Claudia, qdo se fala de Lautrec, instintivamente nos vem em mente seus famosos manifestos publicitários que retratam os alegres e rumorosos ambientes noturnos de Moulin Rouge (como "Jane Avril", "Divã Japonês" ou "Aristide Bruant") e um pouco menos de suas pinturas mais intimistas e melancólicas - casos destes 3 que vc citou. Tentarei dar uma interpretação, exclusivamente de cunho pessoal, mesmo que o pouco de conhecimento que possuo de sua vida e obras acabe interferindo na minha opinião.
"La Toilette". Este nú é natural, um instantâneo que provavelmente retrate a pausa, ou o merecido descanso de uma bailarina após fechar o salão (ou prostíbulo), pois está sentada no pavimento com os seus vestes descompostamente jogados ao chão ou enroscados na poltrona. Sabe-se que Lautrec era um frequentador tão assíduo destes ambientes que, se não era o último a deixar, acabava por dormir lá mesmo, nestes locais, por sua embriaguêz (seu famoso alcoolismo). A mim suscita a conclusão, o repouso, o inevitável vazio que nos toma qdo concluimos algo.
"Bailes no Moulin Rouge". Sabe-se da influência de Degas, cujas obras se centravam no movimento dos corpos, e aqui encontro um paralelo nos alegres movimentos ao fundo, porém com toques caricaturizados. Mas o que se destaca é a figura feminina no primeiro plano, cuja feição vaga e perdida, me suscita um sentimento de melancolia e desolação - em contraste com o alegre fundo que a emoldura.
Esta terceira obra não conheço o título. Mas é quase como a extensão - como fosse em outro ângulo do mesmo salão - dos sentimentos já descritos nas 2 obras anteriores. Me suscita o vazio, a inércia ou a resignação à decadência (mas não a tristeza) perante uma bebida solitária.
2007-03-20 21:50:14
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answer #1
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answered by Fluoxx 3
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Para mim a obra de Toulouse-Lautrec é dicotômica. Ora podemos ver rodopiantes cocottes em plena quadrilha no Moulin Rouge ou no Folies Bergères, besuntadas de carmim, cercadas de luzes multicoloridas e cavalheiros caricatos; ora vemos Jane Avril, La Goulue, Ivette Gilbert (e tantas outras) espoliadas da alegria forjada a vinho e gin, esverdeadas como o absinto que pouco a pouco lhes consome. É a realidade então que nos é apresentada; os lupanares sóbrios, as meretrizes livres de seu fascínio e a atmosfera viciada relembrando a sífilis (que acometeu o pintor e o levou à morte) e outras patologias do corpo e do espírito. Entretanto, é incrível como - sob a ótica cáustica de Toulouse - tudo parece belo!
2007-03-21 06:59:43
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answer #2
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answered by Miss Blue Jeans 3
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À condição da existência humana: do abandono ao aconchego. Do holocausto ao paraíso. Numa constante busca do equilíbrio.......DEUS
2007-03-21 03:19:15
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answer #3
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answered by Anonymous
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Na verdade vc fez uma pergunta ótima.
O que nós sentimos ao ver as pinturas, e não o que o pintor sentiu. E neste caso, se entendi bem lá vão minhas sensações:
1) Desânimo
2) Alegria
3) Reflexão junto com a tristeza.
abraço
2007-03-21 08:53:28
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answer #4
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answered by Socorro 5
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Henri-Marie-Raymonde de Toulouse-Lautrec-Monfa nasceu em Albi, França, em 24 de novembro de 1864.
A idéia da pintura como obra de arte elevada, executada necessariamente em óleo sobre tela, desagradava a Toulouse-Lautrec.
Em 1891 ele criou seu primeiro cartaz de propaganda, "Moulin Rouge -- La Goulue", que foi afixado nos muros de Paris. As prostitutas, dançarinas de cancã dos cabarés e outros personagens da vida noturna parisiense da década de 1890 eram seus modelos prediletos.
Estas pinturas me transportam a uma época da pintura que gosto muito, que é o pós- Impressionismo francês.
Elas me trasmitem a angustia der um pintor doente e muito feio que pintava a beleza decadente das casas de espetáculos de Paris.
1 - La Toillete retrata o dorso seminu de uma dançarina, em um cromatismo muito lindo em tons de azul
2- Moulin_rouge_dance. Pinturta feita dentro a casa de espetáculo de Paris
3 - Portrait de Suzanne Valadon par Henri de Toulouse-Lautrec, mulher em mesa de um bar que medita.
Um abraço!
2007-03-21 01:54:59
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answer #5
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answered by ★HELDA★C★ ★ ★ ★ ★ 7
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