English Deutsch Français Italiano Español Português 繁體中文 Bahasa Indonesia Tiếng Việt ภาษาไทย
Todas as categorias

" Foge-me, pouco a pouco, a curta vida,//
Se por acaso, é verdade que ainda vivo..."

2007-03-19 06:50:51 · 6 respostas · perguntado por Tricolor Flu 4 em Sociedade e Cultura Idiomas e Línguas

Usei "ainda vivo", em lugar de "inda
vivo", tentando despistar...

2007-03-20 07:27:21 · update #1

6 respostas

Luís de Camões

2007-03-19 07:00:36 · answer #1 · answered by Veterana. 7 · 0 0

Luís de Camões


Foge-me pouco a pouco a curta vida
- se por acaso é verdade que inda vivo -,
vai-se-me o breve tempo d'ante os olhos;
choro pelo passado enquanto falo,
se me passam os dias passo e passo;
vai-se-me enfim a idade, e fica a pena.

Que maneira tão áspera de pena
que nunca üa hora viu tão longa vida,
em que possa do mal mover-se um passo!
Que mais me monta ser morto que vivo?
Para que choro, enfim? Para que falo,
se lograr-me não pude de meus olhos?

Ó fermosos, gentis e claros olhos,
cuja ausência me move a tanta pena
quanta se não compreende enquanto falo!
Se, no fim de tão longa e curta vida,
de vós m'inda inflamasse o raio vivo,
por bem teria tudo quanto passo.

Mas bem sei que primeiro o extremo passo
me há-de vir a cerrar os tristes olhos
que Amor me mostre aqueles por que vivo.
Testemunhas serão a tinta e pena,
que escreveram de tão molesta vida
o menos que passei, e o mais que falo.

Oh! que não sei que escrevo, nem que falo!
Que, se de um pensamento n'outro passo,
vejo tão triste género de vida
que, se lhr não valerem tantos olhos,
não posso imaginar qual seja a pena
que traslade esta pena com que vivo.

N'alma tenho contino um fogo vivo
que, se não respirasse no que falo,
estaria já feita cinza a pena;
mas sobre a maior dor que sofro e passo,
me temperam as lágrimas dos olhos
com que, fugindo, não se acaba a vida.

Morrendo estou na vida, e em morte vivo;
vejo sem olhos, e sem língua falo;
e juntamente passo glória e pena.

2007-03-19 14:01:06 · answer #2 · answered by CloeSmall 2 · 1 0

Autor: Luiz Vaz de Camões:

Razão de Ser:
Em 1579 a peste assola Lisboa. Num quarto escuro, Camões estirado na cama. Tem muita febre e já ninguém duvida que é mais uma vítima da doença. Na boca, um gosto, misto de gengibre, canela, cominhos e açafrão: remédio contra a pestilência. Dona Ana de Macedo segue todas as receitas conhecidas: sangria e até sumo de serpilho misturado com leite de mulher. Na casa, o fogo sempre aceso para queimar o ar que tresanda.

O autor d’Os Lusíadas está muito fraco, mas insiste em escrever. Remete uma carta a D. Francisco de Almeida, referindo-se ao desastre de Alcácer-Quibir, à ruína financeira da Coroa portuguesa, à independência nacional ameaçada. "Enfim acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria que não só me contentei de morrer nela, mas com ela".

A mãe deixa o quarto, prato de comida intacto nas mãos. O poeta já não reage. Desvanece.

"Foge-me, pouco a pouco, a curta vida,
Se por acaso é verdade que inda vivo;
(...) Choro pelo passado; e, enquanto falo,
Se me passam os dias passo a passo.
Vai-se-me, enfim, a idade e fica a pena." (3)

2007-03-21 05:41:57 · answer #3 · answered by Little S 5 · 0 0

Já responderam, mas foi Camões.

SEXTINA

(de Luís de Camões)

Foge-me pouco a pouco, a curta vida,
E por caso é verdade que inda vivo;
Vai-se-me o breve tempo de ante os olhos;
Choro pelo passado; e, enquanto falo,
Se me passam os dias passo a passo,
Vai-se-me, enfim, a idade e fica a pena.

2007-03-19 14:15:27 · answer #4 · answered by Pensador 2 · 0 0

LUÍS VAZ DE CAMÕES



Em 1579 a peste assola Lisboa. Num quarto escuro, Camões estirado na cama. Tem muita febre e já ninguém duvida que é mais uma vítima da doença. Na boca, um gosto, misto de gengibre, canela, cominhos e açafrão: remédio contra a pestilência. Dona Ana de Macedo segue todas as receitas conhecidas: sangria e até sumo de serpilho misturado com leite de mulher. Na casa, o fogo sempre aceso para queimar o ar que tresanda.

O autor d’Os Lusíadas está muito fraco, mas insiste em escrever. Remete uma carta a D. Francisco de Almeida, referindo-se ao desastre de Alcácer-Quibir, à ruína financeira da Coroa portuguesa, à independência nacional ameaçada. "Enfim acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria que não só me contentei de morrer nela, mas com ela".

A mãe deixa o quarto, prato de comida intacto nas mãos. O poeta já não reage. Desvanece.

"Foge-me, pouco a pouco, a curta vida,
Se por acaso é verdade que inda vivo;
(...) Choro pelo passado; e, enquanto falo,
Se me passam os dias passo a passo.
Vai-se-me, enfim, a idade e fica a pena.

2007-03-19 14:01:47 · answer #5 · answered by Alex 6 · 0 0

Luiz vaz de Camoes

2007-03-19 13:59:54 · answer #6 · answered by number twenty one 4 · 0 0

fedest.com, questions and answers