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2 respostas

Floresta tão exuberante e variada não poderia deixar de oferecer ao homem uma infinidade de produtos vegetais valiosos. Desde as espécies simplesmente decorativas, como a vitória-régia ou as orquídeas, até as madeiras de raras qualidades, os produtos medicinais, as matérias-primas, como a borracha, os alimentos preciosos, como a castanha-do-pará ou o guaraná e a infinita variedade dos frutos de inigualável sabor

.Vitória-régia

Comecemos pela vitória-régia que, desde que vista pela primeira vez, há quase dois séculos pelo homem civilizado, tornou-se um símbolo da hiléia amazônica, vindo a constituir o motivo principal dos cartões postais. Conta o escritor Gastão Cruls que em 1801 o naturalista espanhol, deparou com a vitória-régia e prostrou-se, de joelhos, na canoa em que ambos navegavam, para agradecer a Deus pela criação de tal maravilha! Suas folhas, com diâmetro de um metro e meio e até mais, são circulares, flutuantes, e têm os bordos virados para cima à maneira de imensas “fôrmas para pizza”, protegidos por pecíolos imensos, armados de poderosos espinhos. As flores, muito grandes, possuem coloração que vai “do branco-aveludado, através de todas as gradações do rosa, até o púrpura-escuro, para voltar, no centro, a uma cor leitosa um tanto amarelada “, segundo a descrição do suíço Agassiz e sua esposa. Esse autor chama a atenção para o modo como desabrocham as folhas ao mesmo tempo que emergem à tona d’água, já em seu tamanho definitivo. Elas se abrem, mais ou menos à maneira de um guarda-chuva, à medida que sobem à superfície. Aí, apoiadas, distendem-se pelo afastamento da trama de nervuras entre as quais o tecido foliáceo já se encontra formado, porém todo enrugado. O naturalista Wallace observa que, nas épocas de estio, com as águas baixas, as folhas são bem menores; à medida que as águas vão subindo, os pedúnculos vão se alongando e produzindo folhas cada vez maiores. Essas plantas são encontradas em toda a Amazônia, em áreas pantanosas ou enseadas de águas calmas e bem expostas ao Sol. Seus frutos, com o tamanho “de uma cabeça de criança”, contêm sementes negras que, moídas, oferecem farinha branca e saborosa.

Guaraná

O guaraná constitui uma outra especialidade amazônica, hoje cultivada em larga escala para a produção de refrigerantes. Dessa planta já foi dito, pela famosa gerontologista Ana Aslan, que se trata do gerovital brasileiro, por ser ela possuidora de princípios que fazem prolongar a vida humana. Muito utilizada pelos nativos, principalmente dos Estados do Amazonas e Mato Grosso, pelas suas “propriedades estimulantes e depurativas do sangue”, seu uso – muito diluído, em forma de refrigerantes gasosos – levou os industriais a investirem muito no cultivo. Os primeiros a descreverem a planta foram os naturalistas Humboldt e Bonpland. Trata-se de um arbusto de hábito trepador, enroscando-se pelos troncos das árvores, atingindo alturas de até 10 metros. Cultivado apoiado em estacas, desenvolve-se muito menos e produz muito mais frutos. Frutifica em forma de cachos vermelhos contendo frutos de polpa carnosa, branca, comestível com uma mancha negra ao centro, o que faz com que se pareçam muito com olhos humanos. Suas sementes, do tamanho de ervilhas, possuem um revestimento avermelhado. Removida a polpa, as sementes são torradas em forno de barro e batidas para a remoção dos envoltórios avermelhados, para depois serem socadas em pilão, reduzindo-se a pó. Esse pó, misturado com água, forma uma pasta espessa, da qual são fabricados os pães de guaraná, secados e defumados por vários dias em fumeiras ou estufas. Na forma de pães, o guaraná é comercializado. Seu principal princípio ativo é a cafeína, além da teobromina e teofilina, estimulantes neuromusculares, diuréticos e dilatores das coronárias.

A castanha-do-pará ou tocari é produzida por uma das mais importantes árvores da Amazônia, atingindo cerca de 50 metros de altura e 4 metros de diâmetro, com tronco liso e escuro, de boa madeira, porém freqüentemente oca, nas árvores mais velhas. Seu fruto, o ouriço, é muito duro, com diâmetro de 15 a 20 centímetros, contendo até 20 ou mais castanhas cada um, e cai espontaneamente das árvores no período de janeiro a abril, ou seja, na época das chuvas. A castanha, além de saborosa, possui alto valor alimentício devido à presença de proteínas (16%), gorduras (69%) e sais minerais, além de vitaminas B1 e niacina. O óleo extraído das mesmas assemelha-se ao de oliva, sendo portanto muito saudável. As castanhas são simplesmente coletadas do chão, em dias “sem vento” (por causa do perigo de caírem na cabeça dos catadores, o que representa sério risco de vida), retiradas dos ouriços e descascadas por processos rudimentares, o que causa muitas perdas devido ao desenvolvimento de fungos tóxicos, como o Aspergillus flavus, produtor da temível aflatoxina, o que reduz muito seu valor de exportação. Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha são seus principais compradores, consumindo-as principalmente nas festas natalinas. Esse mesmo fungo tóxico é encontrado com freqüência no amendoim, exigido tratamento especial.

Outros produtos vegetais importantes da região amazônica são o cacau e a borracha. O cacau, introduzido no sul da Bahia há cerca de 200 anos, ali aclimatou-se muito bem, tornando-se seu principal produto de exportação. A produção da Bahia já foi maior do mundo, mas hoje ocupa a 3ª posição, depois de Gana e Nigéria. A borracha representou uma das grandes riquezas do Brasil no final do século passado e início do presente.

Djalma Batista apresenta uma longa lista de produtos típicos da Amazônia, classificando-os em:

a) alimentos (já aqui comentados);

b) condimentos, como as inúmeras variedades de pimentas nativas, baunilhas, pau-cravo (o “cravo” da América), a canela, o urucum (produtor de pigmentos vermelhos ou amarelos);

c) remédios, como a salsaparrilha, muito exportada antigamente como depurativo e anti-reumático, mencionada por Júlio Verne, em seu livro A jangada, como sendo o principal produto de exportação da Amazônia, além da madeira; ipecacuanha ou poaia, copaíba, casca preciosa (a canela da Amazônia procurada por Pizzaro e Orellana), anil, quina, curare etc.;

d) produtos aromáticos, como o louro-inhamuí, que produz o sassafrás, o cumaru, o pau-rosa, fixador de perfumes, hoje em extinção devida à grande procura e ação predatória etc.;

e) alucinógenos, como a coca ou ipadu, o iagê, o paricá , o caapi, a virola;

f) gomas, como o caucho, a borracha, a sorva, usada nas gomas de mascar (o famoso chiclete), a massaranduba, também produtora de goma de mascar e sobre a qual Wallace conta, maravilhado, da produção do “leite de massaranduba”, extraído por meio de entalhes praticados no caule da árvore e que, diluído em água, pode ser bebido com café, com chá ou como creme saboroso e nutritivo, os breus, a coquirana, a balata o caramuri, produtor de guta-percha etc.;

g) estimulantes como o guaraná, a muirapuama, a catuaba, o xexuá etc.;

h) fibras, como a juta, piaçava, malva, tucum etc.;

2007-03-26 12:51:09 · answer #1 · answered by wladdyx 3 · 0 0

Você só pode estar brincando...

Seriam necessárias várias enciclopédias para você descrever a imensa flora amazônica com suas características biológicas. Você gosta do tema? Tem centenas de sites se referindo a isso. pode começar com a Universidade Federal do estado do Amazonas, departamento de Biologia...

2007-03-23 18:40:51 · answer #2 · answered by Ricardo 6 · 0 0

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