os Katukina se dividem em "Povo da Onça", "Povo da Ariranha", " Povo do Sol", "Povo do Céu" e "Povo da Pupunha" e entre esses clãs existe uma relação de hierarquia social. Embora, monogâmicas, as relações conjugais são muito instáveis. A troca de cônjuges é bastante comum, mas os filhos sempre ficam com a mãe.

Os Katukina já foram descritos por muitos viajantes como índios barbados por causa do costume de pintar a boca de preto.


Kulina

Quando se casa o homem vive na casa da família da esposa e tem que trabalhar para retribuir pela mulher que recebeu. Cada casal Kulina tem a obrigação de gerar pelo menos três filhos, só depois disso ganha o direito de construir uma casa separada e só continua junto se desejar.

Os Kulina acreditam que a concepção acontece apenas com o acúmulo do sêmen no útero, sem qualquer contribuição feminina. Para engravidar, a mulher tanto pode relacionar-se apenas com o marido ou ter vários parceiros. Em qualquer dos casos, ela é a única responsável pelos cuidados com a criança.


Marubo

Uma das práticas sociais dessa tribo é a poligamia. O homem pode se casar com várias mulheres, e cada uma delas ocupa um espaço bem definido na maloca.

A cremação fazia parte dos antigos costumes desses índios. Eles comiam as cinzas com mingau para que o morto pudesse continuar entre eles. Por influência dos missionários, hoje, os mortos são sepultados em cemitérios. A única exceção ocorre com as crianças de colo, que são enterradas geralmente entre as árvores.


Parakanã

Entre esses índios a amizade formal, que pressupõe deveres, troca de presentes e outras obrigações sociais, se dá apenas entre os indivíduos do mesmo sexo.

Antes dos 10 ou 12 anos, é o adulto que escolhe o companheiro da criança. Depois dessa idade, a amizade é ritualizada durante a festa do cigarro.

Na casa cerimonial, eles dançam, um par de cada vez, e fumam até entrar em transe para conversar com os espíritos. As mulheres também realizam esse ritual mas nas próprias casas, e não podem fumar.

Cabe aos homens derrubar e limpar o terreno para o roçado, mas o plantio e a colheita são tarefas exclusivamente femininas, com exceção da roça de fumo, onde as mulheres não podem nem entrar.


Saterê Mauê

A formiga tem um significado especial e é muito respeitada por esses índios. Uma das espécies, a tocandira, é considerada como divindade e usada nos rituais de passagem. A picada é extremamente dolorosa, mas os meninos para demonstrar coragem tem que colocar a mão dentro de uma espécie de luva cheia de tocandiras e resistir impassíveis à dor. Só depois disso são considerados adultos.

Os saterê-mauê têm uma forte tradição agrícola e comemoram o fim da colheita com o tarubá, uma bebida fermentada tão forte que pode causar embriaguez por até um mês.

Uma de suas plantações tradicionais é o guaraná. Foram esses índios que domesticaram o arbusto silvestre e aprenderam a usar as sementes para fabricar uma bebida, que hoje é um refrigerante fabricado industrialmente no Brasil.


Suruí

Em determinadas épocas do ano esta tribo se divide. Um grupo fica fora da aldeia, enquanto a outra metade cuida do plantio, da colheita e do preparo da mandioca. No final tudo é compartilhado.

Quem saiu retribui os alimentos da roça com os produtos da caça, pesca e os artefatos que foram produzidos. Na estação seguinte há um revezamento, o que serve para fortalecer a coesão do grupo.


Tapiragem

Os índios da Amazônia, Mato Grosso e Venezuela mudam a cor das penas das araras e papagaios para fazer adereços.

Para conseguir isto, na época da muda, eles tiram as penas das asas e da cauda, friccionam a pele com ungüentos e dão alimentos especiais às aves como ovos de tartaruga, secreções leitosas da pele e sangue de sapos e rãs, peixes, como pirarucu, e sementes de açafrão e urucum.

O resultado deste processo, conhecido como tapiragem, é que as penas perdem o azul ou verde original que possuíam. Nascem amarelas pinceladas com vermelho ou amarelo-ouro, este tom, mais raro, é o preferido para compor os adereços.


Tenharim

Esses índios costumam enterrar os mortos debaixo dos pisos das casas. Acreditam que o espírito permanece morando no local e usando os utensílios que possuía quando era vivo.

Para pescar os Tenharim têm um hábito curioso. Eles colocam dentro d’água um pedaço de madeira com o desenho dos peixes que querem capturar. Fazem isso sempre debaixo de árvores frutíferas mas acreditam que a fartura da pescaria é explicada unicamente pelos desenhos. Eles só não pescam o boto e do peixe-boi por serem considerados alimentos tabu.


Tikuna

As meninas da tribo Tikuna são submetidas a um ritual de iniciação quando ficam menstruadas. A festa sempre acontece na lua cheia, que representa beleza, bondade e sabedoria. Para esta comemoração os índios, além de enfeites para as virgens, fabricam máscaras de monstros e macacos.

Um dos índios usa uma máscara com cara de serpente e incorpora o espírito do principal personagem do ritual, um monstro que vivia na água. Durante os festejos o monstro faz gestos obscenos que divertem a tribo. Ele também ronda o cubículo onde a menina fica reclusa batendo com um bastão no chão. Durante três dias e três noites essa garota é protegida por duas tias que aproveitam o tempo dando conselhos: para ser uma boa mulher Tikuna, ela deve ser ativa, trabalhadeira e respeitar o marido.


Tukano

Esses índios são extremamente vaidosos. Gastam dias e dias num grande esforço para capturar aves de plumagens belas, coloridas e variadas para fazer adornos. Eles também gostam de modificar as cores originais dando comidas especiais para as aves ou aquecendo as penas. Esse processo é conhecido como tapiragem. Usam até duas dezenas de aves para um único adorno. Estes enfeites são usados em rituais e aqueles que usam as peças mais bonitas são muito prestigiados pela tribo.


Wai Wai

Fazia parte da cultura deles a troca de mulheres capturadas de outras aldeias, consideradas como troféus de guerra. Com a chegada dos holandeses que colonizaram o Suriname, antiga colônia nas Guianas, os índios estabeleceram este mesmo tipo de relação, trocando mulheres por artigos europeus. Os holandeses se utilizaram desta prática para conseguir com que os índios ao invés de trazer mulheres capturassem os escravos negros fugidos.




Waiãpi

Este povo, falante de uma língua Tupi, vive em ambos os lados da fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa. Ali, cerca de 750 Waiãpi ocupam o curso alto do rio Oiapoque. No Amapá, são cerca de 530, distribuídos em 12 aldeias. Algumas famílias Waiãpi procedentes do rio Cuc vivem hoje no Alto Peru do Leste.

No panorama da devastação social e ambiental que atinge a maioria das áreas indígenas no país, a atual situação dos Waiãpi no Amapá representa um caso privilegiado. Eles expulsaram todos os invasores de sua terra, que eles mesmos demarcaram, numa extensão de 603.000 hectares e que foi homologada em maio de 1996. Hoje, buscam alternativas de desenvolvimento que garantam sua autonomia cultural e seus direitos à exploração exclusiva dos recursos de sua terra. Neste processo, criaram um conselho de aldeias, o APINA. A experiência de gestão das atividades de produção e comercialização empreendidas pelas diferentes aldeias por parte do APINA vem tendo crescimento significativo ultimamente.

Nas festas de caxiri, as famílias de várias aldeias se reencontram para compartilhar de um acervo cultural que os Waiãpi têm preservado e fortalecido ao longo desses últimos vinte anos de "contato".

A dança entre os Waiãpi geralmente está dissociada da alegria, acontece mais em momentos de crise para aplacar a ira de Ianejar - o grande pai - que sempre ameaça destruir a humanidade.

O pajé, como lida com forças sobrenaturais, podendo atrair bons e maus espíritos, nesses períodos é sempre "vigiado". A tribo teme que ele provoque problemas desnecessários.


Yanomami

Os Yanomami abrem várias trilhas para ligar as diferentes aldeias com as áreas de caça, os acampamentos de verão e as roças recentes e antigas. Eles fazem um constante rodízio entre esses lugares e com isso a floresta se recupera com rapidez.

Todos da tribo moram numa imensa casa coletiva e as crianças ocupam um lugar de destaque, suas necessidades são prontamente atendidas e seus pedidos sempre levados em conta. Embora, haja um intercâmbio freqüente de mulheres e produtos, cada uma das aldeias tem completa autonomia política e administrativa.

Esses índios queimam os seus mortos e comem as cinzas e acreditam que os espíritos, que podem ser bons ou maus, habitam as plantas e animais.

A reserva dos Yanomami fica próxima ao Pico da Neblina, na fronteira do Brasil com a Venezuela. Essa área tem sido invadida por garimpeiros atraídos pelas grandes reservas de diamante, ouro, cassiterita e urânio.

Zorós

Os zorós pertencem ao grupo lingüístico tupi e são herdeiros da tradição ceramista desse povo. Usam técnicas refinadas na fabricação de peças ricamente adornadas. Essa tribo foi descoberta em 1971 mas o primeiro contato só aconteceu sete anos depois e ainda hoje os Zorós vivem relativamente isolados. Por seus traços delicados, são considerados, segundo descrição dos sertanistas, como os índios mais bonitos da Amazônia Ocidental.

2007-03-25 02:20:06 · answer #2 · answered by antonio gonzarlen 1 · 2 1

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2007-03-28 21:49:41 · answer #3 · answered by Our Life 5 · 0 3

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