resposta
resumo sobre Rússia dos Czares=A Revolução Russa de 1917 foi uma série de eventos políticos na Rússia, que, após a eliminação da autocracia russa, e depois do Governo Provisório (Duma), resultou no estabelecimento do poder soviético sob o controle do partido bolchevique. O resultado desse processo foi a criação da União Soviética, que durou até 1991.
A Revolução compreendeu duas fases distintas:
* A Revolução de Fevereiro de 1917, que derrubou a autocracia do Czar Nicolau II da Rússia, o último Czar a governar, e procurou estabelecer em seu lugar uma república de cunho liberal.
* A Revolução de Outubro, na qual o Partido Bolchevique, liderado por Vladimir Lênin, derrubou o governo provisório e impôs uma ditadura.
Antecedentes=Até 1917, o Império Russo foi uma monarquia absolutista. A monarquia era sustentada principalmente pela nobreza rural, dona da maioria das terras cultiváveis. Das famílias dessa nobreza saíam os oficiais do exército e os principais dirigentes da Igreja Ortodoxa Russa.
Pouco antes da Primeira Guerra Mundial, a Rússia tinha a maior população da Europa, com cerca de 175 milhões de habitantes. Defrontava-se também com o maior problema social do continente: a extrema pobreza da população em geral. Enquanto isso, as ideologias liberais e socialistas penetravam no país, desenvolvendo uma consciência de revolta contra os nobres. Entre 1860 e 1914, o número anual de estudantes universitários cresceu de 5000 para 69000, e o número de jornais diários cresceu de 13 para 856.
A população do Império Russo era formada por povos de diversas etnias, línguas e tradições culturais. Cerca de 80% desta população era rural, sendo duramente explorada pelos senhores feudais. Com a industrialização foi-se estabelecendo progressivamente uma classe operária, igualmente explorada, mas com maior capacidade reivindicativa e aspirações de ascensão social. A situação de extrema pobreza e exploração em que vivia a população tornou-se assim um campo fértil para o florescimento de idéias socialistas.A decadência da monarquia czarista=Para compreender as causas da Revolução Russa, é fundamental conhecer o desenvolvimento básico das estruturas socioeconômicas na Rússia, durante o governo dos três últimos czares.Alexandre II (1858 - 1881)=Alexandre (Aleksandr) II (em russo: Александр II Николаевич) (17 de Abril de 1818 — 13 de Março de 1881) foi Czar da Rússia desde 2 de Março de 1855 até ao seu assassinato. Como tal, foi também Grão-Duque da Finlândia (1855-1881) e durante seu reinado realizou várias reformas que resultaram muito importantes para o sentimento nacionalista finlandês. Outorgou ao idioma finlandês a mesma importância que ao sueco.
Iniciou um processo de reformas liberais e modernizantes com o apoio da opinião pública. As dificuldades financeiras provocadas pela guerra dos Balcãs, o abandono do espírito reformista dos primeiros anos de seu reinado e a progressiva inclinação para um regime cada vez mais autocrático e despótico, fortaleceram a oposição a seu regime.
Morreu assassinado em São Petersburgo pelo grupo revolucionário Narodnaya volya (A vontade do povo) que arrojou uma bomba em sua carruagem. Foi sucedido por seu filho Alexandre III da Rússia.
[editar] Ver também
* Pervomartovtsi
* Kreopostnoje Pravo - Sistema legal extinto por Alexandre II
* Zemstvo - Novo sistema de administração introduzido por uma das reformas de Alexandre II
* Narodnik
Precedido por
Nicolau I da Rússia Imperador da Rússia
1855 - 1881 Sucedido por
Alexandre III da Rússia
Alexandre II tinha consciência da necessidade de se promoverreformas modernizadoras no país, para aliviar as tensões sociais internas e transformar a Rússia num Estado mais respeitado internacionalmente. Com sua política reformista, Alexandre II promoveu, por exemplo:
* a abolição da servidão agrária, beneficiando cerca de 40 milhões de camponeses que ainda permaneciam submetidos ao mais cruel sistema de exploração de seu trabalho;
* a suspensão da censura aos livros e à imprensa;
* o incentivo ao ensino elementar e a concessão de autonomia acadêmica às universidades;
* a concessão de maior autonomia administrativa aos diferentes governos das províncias.
Mesmo sem provocar alterações significativas na estrutura social existente na Rússia, a política reformista do czar encontrou forte oposição das classes conservadoras da aristocracia, extremamente sensíveis a quaisquer perdas de privilégios sociais em favor de concessões ao povo.
Apesar das medidas reformistas, o clima de tensão social continuava aumentando entre os setores populares. A terra distribuída aos camponeses era insuficiente, estando fortemente concentrada nas mãos de uma aristocracia latifundiária. A esta faltavam no entanto recursos técnicos e financeiros para uma modernização da agricultura. Esses problemas se traduziam na baixa produtividade agrícola, que provocava freqüentes crises de abastecimentos alimentares, afetando tanto os camponeses como a população urbana.
Em 1881, o czar Alexandre II foi assassinado por um dos grupos de oposição política (os Pervomartovtsi) que lutavam pelo fim da monarquia vigente, responsabilizada pela situação de injustiça social existente.
Alexandre III (1881 - 1894)=Alexandre Alexandrovich Romanov ou Alexandre III (Língua Russa: Александр III Александрович) (10 de Março de 1845 – falecido com 49 anos de idade a 1 de Novembro de 1894) foi o Czar da Rússia entre 14 de Março de 1881 até à sua morte em 1 de Novembro de 1894.
[editar] Pendor autocrata do seu regime
Após o assassínio de Alexandre II da Rússia, que tinha introduzido reformas sociais e tinha tentado aproximar a Rússia das nações ocidentais, com parlamentos e constituições, Alexandre III e seu filho Nicolau II levaram o Império Russo num sentido diferente, mais autocrático, como que tentando regressar ao despotismo, desprezando o aparelho burocrático que em sua opinião os separava do povo. Alexandre III disse uma vez: "desprezo a burocracia e bebo champanhe à sua destruição".
Precedido por
Alexandre II da Rússia Imperador da Rússia
14 de março, 1881 - 1 de novembro, 1894 Sucedido por
Nicolau II da Rússia
Após o assassinato de Alexandre II, as forças conservadoras russas uniram-se em torno do novo czar, Alexandre III, que retomou o antigo vigor do regime monárquico absolutista.
Alexandre III concedeu grandes poderes à polícia política do governo (Ochrana), que exercia severo controle sobre os setores educacionais, imprensa e tribunais. Impedidos de protestar contra a exploração de que eram vítimas, camponeses e trabalhadores urbanos continuaram sob a opressão da aristocracia agrária e dos empresários industriais. Estes, associando-se a capitais franceses, impulsionavam o processo de industrialização do país. Apesar da repressão política comandada pela Ochrana, as idéias socialistas eram introduzidas no país por intelectuais preocupados em organizar a classe trabalhadora.
Alexandre III faleceu em 1894.
Nicolau II (1894 - 1917)=Nicolau II Romanov nasceu no palácio de Tsarskoie Selo, próximo a São Petersburgo, em 18 de maio (6 de maio no calendário juliano) de 1868. Filho do tsar Alexandre III, foi o último tsar da Rússia. Governou desde a morte do pai, em 1 de Novembro de 1894, até à sua abdicação em 15 de Março de 1917, tendo sido morto com toda a família imperial russa na cidade de Ecaterimburgo, em 1918, durante a Revolução Russa.
O seu nome completo em russo era Nicolai Aleksandrovitch Romanov (Николáй Алексáндрович Ромáнов, significando "Nicolau, filho de Alexandre Romanov"). Quanto ao seu título oficial, era chamado Nicolau II, Imperador e Autocrata de Todas as Rússias, Soberano da Circássia e dos Princípes de Moutan, Senhor do Turquestão, Duque de Schleswig, Holstein, Stormarn, Ditmarschen e Oldenburgo, Herdeiro da Noruega.
Foi casado com Alexandra de Hesse, teve quatro filhas, entre elas, a princesa Anastácia Romanova.
Filho do Imperador Alexandre III e sua Imperatriz Maria (nascida Princesa Dagmar da Dinamarca), Nicolau era o neto de Cristiano IX da Dinamarca através da sua mãe e do Imperador Alexandre II do lado do pai. Nicolau foi visto como demasiado fraco pelo seu pai, duro e exigente, que, não antecipando a sua morte prematura, não o preparou para a coroa que um dia seria sua.Carácter fraco=Desde cedo Nicolau demonstrou temperamento tímido e inclinações que o orientavam mais para a vida familiar do que para seu destino de governante autocrático da Rússia. Era tratado pela família de forma infantil: chamavam-lhe Niki. O pai, Alexandre III, chamava-lhe "rapariguinha" e ficou surpreendido quando o seu ministro das finanças sugeriu que o preparassem para o suceder: "Diga-me lá, você já não falou com a sua alteza o grão-duque tsarevitch?" Witte assentiu. "Então não me diga que não reparou que ele é um idiota!".
Em 1894, quando Alexandre III morre inesperadamente com 49 anos de idade, vítima da problemas de rins, Nicolau sente-se desesperado, pouco preparado para assumir o cargo. Disse, em lágrimas, ao seu primo Alexandre: "o que será de mim e da Rússia? Eu não estou preparado para ser Czar e nunca o quis ser. Não percebo nada dos negócios do governo. Não sei nem sequer como hei de falar com os ministros". Uma afirmação muito semelhante à de Luís XVI da França em 1775 quando soube que se tornaria Rei de França. Em 1894 casou-se com a princesa alemã Alix (Alexandra) de Hesse, que não demorou a adquirir ascendência sobre ele.
[editar] Diário pessoal
Efígie de Nicolau II numa moeda.
Efígie de Nicolau II numa moeda.
Nicolau II mantinha um diário onde tomava notas dos detalhes mais pedantes do seu dia. Estão cheios de pormenores sem importância, sobre joguinhos com os amigos, temperatura, distâncias percorridas... Por exemplo em 1894, com 26 anos, a menos de um mês de se tornar tsar, ele descreve as suas batalhas de castanhas com o príncipe Jorge da Grécia no parque do castelo.
Mesmo durante os eventos dramáticos que se seguiram ao Domingo Sangrento, com manifestações de protesto e greves por toda a Rússia e territórios adjacentes (em Varsóvia as tropas czaristas dispararam sobre a manifestação matando 93 pessoas), Nicolau II apontava meticulosamente no seu diário o estado do tempo, a companhia com quem tomava chá e o número de pássaros abatidos na caça.
[editar] Boas maneiras
Tinha as maneiras de um aluno de uma escola inglesa de elite. Dançava de forma elegante era um bom atirador, cavalgava e praticava desportos. Falava um inglês perfeito, como o de um professor de Oxford. Falava um francês e alemão razoáveis. Não gostava de política. Sentia-se mais à vontade com oficiais e com mulheres do que com ministros e políticos. Adorava a vida de soldado. O seu pai concedeu-lhe o grau de coronel do regimento de Preobrajenski, o que o encheu de honra. Mesmo na Primeira Guerra Mundial, quando detinha o comando geral do exército, não quis desfazer-se do título, o que foi nefasto para a sua imagem entre os soldados. Chamavam-lhe o "coronel Romanov".
[editar] Pendor autocrata
Tal como o seu pai, Nicolau II desejava um modelo autocrático para o governo da Rússia. O seu tsar favorito era Aleixo I (1645-1676), tendo dado esse nome ao seu filho. Ele imitava a sua devoção religiosa e por vezes justificava as suas opções políticas dizendo que tal pensamento lhe tinha sido dado por Deus. Nicolau II pautou-se, portanto, por uma política absolutista, por vezes mesmo cruel, o que leva muitos historiadores a considerá-lo um monarca a quem faltava sentido político. A grande ambição do tsar era estender os domínios do Império Russo à custa do decadente Império Turco.
[editar] Anti-semita
Orlando Figes escreve em "A tragédia de um povo": "Os últimos dois Czares eram abertamente anti-semitas - ambos associavam os Judeus com a ameaça da cidade moderna, o capitalismo e o socialismo - e em círculos oficiais era moda repetir os seus preconceitos racistas. Em especial Nicolau II tendia mais e mais a ver os pogromas durante o seu regime como um acto de patriotismo e lealdade do "bom e simples povo russo"." No entanto isto não impediu que alguns membros de seu governo apoiassem o sionismo: Theodor Herzl, o fundador do movimento sionista, visitou o ministro Plehve (um dos principais incitadores dos pogroms da época como o de Kishinev) pessoalmente em São Petersburgo. Herzl veio com a seguinte proposta: "Ajude-me a alcançar a terra (Palestina) logo e a revolta (contra o regime czarista) acabará". Plehve concordou e este, a partir de então, começou a financiar o movimento sionista.
[editar] Governo, abdicação e assassinato
A útltima fotografia conhecida do czar Nicolau II da Rússia, tirada depois da sua abdicação (março de 1917).
A útltima fotografia conhecida do czar Nicolau II da Rússia, tirada depois da sua abdicação (março de 1917).
Nicolau II formalizou em 1894 a aliança com a França. Reforçou o acordo franco-russo (1896), mas suas ambições em relação ao Extremo Oriente levaram ao desastre da Guerra Russo-Japonesa (1904-1905), uma importante causa da Revolução de dezembro de 1905. Essa guerra, que mostrou toda a fragilidade do Império Russo, decorreu das ambições russas e japonesas sobre a Manchúria e a Coréia. Os japoneses tomaram Porto Artur e derrotaram os russos um Mukden e na Batalha Naval de Toushina. Pelo Tratado de Portsmouth, o Japão obteve a parte sul da ilha Sacalina, Porto Artur, as conceções ferroviárias na Manchúria, além do protetorado sobre a Coréia. A derrota russa debilitou enormemente o regime czarista.
Durante a guerra contra o Japão, aprofundou-se o descontentamento do povo russo. O país encontrava-se fortemente marcado pelas desigualdades, causadoras de grande revolta nas classes operárias, já fortemente influenciadas pelas ideias comunistas. A situação, de fato, era propícia a uma mudança radical. Promoveram-se inúmeras greves e organizou-se uma grande manifestação popular em São Petersburgo, programada para o dia 9 de Janeiro (22 de Janeiro de acordo com o calendário gregoriano, pois os russos ainda adotavam o calendário juliano), um domingo. Uma multidão de 200 mil pessoas, lideradas pelo padre Gapone, dirigiram-se ao Palácio de Inverno (em Petrogrado), que era a sede do governo. Desejavam entregar ao czar um documento reinvindicando direitos, como a jornada de oito horas de trabalho, o salário mínimo e a eleição de uma Constituinte por sufrágio universal, direto e secreto para elaborar uma Constituição que limitasse os poderes do imperador. A multidão, pacificamente reunida na frente do palácio, defrontou com a guarda pessoal do czar, (confundida com os os cossacos), que começaram a atirar contra os manifestantes. Esse episódio, conhecido como Domingo Sangrento ou Domingo Vermelho, indignou todo o país e tornou-se o início de um amplo movimento de insurreição que se difundiu por toda a Rússia: as greves aumentaram, soldados e marinheiros se rebelaram, os camponeses atacaram e queimaram as propriedades rurais da nobreza.
No Mar Negro, os marinheiros do encouraçado Potemkin se rebelaram, porém tiveram que bater em retirada. O movimento revolucionário se prolongou até janeiro de 1906. O czar Nicolau II foi obrigado a lançar o Manifesto de Outubro, prometendo um governo representativo e liberdades civis básicas. Foram criadas uma Duma (Assembléia Legislativa, parlamento) eleita e uma Câmara Superior. Essas medidas, porém, não representaram mudanças significativas no regime, porque o direito ao voto limitava-se a uma minoria de privilegiados e, além disso, quase todos os membros eleitos da Duma pertenciam a alta nobreza. Assim que pode, o czar procurou dominar a Duma, inclusive dissolvendo as duas primeiras (1906 e 1907).
Em junho de 1907, o primeiro-ministro Arkadievitch Stolipin dissolveu o Parlamento e restaurou o regime autoritário. Com o assassinato de Stolipin em 1911, o monge Rasputin, favorito da imperatriz, tornou-se ainda mais influente. Seu prestígio deveu-se aos seus alegados poderes sobrenaturais, que dizia usar para cuidar da saúde do tsarevitch Aleixo (Alexei), caçula e único herdeiro, que era hemofílico.
O czar participou das conferências de Haia e, em 1914, ao eclodir a 1ª Guerra Mundial, tentou fazer a mediação entre as potências, mas as pressões de seus chefes militares obrigaram-no, apesar das boas relações que mantinha com seu primo Guilherme II da Alemanha, a participar do conflito, lutando ao lado da Inglaterra e da França.
Apesar da Rússia estar prosperando durante o período de Stolypin (1906-1911) e de ter recebido apoio para a guerra contra a Alemanha, Nicolau II imprudentemente assumiu o comando pessoal dos exércitos em 1915, deixando o governo para czarina Alexandra e para Rasputin, místico e charlatão com enorme poder na Corte.
Na guerra, a Rússia pretendia anexar territórios na região balcânica e assim alcançar o Mediterrâneo, alegando proteger "povos eslavos irmãos". A Rússia teve uma participação desastrosa, sofrendo humilhantes derrotas diante da Alemanha. O que acabou por agravar ainda mais a insatisfação do povo para com regime czarista. Diante disso, Nicolau, o qual estivera liderando o exército russo no front, volta a Rússia. Em março de 1917, eclodiram motins em Petrogrado. A má administração da guerra e o caos no governo levaram à sua abdicação (15 de Março de 1917), após o triunfo da Revolução Russa, e seu posterior encarceramento. Era, aliás, uma decisão apoiada pela Alemanha, que desejava ver a Rússia fora do palco da guerra.
No dia 17 de Julho de 1918, em Ecaterimburgo, a família imperial foi executada. Os corpos foram mergulhados em ácido sulfúrico e enterrados.
No dia 17 de Julho de 1918, em Ecaterimburgo, a família imperial foi executada. Os corpos foram mergulhados em ácido sulfúrico e enterrados.
Inicialmente detido em Tsarskoie Selo, Nicolau logo foi transferido com a família para Tobolsk, na Sibéria. Com a tomada do poder pelo partido bolchevique de Lenin, a família foi enviada a Ecaterimburgo (no oblast de Sverdlovsk), nos montes Urais. A aproximação das forças brancas (monárquicas, contra-revolucionárias) induziu os novos governantes a apressarem a eliminação do tsar e de sua família no período da guerra civil (1918). O tsar, a tsarina, o tsarevitch e as quatro grã-duquesas, além do médico da família e três criados foram assassinados no porão da casa Ipatiev, na madrugada de 16 para 17 de julho de 1918, em Ecaterimburgo por um pelotão bolchevique liderado por Jacob Iurovski e Jacob Sverdlov. Nicolau e a esposa foram mortos a tiros, já suas filhas foram mortas a baionetadas.
Em 1992, os restos mortais dos membros da família, que haviam sido jogados num poço, foram descobertos por arqueólogos russos e, em 1998, sepultados na catedral de São Pedro e São Paulo, em São Petersburgo.
Durante muitos anos, circularam lendas que evocavam a sobrevivência de alguns membros da família, principalmente da grã-duquesa Anastácia. Foi preciso esperar pela década de 90 para que os cientistas provassem, por meio de análises de DNA, que os restos descobertos do tsar e da sua família lhes pertenciam efetivamente, e que ninguém sobrevivera.
Ver artigo principal: Nicolau II da Rússia.
Nicolau II, o sucessor de Alexandre III, procurou facilitar a entrada de capitais estrangeiros para promover a industrialização do país, principalmente da França, da Alemanha e da Bélgica, esse processo de industrialização ocorreu posteriormente à da maioria dos países da Europa Ocidental. O desenvolvimento capitalista russo foi ativado por medidas como o início da exportação do petróleo, a implantação de estradas de ferro e da indústria siderúrgica.
Os investimentos industriais foram concentrados em centros urbanos populosos, como Moscou, São Petersburgo, Odessa e Kiev. Nessas cidades, formou-se um operariado de aproximadamente 3 milhões de pessoas, que recebiam salários miseráveis e eram submetidas a jornadas de 12 a 16 horas diárias de trabalho, não recebiam alimentação,e trabalhavam em locais imundos, sujeitos a doenças. Nessa dramática situação de exploração do operariado, as idéias socialistas encontraram um campo fértil para o seu florescimento.
O Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR)=
Com o desenvolvimento da industrialização e o maior relacionamento com a Europa Ocidental, a Rússia recebeu do exterior novas correntes políticas que chocavam com o antiquado absolutismo do governo russo. Entre elas destacou-se a corrente inspirada no marxismo, que deu origem ao Partido Operário Social-Democrata Russo.
Este partido foi violentamente combatido pela Ochrana. Embora tenha sido desarticulado dentro da Rússia em 1898, voltou a organizar-se no exterior, tendo como líderes principais Gueorgui Plekhanov, Vladimir Ilyich Ulyanov (conhecido como Lênin) e Lev Bronstein (conhecido como Trotski).
[editar] A divisão do Partido: mencheviques e bolcheviques
Em 1903, divergências quanto à forma de ação levaram os membros do partido POSDR a se dividir em dois grupos básicos:
* os mencheviques: liderados por Plekhanov e por Martoy, defendiam que os trabalhadores podiam conquistar o poder participando normalmente das atividades políticas. Acreditavam, ainda, que era preciso esperar o pleno desenvolvimento capitalista da Rússia e o desabrochar das suas contradições, para se dar início efetivo à ação revolucionária. Como esses membros tiveram menos votos em relação ao outro grupo, ficaram conhecidos como mencheviques, que significa minoria.
* os bolcheviques: liderados por Lênin, defendiam que os trabalhadores somente chegariam ao poder pela luta revolucionária. Pregavam a formação de uma ditadura do proletariado, na qual também estivesse representada a classe camponesa. Como esse grupo obteve mais adeptos, ficou conhecido como bolchevique, que significa maioria. Trotsky, que inicialmente não se filiou a nenhuma das facções, aderiu aos bolcheviques mais tarde.
A Revolta de 1905: o ensaio para a revolução=A Revolução Russa de 1905 foi um espasmo nacional de violência contra o governo. Ela foi um evento espontâneo e sem liderança, e não possuiu uma causa simples nem um objetivo concreto. Ela é geralmente vista como um sinal das mudanças sociais que estavam ocorrendo na Rússia, e que levaram à Revolução Russa de 1917.Precedentes
Desde antes de 1905, o Império Russo vivia uma grave crise política. Desde a emancipação dos servos em 1861, o país vivia uma rápida transição do feudalismo para o capitalismo. Os servos haviam sido libertos de suas obrigações para com seus senhores, e passaram a ter o direito de comprar as terras onde trabalhavam. Entretanto, a compra da terra e o ressarcimento devido aos seus senhores pelos direitos recém-adquiridos levou-os a permanecer numa situação de miséria. A construção da Ferrovia Trans-Siberiana e as mudanças econômicas levadas adiante por Sergei Witte atraíram o capital estrangeiro e estimularam uma rápida industrialização nas regiões de Moscou, São Petersburgo, Ucrânia e Baku. Junto com a industrialização, as classes operária e média cresceram e se diversificaram. Essas classes eram favoráveis a reformas democráticas no sistema político. Entretanto, a nobreza feudal e o próprio Czar procuraram manter o absolutismo russo e sua autocracia intactos a qualquer custo.
O desempenho desastroso das forças armadas russas na guerra russo-japonesa (1904 - 1905) intensificou essas contradições e precipitou os acontecimentos.
Domingo Sangrento=No Domingo do dia 22 de Janeiro de 1905 (9 de janeiro, segundo o calendário seguido pela Rússia na época), foi organizada uma manifestação pacífica e em marcha lenta, liderada pelo padre ortodoxo Gregori Gapone, com destino ao Palácio de Inverno do czar Nicolau II, em São Petersburgo, com o objetivo de entregar uma petição, assinada por cerca de 135 mil trabalhadores, reivindicando direitos ao povo, como reforma agrária, tolerância religiosa, fim da censura, e a presença de representantes do povo no governo. Segundo algumas fontes, durante a caminhada, eram cantadas músicas religiosas, e também a canção nacional “Deus Salve o Czar”.
Sergei Alexandrovitch, grão-duque, ordenou que a guarda do czar não permitisse que o povo se aproximasse do palácio, e mandou-os dispersarem a manifestação. O povo não se mexeu. Então, a guarda, ao ver que não seria obedecida, disparou contra a multidão. A manifestação rapidamente se dispersou deixando centenas de mortos.
Este episódio ficou conhecido como o Domingo Sangrento, e foi o estopim para o início de um movimento revolucionário. O povo estava indignado com a atitude do czar, que até então, era visto com bons olhos por eles.
[editar] A Revolução
O Domingo Sangrento foi a gota d'água. Os vários grupos sociais descontentes com a situação da Rússia se mobilizaram para protestar. Cada grupo tinha seus próprios objetivos, e mesmo dentro de uma mesma classe social, não havia direção geral. Os principais descontentes eram os camponeses (com a economia), os trabalhadores urbanos (economia e desigualdade), intelectuais e liberais (direitos civis), as forças armadas (economia), e nacionalidades minoritárias (liberdade cultural e política).
[editar] O movimento nos campos
Distúrbios se espalharam por todo o ano, atingindo picos de agitação no início do verão e outono, e culminando em Novembro. Arrendatários queriam aluguéis mais baixos; trabalhadores contratados, melhores salários; e pequenos proprietários queriam mais terras. As atividades variaram de ocupações de terra, algumas vezes seguidas de violência e incêndio; pilhagem das grandes propriedades; e caça e desmatamento ilegais. Na região de Samara os camponeses criaram sua própria república, que foi sufocada por tropas do governo. O nível de animosidade de cada região era diretamente proporcional às condições dos camponeses — os sem-terra de Livland e Kurland atacaram e queimaram, enquanto outros que viviam nas áreas vizinhas e de Grodno, Kovno e Minsk, com melhores condições de vida, praticaram poucas violências. No total, 3.228 distúrbios necessitaram de intervenção militar para restaurar a ordem, e os proprietários sofreram prejuízos de por volta de 29 milhões de Rublos.
[editar] O movimento nas cidades
Os trabalhadores usaram a greve como instrumento de luta. Houve imensas greves em São Petersburgo imediatamente após o Domingo Sangrento; mais de 400.000 trabalhadores estavam parados ao final de Janeiro. A ação rapidamente se alastrou para outros centros industriais na Polônia, Finlândia e na costa báltica. Em Riga 80 militantes foram mortos em 13 de Janeiro, e alguns dias depois em Varsóvia 100 grevistas foram alvejados nas ruas. Em Fevereiro havia greves no Cáucaso e em Abril nos Urais e além. Em Março todas as instituições acadêmicas foram obrigadas a fechar as portas pelo resto do ano, fazendo com que muitos estudantes radicais se juntassem aos trabalhadores grevistas. Uma greve dos ferroviários em 8 de Outubro rapidamente se transformou em greve geral em São Petersburgo e Moscou. Em 13 de Outubro, mais de 2 milhões de trabalhadores estavam em greve e praticamente não havia mais estradas de ferro em funcionamento.
[editar] O soviete de São Petersburgo
A idéia de se criar conselhos operários (chamados de sovietes na Rússia), como forma de coordenar as várias greves, nasceu durante as reuniões de trabalhadores que aconteciam no apartamento de Voline (que mais tarde se tornaria um conhecido anarquista) no início do movimento de 1905. Dessas reuniões nasceu o primeiro soviete de São Petersburgo. Seu primeiro presidente foi Khrustalyov-Nosar (Georgy Nosar, aliás Pyotr Khrustalyov, Хрусталев Петр Алексеевич (Носарь Георгий Степанович) (1877-1918)). Entretanto, suas atividades foram rapidamente paralizadas pela repressão do governo.
Durante a greve geral, entretanto, o soviete voltou a funcionar, e passou a ser conhecido como o Soviete de Representantes Operários. A reunião constituinte aconteceu em 13 de Outubro no prédio do Instituto Tecnológico de São Petersburgo e contou com 40 representantes. O soviete chegou a possuir-por volta de 400 e 500 membros (eleitos por aproximadamente 200.000 trabalhadores), representando cinco sindicatos e 96 fábricas da região. Inicialmente, seus membros eram trabalhadores politicamente conscientes, mas foi rapidamente dominado por grupos radicais estabelecidos. Os bolcheviques foram os mais influentes, enquanto os mencheviques e Esers permaneceram em minoria. Durante sua existência, Trotsky voltou do exílio e se tornou representante de Nosar. Quando este foi preso, Trotsky assumiu em seu lugar e rapidamente alterou a agenda da organização. Sob sua liderança pragmática, os grevistas foram chamados a voltar ao trabalho, porque temia-se que a greve dava ao governo uma desculpa para aumentar a repressão.
O trabalho do soviete consistiu na organização das greves e suprimentos para os trabalhadores. Na prática, a política do soviete permaneceu moderada, sendo que as ações mais extremas foram apelar aos trabalhadores para que se recusassem a pagar impostos e que sacassem seu dinheiro dos bancos. Sua influência em São Petersburgo era com certeza maior do que a do governo Imperial durante a revolução, mas sua eficácia foi limitada. A greve geral de Outubro de 1905 ocorreu espontaneamente sem a intervenção do soviete, e sua tentativa de convocar uma nova greve geral em Novembro falhou.
Suas atividades voltaram a cessar em 3 de Dezembro, quando seus líderes, incluindo Trotsky, foram presos e acusados de preparar uma rebelião armada.
Mais tarde, por razões políticas, os bolcheviques falsificaram a história de sua criação, mudando a data de criação do primeiro soviete para o período da Greve de Outubro, quando Trotsky desempenhou um papel importante e atribuiu a iniciativa de sua criação a um dos grupos social-democratas, sem atribuição à afiliação de partido.
[editar] A Revolta do Couraçado Potemkin
O couraçado Potemkin (em russo: Потемкин - pronunciado Patiomkin), nome completo Knyaz' Potyomkin Tavricheski (Князь Потемкин Таврический) foi um navio de guerra pré-dreadnought (Броненосец) da frota do Mar Negro da Rússia. Foi construído nos estaleiros de Nikolayev em 1898 e passou a funcionar em 1904. O nome é uma homenagem a Grigori Aleksandrovich Potemkin, um militar do século XVIII.
No mesmo ano, a tripulação do navio fez uma revolta para reclamar:
* da carne podre que estava sendo servida a eles nas refeições;
* ao saber que estava sendo enviada para lutar contra os japoneses;
* das péssimas condições em que viviam no navio;
Os demais navios da esquadra não aderiram à revolta do “Potemkin”, o que fez com que os tripulantes tivessem que se refugiar na Romênia.
De qualquer forma, tratava-se de um motim em uma grande unidade da Marinha Russa, evidenciando que as Forças Armadas já não podiam ser consideradas sustentáculos fiéis da Monarquia.
A revolta dos marinheiros foi retratada no filme Bronenosets Potyomkyn (russo: Броненосец Потемкин), O Encouraçado Potemkin, ou ainda The Battleship Potemkin nos Estados Unidos, filme de Sergei Eisenstein, lançado em 1925.
[editar] Resultados
Em Outubro de 1905, para tentar remediar a situação, o Czar Nicolau II relutantemente lançou o famoso Manifesto de Outubro, que permitiu a criação de uma Duma (parlamento) nacional e a existência de partidos políticos (destaca-se o Partido Social Democrata, que havia se dividido em 1903: o Partido Menchevique, em minoria, mais moderado e que defendia uma reforma gradual com o apoio da burguesia e o Partido Bolchevique, que retinha a maioria, era mais radical e que defendia uma ação revolucionária). Estas medidas surtiram escassos efeitos, visto que os partidos eram sistematicamente vigiados e a Duma era controlada pela aristocracia e pelo Czar, que a podia dissolver.Os grupos moderados se satisfizeram; mas os socialistas rejeitaram as concessões como insuficientes e tentaram organizar novas greves. Ao fim de 1905, os reformadores estavam lutando entre si, e graças a isto o Czar teve sua posição relativamente fortalecida ante estes grupos políticos.
Outro ponto é que com o termino da guerra contra o Japão, as tropas russas, que estavam sem o conhecimento das atitudes do czar contra o povo, retornaram ao país, e por ordens do czar reprimiram o movimento. Muitos líderes oposicionistas foram presos ou exilados, e os sovietes colocados na ilegalidade e fechados. As promessas feitas pelo Manifesto de outubro foram deixadas de lado, com exceção da Duma que continuou a funcionar. O czar havia se reabilitado e a revolução de 1905 havia fracassado.
Entretanto, ele havia perdido o principal sustentáculo de seu poder junto ao povo. Até 1905, as massas russas viam o Czar como seu "paizinho", um monarca benévolo que protegeria o povo caso conhecesse sua miséria, mas que era mantido na ignorância pela nobreza corrupta e gananciosa que o cercava. Após o Domingo Sangrento, esse mito caiu por terra. Como poderia o Czar ter ignorado o martírio de seu povo justo em frente à sua residência? No longo prazo, o "Domingo Sangrento" se somou a outros fatores que faziam crescer o descontentamento da população para com o regime vigente. O clímax desse processo seria atingido anos depois, durante a participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial, e resultaria na Revolução Russa de 1917. Ver artigo principal: Revolta de 1905.
Em 1904, a Rússia, que desejava expandir-se para o oriente, entrou em guerra contra o Japão mas foi derrotada. A situação socioeconômica do país agravou-se e o regime político do czar Nicolau II foi abalado por uma série de revoltas, em 1905, envolvendo operários, camponeses, marinheiros (como a revolta no navio couraçado Potemkin^ ) e soldados do exército. Greves e protestos contra o regime absolutista do czar explodiram em diversas regiões da Rússia. Em São Petersburgo, foi criado um soviete (conselho operário) para auxiliar na coordenação das várias greves e servir de palco de debate político.
Diante do crescente clima de revolta, o czar Nicolau II prometeu realizar, pelo Manifesto de Outubro, grandes reformas no país: estabeleceria um governo constitucional, dando fim ao absolutismo, e convocaria eleições gerais para o parlamento (a Duma), que elaboraria uma constituição para a Rússia. Os partidos de orientação liberal burguesa (como o Partido Constitucional Democrata ou Partido dos Cadetes) deram-se por satisfeitos com as promessas do czar, deixando os operários isolados.
Terminada a guerra contra o Japão, o governo russo mobilizou as suas tropas especiais (cossacos) para reprimir os principais focos de revolta dos trabalhadores. Diversos líderes revolucionários foram presos, desmantelando-se o Soviete de São Petersburgo. Assumindo o comando da situação, Nicolau II deixou de lado as promessas liberais que tinha feito no Manifesto de Outubro. Apenas a Duma continuou funcionando, mas com poderes limitados e sob intimidação policial das forças do governo.
A Revolta de 1905 tinha sido ganha por Nicolau II, mas serviu de lição para que os líderes revolucionários avaliassem seus erros e suas fraquezas e aprendessem a superá-los. Foi, segundo Lenin, um ensaio geral para a Revolução Russa de 1917.
Revolução de 1917
A queda do Czar e o processo revolucionário=Mesmo abatida pelos reflexos da derrota militar frente ao Japão, a Rússia envolveu-se noutro grande conflito, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em que também sofreu pesadas derrotas nos combates contra os Alemães. A longa duração da guerra provocou crise de abastecimento alimentar nas cidades, desencadeando uma série de greves e revoltas populares. Incapaz de conter a onda de insatisfações, o regime czarista mostrava-se intensamente debilitado.
Numa das greves em Petrogrado (actualmente São Petersburgo, então capital do país), Nicolau II toma a última das suas muitas decisões desastrosas: ordena aos militares que disparem sobre a multidão e contenham a revolta. Partes do exército, sobretudo os soldados, apóiam a revolta. A violência e a confusão nas ruas tornam-se incontroláveis. Segundo o jornalista francês Claude Anet, morreram em São Petersburgo cerca de 1500 pessoas e cerca de 6000 ficaram feridas.
Em 15 de março de 1917, o conjunto de forças políticas de oposição (liberais burguesas e socialistas) conseguiu depor o czar Nicolau II, dando início à Revolução Russa. A partir daqui identificam-se normalmente três grandes fases: a Revolução de Fevereiro, a Revolução de Outubro e a guerra civil.
Revolução de Fevereiro ou Revolução Branca=A Revolução de Fevereiro ou Revolução Menchevique de 1917 inaugurou a primeira fase da Revolução Russa de 1917. Seu resultado imediato foi a abdicação do Czar Nicolau II. Ela ocorreu como resultado da insatisfação popular com a autocracia tzarista e com a participação do país na Primeira Guerra Mundial. Ela levou a transferência de poder do Tzar para um regime republicano e democrático, surgido da aliança entre liberais e socialistas que pretendiam conduzir reformas polícias.A Primeira Guerra Mundial
A participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial teve efeitos catastróficos para o país. Após alguns sucesso iniciais contra a Áustria-Hungria em 1914, as deficiências Russas — particularmente a falta de equipamentos e o uso de armas obsoletas — se tornaram cada vez mais evidentes.
Em 1915, a situação piorou drasticamente quando a Alemanha tomou a iniciativa contra as forças russas. As forças alemãs, muito melhor armadas com metralhadoras e artilharia pesada, foram terrivelmente eficazes contra as forças mal-equipadas da Rússia. Ao final de 1916, a Rússia havia perdido entre 1,6 e 1,8 milhões de soldados em batalha, com um adicional de dois milhões de soldados feitos prisioneiros e um milhão de desaparecidos, o que teve um efeito devastador sobre a moral do exército. Motins começaram a ocorrer, e em 1916 começaram a surgir informações sobre fraternização com o inimigo. Os soldados estavam famintos e careciam de sapatos, munições, e mesmo de armas.
Confrontado com essa situação, Nicolau decidiu tomar pessoalmente o comando do exército em 1915, deixando a administração pública nas mãos de sua esposa, a Tzarina Alexandra, e dos ministros de Estado. Notícias sobre corrupção e incompetência no governo imperial, e a influência cada vez mais intensa do místico Grigori Rasputin nos negócios do governo, intensificaram ainda mais a insatisfação popular.
Então, em Novembro de 1916, a Duma advertiu o Tzar de que um desastre se abateria sobre o país caso uma forma constitucional de governo não fosse instituída. Como de costume, Nicolau ignorou-os.
[editar] O Dia Internacional das Mulheres
Na primeira metade de fevereiro de 1917, a escassez de alimentos levou a distúrbios na capital, Petrogrado. Em 18 de Fevereiro (C.J.) a principal fábrica de Petrogado, a Usina Putilov, anunciou uma greve; os grevistas foram despedidos e algumas lojas fecharam, o que causou inquietação em outras empresas. Em 23 de Fevereiro(C.J.) (8 de Março, C.G.), uma série de reuniões e passeatas aconteceram por ocasião do Dia Internacional das Mulheres. Trabalhadoras têxteis em passeata apedrejaram janelas de outras fábricas para chamar os operários a se juntarem a elas, gritando "Abaixo a fome! Pão para os trabalhadores!". Depois começaram a virar bondes e saquearam uma grande padaria. Este tipo de agitação não era novidade. O que houve de novo, e foi notado pelas testemunhas da época, foi que a polícia não os reprimiu. Os grevistas não procuraram esconder seus rostos sob o casaco como de costume. Um oficial cossaco gritou a alguns grevistas liderados por uma velha, "Quem vocês seguem? Vocês são liderados por uma velha bruxa." A mulher respondeu "Não por uma velha bruxa, mas pela irmã e mãe de soldados no front". Alguém gritou, "Cossacos, vocês são nossos irmãos, vocês não podem atirar em nós." Os cossacos, símbolos do terror czarista, foram embora. [1]
Nos dias que se seguiram, a agitação continuou a aumentar, e mais tropas, por empatia ou por medo, se recusavam a atacar os manifestantes. Em meio aos conflitos de rua, policiais e oficiais que ordenavam aos seus soldados que atirassem eram linchados. O abastecimento de combustível e alimentos parou. E os telegramas informando a situação eram simplesmente ignorados pelo Czar e sua família.
[editar] O Governo Provisório
À uma hora da tarde do dia 27 de Fevereiro, um mar de soldados e trabalhadores com trapos vermelhos em suas roupas invadiu o Palácio Tauride, onde a Duma se reunia. Kerensky, um jovem advogado socialista, conhecido e respeitado pelo povo, e deputado, os recebeu. Durante a tarde, dois comitês provisórios se formaram em salões diferentes do palácio. Um, formado por deputados moderados da Duma, se tornaria o Governo Provisório. O outro era o primeiro Soviete de Petrogrado, o mesmo que havia se formado na Revolução de 1905. O soviete elegeu um comitê executivo permanente formado por representantes de todos os agrupamentos socialistas. Os bolcheviques tinham dois membros de um total de quatorze. O soviete decidiu publicar seu próprio jornal diário, chamado Izvestia.
Na manhã do mesmo dia Nicolau recebeu um telégrafo anunciando que apenas um punhado de suas tropas permanecia leal. O estado de sítio foi proclamado, mas inutilmente, pois não haviam tropas leais para colocá-lo em prática. Naquela noite, agitadores e políticos, exaustos, dormiram no Palácio Tauride, temendo uma reação do Tzar. O Grã-duque Mikhail ordenou que as tropas leais baseadas no Palácio de inverno fossem retiradas, temendo que um choque delas com a população fizesse repetir os acontecimentos que dispararam a Revolução de 1905.
Na terça-feira 28 de Fevereiro, a cidade era dos amotinados. Embarcado em um trem que rumava em direção ao Palácio de Alexandre, o Tzar foi obrigado a retroceder 90 milhas, já que a estação seguinte estava em poder dos rebeldes. O trem parou na Estação de Pskov, onde em 2 de Março, Nicolau assinou sua abdicação.
A contagem oficial de mortos foi de 1224, o equivalente a poucas horas de combate na guerra que ainda rugia. Assim, considera-se que a Revolução de Fevereiro foi um acontecimento praticamente pacífico. Entretanto, Petrogrado tinha agora dois governos paralelos: o Governo Provisório, dominado pela classe média e favorável à continuação da guerra, e o Soviete de Deputados dos Trabalhadores e Soldados, que queria instituir a jornada de 8 horas de trabalho, terra para os camponeses, um exército com disciplina voluntária e oficiais eleitos democraticamente, o fim da guerra, e separação da Igreja do Estado.
[editar] Revolução Branca
Revolução Branca foi a primeira fase da revolução que ocorreu de março a novembro de 1917.
O governo provisório elegeu o príncipe Georgy Lvov, que era latifundiário, para primeiro ministro, tendo Aleksandr Kerenski como ministro da guerra. Já em 1 de Março, o Soviete de Petrogrado contestava o poder desse governo, ao aprovar a Ordem n° 1. Nesta, o Soviete ordenava ao exército que lhe obedecesse, ao invés de obedecer ao Governo Provisório.
Durante todos esses acontecimentos, Lenin estava exilado em Zurique, na Suíça. As notícias da queda do Tzarismo a princípio o deixaram atônito. O Partido Bolchevique havia desempenhado um papel secundário em todos esses eventos. Entretanto, Lênin acreditava que o potencial Revolucionário ainda não havia se esgotado. Ele acreditava que "O povo quer paz. O povo quer pão e terra. E eles lhes dão guerra, fome, e a terra continua nas mãos dos latifundiários." O governo alemão reconheceu em Lênin um potencial para desestabilizar o Governo Provisório russo, possivelmente ao ponto de forçar o país a se retirar da Guerra. Assim, ofereceram ao bolchevique um carro de trem selado, para que passasse da Suíça à Rússia em segurança, e pudesse levar o caos aos seus inimigos. Assim, Lênin regressa à Rússia (abril de 1917), pregando a formação de uma república dos sovietes, bem como a nacionalização dos bancos e da propriedade privada. O seu principal lema era: Todo o poder aos sovietes. Durante esse período, as ordens do governo eram discutidas nos sovietes e nem sempre cumpridas. Trotsky chegaria em Maio, vindo de Nova Iorque, onde vivia após escapar de um exílio perpétuo na Sibéria.
Kerensky, ministro da guerra, tornou-se, após a renúncia de Lvov, primeiro-ministro, em 21 de Julho, mantendo a participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial, no que era extremamente criticado pelos socialistas. Entretanto, o processo de desintegração do Estado russo continuava. A comida era escassa, a inflação bateu a casa dos 1.000 %, as tropas desertavam do front matando seus oficiais, propriedades da nobreza latifundiária eram saqueadas e queimadas, e operários trabalhavam bêbados de álcool de cozinha, verniz ou qualquer outro substituto para a bebida. Assim como o governo do Tzar, o novo governo provisório não procurou solucionar os problemas que causavam a desgraça do povo e o levavam a se insurgir. Não havia como fazê-lo respeitando os limites aos quais se obrigou a respeitar, isto é, mantendo o país em guerra e com a mesma constituição social. "O poder estava suspenso no ar", esperando que alguém com uma plataforma ainda mais radical o tomasse. Eram enormes as perdas humanas sofridas pela Rússia na guerra, que os socialistas diziam só interessar às potências capitalistas. er artigo principal: Revolução de Fevereiro.
A primeira fase, conhecida como Revolução de Fevereiro, ocorreu de março a novembro de 1917.
Em 23 de Fevereiro (C.J.) (8 de Março, C.G.), uma série de reuniões e passeatas aconteceram em Petrogrado, por ocasião do Dia Internacional das Mulheres. Nos dias que se seguiram, a agitação continuou a aumentar, recebendo a adesão das tropas encarregadas de manter a ordem pública, que se recusavam a atacar os manifestantes.
No dia 27 de Fevereiro (C.J.), um mar de soldados e trabalhadores com trapos vermelhos em suas roupas invadiu o Palácio Tauride, onde a Duma se reunia. Durante a tarde, formaram-se dois comités provisórios em salões diferentes do palácio. Um, formado por deputados moderados da Duma, se tornaria o Governo Provisório. O outro era o Soviete de Petrogrado, formado por trabalhadores, soldados e militantes socialistas de várias correntes.
Temendo uma repetição do Domingo Sangrento, o Grão-duque Mikhail ordenou que as tropas leais baseadas no Palácio de Inverno não se opusessem à insurreição e se retirassem. Em 2 de Março, cercado por amotinados, Nicolau assinou sua abdicação.
Após a derrubada do czar, instalou-se o Governo Provisório, comandado pelo príncipe Georgy Lvov, um latifundiário, e tendo Aleksandr Kerenski como ministro da guerra. Era um governo de caráter liberal burguês, intensamente interessado em manter a participação russa na Primeira Guerra Mundial. Enquanto isso, o Soviete de Petrogrado reivindicava para si a legitimidade para governar. Já em 1 de Março, o Soviete ordenava ao exército que lhe obedecesse, em vez de obedecer ao Governo Provisório. O Soviete queria dar terra aos camponeses, um exército com disciplina voluntária e oficiais eleitos democraticamente, e o fim da guerra, objectivos muito mais populares do que os almejados pelo Governo Provisório.
Com ajuda alemã, Lenin regressa à Rússia em Abril (C.J.), pregando a formação de uma república dos sovietes, bem como a nacionalização dos bancos e da propriedade privada. O seu principal lema era: Todo o poder aos sovietes.
Entretanto, o processo de desintegração do Estado russo continuava. A comida era escassa, a inflação bateu a casa dos 1.000 %, as tropas desertavam da fronte matando seus oficiais, propriedades da nobreza latifundiária eram saqueadas e queimadas. Nas cidades, conselhos operários foram criados na maioria das empresas e fábricas. Em Julho, Kerenski tornou-se chefe do governo (primeiro-ministro), mantendo a participação da Rússia na guerra.
Revolução de Outubro ou Revolução Vermelha=A Revolução de Outubro, também conhecida como Revolução Bolchevique ou Revolução Vermelha, foi a segunda fase da Revolução Russa de 1917. A Revolução de Outubro foi liderada por Vladimir Lenin e pelos bolcheviques, e se tornou a primeira revolução comunista marxista do Século XX.O Poder Dual
Desde a Revolução de Fevereiro, a Rússia possuia dois governos paralelos, funcionando no mesmo palácio. Um, chamado de Governo Provisório foi formado pela antiga Duma e adotou a forma parlamentar de governo. O outro era o Comitê Central do Soviete de Petrogrado, composto por socialistas de vários matizes, e com a predominância dos mencheviques em primeira hora. O Governo Provisório era francamente a favor da continuação da guerra. O Comitê Central carecia de consenso sobre esta questão. Entretanto, por não participar do Governo Provisório, pôde repetidamente culpá-lo pela situação caótica sob a qual o país vivia.
Em 20 e 21 de Abril houve manifestações contra a guerra, e unidades militares se juntaram a estas, que assumiram o caráter de insurreição. Vários ministros se demitiram, e em 1 de Maio o comitê central, após votação, permitiu que seus membros participassem do Governo Provisório. Os bolcheviques foram contrários a isto. Seis socialistas se tornaram parte do gabinete, e Kerensky se tornou ministro da guerra. A partir daí, os bolcheviques se tornaram a oposição "oficial", enquanto que os agrupamentos socialistas participantes do governo se tornaram alvo das críticas direcionadas ao governo.
[editar] A Ascensão do Partido Bolchevique
Os bolcheviques começaram um grande esforço de propaganda, triplicando a tiragem do Pravda em menos de um mês (de 100 mil cópias em Junho para mais de 350 mil em Julho). Outra tentativa de insurreição, liderada pelos bolcheviques, aconteceu entre 3 e 5 de Julho, mas sem sucesso. O comitê central adotou uma série de resoluções impedindo a prisão e julgamento dos bolcheviques. Sentindo sua fraqueza, o governo permitiu que vários fossem postos em liberdade.
Em 20 de Agosto os bolcheviques ganharam um terço dos votos nas eleições municipais. A atividade dos sovietes diminuía e suas reuniões se tornavam menos concorridas. Enquanto outros partidos socialistas abandonavam os sovietes, os bolcheviques aumentavam sua presença. Em 25 de Setembro eles conquistaram a maioria na Seção Trabalhista do Soviete de Petrogrado e Trotsky foi eleito presidente.
[editar] O Caso Kornilov
Após os acontecimentos de Julho, o General Lavr Kornilov foi apontado Comandante-em-Chefe do Exército Russo. Kornilov, assim como a maior parte da classe média russa, acreditava que o país estava se deteriorando e que uma derrota militar na guerra seria desastrosa para o orgulho e honra russas. Ele anunciou que Lenin e seus "espiões alemães" deveriam ser enforcados, os sovietes eliminados, a disciplina militar restaurada e o Governo Provisório deveria ser 'reestruturado'.
Kerensky o demitiu em 9 de Setembro, por suspeita de que este pretendia criar uma ditadura militar. Kornilov respondeu com um chamado a todos os russos para que 'salvassem sua pátria moribunda' e ordenou a seus cossacos e chechenos que avançassem sobre Petrogrado, com a ajuda de especialistas e equipamentos britânicos. Sem poder confiar em seu próprio exército, Kerensky buscou ajuda na organização militar bolchevique, os Guardas Vermelhos.
A população da capital mobilizou algumas milícias populares para defender Petrogrado. Muitas delas foram criadas com a ajuda dos bolcheviques. Estes também enviaram comissários aos acampamentos de Kornilov para disseminar sua propaganda. A tentativa de golpe de Kornilov foi frustrada sem derramamento de sangue, pois seus cossacos o desertaram.
[editar] O Comitê Central é posto de lado
Em 20 de Outubro (anunciado em 26 de Setembro) tomou lugar o Segundo Congresso Pan-Russo de Sovietes, por iniciativa dos bolcheviques, a despeito de que apenas 8 de 169 sovietes tenham expressado apoio a este. As eleições para a assembléia constituinte estavam próximas, e aparentemente os bolcheviques pretendiam ofuscá-la e tomar-lhe o poder com uma reunião paralela por eles controlada. O Comitê Central denunciou a manobra, mas repentinamente e sem explicação, a aprovou em 17 de Outubro.
[editar] O Comando Militar é posto de lado
Em 6 de Outubro, com o avanço alemão ameaçando Petrogrado, o governo planejou evacuar a cidade. O Comitê Central foi contra. O plano foi abandonado. No dia 9, o Soviete votou a favor de um Comitê Militar-Revolucionário (CMR) que o protegesse de possíveis golpes no estilo de Kornilov. Na prática, entretanto, esse comitê foi pouco mais que uma fachada para a atividade dos Guardas Vermelhos.
Na noite de 21 de Outubro, o CMR tomou o controle da guarnição de Petrogrado em nome da seção dos soldados do Soviete. O comandante do distrito, Coronel Polkovnikov, se recusou a ceder o comando, no que foi condenado publicamente como "contra-revolucionário".
[editar] A Insurreição
A insurreição bolchevique começou em 24 de Outubro, quando as forças "contra-revolucionárias" tomaram medidas modestas para proteger o governo. O CMR enviou grupos armados para tomar as principais agências telegráficas e baixar as pontes sobre o rio Neva. A ação foi rápida e sem impedimentos.
Um comunicado declarando o fim do Governo Provisório e a transferência do poder para o Soviete de Petrogrado foi emitida pelo CMR às 10 horas de 25 de Outubro – de fato escrito por Lênin. À tarde uma sessão extraordinária do Soviete de Petrogrado foi presidida por Trotsky. Ela estava cheia de deputados bolcheviques e socialistas de esquerda. O Segundo Congresso de Sovietes abriu naquela noite, escolhendo um Conselho de Comissários do Povo composto por três mencheviques e 21 bolcheviques e socialistas de esquerda, e que formaria a base de um novo governo. O Comitê Executivo do Soviete de Petrogrado rejeitou a decisão daquele congresso e convocou os sovietes e o exército para defender a Revolução.
Na noite do dia 26 o Congresso aprovou o Decreto da Paz, propondo a retirada imediada da Rússia da Primeira Guerra Mundial, e o Decreto da Terra, que propunha a abolição da propriedade privada e a redistribuição de terras entre os camponeses.
As tentativas de tomada de poder dos bolcheviques foram coroadas de sucesso na maior parte da Rússia. Entretanto, o mesmo não se deu em regiões etnicamente diferentes, como na Ucrânia. O conflito entre os bolcheviques e os vários grupos não-bolcheviques à direita (tzaristas, liberais, nacionalistas) e à esquerda (anarquistas) levaram à Guerra Civil Russa, que duraria até o final de 1921. Ver artigo principal: Revolução de Outubro.
A segunda fase, conhecida como revolução de Outubro, teve início em novembro de 1917.
Na madrugada do dia 25 de outubro (7 de novembro pelo Calendário gregoriano), os bolcheviques, liderados por Lênin, Zinoviev e Radek, com a ajuda de elementos anarquistas e Socialistas Revolucionários, cercaram a capital, onde estavam sediados o Governo Provisório e o Soviete de Petrogrado. Muitos foram presos, mas Kerenski conseguiu fugir. À tarde, numa sessão extraordinária, o Soviete de Petrogrado delegou o poder governamental ao Conselho dos Comissários do Povo, dominado pelos bolcheviques. O Comitê Executivo do mesmo Soviete de Petrogrado rejeitou a decisão dessa assembléia e convocou os sovietes e o exército a defender a Revolução contra o golpe bolchevique. Entretanto, os bolcheviques predominaram na maior parte das províncias de etnia russa. O mesmo não se deu em outras regiões, tais como a Finlândia, a Polônia e a Ucrânia.
Em 3 de Novembro, um esboço do Decreto sobre o Controle Operário foi publicado. Esse documento instituía a autogestão em todas as empresas com 5 ou mais empregados. Isto acelerou a tomada do controle de todas as esferas da economia por parte dos conselhos operários, e provocou um caos generalizado, ao mesmo tempo que acelerou ainda mais a fuga dos proprietários para o exterior. Mesmo Emma Goldman viria a reconhecer que as empresas que se encontravam em melhor situação eram justamente aquelas em que os antigos proprietários continuavam a exercer funções gerenciais. Entretanto, este decreto levou a classe trabalhadora a apoiar o recém-criado e ainda fraco regime bolchevique, o que possivelmente teria sido o seu principal objetivo. Durante os meses que se seguiram, o governo bolchevique procurou então submeter os vários conselhos operários ao controle estatal, por meio da criação de um Conselho Pan-Russo de Gestão Operária. Os anarquistas se opuseram a isto, mas foram voto vencido.
Era consenso entre todos os partidos políticos russos de que seria necessária a criação de uma assembléia constituinte, e que apenas esta teria autoridade para decidir sobre a forma de governo que surgiria após o fim do absolutismo. As eleições para essa assembléia ocorreram em 12 de Novembro de 1917, como planejado pelo Governo Provisório, e à exceção do Partido Constitucional Democrata, que foi perseguido pelos bolcheviques, todos os outros puderam participar livremente. Os Socialistas Revolucionários receberam duas vezes mais votos do que os bolcheviques, e os partidos restantes receberam muito poucos votos. Em 26 de Dezembro, Lênin publicou suas Teses sobre a assembléia constituinte, onde ele defendia os sovietes como uma forma de democracia superior à assembléia constituinte. Até mesmo os membros do partido bolchevique compreenderam que preparava-se o fechamento da assembléia constituinte, e a maioria deles foram contra isto, mas o Comitê Central do partido ordenou-lhes que acatassem a decisão de Lênin.
Na manhã de 5 de Janeiro de 1918, uma imensa manifestação pacífica a favor da assembléia constituinte foi dissolvida à bala por tropas leais ao governo bolchevique. A assembléia constituinte, que se reuniu pela primeira vez naquela tarde, foi dissolvida na madrugada do dia seguinte. Pouco a pouco, se tornou claro que os bolcheviques pretendiam criar uma ditadura para si, inclusive contra os partidos socialistas revolucionários. Isto levou os outros partidos a atuarem na ilegalidade, sendo que alguns deles passariam à resistência armada ao governo.
Durante este período, o governo bolchevique tomou uma série de medidas de impacto, como:
* Pedido de paz imediata: em março de 1918, foi assinado, com a Alemanha, o Tratado de Brest-Litovski, onde a Rússia abriu mão do controle sobre a Finlândia, Países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), Polônia, Bielorússia e Ucrânia, bem como de alguns distritos turcos e georgianos antes sob seu domínio.
* Confisco de propriedades privadas: grandes propriedades foram tomadas dos aristocratas e da Igreja Ortodoxa, para serem distribuídas entre o povo.
* Declaração do direito nacional dos povos: o novo governo comprometeu-se a acabar com a dominação exercida pelo governo russo sobre regiões tais como a Finlândia, a Geórgia ou a Armênia.
* Estatização da economia: o novo governo passou a intervir diretamente na vida econômica, nacionalizando diversas empresas.
Guerra civil=A guerra civil russa foi um conflito armado que eclodiu em abril de 1918 e terminou em 1922. Durante este período, exércitos e milícias de diversos matizes políticos se enfrentaram com o objetivo de implantar seu próprio sistema. As partes em conflito incluiram ex-generais Tzaristas, republicanos liberais (os cadetes), o exército vermelho (bolchevique), milícias anarquistas (o Exército Insurgente Makhnovista) e tropas de ocupação estrangeiras. O Exército Vermelho foi o único vencedor do conflito, após o qual foi criado o Estado Soviético, sob liderança inconteste dos bolcheviques.
Aproveitando-se do verdadeiro caos em que o país se encontrava, as nações aliadas da primeira guerra mundial resolveram intervir a favor dos brancos (Tzaristas e liberais). Tropas inglesas, francesas, americanas e japonesas desembarcaram tanto nas regiões ocidentais (Criméia e Georgia) como nas orientais (ocupação de Vladivostok e da Sibéria Oriental). Seus objetivos eram: derrubar o governo bolchevique (que era pela paz com a Alemanha) e instaurar um regime favorável à continuação da Rússia na guerra; mas talvez seu objetivo maior fosse evitar a "contaminação" da Europa Ocidental pelos ideais comunistas - daí a expressão utilizada por Clemenceau, Presidente da França - de "cordon sanitaire".
No terreno econômico, devido a situação de emergência e pelo próprio ímpeto revolucionário, o partido bolchevique instituiu o "comunismo de guerra". O dinheiro e as leis do mercado foram abolidas, sendo substituídos por uma economia dirigida baseada no confisco de cereais produzidos pelos camponeses. Naturalmente estas medidas criaram um desestímulo a plantio, levando-os a produzirem exclusivamente para o sustento de suas famílias. O resultado foi catastrófico. Os centro urbanos ficaram sem alimentos, provocando um êxodo urbano - (Petrogrado e Moscou viram sua população reduzir-se pela metade). A fome de 1921 transformou-se numa das maiores tragédias da Rússia moderna - milhões pereceram.
[editar] Rebeliões de Julho de 1918
Em 6 de julho de 1918, após o assassinato do embaixador alemão em Moscou, Conde Wilhelm von Mirbach, seguiram-se uma série de levantes e rebeliões por parte dos anarquistas russos contra o recém instaurado governo bolchevique e também o exército branco. Estes levantes tiveram maior projeção até o fim daquele mesmo mês, mas se estenderam até 30 de dezembro de 1922.
Tais acontecimentos, por alguns agrupados em torno do conceito de Revolução de 1918, iniciaram-se durante o Quinto Congresso dos Soviets de Toda Rússia, nos quais os discursos anti-bolcheviques dos anarquistas e dos socialistas-revolucionários não receberam apoio da maioria dos delegados. Derrotados no congresso, os anarquistas e os socialistas-revolucionários decidiram sabotar o Tratado de Brest-Litovsk arrastando a Rússia Soviética a uma guerra com a Alemanha assassinando o embaixador alemão em Moscou. Ver artigo principal: Guerra Civil Russa.
Durante o curto período em que os territórios cedidos no Tratado de Brest-Litovski estiveram em poder do exército alemão, as várias forças anti-bolcheviques puderam organizar-se e armar-se. Estas forças dividiam-se em três grupos que também lutavam entre si: 1) czaristas , 2) liberais, eseritas e metade dos socialistas e 3) anarquistas. Com a derrota da Alemanha em 1919, esses territórios tornaram-se novamente alvo de disputa, bem como bases das quais partiriam forças que pretendiam derrubar o governo bolchevique.
Ao mesmo tempo, Trotsky se ocupou em organizar o novo Exército Vermelho. Com a ajuda deste, os bolcheviques mostraram-se preparados para resistir aos ataques do também recém formado Exército polonês, dos Exércitos Brancos de Denikin, Kolchak, Yudenich e Wrangel(que se dividiam entre as duas primeiras facções citadas no paragrafo anterior), e também para suprimir o Exército Insurgente de Makhno e a Revolta de Kronstadt, ambos de forte inspiração anarquista. No início de 1921, encerrava-se a guerra civil, com a vitória do Exército Vermelho. O Partido Bolchevique, que desde 1918 havia alterado sua denominação para Partido Comunista, consolidava a sua posição no governo.
Criação da União Soviética=A História da União Soviética começa com a Revolução de 1917 numa tentativa de implementar o comunismo a larga escala por Vladimir Lenin, até ao colapso da União Soviética em 1991, quando o seu governo centralizado foi dissolvido.Revolução de 1905
Ver artigo principal: Revolução Russa de 1905.
O ano de 1905 é considerado o prólogo da Revolução russa. A Rússia czarista acabara de ser derrotada em uma guerra contra um Japão pequeno e tecnologicamente atrasado. A derrota abalou a popularidade do czar Nicolau II, e a revolta interna que se seguiu serviria de precedente para a revolução de 1917.
[editar] Revolução de 1917
Ver artigo principal: Revolução Russa de 1917.
O Partido Operário Social-Democrata, dividido nas correntes Bolchevique e Menchevique, em russo maioria e minoria respectivamente iniciou a Revolução Russa em 1917, em duas etapas distintas. O derrube do czar ocorreu em Fevereiro, sendo instaurada então uma república cuja estrutura de poder desde cedo se dividiu entre um parlamento convencional e sovietes (conselhos) populares que não se reconheciam mutuamente. As tensões assim geradas desembocaram na Revolução de Outubro, em Novembro de 1917.
[editar] Guerra Civil
Ver artigo principal: Guerra Civil Russa.
Entre 1918 e 1922, logo após a Revolução Bolchevique, teve início a Guerra Civil na Rússia, entre os revolucionários (vermelhos) e os contra-revolucionários (brancos), que tiveram o auxílio de tropas estrangeiras de intervenção, enviadas por França, Reino Unido, Japão e Estados Unidos e mais 13 países.
[editar] Nova Política Econômica
Lenin implementou a NEP, sigla para Nova Política Econômica, que recuperou alguns traços de capitalismo para incentivar a nascente economia soviética. Desta forma, o PC russo e o governo dos soviets pretendiam reconstruir a economia russa devastada pela invasão estrangeira e pela resistência das classes proprietárias a perda de seus incomensuráveis privilégios. A NEP, segundo Lenin, consistia num recuo tático caracterizado pelo restabelecimento da livre iniciativa e da pequena propriedade privada, admitindo o apoio de financiamentos estrangeiros.
[editar] Economia Planificada e Expurgos
No ano de 1936, o regime de Josef Stalin expulsou ou executou um número considerável de membros do Partido, entre eles muitos dos seus opositores, nos atos que ficaram conhecidos como os Grandes Expurgos, ou as Grandes Purgas.
Apesar de tudo, eles acreditavam que este seria o caminho para o comunismo, mas o rumo dessa forma social já estava traçado de forma totalmente distinta do que Marx e Lenin pensavam, não mais sendo uma forma voltada para a dissolução do próprio Estado e das classes sociais, mas agora, o regime sob o comando de Stalin, já era uma forma social voltada para a cristalização (a idéia de socialismo dentro de um só país). Entre as coisas que foram feitas com esse efeito contam-se as nacionalizações e a aniquilação física da classe burguesa que o NEP havia recriado, com recurso aos Gulags (campos de trabalho na Sibéria). Os verdadeiros comunistas criticam esta forma que Stalin utilizou para liquidar a propriedade privada, por não concordarem com ela, e por acharem que ela só mancha a imagem do comunismo perante o mundo pois o mesmo efeito poderia ter sido obtido sem a aniquilição física daquela classe. O desastre e a truculência autoritária das políticas stalinistas contribuíram muito para a deturpação do conceito criado por Marx, de ditadura do proletariado.
Após as nacionalizações, a economia foi planificada, de modo a que esta pudesse tirar proveito da sua nacionalização. De 5 em 5 anos passou-se a realizar planos quinqüenais, nos quais se decidiam que fundos seriam aplicados e em que áreas.
[editar] Grande Guerra Patriótica
De 1941 a 1945, a participação da União Soviética na Segunda Guerra Mundial ficou conhecida como a Grande Guerra Patriótica, combatendo os soviéticos contra as forças invasoras da Alemanha Nazista, ao lado dos Aliados ocidentais. Quando a Alemanha nazista invadiu a URSS, os soldados de Adolf Hitler não aguentaram ao Inverno russo, que é muito frio, e foi nisso que os soviéticos "empurram" os alemães até a Alemanha para derrota-los. Quando as tropas americanas e soviéticas estavam em Berlim, pouco antes de as tropas americanas chegarem até onde Hitler estava, ele suicidou-se.
[editar] Desestalinização
O sucessor de Stalin, Nikita Khrushchov, empreendeu uma política de denunciar os abusos do seu antecessor. Durante o Congresso de 1956 do Partido Comunista da União Soviética, Khrushchov divulgou uma série de crimes de Stalin, renegando a herança do estalinismo, estabelecendo, assim, uma nova postura e criando um novo paradigma para o comunismo internacional. A propaganda capitalista se utilizou muito dos argumentos engendrados por Khrushchov para fazer frente à URSS.
Cerca de 20 a 35 milhões de soviéticos morreram na guerra
[editar] Corrida espacial
Ver artigo principal: Programa espacial soviético.
Como resultado da guerra fria, a União Soviética viu-se envolvida em uma corrida pela conquista do espaço contra os EUA. A União Soviética foi a nação que tomou a dianteira na exploração espacial ao enviar o primeiro satélite artificial, o Sputnik, e o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin. Grande parte dos feitos espaciais da União Soviética devem-se ao talento do engenheiro de foguetes Sergei Korolev, o engenheiro-chefe do programa espacial soviético, que convenceu o lider Nikita Khrushchov da importância da conquista do espaço.
[editar] Estabilidade e Estagnação
Entre 1956 e 1985, a União Soviética atingiu seu auge geopolítico e tecnológico. Entretanto, também foi época de pouco crescimento econômico e lentos avanços na qualidade de vida da população.
Mikhail Gorbatchov foi o último dirigente soviético. Assumiu o cargo de secretário-geral da PCUS (Partido Comunista da União Soviética) em março de 1985, substituindo Konstantin Tchernenko, que faleceu naquele ano. O bom relacionamento com os membros do partido e a habilidade política foram fatores que credenciaram Gorbatchov a assumir o posto mais importante na hierarquia administrativa soviética. Defensor de idéias modernizantes, instituiu dois grandes projetos inovadores ao conservadorismo dos dirigentes: a perestroika (reconstrução econômica) e a glasnost (transparência política).
A Perestroika, que teve início em 1986, foi concebida para introduzir um novo dinamismo na economia soviética, que passava por sérios problemas. Para que os setores econômicos do país tivessem uma expansão qualitativa e quantitativa, foi introduzido mecanismos para estimular a livre concorrência (e acabar com o monopólio estatal), desenvolver setores secundários de produção (bens de consumo e serviços não-essenciais) através da iniciativa privada e descentralizar as operações empresariais. No campo, foi estimulado a criação de cooperativas por grupos familiares e arrendamento de terras estatais. A proposta também foi incentivar empresas estrangeiras a atuarem no país.
Na área política e social, a Glasnost pretendeu colocar novos paradigmas no modo de vida soviético. Para que a União Soviética tivesse um desenvolvimento forte e profincuo, era necessário colocar uma nova mentalidade em todos os segmentos da sociedade. Assim, a proposta foi de acabar com a burocracia política, combater a corrupção e introduzir a democracia em todos os níveis de participação política. A glasnost também libertou dissidentes políticos e permitiu a liberdade de imprensa e expressão.
Gorbatchov enfrentou grandes resistências da oligarquia e dos burocratas partidários (os apparatchiks) e acabou destituído quando as repúblicas, lideradas pela Rússia já então dirigida por um antigo apparatchik de nome Boris Yeltsin, se rebelaram contra o governo central, decretando o fim da URSS em 25/12/1991.Terminada a guerra civil, a Rússia estava completamente arrasada, com graves problemas para recuperar sua produção agrícola e industrial. Visando promover a reconstrução do país, Lenin criou, em fevereiro de 1921, a Comissão Estatal de Planificação Econômica ou GOSPLAN, encarregada da coordenação geral da economia do país. Pouco tempo depois, em março de 1921, adaptou-se um conjunto de medidas conhecidas como Nova Política Econômica ou NEP, que promoveu um certo retorno a formas econômicas capitalistas, designada da agricultura. "Um passo para trás, para poder dar dois para frente" (Lênin)
Entre as medidas tomadas pela NEP destacam-se: liberdade de comércio interno, liberdade de salário aos trabalhadores, autorização para o funcionamento de empresas particulares e permissão de entrada de capital estrangeiro para a reconstrução do país. O Estado russo continuou, no entanto, exercendo controle sobre setores considerados vitais para a economia: o comércio exterior, o sistema bancário e as grandes indústrias de base.
[editar] A ditadura comunista e a fundação da URSS
Desde 1918, após uma tentativa de assassinato de Lenin no mês de agosto com a participação de membros do partido Socialista Revolucionário, os comunistas tinham proibido os outros partidos políticos. Em abril de 1922, Stalin foi nomeado secretário-geral do Partido, encarregando-se de combater as facções de oposição no interior do Partido e de garantir os postos importantes da administração estatal para pessoas da inteira confiança do regime- o que foi por ele utilizado para impor à administração interna a hegemonia do seu grupo pessoal.
Em dezembro de 1922, foi organizado um congresso geral de todos os sovietes, ocorrendo a fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O governo da União, cujo órgão máximo era o Soviete Supremo (Legislativo), passou a ser integrado por representantes das diversas repúblicas.
Competia ao Soviete Supremo eleger um comitê executivo (Presidium), dirigido por um presidente a quem se reservava a função de chefe de estado. Competiam ao governo da União as grandes tarefas relativas ao comércio exterior, política internacional, planificação da economia, defesa nacional, entre outros.
Paralelamente a essa estrutura formal, estava o Partido Comunista, que controlava, efetivamente, o poder da URSS. Sua função era escolher as novas elites que seriam os quadros da nação, controlar os órgãos estatais, estimulando sua atividade e verificando sua lealdade e manter os dirigentes em contato permanente com as massas. Também assegurava à população a difusão das diretrizes vindas da alta cúpula.
[editar] A ascensão de Stalin
Lênin, o fundador do primeiro Estado socialista, morreu em janeiro de 1924. Teve início, então, uma grande luta interna pela disputa do poder soviético, Num primeiro momento, entre os principais envolvidos nesta disputa pelo poder figuravam Trotski e Stalin.
Trotski defendia a tese da revolução permanente, segundo a qual o socialismo somente seria possível se fosse construído à escala internacional. Ou seja, a revolução socialista deveria ser levada à Europa e ao mundo.
Opondo-se a tese trotskista, Stalin defendia a construção do socialismo num só país. Pregava que os esforços por uma revolução permanente comprometeriam a consolidação interna do socialismo na União Soviética.
A tese de Stalin tornou-se vitoriosa. Foi aceita e aclamada no XIV Congresso do Partido Comunista.
Trotski foi destituído das suas funções como comissário de guerra, expulso do Partido e, em 1929, deportado da União Soviética. Tempos depois, em 1940, foi assassinado no México, a mando de Stalin, por um agente de segurança soviético, que desferiu no antigo líder do Exército Vermelho golpes de picareta na cabeça.
[editar] A burocracia e o terror
A partir de dezembro de 1929, Stalin converteu-se no ditador absoluto da União Soviética. O método que utilizou para a total conquista do poder político teve como base a sua habilidade no controle da máquina burocrática do Partido e do Estado, bem como a montagem de um implacável sistema de repressão política de todos os opositores. Desse modo, Stalin conseguiu eliminar do Partido, do Exército e dos principais órgãos do Estado todos os antigos dirigentes revolucionários, muitos dos quais tinham sido grandes companheiros de Lénin, como Zinoviev, Bukharin, Kamenev, Rikov, Muralov entre outros.
Depois de presos e torturados, os opositores de Stalin eram forçados a confessar crimes de espionagem que não haviam praticado. E, assim, conhecidos patriotas eram executados como traidores da pátria. Era a farsa jurídica que caracterizou as chamadas depurações estalinistas.
Durante o período stalinista (1924 - 1953) calcula-se que o terror político soviético foi responsável pela prisão de mais de cinco milhões de cidadãos e pela morte de mais de 500 mil pessoas.
2007-03-20 03:01:08
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answer #3
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answered by Anonymous
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