Olá, Vernicht ! Posso tentar responder, a partir do conhecimento que tenho de Santo Agostinho.
Em seu livro, De Trinitate, Santo Agostinho define Deus como substância. Substância é uma tradução latina imprópria da palavra grega ousía, que significava a essência do ser, ou aquilo que é imútavel.
Segundo ele, Deus é imutável, mas a tudo modifica, é sempiterno sem tempo, grande sem quantidade, é infinito sem ocupar espaço algum, é causa de si etc., enfim, com esta definição Santo Agostinho nega as 9 categorias aristotélicas que fundamentam o pensamento humano (espaço, gênero, número, causa, substância, personalidade etc.)
Isto significa, entre outras coisas, que o que é Deus transcende a própria razão, que não pode compreendê-Lo em sua essência, racionalmente, mas pode conhecê-Lo. Ou seja, Deus é Incompreensível, mas não Incognoscível.
Para a Doutrina Cristã, o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, como está no Gênesis. Ser semelhante não é ser igual, é ser parecido. O homem é parecido com Deus na alma, e é por ela que o homem pode conhecer o Eterno.
Há, portanto, a preponderância do conhecimento inteligível sobre o sensível, pois Deus não é matéria, é substância. A substância só pode ser inteligida. Segundo Santo Agostinho, podemos ter uma imagem do que é Deus, a partir de certos atributos que encontramos em grau elevado entre os homens: diz ele, vedes um homem justo, Deus é superior, pois é a própria Justiça ( isto significa que Deus não tem atributos, porque é a própria substância).
Enfim, como Criador, Deus excede a criatura em todas as suas excelências, inclusive na razão, daí ser Ele Incompreensível racionalmente aos homens.
Um abraço !
2007-03-30 05:45:59
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answer #1
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answered by Anonymous
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A coisa em si diz respeito à essência de qualquer coisa que você quiser conhecer, desde um abajur até uma hipótese matemática. Deus, nesse sentido, pode ser alvo de raciocínio para que se questione sua existência, essência e outros aspectos.
Quanto à impossibilidade de conhecer, como você não tem como trazer o abajur para dentro do seu pensamento, o máximo que você vai conhecer dele é a forma como ele se manifesta no mundo e você capta pelos sentidos (fenômeno).
Por isso, em ultra resumo, ele pensava não ser possível conhecer o mundo real (numênico), só o fenômeno.
Entretanto se esqueceu que um dos métodos do conhecimento estudado desde os gregos e bem desenvolvido hoje dentro da teoria do conhecimento (gnosiologia) é o intuitivo, pelo qual numa única operação da mente, o sujeito conhece o objeto.
Assim é que, só por uma intuição emotiva, se pode ter contato com objetos ideais como os valores. Ex. Não é possível ver ou cheirar o justo ou o belo, mas a não ser que você seja um nazista, com certeza saberá intuir a existência destes dois valores.
Nessa linha linha, Deus também não se dá a conhecer através dos nossos sentidos, mas está aberto ao nosso conhecimento pelo método intuitivo, emotivo e intuitivo volitivo.
Além do que, também pode ser aceito por um simples ato de fé.
Não faltaram filósofos que tentaram demonstrar a existência de Deus pelo método discursivo dedutivo, a partir dos primeiros princípios evidentes do raciocínio. Para esses, em resumo, o princípio da causalidade indica que tudo deve ter uma origem, ou seja, nada vem do nada. Se nós e o Universo existimos, precisa haver um ser original onde tudo existia e estava contido.
2007-03-31 03:09:13
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answer #2
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answered by S@n 5
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Não há argumento que sustente isso. E se alguém apresentar algum, não se verifica.
2007-03-28 23:45:41
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answer #3
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answered by Anonymous
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Filosófos crêem em Deus mas têm Dele uma idéia diferente daquela que as religiões sabem traduzir. Deus existe, sem dúvida, mas quem já o pintou, o fotografou, o retratou para que possamos dizer como Ele é ou com o que se parece? Filósofos vêem Deus nas manifestações da natureza, da ética, da política e de todas as ciências, como uma razão de ser mas que não pode ainda ser explicado. Complicado, não acha?
2007-03-28 19:01:37
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answer #4
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answered by elisamakai 5
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O Universo existe. Você existe.
Pronto, Deus se manifestou.
Ou é TUDO um milagre ou não é NADA um milagre.
................
2007-03-28 18:48:25
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answer #5
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answered by Zé 7
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É simples, porque é uma coisa que povoa o inconsciente popular, a maioria esmagadora acredita.
Agora prova fática já é outra história.
A filosofia não nada mais nada menos do que amigo da verdade, literalmente. Em sentido lato: a busca da verdade.
Daí o inconoscível deles.
PS
Lendo o que o Tadeu falou é praticamente impossível não rir, o pessoal supervaloriza demais seu fritz.
Basta ir ao século dos enciclopedistas e se deliciar com Voltaire.
2007-03-27 12:00:42
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answer #6
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answered by Enzo- 7
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Para o cético Deus nem existe, ele está morto, como diria nosso amigo Nietzshe. Sendo assim, ele é concebível simplesmente porque "não é", o incrédulo não discute mais a idéia de Deus existir, pois, o que existe se conhece e o que conhecemos são as manifestações das coisas sensíveis. Isto posto, para os que detonam a existência de Deus, ele simplesmente não é, nem foi.
Agora, o que apóia a idéia de que Deus é incongoscível é única e simplesmente a fé cega daqueles que a tem.
2007-03-26 10:36:12
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answer #7
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answered by Tadeu 2
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oq Deus quer de nos humanos e o amor e a fé,agora veja bem se Deus se manifestasse p o mundo de forma perceptívêl e todos pudessem ve-lo e toca-lo por exemplo,e todo mundo acreditaria Nele não pela fé mas porq o viram e ai ficaria difícil Ele escolher os seus pela fé
2007-03-25 01:40:13
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answer #8
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answered by dogao 5
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Não sou "do ramo" por isso não sei; mas posso argumentar?
Deus incognoscível:
Acho que é uma questão praticamente conceitual, caso Deus fosse cognoscível, deixaria de ser o Deus.
Seguindo esta linha de raciocínio, poderíamos tentar entendê-lo apenas através de equivalências figurativas, nada mais.
Deus não se manifesta no mundo perceptível:
Entendo que quem pensa desta forma, certamente baseia-se na forma humana de se tratar a relação de poder: Quem muito pode não faz, manda fazer.
Outra forma de se entender esta suposta "falta de manifestação", seria a sua própria natureza, com a qual também se explicaria o seu amor ilimitado pela humanidade: o mundo perceptível faria parte de seu próprio ser. Ele não se manisfestaria porque Ele, simplesmente, é.
Espero ter ajudado e não escrito muita bobagem.
2007-03-25 01:17:52
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answer #9
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answered by Paguro 5
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