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2007-03-17 12:00:12 · 3 respostas · perguntado por weliton v 1 em Governo e Política Outras - Governo e Política

3 respostas

A Rússia é uma Democracia Federal. Os três poderes do Estado - Legislativo, Executivo e Justiça são independentes uns dos outros.

As decisões políticas são tomadas na assembleia federal russa que é constuída por duas câmaras:

A Duma
O Conselho Federal
A Duma [3] (em russo Государственная дума, Gosudarstvennaya Duma) é o parlamento russo com 450 deputados. Qualquer cidadão russo (ou com nacionalidade adquirida) com mais de 21 anos pode ser eleito deputado da Duma.

Todas as leis a serem aplicadas a nível federado têm de ter aprovação com maioria absoluta na Duma.


O presidente
O presidente é a cabeça do estado, protector da constituição, dos direitos e das liberdades dos cidadãos e tem de accionar qualquer medida para proteger a integridade da soberania russa. É ele que representa a Rússia nos encontros diplomáticos.

O Presidente é eleito através do voto livre, popular, directo, universal e secreto para um mandato de 4 anos podendo-o repetir mais uma única vez.

Qualquer cidadão russo pode ser candidato a presidente desde que tenha mais de 35 anos e 10 de permanência nos territórios.

Uma vez eleito o presidente, este deve proferir a seguinte frase na sua tomada de posse:


"Juro exercer os poderes que a Federação da Rússia me concede, de proteger os direitos do Homem e do cidadão, de vigiar e defender a Constituição, de proteger a soberania e a independência do território, de modo a servir com justiça o povo."

O atual presidente da Rússia é Vladimir Putin - Vladimir Vladimirovitch Putin.

2007-03-17 12:08:00 · answer #1 · answered by Marko 6 · 0 0

Já falaram tudo e não deixaram espaço pra mais ninguem, só posso falar de turismo que fizemos na Russia.

2007-03-21 06:00:03 · answer #2 · answered by veruska 6 · 0 0

INTRODUÇÃO

Rússia, república que se estende pela Europa oriental e pelo norte da Ásia, formada por 21 repúblicas étnicas e um oblast (região) autônomo, além de outros dez okrugs autônomos (ou zonas nacionais). Oficialmente conhecida como Federação Russa, a República Socialista Soviética Federada da Rússia (RSFSR) era antes integrada à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). É o maior país do mundo, com 17.075.400 km2 de superfície. Moscou é a capital.



Vladimir Putin O presidente russo Vladimir Putin se dirige aos altos funcionários da Comunidade de Estados Independentes (CEI) no início de março de 2000, em Moscou. Dias depois, Putin foi eleito o novo presidente da Rússia, com vitória esmagadora no primeiro turno das eleições.

Balé Kirov O balé Kirov, na imagem, dividiu a fama de ser, junto com o Bolshoi, o mais alto expoente da cultura russa. Após o colapso do regime comunista, que financiava ambas as companhias, as duas afundaram em uma crise profunda e, em suas turnês pelo exterior, têm sido criticadas pela falta de talento renovador.

Ícone dos quatro santos, Rússia A temática religiosa dominou a arte russa até o início do século XX. Esses temas se refletiram nos ícones, pinturas estilizadas criadas em estreita submissão às diretrizes eclesiásticas, que eram considerados obras de arte sagradas. Este ícone russo data do século XIV.

Praça Vermelha de Moscou Durante o regime soviético foi usada como local de celebração da festa militar de primeiro de maio e também como depositária do mausoléu de Lenin. Um muro de pedra vermelha, em um dos lados da praça, rodeia o Kremlin (à direita), que foi o centro de poder na União Soviética antes de sua dissolução em 1991. A catedral de São Basílio (à esquerda), do século XVI, apresenta oito cúpulas desiguais e as formas características dos edifícios e igrejas da arquitetura ortodoxa russa. A Praça Vermelha mede 400 m de comprimento.
É circundada ao norte por uma série de braços do oceano Glacial Ártico e ao leste limita-se com o estreito de Bering, o mar de Bering e os mares de Okhotsk e do Japão. O extremo sudeste da Rússia é demarcado pela Coréia do Norte. Ao sul limita-se com a China, a Mongólia, o Cazaquistão, o Azerbaijão, a Geórgia e o mar Negro; ao sul-sudoeste com a Ucrânia, a oeste com a Polônia, Belarus (Bielo-Rússia), a Lituânia, a Letônia, a Estônia e a Finlândia, e a noroeste com a Noruega.


No oceano Glacial Ártico, encontram-se a Terra de Francisco José e o arquipélago de Novaya Zemlya. No oceano Pacífico, estão as ilhas Kuriles e a grande ilha Sakhalin.

A Rússia pode ser dividida em três vastas regiões: a Rússia européia, a oeste dos montes Urais; a Sibéria, que se prolonga em direção ao leste a partir dos Urais; e a Rússia oriental, que engloba a parte mais sudoriental do país e a faixa costeira do Pacífico.


2 TERRITÓRIO E RECURSOS

A massa continental da república é uma enorme planície, localizada a oeste e a norte, guarnecida por um cinturão descontínuo de montanhas e planaltos a leste. A Rússia européia é uma planície ondulada com altitude média de 180 m, limitada a leste pelos montes Urais, série de cadeias montanhosas bastante desgastadas, com 600 m de elevação média. A leste dos Urais, a região das mesetas continua até as terras baixas da Sibéria ocidental. Essa enorme extensão, exageradamente plana, é mal drenada e muito pantanosa.

A leste do rio Ienissei, começam as terras baixas da plataforma da Sibéria central; aqui as elevações oscilam entre os 500 m e os 700 m; os rios erodiram a superfície e em alguns lugares formaram profundos cânions.

A leste do rio Lena, aparece uma série de montanhas e vales, como os montes Verkhoyansk, Cherski e Kolyma; em direção ao oceano Pacífico, as montanhas são mais altas e escarpadas e há constante atividade vulcânica na península de Kamchatka e nas ilhas Kurilas.

A fronteira meridional da Rússia européia compreende a cordilheira do Cáucaso, que alcança seu ponto mais alto no Elbrus (5.642 m), e a parte asiática tem uma série de cadeias montanhosas, como as cordilheiras de Altai, Sayan, Jablonovi e Stanovoi. Os rios mais extensos da Rússia encontram-se na Sibéria e na Rússia oriental. Os principais sistemas fluviais são o Obi-Irtysh e o Amur-Shilka-Onon. O maior rio em comprimento é o Lena (4.300 km); seguem-se o Irtysh e o Obi; o Volga é o rio mais comprido da Europa.

O governo soviético desenvolveu um importante plano de construção de represas para gerar energia elétrica, implantar sistemas de irrigação, controlar as inundações e tornar os rios navegáveis, o que fez com que algumas das bacias desses rios tenham se transformado completamente.

Há muitos lagos naturais na Rússia, sobretudo na parte noroeste, como o Ladoga e o Onega, de origem glacial. Os maiores, no entanto, estão ao sul, como o mar Cáspio, um lago salgado, e o lago Baikal.

As condições climáticas da Rússia são rigorosas, com invernos longos e frios e verões curtos e frescos. As temperaturas são extremas: as mais baixas do inverno acontecem na Sibéria oriental. As altas montanhas da fronteira meridional não permitem a entrada das massas de ar tropicais. A principal influência marinha procede do oceano Atlântico, especialmente durante o verão, quando o território recebe a maior quantidade de precipitações.

As precipitações são muito escassas. Na meseta européia, a média anual de chuvas cai de algo mais de 800 mm, no oeste da Rússia, para menos de 400 mm ao longo da costa do mar Cáspio. Na Sibéria e na região mais oriental, oscila entre 500 mm e 800 mm; e nos vales interiores apenas supera os 300 mm anuais.

O território russo abarca distintas zonas climáticas, que se estendem em sentido latitudinal. Na costa ártica, prevalece o clima de tundra. Ao sul, um largo cinturão de clima subártico avança até a cidade de São Petersburgo e se alarga a leste dos Urais para envolver quase toda a Sibéria e a Rússia mais oriental. Quase toda a Rússia européia está sob a influência de um clima continental mais moderado. O largo cinturão de clima seco de estepe, caracterizado por seus frios invernos, começa no mar Negro e se estende em direção ao nordeste.

As zonas de vegetação guardam relação com as diferentes zonas climáticas do país. Ao norte estende-se a tundra, com musgos, líquens e bétulas anãs, onde o solo é permanentemente gelado (permafrost). Ao sul da tundra, a zona florestal se divide no bosque boreal, ou taiga, nas zonas setentrionais, ocupada por coníferas e árvores de folhas pequenas e uma área muito menor ocupada pelo bosque misto, que se estende pela parte central da planície oriental européia.

Ao sul, o bosque misto converte-se em uma franja estreita de estepe florestal, antes de passar à autêntica estepe, uma mescla de ervaçais com árvores pouco desenvolvidas, que se estende pela metade ocidental da planície caucásica norte, vale meridional do Volga, sul dos Urais e algumas zonas da Sibéria ocidental. Assim como a estepe florestal, é zona cultivável.

A fauna é abundante e variada. Na tundra, ela compreende ursos polares, focas, leões marinhos, raposas polares, renas e a lebre branca. A avifauna é formada pela perdiz branca, o mocho branco, gaivotas e bobos. A taiga oferece importante hábitat ao alce, ao urso pardo, à rena e ao lince, entre outros. Os bosques caducifólios abrigam espécies como o javali, o cervo, o lobo e a raposa. Os bosques da Rússia oriental são conhecidos pela presença, entre outras espécies, dos famosos tigres siberianos do Ussuri, além de leopardos, raposas e cervos. Na estepe habitam roedores, o antílope da estepe, o furão e a raposa da Tartária, o grou, a águia e o gavião. A região do Cáucaso tem uma vida selvagem particularmente importante.

3 POPULAÇÃO E GOVERNO


Com uma população de 145.470.200 habitantes (2001), a Rússia é o sexto país mais povoado do mundo. A densidade é de 8,5 hab/km2; nas zonas rurais da Rússia européia é de 25 hab/km2 e pouco mais de um terço do território conta com menos de 1 hab/km2, em especial a parte setentrional da Rússia européia e grandes áreas da Sibéria.

A Rússia é um dos maiores estados plurinacionais do mundo, ainda que os russos constituam a nacionalidade predominante. A população não russa é calculada em 18%; as minorias mais destacadas são os tártaros (3,8%) e os ucranianos (3%). O país conta com 32 divisões étnicas.

Há treze cidades com mais de um milhão de habitantes. A maior cidade é Moscou, com 8.801.000 habitantes segundo estimativas para 1990; outras cidades importantes são São Petersburgo, com 4.468.000 habitantes; Nizni Novgorod, com 1 bilhão 443 mil habitantes; Yekaterinburg, com 1.367 mil habitantes; e Samara, com 1.258 mil habitantes.

Na Rússia fala-se mais de cem línguas; no entanto, a língua russa é a mais usada nos negócios, na administração e na educação. A maioria dos grupos étnicos é bilingüe.

A prática da religião esteve sob controle do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), sendo, inclusive, perseguida durante quase sete décadas; desde a dissolução da URSS, apareceram numerosos credos, seitas e confissões religiosas e ressurgiram as religiões tradicionais: cristianismo ortodoxo (ver Igreja Ortodoxa) e outras formas de cristianismo, islamismo, budismo e judaísmo (ver Literatura russa).

O governo da Rússia foi o último governo nacional estabelecido entre as repúblicas da antiga URSS. Somente nos últimos anos da URSS estabeleceram-se algumas instituições como o Soviet Supremo, o Partido Comunista e o KGB (Komitet Gosudarstvennoy Bezopasnosti, Comitê para a Segurança do Estado) específicas para a Rússia. Mas o poder real era exercido pelas autoridades centrais do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), até a dissolução da URSS.

Após prolongados enfrentamentos, o presidente Boris Yeltsin, apoiado pelas forças reformistas do executivo, solicitou a redação de nova Constituição, aprovada em referendo popular em 1993.

No final da década de 1980, a cena política sofreu mudança radical: passou de Estado totalitário com partido único para um sistema democrático com numerosos grupos políticos fracionados. O PCUS foi substituído por centenas de grupos, facções, movimentos e partidos.

4 ECONOMIA

A economia viu-se afetada de forma bastante negativa pela dissolução da URSS. O declínio econômico começou nos últimos anos do período soviético. O poder aquisitivo da moeda russa, o rublo, que ainda hoje continua sendo a moeda em muitas das antigas repúblicas soviéticas, caiu de forma alarmante e o Estado enfrenta o enorme déficit orçamentário herdado do período soviético. Em 1999, o produto interno bruto era de 1,9 bilhão de dólares e o PIB per capita de 2.750 dólares.

As reformas de mercado começaram em 1992, mas enfrentaram resistência generalizada. Cerca de um terço de todas as empresas municipais e estatais foram privatizadas no final de 1993; em algumas cidades, como Nizni Novgorod, São Petersburgo ou Iaroslavl, esse processo aconteceu muito mais rapidamente do que no resto do país. Além disso, o esquema legal para levar adiante a privatização estava incompleto.

A produção agrária experimentou, no início de 1990, agudo declínio; embora a produção de carne tenha permanecido praticamente estável, os rebanhos também diminuíram de forma acentuada. A privatização ocorreu de modo bastante lento; quase toda a terra cultivável (96% em 1993) permaneceu sob controle das antigas granjas coletivas e estatais, muitas delas reorganizadas como cooperativas ou companhias associadas, e somente 4% tornaram-se granjas privadas.

A Rússia é um país eminentemente cerealeiro. Outras culturas importantes são as de sementes de girassol, beterraba açucareira, soja, batatas e hortaliças. A principal ocupação da população do norte é a criação de rena.

A maior parte das terras cultiváveis se estende pelo chamado triângulo da fertilidade, que se prolonga do Báltico até o mar Negro, para estreitar-se ao sul dos Urais. Durante o regime soviético, construíram-se sistemas de irrigação em bacias hidrográficas da Rússia européia; apesar disso, os principais projetos de irrigação estão localizados nas repúblicas da Ásia central.

A Rússia conta com 20% dos bosques da Terra e com, aproximadamente, um terço dos bosques de coníferas, razão pela qual é, em todo o mundo, um dos principais produtores de madeira e produtos derivados, principalmente madeiras brancas. A indústria pesqueira russa é uma das maiores do mundo. Entre as espécies mais comerciais das águas continentais, cabe destacar o esturjão do Cáspio, que é a principal fonte de caviar do mundo. O mar de Okhotsk é um dos bancos pesqueiros mais ricos do planeta. A Rússia detém as maiores reservas minerais do mundo e é especialmente rica em combustíveis fósseis. A mineração é o setor econômico mais importante, já que proporciona as maiores exportações do país, alicerçadas em ferro bruto, cobre e níquel, procedentes principalmente dos Urais. É, além disso, um dos mais importantes produtores de ouro. Também extrai bauxita, estanho, chumbo e zinco e produz manganês.

Do ponto de vista soviético, a indústria pesada deveria ter prioridade sobre os demais setores, com concentração especial na construção de maquinário e no setor metalúrgico. A indústria de armamentos goza de prioridade absoluta dentro dos programas de produção nacional e evidencia o progresso tecnológico do setor.

Inicialmente, as empresas manufatureiras estavam concentradas em Moscou e São Petersburgo; ao mesmo tempo, foram iniciados trabalhos de eletrificação na região dos Urais e em algumas regiões da Sibéria; com o tempo, aumentou-se a produção nas regiões orientais.

Além da produção de equipamentos de transporte, da construção naval, de motores para veículos e de maquinário agrícola, a Rússia é também importante produtor de artigos têxteis. A indústria alimentícia também tem lugar de destaque.

O turismo era o maior produtor de divisas na antiga URSS e continua sendo uma importante fonte de recursos; Moscou, São Petersburgo e arredores, assim como o litoral do mar Negro, constituem os pontos mais freqüentados por turistas em férias.

5 HISTÓRIA

Ivan, o Terrível Ivan IV Vasilievitch ficou conhecido como Ivan, o Terrível, por usar a tortura, o desterro e a execução para reprimir os nobres que conspiraram contra ele. Embora famoso por sua crueldade e seus excessos, fundou um poderoso Estado russo e estabeleceu o modelo para o governo autocrático czarista.Hulton Deutsch

Antigo império que se estendia pelo leste da Europa e da Ásia setentrional e ocidental, a Rússia compreende atualmente o território que, até 1991, integrava a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), estabelecida após a Revolução Russa de 1917.

Durante a era pré-cristã, o território era habitado por grupos de tribos nômades. A grande região do norte encontrava-se povoada por tribos de eslavos. No sul, a região da Cítia foi ocupada por uma sucessão de povos asiáticos, como os cimérios, os citas e os sármatas. Os comerciantes e os colonos gregos estabeleceram numerosos assentamentos ao longo da costa norte do mar Negro e na Criméia.

Nos primeiros séculos da era cristã, os citas, de origem asiática, foram deslocados pelos godos, povo germânico do qual uma tribo (os ostrogodos) estabeleceu um reino às margens do mar Negro. No século IV d.C., os hunos derrotaram os godos, destruindo a Cítia. Os godos se mantiveram provisoriamente no atual território da Ucrânia e a região da Bessarábia. Mais tarde chegaram os ávaros, seguidos dos magiares e dos jázaros, os quais mantiveram sua influência até a primeira metade do século X.

A organização política dos eslavos orientais era ainda de caráter tribal quando os vikings começaram a navegar e comerciar pelos rios russos, no século IX. As dissensões internas eram tão virulentas que permitiram a instauração de uma aristocracia escandinava sobre os povos eslavos, o que facilitou a escolha de um príncipe viking como líder que fosse capaz de uni-los: Rurik, chefe escandinavo que, em 862, converteu-se em governador de Novgorod; com ele começou a expansão territorial do povo eslavo, que com a fundação do principado de Kíev chegou à fronteira setentrional do Império bizantino, com o qual estabeleceu um acordo comercial em 911.

Com Iaroslav, o Sábio, príncipe de Novgorod, no século XI, o estado de Kíev alcançou seu esplendor máximo. Para consolidar a posição de seus herdeiros, Iaroslav idealizou um sistema de precedência, que estabelecia a hierarquização dos diferentes principados.

A morte de Iaroslav contribuiu para o declínio de Kíev e a Rússia se transformou em um conjunto de pequenos estados em confronto. Estimulada pelo comércio com as nascentes cidades alemãs, Novgorod chegou a ser um próspero estado comercial que alcançou posição dominante e que, no século XIII, foi sede de uma das principais feitorias da Liga Hanseática alemã. Esse mosaico de cidades-estado unidas por língua, religião, tradições e costumes comuns, mas governadas por membros das múltiplas casas descendentes de Rurik que freqüentemente estavam em guerra entre si, facilitou a intromissão dos estrangeiros. Os cavaleiros teutônicos, os lituanos e os polacos invadiam os territórios russos e, ao sul, aconteciam constantes incursões por parte dos nômades polovetzi.

Pedro, o Grande Pedro I, o Grande, impôs costumes ocidentais, construiu estradas e canais, modernizou o Exército e a Marinha e abriu os portos ao comércio. Com isso, conseguiu seu objetivo de transformar a Rússia de um principado asiático em uma grande potência européia.Hulton Deutsch

Em 1223, o exército mongol de Gengis Khan iniciou suas incursões pelo sudeste. Após sua vitória, os mongóis se retiraram, regressando à Ásia, mas, em 1237, Batu Khan, neto de Gengis Khan, dirigiu novamente os mongóis para a Rússia oriental. Em 1240, assolou a parte sudeste, destruindo Kíev. Os tártaros saquearam a Polônia e a Hungria e continuaram em direção leste, até a Morávia. Em 1242, Batu Khan estabeleceu a capital em Sarai, no curso inferior do Volga (hoje Volgogrado) e fundou o kanato conhecido como a Horda de Ouro, que foi praticamente independente do Império mongol. O governo, as leis e os costumes tártaros abalaram consideravelmente as tradições russas.

O noroeste da Rússia foi ameaçado por invasores procedentes do oeste; os suecos se apossaram dos territórios de Novgorod; o príncipe Aleksandr Iaroslavevitch derrotou os suecos e, a partir de então, ficou conhecido como Alexandre Nevski. Dois anos mais tarde, a Ordem Teutônica avançou novamente a partir do oeste, mas Alexandre derrotou-os. Ameaçado por contínuo perigo no oeste, adotou uma política de submissão à Horda de Ouro. Em 1263, Alexandre Nevski entregou Moscou a seu filho Daniel, com o qual se inicia uma linhagem de duques moscovitas que pouco a pouco foram estendendo suas terras, anexando os territórios vizinhos. Tão logo contaram com o apoio da Igreja, começaram a organizar um novo estado russo. Em meados do século XIV, o grão-duque Dimitri Donskoi liderou com êxito a primeira revolta contra o poder dos mongóis.

O grão-duque Ivan III, o Grande, passou a se considerar czar de um regime autocrático. Incorporou à Moscóvia os estados de Novgorod, em 1478, e Tver, em 1485. A dominação mongol terminou em 1480. Uma vez livre do controle tártaro, entre 1492 e 1500, Ivan invadiu os territórios lituanos.

Ivan IV, o Terrível, foi proclamado soberano em 1533 e, em 1547, transformou-se no primeiro grão-duque moscovita a ser coroado czar. Seu principal objetivo era debilitar o poder dos boiardos (membros da alta nobreza) e da Igreja. Em uma de suas primeiras medidas, determinou que metade das terras da Moscóvia (Oprichnina) fosse propriedade patrimonial do czar e, com isso, estabeleceu um novo grupo social, denominado oprichniki.

Em 1552, os exércitos moscovitas conquistaram e anexaram o reino tártaro de Kazán. Astracã passou a ser território russo em 1556. A zona fronteiriça da Moscóvia foi ocupada pouco a pouco pelos cossacos, homens livres recrutados voluntariamente para o serviço do czar. Em 1581, uma expedição cossaca cruzou os Urais e iniciou uma colaboração mútua que possibilitou que a maior parte dos territórios do Obi fossem administrados por um governador russo, começando, assim, a conquista da Sibéria. Ivan, embora conhecido como o Terrível por suas crueldades, fortaleceu o Estado e estabeleceu as bases do governo supremo dos czares.

Seu filho Teodoro I (1584-1598) foi dominado pelo boiardo Boris Godunov. O Estado russo cresceu em poder e prestígio. Em 1598, Godunov conseguiu ser eleito czar pela Assembléia Nacional. No entanto, a misteriosa morte de Dimitri Ivanovitch, último filho de Ivan, o Terrível, provocou uma revolta que fez com que o país caísse em estado de total anarquia, que só terminou em 1613, quando a Assembléia Nacional escolheu como czar Miguel Romanov, que iniciou a dinastia dos Romanov. Sob os primeiros soberanos dessa família, novas leis outorgaram aos nobres proprietários de terras maior poder sobre seus servos. Em 1654, os cossacos livres da Ucrânia se rebelaram contra a dominação polonesa e ofereceram seu apoio ao czar. Após a guerra com a Polônia (1654-1667), a Rússia recuperou o leste da Ucrânia.

Catarina II, a Grande A princesa alemã Sophie Fredericke Auguste von Anhalt-Zerbst contraiu matrimônio com o czar russo Pedro III. Em decorrência do péssimo governo do czar e dos maus tratos que dele recebeu, Catarina organizou uma rebelião que o destronou. Já como czarina, adotou o nome de Catarina II e continuou a ocidentalização do país iniciada por Pedro I, o Grande. Manteve correspondência com livres-pensadores franceses como Voltaire e Diderot. Sentiu-se, no entanto, ameaçada pelas radicais e democráticas reformas da Revolução Francesa. Manteve a escravidão, incrementou os privilégios da nobreza e esmagou brutalmente as rebeliões que ameaçaram seu poder.THE BETTMANN ARCHIVE

A ascensão de Pedro I, o Grande, em 1682, marcou o começo de um período durante o qual a Rússia alcançou grande poder dentro da Europa. Em 1721, Pedro foi proclamado "czar de todas as Rússias" dando origem ao Império russo, que através do estabelecimento de uma capital sobre o Báltico, São Petersburgo, quis marcar sua nova vocação européia.

Ao governo autoritário de Pedro I seguiu-se um período de debilidade. O trono, após conjurações e conspirações, passou por vários sucessores e distintos governadores. Em 1741, Elizabeta Petrovna chegou ao trono e sob seu governo produziu-se uma recuperação nacional; em guerra contra a Suécia (1741-1743), a Rússia conseguiu parte da Finlândia. Posteriormente, aliou-se à Áustria e à França na guerra dos Sete Anos (1756-1763), contra a Prússia. Seu sobrinho e sucessor Pedro III foi substituído no trono por sua esposa Catarina II, a Grande.

O êxito de seu governo permitiu a expansão da Rússia, baseado na adesão aos princípios do Iluminismo. No entanto, a eclosão de um levante cossaco e de camponeses fez com que Catarina endurecesse ainda mais as opressivas leis sobre servidão e abandonasse progressivamente seus pontos de vista liberais.

Seu neto, Alexandre I Pavlovitch, começou seu reinado garantindo anistia aos presos políticos, projetando uma Constituição para o Império e rechaçando muitas das medidas restritivas do pai. Em 1805, Rússia, Grã-Bretanha, Áustria e Suécia criaram a Terceira Coalizão contra Napoleão Bonaparte. Posteriormente, aliou-se à França mediante o tratado de Tilsit (1807). A Rússia ocupou a Bessarábia, adquiriu as ilhas Aaland e toda a Finlândia e ampliou suas fronteiras na Ásia. Mas, como não aceitou o rigoroso plano de bloqueio continental contra a Inglaterra, em 1812 Napoleão invadiu a Rússia. Após a derrota francesa, Alexandre tornou-se a figura central da aliança, que terminou com a expulsão de Napoleão. Como resultado do Congresso de Viena (1815), a maior parte do ducado de Varsóvia passou a ser propriedade russa.

O trono passou para seu irmão mais jovem, Nicolau I, oportunidade em que um grupo de oficiais organizou a revolta decembrista. O imperador sufocou a revolta, mas aumentou o descontentamento popular com as medidas reacionárias que adotou. Após as revoluções de 1848, que sacudiram toda a Europa, Nicolau iniciou uma campanha contra a difusão das idéias liberais na educação e nos círculos intelectuais.

Nicolau I expandiu o Império em direção ao Mediterrâneo. Após a guerra russo-turca obteve, mediante o Tratado de Adrianópolis (1829), soberania sobre os povos do Cáucaso e estabeleceu um protetorado sobre os novos principados da Moldávia e da Valáquia, assim como a liberdade de comércio no império Otomano. Contudo, as potências européias temeram um excessivo poderio russo sobre o decadente estado turco, o que levou à guerra da Criméia (1853-1856), em que a Rússia enfrentou uma coalizão formada por Turquia, Grã-Bretanha, Piamonte e França, sendo duramente humilhada.

Mikhail Gorbatchov Mikhail Gorbatchov foi o último líder da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). As reformas iniciadas por ele, nos últimos anos da década de 1980, chamaram-se glasnost (“abertura”) e perestroika (“reestruturação”). Elas levaram o país às reformas democráticas e ao abrandamento das tensões com o Ocidente, sobretudo com os Estados Unidos. Em 1987, Gorbatchov e o presidente americano Ronald Reagan assinaram um acordo para redução de mísseis nucleares de médio e pequeno alcance. Gorbatchov deixou o poder em 1991, quando os estados-membros da URSS votaram pela extinção da federação.Diana Walker/Liaison Agency

A posição de seu sucessor Alexandre II no mar Negro foi neutralizada após a assinatura da Paz de Paris (1856), além de ter sido abolido o protetorado russo sobre os principados do Danúbio. Na política interna , cresceram os movimentos revolucionários. Os polacos se sublevaram pela segunda vez e a Polônia foi colocada sob o controle absoluto da Rússia. Esta, por sua vez, retomou sua atitude agressiva contra a Turquia depois de 1871. O destronamento de Napoleão III permitiu à Rússia ampliar sua esfera de influência. Quando a Sérvia e Montenegro se levantaram contra a Turquia, em 1876, a Rússia interveio para ajudá-las; após a guerra russo-turca de 1877 a 1878, Alexandre II conseguiu maiores concessões da Turquia, ainda que tivessem sido moderadas por parte das potências européias, temerosas de que a Rússia ampliasse seu domínio.

O fracasso nos objetivos bélicos exacerbou o descontentamento popular. Alexandre II morreu assassinado e seu filho Alexandre III instituiu censura rígida e supervisão policial das atividades intelectuais. A opressão sobre os judeus foi especialmente dura, manifestando-se através dos pogroms, que incluíam saques e assassinatos coletivos. Os trabalhadores industriais acolheram de bom grado a propaganda revolucionária e as teorias marxistas encontraram numerosos adeptos. Nas cidades mais industrializadas, como Moscou e São Petersburgo, o desenvolvimento de um movimento revolucionário de caráter subversivo encontrou logo grande número de seguidores.

Nicolau II, que subiu ao trono em 1894, foi um governante fraco, facilmente dominado por outros e firme seguidor dos princípios autocráticos ensinados por seu pai. A autocracia, a opressão e o controle policial cresceram ainda mais em seu mandato e aumentou o número de ações terroristas. Alguns dirigentes revolucionários exilados, como Lênin, conduziram o movimento socialista. Em relação à política externa, os interesses russos na região de Dongbei Pingyuan ou Manchúria chocaram-se com os do Império Japonês em expansão, fazendo eclodir, assim, a guerra em fevereiro de 1904. Necessitando da ajuda do povo para fazer frente à guerra com o Japão, o governo permitiu que um congresso se reunisse em São Petersburgo, em novembro de 1904. Rejeitados pelo governo os pedidos de reforma que fizera o Congresso, eles foram assumidos pelos grupos socialistas, que organizaram várias manifestações. Em 22 de janeiro de 1905, milhares de pessoas lideradas por Georgi Apolonovitch Gapon, sacerdote revolucionário, marchavam pacificamente rumo ao Palácio de Inverno de São Petersburgo, para apresentar seu protesto, quando foram interceptadas e metralhadas pelas tropas imperiais; centenas delas morreram naquele que ficou conhecido como o domingo sangrento.

Esse massacre assinalou o começo da revolução. O fluir dos acontecimentos obrigou o czar a fazer determinadas concessões: prometeu a formação de uma assembléia representativa ou Duma e deu maior liberdade aos polacos. Não obstante, não conseguiu deter a marcha da revolução. Criaram-se soviets (conselhos operários), cujos delegados se reuniram em São Petersburgo, e, em 14 de outubro, convocaram uma greve geral, seguida por movimentos nacionalistas de descontentamento na Finlândia e na Polônia, e por revoltas de camponeses, acrescentando-se a tudo isso a completa derrota da Rússia na guerra contra o Japão. No começo de 1906, o governo conseguiu retomar o controle do país. A primeira Duma foi constituída em maio desse ano, mas anteriormente já haviam sido aprovadas várias leis que garantiam os poderes autocráticos do czar. Foi dissolvida dois meses depois de inaugurada. Em 1907, foi instituída uma segunda Duma que seria também dissolvida em pouco tempo. Enquanto isso, os moderados e os conservadores iniciaram sua cooperação com o governo, controlando a atividade da terceira Duma, que aprovou várias reformas moderadas. O começo da Primeira Guerra Mundial, em 1914, significou a interrupção momentânea das atividades revolucionárias dos radicais. A guerra eclodiu quando a Rússia se recusou a permanecer neutra diante do ultimato da Áustria à Sérvia, após o assassinato do arquiduque Francisco Fernando, de Habsburgo. A quarta Duma realizou então uma única sessão para obter apoio popular ao governo.

No final de 1914, o Exército russo já havia sofrido duras derrotas diante dos alemães, especialmente no leste da Prússia. Essas derrotas aumentaram em 1915 e, com as deserções que começaram a acontecer, a guerra adquiriu caráter impopular em toda a Rússia, enquanto aumentava a repressão e a corrupção era mantida por parte do governo. O czar, dominado por sua esposa Alexandra, alemã de nascimento, perdeu a confiança do povo e passou a ser influenciado por Rasputin, que praticamente controlava as decisões governamentais, inclusive as de caráter militar. Em dezembro de 1916, um grupo de aristocratas organizou seu assassinato. No entanto, a agitação revolucionária continuou em ascensão e, em fevereiro de 1917, começaram os distúrbios em Moscou; as tropas, em lugar de voltar-se contra os revolucionários, uniram-se a eles. Finalmente, em 15 de março, aconteceram as abdicações do czar Nicolau II e de seu filho, deixando a administração em mãos de um governo provisório organizado pela quarta Duma. Assim findou o império russo (ver Revolução Russa; União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).

Pouco depois da dissolução da URSS, em 1991, surgiu a luta pelo poder entre as forças conservadoras e reformistas. O presidente Boris Yeltsin, eleito em junho de 1991 por sufrágio popular, recebeu poderes absolutos outorgados pelo Congresso de Deputados, um dos corpos legislativos estabelecidos pela Constituição Soviética de 1978. Yeltsin usou seus poderes para iniciar um programa de reformas econômicas e fazer uma série de nomeações regionais, para dominar as assembléias legislativas locais controladas pelos neocomunistas. Os conservadores, liderados pelo presidente do Soviet Supremo Ruslan Jasbulatov, tentaram reduzir os poderes de Yeltsin após uma campanha de reforma econômica radical no começo de 1992. Em dezembro do mesmo ano, em uma reunião do Congresso de Deputados, o primeiro ministro em exercício, Iegor Gaidar (1992), artífice do plano governamental de reformas econômicas, foi substituído por Viktor Stepanovitch Tchernomirdin, antigo membro do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). O Congresso de Deputados também rescindiu alguns dos poderes outorgados ao presidente e o Tribunal Constitucional desautorizou a proibição do PCUS, uma iniciativa do próprio Yeltsin. Chegou-se a um acordo com o Congresso de Deputados, no final de 1992, para realizar eleições que permitissem elaborar uma nova constituição. Os conservadores se opuseram a esse acordo e Yeltsin formou um novo governo de emergência. Pouco depois, alguns grupos modificaram suas posições: o presidente anulou o regime de emergência e os conservadores permitiram que fossem realizadas as votações em 25 de abril de 1993.

Alexandre Nevski Alexandre Nevski, governante e herói nacional russo, derrotou os suecos no rio Neva em 1240, de onde originou-se o sobrenome Nevski. Fosse pela força ou por meio de pactos, manteve a Rússia unida e livre do domínio invasor do norte, do leste e do oeste. Foi canonizado em 1547 pela Igreja ortodoxa russa.Hulton Deutsch

Yeltsin obteve esmagadora vitória nas urnas, mas as eleições não conseguiram resolver o problema da luta pelo poder. Em setembro de 1993, ele expulsou Rutskoi da vice-presidência, por escândalos de corrupção, apesar dos protestos do Parlamento. Nesse mesmo mês, o presidente decretou a dissolução do Parlamento, devido à resistência dos deputados conservadores para a formação de uma Assembléia Constituinte. O Parlamento denunciou as ações de Yeltsin como inconstitucionais e declarou Rutskoi presidente. Cerca de cem deputados e outros tantos seguidores armados, dirigidos por Jasbulatov e Rutskoi, ocuparam o edifício do Parlamento e provocaram outras revoltas. O governo respondeu então com o bombardeio do edifício do Parlamento, prendendo seus ocupantes, e, em outubro de 1993, Rutskoi e Jasbulatov foram acusados de incitar a desordem pública.

No entanto, a vitória de Yeltsin sobre os conservadores durou pouco. As eleições de dezembro de 1993 permitiram um inesperado êxito dos partidos nacionalistas e comunistas, em especial do Partido Liberal Democrático, encabeçado por Vladimir Jirinovsky. Em fevereiro de 1994, a nova Duma anulou as acusações que ainda pesavam sobre Rutskoi e Jasbulatov pelas ações de outubro de 1993, além de garantir a anistia aos organizadores do golpe de estado de agosto de 1991 contra o dirigente soviético Mikhail Gorbatchov. Yeltsin enfrentou os ultraconservadores convocando novas eleições, com o objetivo de manter a presidência independente dos reacionários.

Nas eleições legislativas celebradas em dezembro de 1995, os comunistas, encabeçados por Guennadi Ziuganov, consolidaram-se como a primeira força da Duma, o que significou um novo revés para Yeltsin e pôs à mostra a resistência popular a sua política. Por outro lado, a decomposição da sociedade russa permitiu o aumento de organizações mafiosas, que têm presença cada vez maior na economia russa. Em agosto de 1999, Yeltsin substituiu o primeiro-ministro Sérguei Stepashin e todo o seu gabinete e nomeou como novo primeiro-ministro Vladimir Putin, de 46 anos, ex-chefe da polícia secreta russa (sucessora da KGB). O novo premier foi a quinta pessoa a ocupar o cargo em 17 meses. Putin foi também indicado por Yeltsin como seu candidato à sucessão nas eleições presidenciais de julho de 2000. Com a renúncia de Yeltsin no final de 1999, foram realizadas eleições presidenciais antecipadas e Putin foi eleito novo presidente da Rússia em março de 2000.

Os principais problemas que Vladimir Putin teve de enfrentar surgiram no terreno étnico. Aproveitando os confrontos de diferentes tendências na autoproclamada república da Chechênia (que estava fora do controle de Moscou desde 1991), Yeltsin decidiu intervir militarmente em dezembro de 1994, desencadeando uma guerra cruel, na qual a população civil foi bombardeada; a resistência dos rebeldes chechenos pôs em evidência a ineficácia do aparato militar russo. Em meados de 1996, após o assassinato do antigo presidente checheno Dzhokhar Dudaiev, iniciaram-se conversações de paz que permitiram aliviar a situação. Em agosto de 1999, um grupo de rebeldes integristas islâmicos anunciou a criação de um Estado islâmico independente no Daguestão, república autonôma russa, vizinha da Chechênia e instigou uma guerra santa contra a Rússia. O Daguestão tem quase dois milhões de habitantes, as minorias étnicas representam cerca de 10% de sua população, de maioria muçulmana. Vladimir Putin, na época primeiro-ministro recém-empossado, declarou que tomaria "duras medidas" e que deteria de imediato a rebelião. Apesar dessas declarações o conflito entre as tropas russas e os rebeldes daguestanos prosseguiu tendo se alastrado para a vizinha Chechênia, em setembro de 1999. Os combates entre os soldados russos e os rebeldes chechenos em Groznyi, capital da Chechênia, foram particularmente intensos em janeiro de 2000.

Em 14 de maio de 2000, Vladimir Putin assinou um decreto que visa a criação de um controle de estado estável e central. O documento estabelece sete novos super distritos no país que se encontra dividido em 89 regiões. Em cada distrito, e principalmente em cada região, haverá representantes do governo e estes devem reportar-se diretamente ao Kremlin.

Esta é uma atitude bastante contrastante se comparada à política do ex-presidente Boris Yeltsin, que visava a conceder autonomia às regiões. A decisão de mudar a política foi reforçada pela violência de ameaças separatistas na Chechênia.

Por outro lado, em setembro de 2000, Vladimir Putin foi ao encontro de um dos principais ex-dissidentes da Rússia, o escritor Alexandre Soljenitsyne, na casa deste perto de Moscou. O simbólico encontro entre o ex-primeiro homem do serviço da polícia secreta da Rússia e Soljenitsyne, o ex-político preso e exilado, abriu novas perspectivas para o futuro da Rússia. As idéias de Soljenitsyne de promover as grandezas potenciais do país e buscar o renascimento espiritual têm com freqüência divergido das visões mais pragmáticas expressas pelo presidente russo. O encontro ocorreu num momento em que a popularidade de Putin vinha sendo minada com o desastre do submarino nuclear Kursk, onde 118 homens da Marinha russa morreram. Pela primeira vez, um governante supremo da Rússia pediu publicamente desculpas à população pela desastrosa atuação do governo no episódio do naufrágio.

No âmbito internacional, apesar de sua adesão ao projeto da Associação para a Paz, Putin recusou abertamente a incorporação dos antigos aliados da Europa do Leste à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), ameaçando-os com o não cumprimento dos acordos que visam à redução de armamentos.

A Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa decidiu, em 6 de abril de 2000, suspender os direitos de voto da delegação russa. Desta forma a Assembléia sanciona a Rússia pela guerra da Chechênia e pela violação dos direitos humanos perpetrados pelos soldados russos. É a primeira vez que o Conselho da Europa inflige uma tal sanção a um país membro desde as ameaças de suspensão da Turquia nos anos 1980. A Assembléia pediu aos 41 Estados-membros que advertissem a Corte Européia de Direitos Humanos sobre as violações cometidas na Chechênia.

2007-03-17 12:17:41 · answer #3 · answered by Anonymous · 0 0

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