A arte conceitual é aquela que considera a idéia, o conceito por trás de uma obra artÃstica. como sendo superior ao próprio resultado final, sendo que este pode até ser dispensável.
A partir de 1960, essa forma de encarar a arte espalha-se pelo mundo inteiro, abarcando várias manifestações artÃsticas.
Entretanto, desde Duchamp podem ser percebidos os primeiros indÃcios da sobrevalorização do conceito.
DUCHAMP (Marcel), pintor francês (Blainville, 1887 – Neuilly-sur-Seine, 1968). Inicialmente influenciado pelo cubismo, teve depois participação importante no movimento dadá e no surrealismo. Tendo-se fixado nos E.U.A., dedicou-se à "antiarte" e em 1914 criava o primeiro ready-made. Suas pesquisas viriam a exercer influência na "pop-art".
Um trabalho de arte conceitual, em sua forma mais tÃpica, costumava ser apresentado ao lado da teoria. Pôde-se assistir a um gradual abandono da realização artÃstica em si, em nome das discussões teóricas.
PaÃses como a Inglaterra (que historicamente se mantivera avessa à s discussões teóricas quando o assunto era arte) foram grandes focos desse novo modelo. Publicações, como "Art and Language", do grupo liderado por Victor Burgin e John Stezaker, eram bastante influentes.
O uso de diferentes meios para transmitir significados era comum na arte conceitual. As fotografias e os textos escritos eram o expediente mais comum, seguida por fitas K-7, vÃdeos, diagramas, etc.
Nos Estados Unidos, temos as figuras de Lawrence Weiner e Robert Barry, como importantes expoentes do novo estilo.
Joseph Kosuth também é considerado um dos lÃderes do movimento no paÃs. à bastante conhecido seu trabalho "One and Three Chairs", que apresenta uma cadeira propriamente dita, uma fotografia de uma cadeira e uma definição extraÃda do dicionário sobre o que seja uma cadeira.
"A Arte como idéia", em que dá definições de pintura divididas em itens sobre um fundo negro, é outro bom exemplo de trabalho conceitual.
Os artistas não se incomodavam em evitar as trivialidades, em criar elementos que tornassem interessantes suas composições ou realizar composições agradáveis ao olhar.
Pelo contrário, era preferÃvel que nada desviasse a atenção da idéia que um trabalho deveria expressar.
Alguns artistas iam mais longe, afirmando que essas imagens triviais poderiam refletir a própria superficialidade de quem as observa.
Utilizando-se de imagens comuns, como por exemplo, a cadeira de Kosuth, em que pode se argumentar não ter acrescentado nada ao conhecimento de qualquer pessoa, acostumada com uma cadeira, não costumava ser bem recebida pelo público.
Além disso, o problema maior era que, não acrescentando nada, essas experiências fora do eixo convencional tornavam difÃcil o julgamento do que era realmente uma obra de arte ou simples amadorismo.
Entretanto, grande parte dos artistas conceituais tinham por objetivo, com esse tipo de procedimento, realizar exatamente o contrário: popularizar a arte, fazer com que ela servisse como veÃculo de comunicação.
Seria uma oposição ao hermetismo do minimalismo e à redução da arte às relações, por exemplo, entre forma e pigmentação.
Na verdade, servindo-se de textos abstratos, normalmente aproveitando-se da lingüÃstica ou da filosofia, acabam por possivelmente aumentar o hiato entre o artista e o grande público.
Fontes: Enciclopédia Digital Master.
Enciclopédia Koogan-Houaiss.
Arte Conceitual
Outros Nomes
Art Conceptuel; Arte Conceptual; Concept Art; Conceptual Art; Idea Art
Definição
Para a arte conceitual, vanguarda surgida inicialmente na Europa e nos Estados Unidos no final da década de 1960 e meados dos anos 1970, o conceito ou a atitude mental tem prioridade em relação à aparência da obra. O termo arte conceitual é usado pela primeira vez num texto de Henry Flynt, em 1961, dentre as atividades do Grupo Fluxus. Nesse texto, o artista defende que os conceitos são a matéria da arte e por isso ela estaria vinculada à linguagem.
Já que as idéias são o mais importante para a arte conceitual, a execução das obras fica num segundo plano e tem pouca relevância. Além disso, caso o projeto da obra venha a ser realizado, não há exigência de que ele seja construÃdo pelas mãos do artista. Ele pode muitas vezes delegar para outra pessoa, que tenha habilidade técnica especÃfica, o trabalho fÃsico. O que importa é a invenção da obra, o conceito, que é elaborado antes de sua materialização.
Devido à grande diversidade, muitas vezes com concepções contraditórias, não há um consenso que possa definir os limites precisos do que pode ou não ser considerado como arte conceitual. Segundo Joseph Kosuth (1945), em seu texto Investigações, publicado em 1969, a análise lingüÃstica marcaria o fim da filosofia tradicional, e a obra de arte conceitual, dispensando a feitura de objetos, seria uma proposição analÃtica, próxima de uma tautologia. Como por exemplo em Uma e três cadeiras, apresenta o objeto cadeira, uma fotografia dela e uma definição do dicionário de cadeira impressa sobre papel.
O grupo Arte & Linguagem, surgido na Inglaterra em 1966 e 1967, composto inicialmente por Terry Atkinson (1939), Michael Baldwin (1945), David Bainbridge (1941) e Harold Hurrel, que publica em 1969 a primeira edição da revista Art-Language, investiga uma nova forma de atuação crÃtica da arte e, assim como Kosuth, se beneficia da tradição analÃtica da filosofia. O grupo se expande nos anos 1970 e chega a contar com cerca de vinte membros.
Já Sol LeWitt (1928), em Sentenças sobre arte conceitual, também de 1969, evita qualquer formulação analÃtica e lógica da arte e afirma que "os artistas conceituais são mais mÃsticos do que racionalistas. Eles procedem por saltos, atingindo conclusões que não podem ser alcançadas pela lógica".
Apesar das diferenças pode-se dizer que a arte conceitual é uma tentativa de revisão da noção de obra de arte arraigada na cultura ocidental. A arte deixa de ser primordialmente visual, feita para ser olhada, e passa a ser considerada como idéia e pensamento. Muitos trabalhos que usam a fotografia, xerox, filmes ou vÃdeo como documento de ações e processos, geralmente numa recusa da noção tradicional de objeto de arte, foram designados como arte conceitual. Além da crÃtica ao formalismo, artistas conceituais atacaram ferozmente as instituições, o sistema de seleção de obras e o mercado de arte. George Maciunas (1931-1978), um dos fundadores do Fluxus, redige em 1963 um manifesto, em que dizia: "Livrem o mundo da doença burguesa, da cultura 'intelectual', profissional e comercializada. Livrem o mundo da arte morta, da imitação, da arte artificial, da arte abstrata... Promovam uma arte viva, uma antiarte, uma realidade não artÃstica, para ser compreendida por todos [...]". A contundente crÃtica ao materialismo da sociedade de consumo, elemento constitutivo das performance e ações do artista alemão Joseph Beuys (1912-1986), pode ser compreendida como arte conceitual.
Embora os artistas conceituais critiquem a reivindicação moderna de autonomia da obra de arte, e alguns pretendem até romper com princÃpios do modernismo, há algumas premissas históricas que podem ser encontradas em experiências realizadas no inÃcio do século XX. Os ready-mades de Marcel Duchamp (1887-1968), em que a artisticidade do objeto é conferida pelo contexto em que é exposto, seria um antecedente importante para a reelaboração da crÃtica dos conceituais. Outro importante antecedente foi o Desenho de De Kooning Apagado, apresentado por Robert Rauschenberg (1925) em 1953 em que, como o próprio tÃtulo enuncia, é um desenho de Willem de Kooning (1904-1997), artista ligado à abstração gestual surgida nos Estados Unidos durante o pós-guerra, em que Rauschenberg, com a permissão de seu colega, apaga e desfaz o gesto de De Kooning. A obra final, um papel vazio quase em branco, levanta a questão sobre os limites e as possibilidades de superação da noção moderna de arte.
Uma experiência emblemática foi realizada pelo artista Robert Barry (1936), em 1969, com a Série de Gás Inerte, que alude à desmaterialização da obra de arte, idéia cara à arte conceitual. Uma de suas ações, registrada em fotografia, consiste na devolução de meio metro cúbico de gás hélio à atmosfera em pleno deserto de Mojave, na Califórnia.
O brasileiro Cildo Meireles (1948), que participa da exposição Information, realizada no Museum of Modern Art - MoMA [Museu de Arte Moderna] de Nova York em 1970, considerada como um dos marcos da arte conceitual, realiza a série Inserções em Circuitos Ideológicos. O artista intervêm em sistemas de circulação de notas de dinheiro ou garrafas de Coca-Cola, para difundir anonimamente mensagens polÃticas durante a ditadura militar.
Arte Comercial X Arte Erudita
A principal discussão nos meios artÃsticos sempre foi até que ponto a arte pop pode ser considerada arte. Esta questão é levantada pelos membros eruditos da arte da época, que tanto tentaram resistir ao fato de que uma arte comercial pode, e não deixa de ser, uma arte.
Muitos defenderam que o motivo por uma arte publicitária não poder ser tomada como arte é por causa dos fins para que esta arte é feita, é uma arte que já nasce na concepção que precisa vender e ser vendida. Mas até que ponto estes artistas eruditos estão distantes de conceberem suas obras para serem vendidas? A partir do momento que o mecenato é extinto, os artistas dependem dos comerciantes para obterem seus ganhos de vida. A diferença é que nem todos podem esperar pela sorte de terem suas obras aceitas em museus de renomes e tornarem suas obras bem rentáveis.
A opção por uma arte como a Pop Art se torna óbvia se verificar que a os artistas mais representativos deste movimento tiveram que percorrer vários caminhos da cultura popular, já que não conseguiram obter sucesso imediato na cena artÃstica. Apesar de terem uma formação erudita da arte tal como os artistas do expressionismo abstrato (movimento da "arte elevada" que prevalecia na época), não puderam limitar seus estudos à s artes. Foram forçados a buscarem formas alternativas de trabalhos artÃsticos, como a pintura de cartazes, colagens para anúncios publicitários, desenhos de anúncios de produtos, etc. E foi através deste contato com a cultura comercial que eles passaram a perceber uma nova concepção de arte.
O épico passou a ser substituÃdo pelo cotidiano, o que se produzia em massa recebeu a mesma importância do que era único e irreproduzÃvel. O que era considerado vulgar e banal passou a se tornar refinado. Se o cinema, o design e a coca-cola faziam parte do dia-a-dia desses artistas, por que não enxergar estes elementos sob uma ótica artÃstica? Assim, a distinção entre "arte elevada" e "arte vulgar" foi desaparecendo.
Os artistas da Pop não lutaram contra as crÃticas que diziam que suas artes eram quase indistinguÃveis de uma arte de publicidade, pelo contrário, eles afirmaram esta posição e colocaram em questão o porquê de uma arte comercial não poder ser também Arte. Existia um processo de criação criativa e artÃstica dentro dessa arte publicitária de uma certa forma igual ao que ocorria em uma "arte pela arte".
A arte pop aproximou a Arte das massas como nenhuma outra arte de esquerda conseguira fazer, pois desmistificou o que antes era visto "para poucos", se utilizando de objetos próprios dessa massa. Não só a cultura popular se torna um tema de arte, mas também a arte passa a ser integrante da cultura popular. Foi através da Pop que os filmes e as fotografias passaram a ir para o museu e as exposições internacionais.
2007-03-20 16:03:27
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answer #2
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answered by Katte 6
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