O género Australopithecus inclui várias espécies de hominídeos extintos que eram muito próximos do género Homo. A. afarensis e A. africanus são dos mais famosos dos hominídeos extintos. A. africanus, primeiro descrito por Raymond Dart, com base no “Crâneo Infantil de Taung”, datado em 2,5 a 2,9 milhões de anos, foi considerado durante muito tempo o ancestral directo do género Homo (em especial da espécie Homo erectus).
As descobertas recentes de outros fósseis de hominídeos, mais antigos que o A. africanus e que, contudo, parecem pertencer ao género Homo, colocaram em dúvida aquela teoria: ou o género Homo se separou do Australopithecus anteriormente do que se pensava (o ancestral comum mais antigo que se conhece pode ser o A. afarensis ou outro ainda mais antigo), ou então ambos se desenvolveram independentemente a partir dum outro ancestral comum, ainda desconhecido.
Os australopitecíneos parecem ter aparecido há cerca de 3,9 milhões de anos. Os cérebros da maior parte das espécies de Australopithecus conhecidas eram sensivelmente 35 % menores que o do Homo sapiens e os próprios animais tinham pequeno tamanho, geralmente não mais de 1,2 m de altura. O nome significa “macaco austral”.
O registo fóssil parece indicar que o género Australopithecus é o ancestral comum do grupo de hominídeos distintos reconhecidos nos géneros Paranthropus e Homo. Ambos géneros eram formados por seres mais avançados no seu comportamento e hábitos que os Australopithecus, que eram praticamente tão bípedes como os chimpanzés. Contudo, apenas os representantes do género Homo viriam a desenvolver a linguagem e a aprender a controlar o fogo.
Apesar de haver diferenças de opinião a respeito das espécies aethiopicus, boisei e robustus deverem ser incluídas no género Australopithecus, o consenso actual na comunidade científica é de que eles devem ser colocados no género Paranthropus, que se pensa ter-se desenvolvido a partir do ancestral Australopithecus. Paranthropus, que é mais massiço e robusto e também morfologicamente diferente dos Australopithecus, com a sua fisiologia especializada, deve ter tido um comportamento bastante diferente do seu ancestral.
A existência do Australopithecus desmente a teoria de que a inteligência humana se desenvolveu primeiro e o bipedalismo depois, uma vez estas espécies tinham um crâneo não significativamente maior que o de um chimpanzé actual e, no entanto, eram definitivamente bípedes, o que sugere que foi o bipedalismo que tornou possível a inteligência humana e não o contrário.
Pensa-se ainda que a maior parte das espécies de Australopithecus não era melhor adaptada ao uso de instrumentos que os actuais símios. Entretanto, Australopithecus garhi parece ter sido o mais avançado nesta linha, uma vez que os seus fósseis têm sido encontrados juntamente com instrumentos e restos de animais retalhados, o que sugere que esta espécie teria iniciado uma industria primitiva de fabrico de instrumentos. Isto leva muitos cientistas a supor que A. garhi é o ancestral mais próximo do género Homo.
2007-03-15 16:21:11
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answer #1
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answered by Anonymous
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resposta
resumo sobre "Australoptecus"=
Sahelantropus tchadensis=Os restos de um hominÃdeo de 7 milhões de anos - considerado o mais antigo representante da humanidade conhecido e próximo aos mais recentes antepassados comuns do chimpanzé e do homem - foram desenterrados por uma missão de paleontólogos franco-chadiana no norte do deserto do Chade (Ãfrica saheliana)
TM 266-01-060-1, "Toumai", Sahelanthropus tchadensis
Descoberto por Ahounta Djimdoumalbaye in 2001 no Chade, no sul do deserto do Saara, estimativas apontam uma idade entre 6 e 7 milhões de anos. Este representa o mais completo crânio com uma capacidade entre 320 e 380cc. Apresenta também uma série de caracterÃsticas sÃmias primitivas como pequena caixa craniana e por outro lado caracterÃsticas dentárias de hominÃdeos modernos
Orrorin tugenensis=Também chamado Homem do Milênio, foi descoberto por pesquisadores franceses e quenianos chefiados pelo paleontólogo Martin Pickford, do Collège de France, O paleontólogo do Collège de France e sua colega Brigitte Senut, do Museu de História Natural de Paris, encontraram de fato peças importantes. Ao anunciar a descoberta, eles exibiram em Nairóbi, capital do Quênia, um fêmur esquerdo perfeitamente conservado. O osso mostra que o Homem do Milênio tinha pernas fortes. Isso o capacitava a andar ereto. Pelo comprimento dos ossos, calcula-se que o hominÃdeo era da altura de um chimpanzé. Mas os dentes e a estrutura da mandÃbula encontrados, segundo Pickford, o remetem diretamente ao homem moderno. A dentição é bem similar à nossa: pequenos caninos e molares completos. A própria datação em 6 milhões de anos ainda precisa ser comprovada com a análise dos ossos. O que se sabe até agora é que os fósseis foram localizados numa camada de terra com essa idade geológica.
A região de Baringo, no Vale do Grande Rift, é rica em depósitos paleontológicos e fonte de quase todos os fósseis relacionados com os mais antigos ancestrais do homem. Foi lá que Tim White, professor da Universidade de Berkeley, localizou os restos do Ardipithecus ramidus. Ãs vezes, a aglomeração de estrelas da ciência cavoucando no mesmo espaço dá confusão.
Ardipithecus ramidus e Ardipithecus ramidus kadabba=
HominÃdeo datado em 4,4-4,5 milhões de anos. Foi descoberto por Tim White em 1994 na região de Middle Awash na Etiópia. Originalmente incluÃdo entre os Australopitecineos, mas posteriormente verificaram que diferem muito dos Australopithecus, inclusive descartando a hipótese de serem antecessores.
Foram encontrados vários ossos de 17 espécimes (mandÃbula de uma criança, dentes, fragmento da base de um crânio, três ossos de um braço esquerdo de um indivÃduo. Análises posteriores levaram as seguintes conclusões:
-Não pode ser comprovado o bipedalismo, vivia em Florestas
-Provavelmente esta espécie é co-irmã dos Australopithecus
-Não é um ancestral dos hominÃdeos (provavelmente esteja mais ligado a linhagem dos chimpanzés.
Fragmentos fósseis descobertos entre 1997 e 2001, datados de 5,2 a 5,8 milhões de anos, foram denominados, Ardipithecus ramidus kadabba. (Haile-Selassie 2001)
Os fósseis foram encontrados no deserto central da Etiópia, essa área representa uma das mais férteis do mundo para busca de fósseis humanos.
Australopithecus anamensis=Esta espécie de hominÃdeo foi descoberta em 1994 por Maeve Leakey em Kanapoi e Allia Bay, situados ao norte no Quênia. Foi denominado Australopithecus anamensis de "anam " que significa " lago " no idioma local de Turkana. Os fósseis (9 de Kanapoi e 12 de Allia Bay) incluem mandÃbulas superiores e inferiores, fragmentos cranianos, e as partes superiores e inferiores de um osso de perna (tÃbia). além disto, a coleção inclui um fragmento de úmero que foi achado no mesmo local há 30 anos atrás.
Os fósseis de Kanapoi foram datados em 4.2 milhões de anos e os de Allia Bay a 3.9 milhões de anos. A dentição parece menos com a de um macaco que nos A. ramidus, tendo esmalte espesso nos molares, mas caninos relativamente grandes. A tÃbia implica que o anamensis era maior que o ramidus e o afarensis, com um peso calculado de 46 a 55 quilogramas. Sua anatomia tipicamente humana implica que o anamensis tinha postura e locomoção bÃpede. Embora distinto do A. afarensis, seu descobrimento o relaciona mais aos fósseis de Laetoli que os próprios A. afarensis achados em Hadar. A descoberta desta espécie empurrou a origem do bipedalismo meio milhão de anos atrás. As caracterÃsticas faciais se assemelham muito ao A. afarensis, portanto com um aspecto de macaco.
Dado a datação e localização, os A.anamensis poderiam ser possivelmente um antepassado de Lucy.
Australopithecus afarensis
Até recentemente, o hominÃdeo mais antigo conhecido, e que possui evidência anatômica diagnóstica suficiente, era o Australopithecus afarensis, cujos fósseis foram achados na Etiópia, Tanzânia, e Quênia, sendo a maioria, datado entre 2.9 e 3.9 milhões de anos. Novas descobertas de fósseis mais antigos que o A. afarensis tem sido encontrados na Etiópia, Quênia, e Chade (citadas acima, Ar. ramidus datados em 4.4 milhões de anos, A. anamensis do Quênia, com idade de 4.2 a 3.9 milhões de anos; e ainda o O. tugenensis no Quênia e S. tchadensis no Chade, com estimativas de 6 a 7 milhões de anos).
Os primeiros fósseis de afarensis foram achados por Johanson em 1974, mas apesar de todo o tempo transcorrido até hoje, a interpretação inicial continua controversa (embora em menor grau). O principal aspecto divergente é o relacionado a interpretação de Johanson, explicando a diversidade de tamanho entre a multidão de fósseis de A. afarensis através do dimorfismo sexual, enquanto outros antropólogos acreditam que na verdade tais fósseis pertencem a duas, e talvez até mais espécies.
Os fósseis de hominÃdeos etÃopes foram achados na região de Hadar daquele paÃs, por um time internacional conduzido por Donald Johanson, atualmente no Instituto de Origens Humanas, Berkeley, e Maurice Taieb, paleontólogo francês.. Foram encontrados mais de 300 espécimes, e o mais espetacular destes achados era o esqueleto parcial denominado " Lucy " e além disso, foram achados restos de 13 indivÃduos em um único local e tal achado foi denominado " A Primeira FamÃlia". O Trabalho continuou na região até o inÃcio da década de 80, mas foi suspenso durante quase uma década. Recentemente, Johanson e os colegas do Institute of Human Origins vem explorando a região de Hadar, Tim White (Universidade de Califórnia em Berkeley) tem trabalhado na região central do Rio Awash, estas escavações tem rendido muitos espécimes de fósseis, inclusive o primeiro crânio completo de A. afarensis, cujos detalhes foram publicados em 1993 e 1994.
Além de fósseis encontrados, Leakey, M.D. & Hay, R.L - (Nature 22/03/1979 vol 278) foram encontrados rastros de pegadas de três indivÃduos bÃpedes em Lateoli (datação de 3.6 milhões de anos). Este rastro foi fixado entre depósitos de cinza vulcânica. O rastro provê uma das descobertas mais interessantes da pré-história humana e registra alguns momentos nas vidas de três indivÃduos, um que parou brevemente, virou para olhar para o leste (possivelmente o vulcão distante em erupção), e então continuou para a frente.
Não conhecemos muito sobre o comportamento social de A. afarensis. à assumido que esta espécie viveu em pequenos grupos sociais. O clima da Ãfrica era seco durante o perÃodo de existência do afarensis, sendo que os ambientes florestais foram substituÃdos pela savana. Os dentes de A. afarensis são pequenos e não-especializados, indicando uma dieta onÃvora de alimentos principalmente suaves, como frutas. Os caninos, altamente desenvolvidos nas espécies de macacos atuais, são pequenos e pouco desenvolvidos no A. afarensis, muito parecido com o dos seres humanos. De maneira geral, os dentes são como os dos humanos modernos, embora esta espécie provavelmente não fizesse o uso de ferramentas ou o uso do fogo.
Apesar de possuir postura bÃpede como um humano moderno, eles tiveram braços longos. A relação do osso de braço superior (úmero) para osso de perna superior (fêmur) em A.afarensis está virtualmente igual ao de um Chimpanzé (95%) do que um humano moderno ( 70%.)
Dimorfismo sexual em termos de tamanho de corpo é bastante pronunciado nesta espécie, com os machos aproximadamente duas vezes maiores que as fêmeas e consideravelmente mais alto. Em mamÃferos, o dimorfismo está ligado ao comportamento sexual. Porém os grandes caninos relacionados ao grandes macacos estão ausentes no A. afarensis, e portanto não podemos afirmar muitas questões sobre o comportamento social.
Australopithecus africanus
O Primeiro australopitecineo foi descoberto por Raymond Dart (figura à esquerda) em 1924, O fóssil da região de Taung era um indivÃduo jovem mais parecido a um macaco que possuÃa face, parte do crânio, a mandÃbula completa e um molde do cérebro. No artigo publicado na Nature de 1925, Dart denominou o fóssil de "macaco do sul da Africa", Australopithecus africanus. Sua descoberta conduziu a um intenso enfoque na Ãfrica como o local provável da Origem da espécie humana, como havia predito Charles Darwin.
Posteriormente foram encontrados outros fósseis de A.africanus (Robert Broom) apresentando caracterÃsticas próximas dos macacos com uma face protusa e cérebro pequeno, mas com dentição tipicamente humana que inclui caninos pequenos e molares grandes e planos. A postura bÃpede foi indicada pela posição central do forâmen magnum, e pela anatomia da espinha, pélvis e fêmur.
Broom também descobriu fósseis que eram muito parecidos aos A. africanus porém muito mais robustos, e portanto denominou-os de Australopithecus robustus .Os fósseis exibiram mandÃbulas e dentes maiores.
A datação desses fósseis foi uma tarefa muito difÃcil, devido as condições adversas para a datação radiométrica do estrato da caverna. Estimativas indicam o perÃodo entre 3,5-2,5 milhões de anos para os A. africanus
As reconstituições ao lado mostram diferentes concepções de A. africanus, A figura acima (dos anos 1960) está incorreta, porque descreve uma criatura que é parcialmente bÃpede, estando próximo a postura do chimpanzé (o que impediria uma locomoção bÃpede eficiente), além de posicionar o crânio adiante como em um chimpanzé ou gorila. A recente representação abaixo é anatomicamente correta, baseado em conhecimento atual: A africanus era eficazmente bÃpede como pode demonstrar o alinhamento do crânio e coluna.
Este grupo familiar, aparentemente uma unidade familiar, e não um grupo de afinidade estendido, estaria relacionado ao estilo de vida desta espécie. Outra caracterÃstica é a pele escura com poucos pelos. Estas caracterÃsticas são suposições baseadas em duas considerações:
- para caminhar e correr eficazmente em ambiente aberto perto do Equador, os hominÃdeos teriam que ter um sistema de difusão de calor eficiente para prevenir o superaquecimento causado pelo esforço muscular. Portanto uma importante caracterÃstica foi a seleção de um tecido epitelial (pele) com sistema refrescante, onde a água evapora na superfÃcie da pele, refrescando-a. Para trabalhar efetivamente, a pele tem que estar desnuda.
- para sobreviver debaixo do sol equatorial de Ãfrica, uma pele desnuda teria que ser protegida por uma quantia considerável de melanina, pigmento escuro que protege o tecido da luz ultravioleta.
Australopithecus aethiopicus
Alan Walker encontrou um crânio em 1985 no lado ocidental do Lago Turkana ao norte da Tanzânia, e o denominou Australopithecus aethiopicus. O crânio era o mais robusto dos descobertos até o momento, contudo foi datado em 2,5 milhões de anos. Os enormes molares, anatomia da face e demais caracterÃsticas não indicam um final de linhagem evolutiva. Como esta descoberta afeta a forma da árvore genealógica dos hominÃdeos permanece até hoje em discussão.
Este crânio, conhecido localmente como o "Black Skull", não só era surpreendente por causa de sua grande idade mas também porque conteve uma combinação inesperada de caracterÃsticas anatômicas. Embora a face é muito similar ao mais robusto dos robustos australopitecÃneos, o A. boisei, o crânio, particularmente o topo e atrás, era similar ao dos Australopithecus afarensis. Tal combinação anatômica surpreendeu a maioria das pessoas, e nos indicou que a biologia dos hominÃdeos de 3 a 2 milhões de anos, é mais complicada que hipóteses atuais têm indicado.
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Australopithecus boisei
Em 1959, Mary Leakey fez a primeira descoberta de hominÃdeos na Ãfrica Oriental no Desfiladeiro de Olduvai na Tanzânia, que se assemelharam aos A. robustus da Ãfrica do Sul. Após a reconstituição do crânio a partir de centenas de fragmentos, verificou-se que este espécime era "mais robusto" que seus parentes meridionais. No princÃpio, foi denominado Zinjanthropus boisei, mas depois passou a Australopithecusa boisei.
Porém o nome do gênero ainda está em discussão, já que há uma percepção comum, é que essa espécie robusta de australopithecus difere suficientemente do tipo de grácil, para garantir um nome de gênero diferente, e portanto, é chamado Paranthropus boisei
Australopithecus robustus
Nos anos 1930-40 foram descobertos os primegosto para carne.
A classificação desses australopitecÃneos permanece incerta, como vimos acima temos duas outras espécies ou sub-espécies relacionadas o A. boisei e o A. aethiopicus.
Foi encontrado o crânio (acima) de um jovem A. robustus em uma caverna, a Swartkranz, na Ãfrica do Sul em 1949. Os dois buracos no topo do crânio eram um mistério até que perceberam que pareciam perfurações feitas pelos caninos de um leopardo. O episódio reconstituÃdo da morte deste indivÃduo (visualizados na figura abaixo à esquerda) indicam que estes hominÃdeos viveram entre os grandes predadores das planÃcies africanas, e provavelmente representaram o papel de presa.
Também é possÃvel que o A. robustus seja predado pelos ancestrais humanos que eram onÃvoros. (gênero Homo).
Os A. robustus e espécies relacionadas viveram entre 2 a aproximadamente 1 milhão de anos atrás no Sul e Leste da Ãfrica
Novas descobertas têm empurrado a idade deles para os 3 milhões de anos atrás. Os crânios maiores com a crista dorsal proeminente deve pertencer a machos. Os espécimes menores encontrados representam fêmeas (figura inferior esquerda - dimorfismo sexual).
As relações entre a várias espécies atualmente identificadas são neste momento conjeturais. à altamente provável que mais espécies serão identificadas a partir dos materiais já coletados e achados novos ainda estão acontecendo.
O novo membro da famÃlia - Australopithecus garhi
A linhagem dos seres humanos ganhou um novo membro recentemente à um ancestral que viveu há cerca de 2,5 milhões de anos no norte da Ãfrica. Batizado de Australopithecus garhi, ele compõe um elo inteiramente novo na cadeia evolutiva da espécie. A grande diferença, em relação aos outros ancestrais até então conhecidos, é sua capacidade de usar ferramentas para matar e destrinchar animais. A dieta à base de carne, mais rica em proteÃnas e gorduras, pode ter resultado num salto evolutivo considerável, que deu a esse ancestral novas habilidades e um cérebro maior e mais poderoso. Seus restos foram encontrados entre os fósseis de oito hominÃdeos por uma equipe internacional de pesquisadores no Deserto de Afar, no nordeste da Etiópia. Os achados mais valiosos incluem o crânio, fragmentos de dentes e alguns instrumentos de pedra.
Os cientistas acreditam que o novo hominÃdeo seja uma ligação vital entre o Australopithecus afarensis, que viveu na Ãfrica há mais de 3 milhões de anos, e os Homo habilis e erectus, dois ancestrais mais recentes. O afarensis é a espécie a que pertencia Lucy, o mais famoso dos antepassados da humanidade. Essas criaturas já andavam eretas, mas ainda tinham os braços longos e as pernas curtas, como os macacos, e nenhuma tecnologia. O gênero Homo só apareceu muito mais tarde, há cerca de 2 milhões de anos. O que aconteceu nesse intervalo de 1 milhão de anos é cercado de mistério. Mudanças climáticas estavam acabando com as florestas onde viviam os homens macacos, forçando sua evolução para seres adaptados à vida nas savanas. Os hominÃdeos bÃpedes tiveram de ocupar um ambiente de campos abertos, enfrentando grandes predadores como hienas e tigres.
Acredita-se que essa forte pressão seletiva acelerou o passo da evolução na direção de espécies mais parecidas com o Homo sapiens atual. "Você entra nesse perÃodo com chimpanzés bÃpedes e sai com hominÃdeos carnÃvoros de cérebro desenvolvido", diz Tim White, da Universidade da Califórnia em Berkeley, antropólogo que liderou a equipe de quarenta pesquisadores envolvidos na descoberta anunciada na semana passada. O Australopithecus garhi pode ser, portanto, a peça que faltava na transição mais importante da história da espécie. Os cientistas dizem que a chave para as transformações ocorridas nesse perÃodo são os instrumentos de pedra encontrados junto com os fósseis. Com eles, os hominÃdeos podiam não apenas destrinchar os animais e aproveitar toda a carne, mas também quebrar os ossos para sugar o tutano em seu interior – uma fonte preciosa de nutrientes até então inacessÃvel.
2007-03-16 12:16:12
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answer #2
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answered by neto 7
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género Australopithecus inclui várias espécies de hominÃdeos extintos que eram muito próximos do género Homo. A. afarensis e A. africanus são dos mais famosos dos hominÃdeos extintos. A. africanus, primeiro descrito por Raymond Dart, com base no “Crâneo Infantil de Taung”, datado em 2,5 a 2,9 milhões de anos, foi considerado durante muito tempo o ancestral directo do género Homo (em especial da espécie Homo erectus).
As descobertas recentes de outros fósseis de hominÃdeos, mais antigos que o A. africanus e que, contudo, parecem pertencer ao género Homo, colocaram em dúvida aquela teoria: ou o género Homo se separou do Australopithecus anteriormente do que se pensava (o ancestral comum mais antigo que se conhece pode ser o A. afarensis ou outro ainda mais antigo), ou então ambos se desenvolveram independentemente a partir dum outro ancestral comum, ainda desconhecido.
Os australopitecÃneos parecem ter aparecido há cerca de 3,9 milhões de anos. Os cérebros da maior parte das espécies de Australopithecus conhecidas eram sensivelmente 35 % menores que o do Homo sapiens e os próprios animais tinham pequeno tamanho, geralmente não mais de 1,2 m de altura. O nome significa “macaco austral”.
O registo fóssil parece indicar que o género Australopithecus é o ancestral comum do grupo de hominÃdeos distintos reconhecidos nos géneros Paranthropus e Homo. Ambos géneros eram formados por seres mais avançados no seu comportamento e hábitos que os Australopithecus, que eram praticamente tão bÃpedes como os chimpanzés. Contudo, apenas os representantes do género Homo viriam a desenvolver a linguagem e a aprender a controlar o fogo.
Apesar de haver diferenças de opinião a respeito das espécies aethiopicus, boisei e robustus deverem ser incluÃdas no género Australopithecus, o consenso actual na comunidade cientÃfica é de que eles devem ser colocados no género Paranthropus, que se pensa ter-se desenvolvido a partir do ancestral Australopithecus. Paranthropus, que é mais massiço e robusto e também morfologicamente diferente dos Australopithecus, com a sua fisiologia especializada, deve ter tido um comportamento bastante diferente do seu ancestral.
A existência do Australopithecus desmente a teoria de que a inteligência humana se desenvolveu primeiro e o bipedalismo depois, uma vez estas espécies tinham um crâneo não significativamente maior que o de um chimpanzé actual e, no entanto, eram definitivamente bÃpedes, o que sugere que foi o bipedalismo que tornou possÃvel a inteligência humana e não o contrário.
Pensa-se ainda que a maior parte das espécies de Australopithecus não era melhor adaptada ao uso de instrumentos que os actuais sÃmios. Entretanto, Australopithecus garhi parece ter sido o mais avançado nesta linha, uma vez que os seus fósseis têm sido encontrados juntamente com instrumentos e restos de animais retalhados, o que sugere que esta espécie teria iniciado uma industria primitiva de fabrico de instrumentos. Isto leva muitos cientistas a supor que A. garhi é o ancestral mais próximo do género Homo.
2007-03-16 18:07:48
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answer #4
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answered by patpedagoga 5
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