Para os franceses do iluminismo, ou pré-iluministas como Descartes, do séc. XVI, o ser humano era uma tábula rasa quando nascia, o que queria dizer vazio em conhecimento, e somente após muito raciocinar e aprender, (algo como matematizar) sobre a realidade chegaria a adqüirir conhecimento e conhecer a realidade. Foi assim que o termo Tábula rasa ficou conhecido por estes pensadores, chamados de racionalistas, neste período específico e até os nossos dias. Mas a Platão, pensador da Antigüidade Clássica, atribui-se a sua forma de pensar (no séc. 400 AC) um racionalismo também. Platão ou Descartes eram racionalistas em seus posicionamentos para conhecer a realidade e acreditavam ser possível conhecê-la somente após rigoroso raciocinar sobre a realidade, através de uma interação direta com essa, contemplando-a, observando-a ativamente, enquanto perfilando-a de perguntas, de questionamentos de natureza lógica em que a realidade terminaria desta forma por desvelar-se enquadrando-se em um modelo filosófico compreensível, verídico e explicável, facilmente argumentável "matematicamente". Também Espinoza e Leibniz, um século aproximadamente posteriores a Descartes, foram considerados pensadores racionalistas. Uma característica marcante do racionalismo estava no homem livrar-se dos seus sentidos e percepções exteriores para assim, através de um aprofundamento no poder da mente em expansão, através de uma observação meticulosa, atingir a verdade sobre um fato específico e conhecer a realidade objetivamente, indutivamente. (ver método indutivo)
Para empiricistas como John Locke, (séc. XVII) o ser humano não era uma tábula rasa, e possuía conhecimentos apriorísticos que poderiam afastá-lo da verdade. A saída para o problema seria a experimentação prática, ou o empiricismo.
Os britânicos dos séculos posteriores a Descartes, (posteriores ao séc. XVI) acreditavam em chegar à verdade, e à realidade, através de experimentos feitos com ela, mas para que a mente não chegasse ao experimento com idéias construídas a priori era importante deter-se na experimentação e livrar-se (o observador) de todo conteúdo pessoal apriorístico (preconceitos e idéias pré-concebidas) que pudesse influir no resultado da experimentação ou na verdade almejada, para tal apoiando-se confiantemente em seus sentidos, sua percepção subjetiva e objetiva, sob a direção da mente perscrutadora. Em uma interação homem x objeto, através do estudo dos experimentos, construir-se-ia uma idéia a respeito da realidade estudada a partir de rigorosa observação do experimento. Na experimentação, constrói-se a verdade por observação de um determinado fenômeno. Por exemplo, o arco-íris ou um moinho de água, eram compreendidos a partir da observação meticulosa e analítica sem que se interagisse sobre eles. Podemos citar empiricistas um pouco posteriores a Descartes, todos britanicos: O maior empiricista, e postulador da teoria, foi John Locke. Também foram empiricistas britânicos, (escoceses, inglêses e irlandeses) e de décadas e séculos posteriores ou anteriores ao seu: Francis Bacon e Thomas Hobbes no séc. de Descartes, (séc. XVI) já possuíam um empiricismo, embora não o houvessem postulado publicamente. No séc. XVIII, o séc. posterior ao de Locke, George Berkeley discorreu sobre o empiricismo. Ainda no mesmo século surgiu David Hume e, no séc. XIX surgiria John-Stuart-Mill. Todos eles foram britânicos. Mas o empiricismo também pode ser atribuído à metodologia de conhecimento de Aristóteles, na antiguidade clássica, 400 AC, fortemente voltada para a contemplação ativa da realidade, de maneira a apreendê-la; e também no séc. XIII a São Tomás de Aquino, que era o representante do pensamento empiricista italiano. É importante ainda citar a importância dada pelo empiricismo aos sentidos, opondo-se ao racionalismo, que por sua vez ensinava a necessidade de esquivar-se deles. Os sentidos apurados, na percepção da realidade, seriam responsáveis por guiar o homem, através da experimentação bem direcionada, dedutivamente à verdade, no empiricismo. (ver método dedutivo)
Finalizando, é importante o aluno compreender que não existe forma pura de tentativa de apreensão da realidade, e embora, por exemplo, John Locke fosse um empiricista, ele aplicava seus métodos racionalistas e intuitivos para pensar acerca da natureza de Deus. Da mesma forma, podemos acreditar que todos os outros pensadores falados não são tão facilmente encaixáveis em uma única categoria, mas recebem tais denominações por responsabilidade de uma disciplina moderna da Filosofia chamada de Teoria do Conhecimento, ( às vezes conhecida por epistemologia) que os classifica assim por que agiam, predominantemente, dentro de padrões determinados e reconhecidos em busca pela verdade e na formulação de teorias. Descartes, por exemplo, o mais famoso dos racionalistas, escrevia em seus livros da necessidade de buscar pela intuição maior, interior, que revelaria a verdade, e no entanto ele não era um intuicionista. Aristóteles, por sua vez, também era conhecido por seu intelectualismo, em distinção ao racionalismo de seu mestre Platão na Antigüidade.
Não existe um antagonismo direto entre o Racionalismo e o Empiricismo, e embora sejam métodos muito diferentes um do outro não se excluem um ao outro.
2007-03-14 20:01:00
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answer #1
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answered by Blizzard 3
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Na minha opinião, ao nascer, a mente do ser-humano é como uma fita virgem. Tudo o que te ensinaram entre 0 e 11 anos de idade ficará na sua mente para toda a vida. Realmente, nesse ponto, o homem é produto do meio. Ora, sendo assim, o homem exposto à constante informação dos meios de comunicação (TV, revistas, rádio, jornais etc), tende a raciocinar e a pensar conforme o que seu cérebro está recebendo. Principalmente, na falta de outras fontes e parâmetros. Por isso, a Educação é extremamente importante, tanto a dos adultos quanto a dos jovens e crianças. Ainda mais destas últimas, pois estão na fase de formação de sua personalidade.
2007-03-14 20:45:04
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answer #3
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answered by Anonymous
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