Porque no jogo do corporativismo, se o demônio não faz combate contra si próprio, quem irá combater os reais “Marajás” que ainda existem, cuja missão o povo confiou ao nosso Congresso Nacional, senão os próprios parlamentares? Se houvesse uma CPI do povo, a primeira pergunta seria para saber onde reside a consciência dos Srs. Parlamentares do “valor” da contraprestação do serviço prestado à Nação? Perguntar-lhes se é lÃcito remuneração dos serviços prestados ao povo ser traduzida em altos salários e privilégios ou como um trabalho digno, ao patamar do exeqüÃvel, do suportável pelos contribuintes?
Perguntar-lhes, enfim, que diabo de Congresso é esse, que estabelece e aprova salário-mÃnimo em nÃveis tão mesquinhos, comparando com aquilo que estabelece e paga a seus próprios componentes? Perguntar-lhes por que acham que devemos nos calar e permitir que os que nada produzem, elevem seus próprios ganhos à estratosfera, à s expensas do povo? (A indignação não é de boca pequena, mas de revolta contra certos “inocêncios” que um dia irão prestar contas de seus esbulhos à Justiça Divina... no inferno)! A sensação é que os polÃticos sempre nos enxergam como um povo idiota em cujas veias corre sangue de barata, mas é útil lembrar que é por falta de reação no paÃs que possui a mão-de-obra mais barata (em dupla definição) do mundo que o Capital permanece dando as cartas. Em tempos atuais, controvertidos projetos sobre “Contrato Coletivo de Trabalho”, como a “flexibilização da CLT” (figurações jurÃdicas polêmicas, porém apoiadas por diversos militantes da área trabalhista, talvez para compensar a diminuição da carga de trabalho e conseqüentes honorários, com o advento das “Comissões de Conciliação Prévia” e que, na prática, já começa a provocar o esvaziamento de um morrinhento Judiciário Trabalhista, levando preocupação a advogados e magistrados que terão seu status diminuÃdo) tendem a substituir a Consolidação das Leis do Trabalho, aliás, único instrumento de Lei que, mesmo eivado de normas cogentes e arcaicas, é a única tutela do trabalhador. Em meio a uma aguerrida e incessante luta entre o Capital e o Trabalho, o trabalhador perdeu o antigo cacife representado por sua força de trabalho e na maioria das greves, mesmo em empresas públicas, o que assistÃamos eram ameaças (e execução) da substituição pelo imenso contingente de desempregados que, para sobreviverem, aceitavam as mais aviltantes condições patronais, mais vantajosas ao custo da produção, semelhante ao axioma em que o patrão representava a pedra e o trabalhador, o vaso: “Se a pedra cair no vaso, azar do vaso, e se o vaso cair na pedra, azar...
do vaso! Como é que um preposto, sem uma visão horizontal da empresa, pode refletir em lugar do patrão, sobre o número de famÃlias dependentes do sucesso dos negócios da empresa e fixar a correspondente retribuição, justa e generosa, à queles que para isso contribuem com as suas forças? Por outro lado (da mesa), quantos sindicalistas conhecem a importância do incentivo ao bom empresário e a sinergia que podem incitar, por exemplo, engajando os representados para que a empresa atinja seus objetivos e metas, através de fatores como produtividade, qualidade e competitividade? Qualquer negociação, necessariamente, precisa ser vista por ambas as partes como uma via de mão dupla. Válida para qualquer convenção, independente de sua abrangência ou de quantos serão prejudicados ou beneficiados, uma boa negociação pode ser comparada a um casamento perfeito: é aquela em que ambas as partes ofertam alguma coisa que a outra não tem. à uma solução tão óbvia que beira à infantilidade, mas faltava alguém para “berrar” isso bem alto em seus “ouvidos” (“Quem tem ouvidos para ouvir, OUÃA.”), não é verdade... “companheiro” Lula? Jamais serei polÃtico, principalmente governante, pois se governar é, antes de tudo, atender pressões grupais de seguimentos em seus interesses, não acolheria anseios mesquinhos ou limitados, prejudicando a parcela desfavorecida da população, em troca de apoios e manutenção pessoal. Contudo, não há por que generalizar: tivemos (e temos) honrosas exceções, mas pelos atos da maioria, se viéssemos a participar de uma Copa do Mundo de “caras-de-pau” ou participar de um Campeonato de Cretinice, “não ia ter pra ninguém”, pois não terÃamos concorrentes à altura. Para os que “vestirem a carapuça”, saibam que até para representar um condomÃnio, como simples SÃndico, um logradouro, como Vereador, uma associação de moradores, como LÃder Comunitário, como Deputado de seu Estado ou em âmbito Federal, um Senador da República e mesmo ocupar o cargo máximo da Nação, deve primeiro despir-se da vaidade e, ainda que postulante ao mais modesto cargo público, deve abdicar de criar direitos para si mesmo. A honraria de servir a uma comunidade (parte da sociedade ou mesmo uma nação) sequer poderia requerer qualquer remuneração (senão para atendimento à s necessidades básicas), que, a bem da decência, como partÃcipe de outros cento e setenta e oitenta milhões de patrões dos polÃticos que se propuseram a nos servir, considero excelente como parâmetro a fórmula estabelecida originariamente para o salário-mÃnimo (constante do artigo 81 da CLT, aliás, imposto a qualquer trabalhador comum). Ainda assim, para evitar ser demitido (por justa causa), cada polÃtico deveria comportar-se, no exercÃcio do mandato que lhe outorgamos, com iguais qualificações ostentadas quando “candidato” (que deriva de cândido, puro, brancura, inocência, razão pela qual sequer reconhece em mim mesmo qualificações para candidatar-me a um cargo público) ou, na pior das hipóteses, deveriam esforçar-se para tal. A verdade é que, atingindo o objetivo de exercÃcio de poder, são logo seduzidos pelas vantagens com que se lhes deparam e até ferrenhos defensores de descamisados, pés descalços e desfavorecidos sociais, não resistem à transformação nascida na ambição, passando a principal preocupação à “negociação” de auto-sustentação, sob o espólio dos que os elegeram. Tenho dito!
2007-03-22 18:49:48
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answer #2
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answered by Origem9Ω 6
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