Artigos-->AS CONTRADIÇÕES BÍBLICAS -- 15/07/2001 - 20:22 (JOÃO DE FREITAS)
Apresento aqui algumas das contradições que me deixavam confuso, as quais nunca pude harmonizar.
Confrontando os textos contraditórios, não pude chegar a outra conclusão que não a de que os escritores bíblicos escreveram segundo informações recebidas de outros e não pensaram de forma unânime como afirmam os doutores das religiões. E afirmações contraditórias não podem ser classificadas em conjunto como a verdade.
QUANDO YAVÉ CRIOU OS VEGETAIS?
POR QUE OS HEBREUS GUARDAM O SÁBADO?
QUEM ESCREVEU OS DEZ MANDAMENTOS NAS DUAS TÁBUAS DE PEDRA?
OS MORTOS NÃO SABEM COISA NENHUMA OU ESTÃO CONSCIENTES?
JUSTIFICADOS PELA PELA FÉ, OU JUSTIFICADO PELAS OBRAS?
ELIAS SUBIU AO CÉU, OU NINGUÉM JAMAIS SUBIU AO CÉU?
A GENEALOGIA DE JESUS CRISTO
O QUE JESUS FEZ APÓS O BATISMO?
O GALO CANTOU UMA VEZ, OU FOI DUAS VEZES?
A HORA EM QUE JESUS FOI CRUCIFICADO
JESUS E OS DOIS LADRÕES – VERDADE?
AS ÚLTIMAS PALAVRAS DE JESUS
O FIM DE JUDAS ISCARIOTES
Ver também:
A VERDADE SOBRE A RESSURREIÇÃO DE JESUS
Artigos-->QUANDO YAVÉ CRIOU OS VEGETAIS? -- 14/09/2005 - 11:36 (JOÃO DE FREITAS)
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Quando Yavé teria criado as vegetações? Essa foi a dúvida que surgiu para alguns criteriosos analistas bíblicos. Hoje, já encontraram a razão de existirem duas narrativas divergentes. É quase certo que duas pessoas contaram a mesma lenda e os textos foram juntados apressadamente.
Assim se defendem os religiosos: "Os críticos sugerem que narrativas duplas no livro do Gênesis são por vezes contraditórias, isto seria prova convincente de que houve mais de um autor para o livro. Mas narrativas duplas não quer dizer versões diferentes e muito menos que elas refletem reais contradições. Por exemplo, a dupla narrativa da criação em Gênesis 1 e 2, mostra que a primeira é uma menção geral à criação, enquanto que a segunda concentra-se em detalhar a criação especial do primeiro casal. Não há contradições nas narrativas duplas. Muitos textos no oriente próximo mostra este mesmo tipo de repetições mas os críticos não se atreveriam a dar diferentes autores para cada um deles. Alguns estudiosos acreditam que narrativas repetidas pode ser apenas um peculiar estilo literário oriental para reafirmar verdades importantes" (CACP).
Vejamos se há ou não contradições:
FOI NO TERCEIRO DIA?
“E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que, segundo as suas espécies, dêem fruto que tenha em si a sua semente, sobre a terra. E assim foi. A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo as suas espécies, e árvores que davam fruto que tinha em si a sua semente, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom. E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.
Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra. Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todo ser vivente que se arrasta sobre a terra, tenho dado todas as ervas verdes como mantimento. E assim foi. E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto. (Gênesis, 1: 11-13; 27-31).
OU FOI NO SEXTO DIA? OU TUDO FOI FEITO EM UM DIA SÓ?
“Eis as origens dos céus e da terra, quando foram criados. No dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois nenhuma erva do campo tinha ainda brotado; porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem havia homem para lavrar a terra. Um vapor, porém, subia da terra, e regava toda a face da terra. E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente. Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no Éden; e pôs ali o homem que tinha formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores agradáveis à vista e boas para comida, bem como a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal". (Gênesis, 2: 4-9).
Estudiosos bíblicos ficavam pensando por que um mesmo autor teria dito que Yavé criara os vegetais no terceiro dia e o homem no sexto, e depois, que “não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois nenhuma erva do campo tinha ainda brotado”, e, “formou o Senhor Deus o homem do pó da terra… então plantou o Senhor Deus um jardim... fez brotar da terra toda qualidade de árvores agradáveis à vista”.
Análises recentes, baseando nos estilos literários, trouxeram a conclusão de que o Gênesis, assim como os livros seguintes, são uma reunião de textos escritos por vários autores, e a narração do capítulo 1 foi redigida por um escriba enquanto a do capítulo 2 foi escrita por outro. O autor do capítulo 2 aprendera que Yavé criara o homem para depois criar os vegetais, e o do capítulo 1 conhecia a lenda dos sete dias. É o fato de ser feita por várias pessoas que torna a Bíblia tão contraditória. Yavé criou os vegetais no terceiro dia para alguns, mas para outros ele só os criou depois da criação do homem. E, para esses, parece não ter havido sete dias durante a criação.
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Artigos-->POR QUE OS HEBREUS GUARDAM O SÁBADO? -- 07/09/2005 - 19:24 (JOÃO DE FREITAS)
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MEMORIAL DO DESCANSO DIVINO?
“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas.
Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou.” (Êxodo, 20: 8-11).
OU MEMORIAL DO LIVRAMENTO DA SERVIDÃO EGÍPCIA?
“Guarda o dia do sábado, para o santificar, como te ordenou o senhor teu Deus; seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas; para que o teu servo e a tua serva descansem assim como tu.
Lembra-te de que foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; pelo que o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia do sábado.” (Deuteronômio, 5: 12-15).
Qual seria a verdade? O mesmo livro do Êxodo, que apresenta o sábado como memorial da criação, trás no relato da peregrinação pelo dos hebreus deserto, a instituição da guarda do sábado durante a retirada(Êxodo, 16: 17:25). Assim, teríamos que excluir a afirmação contida no mandamento do primeiro relato.
RAZÃO DA CONTRADIÇÃO:
Como foram várias pessoas que escreveram a estória patriarcal, e não havia unanimidade entre elas, uma escreveu o mandamento em Êxodo, 20: 8-11, e outra escreveu o mesmo mandamento em Deuteronômio, 5: 12-15.
O que se deduz da análise bíblica é que todas as duas afirmações são lendas, uma vez que, segundo análises históricas e arqueológicas, o êxodo é uma lenda, e o povo de Israel nunca viveu no Egito.
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Artigos-->POR QUE OS HEBREUS GUARDAM O SÁBADO? -- 07/09/2005 - 19:24 (JOÃO DE FREITAS)
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MEMORIAL DO DESCANSO DIVINO?
“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas.
Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou.” (Êxodo, 20: 8-11).
OU MEMORIAL DO LIVRAMENTO DA SERVIDÃO EGÍPCIA?
“Guarda o dia do sábado, para o santificar, como te ordenou o senhor teu Deus; seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas; para que o teu servo e a tua serva descansem assim como tu.
Lembra-te de que foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; pelo que o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia do sábado.” (Deuteronômio, 5: 12-15).
Qual seria a verdade? O mesmo livro do Êxodo, que apresenta o sábado como memorial da criação, trás no relato da peregrinação pelo dos hebreus deserto, a instituição da guarda do sábado durante a retirada(Êxodo, 16: 17:25). Assim, teríamos que excluir a afirmação contida no mandamento do primeiro relato.
RAZÃO DA CONTRADIÇÃO:
Como foram várias pessoas que escreveram a estória patriarcal, e não havia unanimidade entre elas, uma escreveu o mandamento em Êxodo, 20: 8-11, e outra escreveu o mesmo mandamento em Deuteronômio, 5: 12-15.
O que se deduz da análise bíblica é que todas as duas afirmações são lendas, uma vez que, segundo análises históricas e arqueológicas, o êxodo é uma lenda, e o povo de Israel nunca viveu no Egito.
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Artigos-->O MAIS FAMOSO CONTO DO MUNDO -- 20/10/2002 - 18:09 (JOÃO DE FREITAS)
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Yavé, o Deus todo-poderoso, único e verdadeiro, criou o homem; tempos depois, devido à perversão humana, destruiu a humanidade, deixando uma única família para repovoar a terra e, novamente, escolheu uma família para formar seu povo santo, que destruía os inimigos da verdade. Só recentemente, esse maravilhoso conto foi desmascarado pelas análises arqueológicas.
“Das três ciências que estudam a Bíblia, a arqueologia tem se mostrado a mais promissora. “Ela é a única que fornece dados novos”, diz o arqueólogo israelense Israel Finkelstein, diretor do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv e autor do livro The Bible Unearthed (A Bíblia desenterrada, inédito no Brasil), publicado no ano passado. A obra causou um choque em estudiosos de arqueologia bíblica, porque reduz os relatos do Antigo Testamento a uma coleção de lendas inventadas a partir do século VII a.C. O Gênesis, por exemplo, é visto como uma epopéia literária. O mesmo vale para as conquistas de David e as descrições do império de Salomão” (Superinteressante, julho/2002).
”Não há registro arqueológico ou histórico da existência de Moisés ou dos fatos descritos no Êxodo. A libertação dos hebreus, escravizados por um faraó egípcio, foi incluída na Torá provavelmente no século VII a.C., por obra dos escribas do Templo de Jerusalém, em uma reforma social e religiosa. Para combater o politeísmo e o culto de imagens, que cresciam entre os judeus, os rabinos inventaram um novo código de leis e histórias de patriarcas heróicos que recebiam ensinamentos diretamente de Jeová. Tais intenções acabaram batizadas de “ideologia deuteronômica”, porque estão mais evidentes no livro Deuteronômio. A prova de que esses textos são lendas estaria nas inúmeras incongruências culturais e geográficas entre o texto e a realidade. Muitos reinos e locais citados na jornada de Moisés pelo deserto não existiam no século XIII a.C., quando o Êxodo teria ocorrido. Esses locais só viriam a existir 500 anos depois, justamente no período dos escribas deuteronômicos. Também não havia um local chamado Monte Sinai, onde Moisés teria recebido os Dez Mandamentos. Sua localização atual, no Egito, foi escolhida entre os séculos IV e VI d.C., por monges cristãos bizantinos, porque ele oferecia uma bela vista. Já as Dez Pragas seriam o eco de um desastre ecológico ocorrido no Vale do Nilo quando tribos nômades de semitas estiveram por lá.
Vejamos agora o caso de Abraão, o patriarca dos judeus. Segundo a Bíblia, ele era um comerciante nômade que, por volta de 1850 a.C., emigrou de Ur, na Mesopotâmia, para Canaã (na Palestina). Na viagem, ele e seus filhos comerciavam em caravanas de camelos. Mas não há registros de migrações de Ur em direção a Canaã que justifiquem o relato bíblico e, naquela época, os camelos ainda não haviam sido domesticados. Aqui também há erros geográficos: lugares citados na viagem de Abraão, como Hebron e Bersheba, nem existiam então. Hoje, a análise filológica dos textos indica que Abraão foi introduzido na Torá entre os séculos VIII e VII a.C. (mais de 1 000 anos após a suposta viagem).
Então, como surgiu o povo hebreu? Na verdade, hebreus e canaanitas são o mesmo povo. Por volta de 2000 a.C., os canaanitas viviam em povoados nas terras férteis dos vales, enquanto os hebreus eram nômades das montanhas. Foi o declínio das cidades canaanitas, acossadas por invasores no final da Idade do Bronze (300 a.C. a 1000 a.C.), que permitiu aos hebreus ocupar os vales. Segundo a Bíblia, os hebreus conquistaram Canaã com a ajuda dos céus: na entrada de Jericó, o exército hebreu toca suas trombetas e as muralhas da cidade desabam, por milagre. Mas a ciência diz que Jericó nem tinha muralhas nessa época. A chegada dos hebreus teria sido um longo e pacífico processo de infiltração.
David e Salomão
Há pouca dúvida de que David e Salomão existiram. Mas há muita controvérsia sobre seu verdadeiro papel na história do povo hebreu. A Bíblia diz que a primeira unificação das tribos hebraicas aconteceu no reinado de Saul. Seu sucessor, David, organizou o Estado hebraico, eliminando adversários e preparando o terreno para que seu filho, Salomão, pudesse reinar sobre um vasto império. O período salomônico (970 a.C. a 930 a.C.) teria sido marcado pela construção do Templo de Jerusalém e a entronização da Arca da Aliança em seu altar.
Não há registros históricos ou arqueológicos da existência de Saul, mas a arqueologia mostra que boa parte dos hebreus ainda vivia em aldeias nas montanhas no período em que ele teria vivido (por volta de 1000 a.C.) – assim, Saul seria apenas um entre os muitos líderes tribais hebreus. Quanto a David, há pelos menos um achado arqueológico importante: em 1993 foi encontrada uma pedra de basalto datada do século IX a.C. com escritos que mencionam um rei David.
Por outro lado, não há qualquer evidência das conquistas de David narradas na Bíblia, como sua vitória sobre o gigante Golias. Ao contrário, as cidades canaanitas mencionadas como destruídas por seus exércitos teriam continuado sua vida normalmente. Na verdade, David não teria sido o grande líder que a Bíblia afirma. Seu papel teria sido muito menor. Ele pode ter sido o líder de um grupo de rebeldes que vivia nas montanhas, chamados apiru (palavra de onde deriva a palavra hebreu) – uma espécie de guerrilheiro que ameaçava as cidades do sul da Palestina. Quanto ao império salomônico cantado em verso e prosa na Torá hebraica, a verdade é que não foram achadas ruínas de arquitetura monumental em Jerusalém ou qualquer das outras cidades citadas na Bíblia.
O principal indício de que as conquistas de David e o império de Salomão são, em sua maior parte, invenções é que, no período em que teriam vivido, a arqueologia prova que a cultura canaanita (que, segundo a Bíblia, teria sido destruída) continuava viva. A conclusão é que David e Salomão teriam sido apenas pequenos líderes tribais de Judá, um Estado pobre e politicamente inexpressivo localizado no sul da Palestina.
Na verdade, o grande momento da história hebraica teria acontecido não no período salomônico, mas cerca de um século mais tarde. Entre 884 e 873 a.C., foi fundada Samária, a capital do reino de Israel, no norte da Palestina, sob a liderança do rei israelita Omri. Enquanto Judá permanecia pobre e esquecida no sul, os israelitas do norte faziam alianças com os assírios e viviam um período de grande desenvolvimento econômico. A arqueologia demonstrou que os monumentos normalmente atribuídos a Salomão foram, na verdade, erguidos pelos omridas. Ou seja: o primeiro grande Estado judaico não teve a liderança de Salomão, e sim dos reis da dinastia omrida.
Enriquecido pelos acordos comerciais com Assíria e Egito, o rei Ahab, filho de Omri, ordena a construção dos palácios de Megiddo e as muralhas de Hazor, entre outras obras. Hoje, os restos arqueológicos desses palácios e muralhas são o principal ponto de discórdia entre os arqueólogos que estudam a Torá. Muitos ainda os atribuem a Salomão, numa atitude muito mais de fé do que de rigor científico, já que as datações mais recentes indicam que Salomão nunca ergueu palácios.
Judá
Entender a história de Judá é fundamental para entender todo o Velho Testamento. Até o século VIII a.C., Judá era apenas uma reunião de tribos vivendo numa região desértica do sul da Palestina. Em 722 a.C., porém, os assírios resolvem conquistar as ricas planícies e cidades de Israel – o reino do norte, mais desenvolvido economicamente e mais culto. Judá, no sul, que não pareceu interessar aos assírios, pôde continuar independente, desde que pagasse tributos ao império assírio.
Assim, enquanto no norte acontece uma desintegração dos hebreus, levados para a Assíria como escravos, no sul eles continuam unidos em torno do Templo de Jerusalém. Judá beneficiou-se enormemente da destruição do reino do norte. Jerusalém cresceu rapidamente e cidades como Lachish, que servia de passagem antes de chegar a Jerusalém, foram fortificadas. Era o momento de Judá tomar a frente dos hebreus. Para isso, precisaria de duas coisas: um rei forte e um arsenal ideológico capaz de convencer as tribos do norte de que Judá fora escolhida por Deus para unir os hebreus. Além disso, era preciso combater o politeísmo que voltava a crescer no norte.
Josias foi o candidato a assumir a posição de rei unificador. Durante uma reforma no Templo de Jerusalém, em seu governo, foi “encontrado” (na verdade, não há dúvidas de que o livro foi colocado ali de propósito) o livro Deuteronômio, com todos os ingredientes para um ampla reforma social e religiosa. O livro possui até profecias que afirmam, por exemplo, que um rei chamado Josias, da casa de David, seria escolhido por Deus para salvar os hebreus. Ungido pelo relato do livro, o ardiloso Josias consegue seu objetivo de centralizar o poder, mas acaba morto em batalha. Judá revolta-se contra os assírios e o rei da Assíria, Senaqueribe, invade a região, destruindo Lachish e submetendo Jerusalém. A destruição de Lachish, narrada com riqueza de detalhes na Bíblia, também aparece num relevo encontrado em Nínive, a antiga capital assíria. E as escavações comprovaram que a Bíblia e o relevo são fiéis ao acontecido. Ou seja: nesse caso, a arqueologia provou que a Torá foi fiel aos fatos” (Superinteressante, julho/2002).
Uma história cheia de erros, mencionando lugares inexistentes, como comprovado hoje pela arqueologia, já não precisaria de mais nada para ser classificada como mito. Por cima disso, parece que ninguém se deu conta de que, se Josias tivesse realmente sido um rei escolhido por um deus todo-poderoso para unificar o seu povo eleito, ele não teria sido morto pelo exército egípcio (II Crônicas, 35: 20-22), e o povo escolhido não teria sido submetido pelos assírios. O deus todo-poderoso se mostrou impotente diante da Assíria. Só mesmo a fé, “certeza da existência das coisas que se não vêem”, é capaz de manter em bilhões de mentes humanas a convicção de que esses contos são “a verdade”.
Artigos-->QUEM ESCREVEU OS DEZ MANDAMENTOS NAS DUAS TÁBUAS DE PEDRA? -- 23/04/2006 - 19:23 (JOÃO DE FREITAS)
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Quem escreveu os dez mandamentos nas duas tábuas de pedra foi Moisés ou foi Yavé?
Alguém dos que escreveram Deuteronômio informou que Moisés disse ao seu povo:
"E o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus; e nelas estavam escritas todas aquelas palavras que o Senhor tinha falado convosco no monte, do meio do fogo, no dia da assembléia" (Deuteronômio, 9: 10).
Um dos que escreveram o livro de Êxodo relatou:
"Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras; porque conforme o teor destas palavras tenho feito pacto contigo e com Israel. E Moisés esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras do pacto, os dez mandamentos" (Êxodo, 34: 27, 128).
Estudiosos atuais, como os mais avançados recursos modernos de estudo do passado, concluíram que os cinco livros atribuídos a Moisés compõem-se de reunião de textos escritos por várias pessoas. As diversas contradições existentes, como a mencionada acima, são um testemunho dessa pluralidade de escritores.
Resta agora aos que insistem que tudo que está na Bíblia é verdade decidir se os dez mandamentos foram escritos por Moisés ou pelo próprio Yavé. Todavia, se foi Yavé, o autor do Êxodo não disse a verdade. Se foi Moisés, Deuteronômio contém informação falsa. Conseqüentemente, a Bíblia não diz a pura verdade.
Ver mais CONTRADIÇÕES BÍBLICAS
Artigos-->OS MORTOS -- 28/02/2003 - 07:21 (JOÃO DE FREITAS)
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OS MORTOS CONTINUAM VIVENDO?
“Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais noutro tempo foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água.” (I Pedro, 3: 18-20). “...hão de prestar contas àquele que é competente para julgar vivos e mortos; pois, para este fim foi o evangelho pregado também aos mortos” (I S. Pedro, 4: 5, 6).
OS MORTOS NÃO EXISTEM MAIS?
“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tão pouco terão eles recompensa, porque sua memória jás no esquecimento” (Eclesiastes, 9: 5). “no além, para onde vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” (Eclesiastes, 9: 10).
Como Cristo poderia pregar aos espírito dos que foram desobedientes enquanto Noé preparava a arca e é a própria Bíblia que afirma que “os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma”? De que adianta pregar para quem não sabe de nada? Pertencente a uma religião que não aceita a existência desse espírito, para mim as palavras de Salomão eram confirmadas na maior parte da Bíblia, porém, ninguém me explicava convincentemente as de Pedro, e acho que jamais podemos harmonizá-las.
Se Salomão estiver certo, Pedro está enganado. Se Pedro estiver certo, enganado está Salomão. Logo, não se pode dizer que tudo que está na Bíblia é verdadeiro. Se umas coisas não são verdadeiras, não podemos garantir a veracidade de outras.
A CAUSA DA CONTRADIÇÃO
No tempo em que foi escrito o livro de Eclesiastes, atribuído a Salomão, os hebreus não tinham a crença na ressurreição, nem na imortalidade da alma. Todavia, durante o cativeiro babilônico, parte deles assimilaram a crença da ressurreição. Os fariseus aceitaram a crença, e os que não a adotaram são os saduceus. A teoria da ressurreição foi a base para que os seguidores de Jesus utilizaram para passar ao mundo a idéia de que ele fosse o messias prometido pro Miquéias, messias esse que deveria surgir nos dias da Assíria. Muitas partes dos evangelhos dão a entender muito claramente que o morto esteja inconsciente mas um dia ressuscita. Em outros lugares, aparece a idéia de que os mortos estão conscientes em uma forma de existência diferente, como é o caso da carta de Pedro. Segundo o Evangelho de Lucas, Jesus teria dito: “Olhai as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede; porque um espírito não tem carne nem ossos, como percebeis que eu tenho” (Lucas, 24: 39). Isso mostra que o autor do texto, além acreditar na ressurreição, cria também na existência do tal espírito imaterial a sobreviver ao corpo depois da morte.
Artigos--> JUSTIFICADOS PELA...(?) -- 28/02/2003 - 14:32 (JOÃO DE FREITAS)
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A FÉ
“...o homem não é justificado por obras da lei e sim mediante a fé em Jesus.” (Gál. 2:16)
AS OBRAS
“Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante” (Tiago, 2:20) Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem a fé, mas não tiver obras? Pode semelhante fé salvá-lo? (Tiago, 2:14).
Qual é a verdade? O homem é justificado pela fé ou penas obras?
Estudos têm demonstrado que havia duas correntes cristãs naqueles dias, a de Paulo e a de Tiago, tendo prevalecido a primeira. Se vencesse a de Tiago, a história do Cristianismo seria outra. E o que vemos aí parece um embate entre os dois. Tiago pregava a virtude das obras; Paulo valorizava a fé.
É essa mais uma das incompatibilidades dos vários autores bíblicos.
Artigos--> ELIAS SUBIU AO CÉU (?) -- 28/02/2003 - 20:14 (JOÃO DE FREITAS)
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SUBIU...
"E, indo eles caminhando e conversando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho" (II Reis, 2: 11).
OU NÃO?
"Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem." (João, 3:13).
E aí? Onde está a verdade?
“’Não há confirmação irrefutável de que o homem Jesus tenha vivido’, diz Robert Funk, teólogo da Universidade de Montana e um dos bravos acadêmicos do Seminário de Jesus. ‘Existem argumentos propondo que Jesus é a somatória de várias personagens, ou que sua pessoa possa ter sido inflada até chegar à condição de mito’, diz. De fato é preciso se entregar a uma formidável devoção ao fundamentalismo para se acreditar piamente no que a Bíblia contém sobre o assunto. As Escrituras são contraditórias e incompletas. Na verdade, mais simbólicas do que documentais.” (Istoé, 20/12/2000, pág. 60). Aí não é um ateu, mas um teólogo, que reconhece as contradições das escrituras sagradas.
Observe a genealogia de Jesus registrada por Mateus e a escrita por Lucas. Se uma estiver certa, a outra estará errada. Se uma pode estar errada, a outra também pode. Como aceitar que essa palavra divina seja verdade? A palavra inspirada não poderia contradizer-se. Se se contradiz tem tanta segurança como a minha palavra ou a sua, que deve ser verificada. Eu posso pensar que estou dizendo a verdade e estar enganado. Entretanto, tenho a prova de que pelo menos um dos dois evangelistas estava enganado; e com base e muitos estudos realizados, afirmo que todas as duas genealogias são mitos.
Artigos-->A GENEALOGIA DE JESUS CRISTO -- 28/02/2003 - 21:20 (JOÃO DE FREITAS)
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Observe a genealogia de Jesus registrada por Lucas e a escrita por Mateus. Se uma estiver certa, a outra estará errada.
Se uma está necessariamente errada, a outra também pode estar. Como aceitar que essa palavra divina seja verdade? A palavra inspirada não poderia contradizer-se. Se se contradiz, tem tanta segurança como a minha palavra ou a sua, que devem ser verificadas. Eu posso pensar que estou dizendo a verdade e estar enganado. Entretanto, tenho a prova inegável de que pelo menos um dos dois evangelistas estava enganado; e com base e muitos estudos realizados, afirmo que todas as duas genealogias são mitos.
Artigos-->O QUE JESUS FEZ APÓS O BATISMO? -- 22/04/2006 - 18:18 (JOÃO DE FREITAS)
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Após o batismo, o que fez Jesus? Foi par ao deserto para um jejum de quarenta dias? Ou começou a reunir seus discípulos logo no dia seguinte? Como na maioria dos fatos narrados da vida de Jesus, aí também um evangelho desmente o que o outro afirma.
"Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele; e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome" (Mateus, 3: 16, 17; 4: 1, 2).
"Estas coisas aconteceram em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando. No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é aquele de quem eu disse: Depois de mim vem um varão que passou adiante de mim, porque antes de mim ele já existia. Eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, é que vim batizando em água. E João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. Eu não o conhecia; mas o que me enviou a batizar em água, esse me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito, e sobre ele permanecer, esse é o que batiza no Espírito Santo. Eu mesmo vi e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus. No dia seguinte João estava outra vez ali, com dois dos seus discípulos e, olhando para Jesus, que passava, disse: Eis o Cordeiro de Deus! Aqueles dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus. (João, 1: 28-37).
Segundo Mateus, Jesus, após ser batizado, recebeu o espírito santo, que desceu sobre ele "como uma pomba", foi para o deserto e ficou lá quarenta dias, sendo tentado pelo Diabo (Mateus, 3: 16, 17; 4: 1, 2).
Segundo o evangelho de João, Jesus veio a João para ser batizado e João testemunhou ter visto o espírito santo descer sobre ele na forma da pomba. E, "No dia seguinte João estava outra vez ali, com dois dos seus discípulos e, olhando para Jesus, que passava, disse: Eis o Cordeiro de Deus!" (João, 1: 28 a 36). E nos versos seguintes mostra que ele começou a reunir discípulos, começando com dois de João que o seguiram. Aí não houve lugar para os quarenta dias de jejum.
Se no dia seguinte ao batismo Jesus estava começando a reunir os seus discípulos, ele não fez os quarenta dias de jejum no deserto. Se ele foi para o deserto jejuar quarenta dias, ele não começou a reunir seus discípulos no dia seguinte após o batismo. Assim é certo que um evangelho deu informação falsa. Se um não disse a verdade, não é seguro acreditar que outro seja verdadeiro.
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Artigos--> O GALO CANTOU -- 28/02/2003 - 19:42 (JOÃO DE FREITAS)
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O GALO CANTOU
Mateus informou que, após Pedro negar a Jesus por três vezes, “...imediatamente cantou o galo. Então Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.” (Mateus, 26: 74, 75).
O GALO CANTOU DUAS VEZES
Marcos disse que, após Pedro negar a Jesus pela segunda vez, o galo cantou. E ao afirmar Pedro pela terceira vez que não conhecia Jesus, “...cantou o galo pela segunda vez. Então Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes.” (Marcos, 14: 68, 72)
Quem, afinal, disse a verdade? O galo cantou uma ou duas vezes?
Se Mateus estava certo, Marcos estava enganado ou vice-versa. Se um inevitavelmente estava enganado, não há nada que confirme que o outro estava certo. Isso também, entre muitas outras coisas, desfaz o mito de que tudo na Bíblia é verdade. Se parte não é verdade, como podemos afirmar que outra parte seja?
Artigos-->A HORA EM QUE JESUS FOI CRUCIFICADO -- 26/04/2006 - 18:32 (JOÃO DE FREITAS)
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A que hora Jesus Foi Crucificado? Às 09:00 horas, ou após o meio-dia. Qual é a verdade, se ela existe em algum desses textos?
O evangelho considerado o mais antigo dos quatro que estão na Bíblia afirma:
"Era a hora terceira quando o crucificaram." (Marcos 15:25).
Já aquele que se acredita ter sido o último escrito dos quatro, dá a seguinte informação:
"E era a parasceve [sexta feira] pascal, cerca da sexta hora; e disse aos judeus: Eis aqui vosso rei. Eles porém clamaram...crucificai-o" (João 19:14-15).
Enquanto um evangelho diz que ele foi crucificado à hora terceira, equivalente às nove da manhã no nosso sistema, o outro diz que às sexta, três hora depois, isto é, ao meio-dia nosso, Pilatos ainda estava apresentando Jesus ao seu povo, que pedia a sua crucifixão.
Quem terá dito a verdade? Um deu informação falsa. Se temos certeza de que uma afirmação não é verdadeira, o contrário não podemos dizer: não temos certeza de que existe uma verdadeira.
A única certeza que temos é que em um desses evangelhos encontramos mais uma das afirmações falsas do livro que dizem conter só verdade.
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Artigos-->JESUS E OS DOIS LADRÕES – VERDADE? -- 26/04/2006 - 18:57 (JOÃO DE FREITAS)
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Alguns evangelistas afirmam que Jesus foi crucificado entre dois ladrões. Isso é compreensível, porque quem pretendesse ser rei e libertar um povo dominado pelos romanos era tratado até pior do que um ladrão mesmo. Mas há um detalhe que enche de dúvida até os cristãos. Quem disse a verdade? Será que há alguma verdade no fato apresentado?
O evangelho de Mateus diz:
"Puseram-lhe por cima da cabeça a sua acusação escrita: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS. Então foram crucificados com ele dois salteadores, um à direita, e outro à esquerda. E os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Tu, que destróis o santuário e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz. De igual modo também os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: A outros salvou; a si mesmo não pode salvar. Rei de Israel é ele; desça agora da cruz, e creremos nele; confiou em Deus, livre-o ele agora, se lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus. O mesmo lhe lançaram em rosto também os salteadores que com ele foram crucificados". (Mateus, 27: 37-44).
O Evangelho de Marcos diz a mesma coisa (Marcos, 15: 27-32).
Todavia, o evangelho de Lucas diz:
"Então um dos malfeitores que estavam pendurados, blasfemava dele, dizendo: Não és tu o Cristo? salva-te a ti mesmo e a nós. Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça; porque recebemos o que os nossos feitos merecem; mas este nenhum mal fez. Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino".(Lucas, 23: 39-42).
Quem terá dito a verdade?
Dizem que o testemunho de duas pessoas é mais aceitável do que o de uma só. Entretanto, os cristãos só contam a versão isolada de Lucas.
Mas há uma questão a ser resolvida: Se Lucas disse a verdade, Mateus e Marcos disseram mentira. Se Mateus e marcos tiverem dito a verdade, Lucas não foi verdadeiro. Mas os cristãos não concordam que haja mentira na Bíblia, porque ela tem que ser totalmente "A VERDADE". Como harmonizar isso? Alguns até tentam, mas ainda não vi nada convincente.
Se não há como conciliar as duas versões, temos admitir que uma seja falsa. E qual delas seria? Se obrigatoriamente uma é falsa, pode-se afirmar que uma seja verdadeira? É possível que nenhuma seja verdade. Então, não podemos dizer que a Bíblia seja "A VERDADE". Se não há certeza sobre as palavras dos ladrões, não se pode dar certeza das de Jesus. E a chamada "verdade" é na verdade uma grande "UM CONJUNTO DE AFIRMAÇÕES INCONCILIÁVEIS".
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Artigos-->AS ÚLTIMAS PALAVRAS DE JESUS -- 02/03/2003 - 19:48 (JOÃO DE FREITAS)
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Quais foram as últimas palavras de Jesus? Os evangelistas discordam também nesse pormenor.
MATEUS:“Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Ele chama por Elias. E logo correu um deles, tomou uma esponja, ensopou-a em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber. Os outros, porém, disseram: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo. De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito” (Mateus, 27:46-50).
LUCAS:“Jesus, clamando com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou” (Lucas, 23: 46)
JOÃO: “Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre, disse: está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (João, 19: 30).
Marcos é coerente com Mateus (Marcos, 15: 34-37).
O relato de Mateus não informa com muita ênfase. “Eli, Eli, lama sabactani” não teriam sido necessariamente suas últimas palavras. “De novo bradou Jesus com grande voz” parece dizer que ele repetiu as palavras anteriores; mas até poderíamos admitir que bradar de novo poderia ser proferindo outras palavras.
Todavia, Lucas e João apresentam especificamente sua palavras, mas não são as mesmas: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” são suas palavras finais segundo Lucas. Para João foram: “está consumado”.
Mais um motivo para não aceitar cada palavra bíblica como a verdade. Se um disse a verdade, o outro não o disse. Se um não disse a verdade, como podemos crer que o outro tenha dito? Se parte da Bíblia não é verdadeira, não se pode afirmar com certeza que outra parte o seja.
Artigos-->O FIM DE JUDAS ISCARIOTES -- 18/02/2006 - 14:01 (JOÃO DE FREITAS)
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O que os cristãos conhecem sobre Judas Iscariotes é que ele traiu Jesus. Entretanto, há duas afirmações contraditórias, o que impede um leitor cuidadoso de ter qualquer uma como verdade. Agora foi encontrado o Evangelho de Judas, evangelho já citado por "Santo Irineu de Lyon, no século II", segundo a Revista Época, ed. 405, 20/02/2006. Segundo esse evangelho, Judas teria "sido perdoado por Jesus e orientado a se retirar para fazer exercícios espirituais no deserto". Não temos como saber se é verdadeira a versão no evangelho de Judas. No entanto, temos certeza de que uma das versões bíblia é falsa, o que não quer dizer alguma seja verdadeira.
O fim de Judas Iscariotes segundo o Evangelho de Mateus é o seguinte:
"Ora, chegada a manhã, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem; e, maniatando-o, levaram-no e o entregaram a Pilatos, o governador. Então Judas, aquele que o traíra, vendo que Jesus fora condenado, devolveu, compungido, as trinta moedas de prata aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Responderam eles: Que nos importa? Seja isto lá contigo. E tendo ele atirado para dentro do santuário as moedas de prata, retirou-se, e foi enforcar-se. Os principais sacerdotes, pois, tomaram as moedas de prata, e disseram: Não é lícito metê-las no cofre das ofertas, porque é preço de sangue. E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo do oleiro, para servir de cemitério para os estrangeiros. Por isso tem sido chamado aquele campo, até o dia de hoje, Campo de Sangue. Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, a quem certos filhos de Israel avaliaram, e deram-nas pelo campo do oleiro, assim como me ordenou o Senhor. (Mateus, 27: 1-10).
O autor de Atos dos Apóstolo já contou outra história, incompatível com a primeira:
"Irmãos, convinha que se cumprisse a escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus; pois ele era contado entre nós e teve parte neste ministério. (Ora, ele adquiriu um campo com o salário da sua iniqüidade; e precipitando-se, caiu prostrado e arrebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram. E tornou-se isto conhecido de todos os habitantes de Jerusalém; de maneira que na própria língua deles esse campo se chama Acéldama, isto é, Campo de Sangue.) Porquanto no livro dos Salmos está escrito: Fique deserta a sua habitação, e não haja quem nela habite; e: Tome outro o seu ministério. (Atos, 1: 16-20).
O chamado Evangelho de Judas, conforme a revista Época, tem a seguinte informação: "A delação aos sacerdotes judeus teria sido, segundo o manuscrito, um desígnio divino para que o Filho de Deus sofresse o martírio e salvasse os homens. Judas também afirma, de acordo com os relatos, que não se enforcou depois, arrasado pela culpa. Teria sido perdoado por Jesus e orientado a se retirar para fazer exercícios espirituais no deserto".
Quem teria dito a verdade? O Evangelho de Mateus? O livro de Atos dos Apóstolos? Ou o Evangelho de Judas? Pelo menos dois disseram mentira. Judas, arrependido, atirou as moedas dentro do templo e se enforcou, tendo os sacerdotes adquirido com o dinheiro o terreno chamado Acéldama, OU Judas adquiriu o terreno e caiu arrebentado-se? Ou Judas foi para o deserto? Como muitas coisas da origem do cristianismo já são provadas fábulas, é possível que Judas Iscariotes nem tenha existido.
Artigos-->A VERDADE SOBRE A RESSURREIÇÃO DE JESUS -- 19/11/2005 - 20:13 (JOÃO DE FREITAS)
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Não é necessário mais do que uma leitura comparada dos relatos de Marcos, Lucas e João, para vermos que a ressurreição de Jesus foi um conto elaborado durante algumas décadas após ele ser executado pelos romanos.
A RESSURREIÇÃO SEGUNDO MARCOS
“Ora, passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro muito cedo, ao levantar do sol. E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro?
Mas, levantando os olhos, notaram que a pedra, que era muito grande, já estava revolvida; e entrando no sepulcro, viram um moço sentado à direita, vestido de alvo manto; e ficaram atemorizadas.
Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o nazareno, que foi crucificado; ele ressurgiu; não está aqui; eis o lugar onde o puseram” (Marcos, 16: 1-5).
A RRESSURREIÇÃO SEGUNDO JOÃO
“No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do sepulcro. Correu, pois, e foi ter com Simão Pedro, e o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram.
Saíram então Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais ligeiro do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro; e, abaixando-se viu os panos de linho ali deixados, todavia não entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro e viu os panos de linho ali deixados, e que o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, não estava com os panos, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu. Porque ainda não entendiam a escritura, que era necessário que ele ressurgisse dentre os mortos.
Tornaram, pois, os discípulos para casa. Maria, porém, estava em pé, diante do sepulcro, a chorar. Enquanto chorava, abaixou-se a olhar para dentro do sepulcro, e viu dois anjos vestidos de branco sentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E perguntaram-lhe eles: Mulher, por que choras? Respondeu-lhes: Porque tiraram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. Ao dizer isso, voltou-se para trás, e viu a Jesus ali em pé, mas não sabia que era Jesus.
Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, julgando que fosse o jardineiro, respondeu-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, virando-se, disse-lhe em hebraico: Raboni! - que quer dizer, Mestre” (João, 20: 1-16).
A RESSURREIÇÃO SEGUNDO LUCAS
“Mas já no primeiro dia da semana, bem de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado. E acharam a pedra revolvida do sepulcro. Entrando, porém, não acharam o corpo do Senhor Jesus.
E, estando elas perplexas a esse respeito, eis que lhes apareceram dois varões em vestes resplandecentes; e ficando elas atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui, mas ressurgiu. Lembrai-vos de como vos falou, estando ainda na Galiléia, dizendo: Importa que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressurja.
Lembraram-se, então, das suas palavras; e, voltando do sepulcro, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os demais. E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago; também as outras que estavam com elas relataram estas coisas aos apóstolos. E pareceram-lhes como um delírio as palavras das mulheres e não lhes deram crédito. (Lucas, 24: 1-10).
QUEM TERIA DITO A VERDADE?
Quem foi ao sepulcro? Maria Madalena sozinha? (João, 20: 1)
Ou ela e Maria mãe de Tiago (Marcos, 16: 1)? Ou elas e Joana (Lucas, 24: 10)?
Maria Chegou, ou Marias chegaram ao sepulcro ao levantar o sol (Marcos, 16: 1), ou
de madrugada, sendo ainda escuro (João, 20: 1).
Quantos anjos ela ou elas encontraram? Um (Marcos, 16: 5),
ou dois (Lucas, 24: 4)?
Elas foram informadas da ressurreição ao chegar ao sepulcro (Marcos, 16: 6),
ou só depois que vieram Pedro e outro discípulo (João, 20: 1-14)?
Jesus não estava mais no local (Lucas, 24: 6),
ou estava lá (João, 20: 14)?
Os discípulos creram na ressurreição ao ver os lençóis sem o corpo no sepulcro (João, 20: 6-a8),
ou receberam as informações das mulheres e ainda não creram (Lucas, 24: 10, 11)?
Se um evangelista disse a verdade, outros dois deram algumas informações falsas.
Se dois não disseram a verdade, não se pode garantir que um tenha dito.
E esse monte de contradições ocorreu entre apenas três dos quatro evangelhos escolhidos.
Agora imagine se fôssemos reunir todos os evangelhos, que são próximo de cem!
Não precisamos de maior evidência para entender que essa ressurreição não é mais real do que os contos sobre os deuses dos gregos, romanos, fenícios ou outros.
A VERDADE MAIS PROVÁVEL SOBRE A RESSURREIÇÃO DE JESUS
Segundo a Bíblia, os hebreus receberam a verdade divina diretamente de Yavé. Todavia, Yavé nunca lhes prometeu ressurreição antes do cativeiro babilônico. Por que isso foi assim?
A realidade que aflora da reunião de todos os dados existentes é que os hebreus tiveram contato com a crença na ressurreição dos mortos no cativeiro babilônico. E os persas, sob cujo domínio viveram depois, também criam na ressurreição.
Como os discípulos de Jesus conheciam essa crença e a adotaram, passaram a crer que Jesus poderia ressuscitar e retornar com poder divino para estabelecer aquele reino que esperavam.
Os evangelhos foram escritos mais de quarenta anos após a morte de Jesus, época em que deveria haver poucas pessoas dos que teriam tido contato com ele. Assim, qualquer coisa que dissessem sobre ele teria pouca chance de ser desmentida. Ademais, esses evangelhos devem ter levado muito tempo para ser bem disseminados entre os povos. Isso tornou impossível alguém provar que os prodígios e a ressurreição fossem inventos.
Muitos historiadores viveram nos dias de Jesus, e nada escreveram sobre ele. Entre eles, Filão de Alexandria, cujas idéias são tidas por alguns como precursoras do cristianismo. Todavia, ele não escreveu uma palavra sequer sobre Jesus. Disso só se pode deduzir que ele não conheceu Jesus. Agora, pense um pouco: se Jesus tivesse feito um pouquinho do que os evangelhos dizem que ele fez, aquele historiador não teria sido informado?
O mais evidente de tudo isso é que os discípulos de Jesus, crendo na ressurreição dos mortos, passar a pensar que ele tivesse ressuscitado ou fosse ressuscitar um dia e retornaria para estabelecer o reino, e posteriormente, muitos anos depois, alguém já começou a dizer que ele fora visto ressuscitado, e os evangelhos, cujas contradições nos provam sua inutilidade, ficaram como a verdade que os cristãos conhecem hoje.
Observação: Se o que crêem os cristãos fosse uma realidade, Yavé teria informado desde o primeiro patriarca que eles iriam ressuscitar, e não haveria nenhuma contradição nas informações bíblicas. Ademais, o messias não teria sido prometido para destronar a Assíria e estabelecer um reino unido de Judá e Israel, e, em vez disso, vindo só nos dias de Roma e sendo morto pelos romanos.
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2007-03-19
13:18:33
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perguntado por
Marcio B
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